29/08/2016 - Valor Econômico
Dentro de um ano,
o grupo de infraestrutura CCR tem a intenção de entregar a linha 2 do metrô de
Salvador, capital baiana, passando a operar o terceiro maior sistema
metroviário do país, com 41 km de extensão quando ganhar mais dois pequenos
trechos. Fica atrás apenas dos metrôs de São Paulo e do Rio.
Luís Valença,
presidente da CCR Metrô Bahia, diz que no momento o projeto metroviário conta
com mais de 8 mil empregados, entre diretos e indiretos. A força de trabalho
está espalhada, a grande parte, na obra em curso e na operação e manutenção da
linha 1. A concessão tem prazo de 30 anos, sendo 25 anos de gestão do sistema
contados desde janeiro deste ano.
O investimento
total no empreendimento, que terá 23 estações, sendo dez com integração de
ônibus, é de R$ 4 bilhões. Desse valor, ficou a cargo da CCR o montante de R$
1,8 bilhão. O restante está dividido entre o governo federal, com R$ 1,2
bilhão, e o Estado da Bahia, com mais R$ 1 bilhão.
Quando a linha 2
estiver pronta, o transporte de passageiros no sistema vai superar 500 mil
pessoas ao dia, informa Valença, executivo que está no grupo CCR desde 1998.
Assumiu o cargo atual em fevereiro de 2015, época do início das obras da linha
2. "Para Salvador, será um sistema estruturante que vai reorganizar o
atual modelo de trânsito na cidade, muito complicado e congestionado", diz
o executivo.
Estão previstos 40
trens para o sistema, sendo 34 fornecidos pela concessionária. A fabricante é a
sul-coreana Hyundai Roten, com unidade em Araraquara, interior de São Paulo,
onde faz a nacionalização e a montagem dos equipamentos que são fabricadas na
Coreia do Sul. Ao ganhar a concessão, a CCR recebeu metade da linha 1 pronta e
seis trens de transporte. Com um novo lote que acaba de chegar a Salvador, a
empresa adiciona 20 equipamentos à frota anterior.
Segundo a
concessionária, até dezembro devem estar concluídas e prontas para operação as
estações do primeiro trecho da Linha 2: Acesso Norte, Detran e Rodoviária. As
nove restantes têm previsão de serem entregues ao longo de nove meses de 2017.
Valença diz que a
geração de empregos diretos na operação do metrô baiano passará dos atuais 1
mil para 1,8 mil quando estiver totalmente concluído. Ele estima mais três mil
a quatro mil postos indiretos.
O governo estadual
tem plano de expandir, para além da concessão atual, mais duas estações na
linha 1 (Brasilgás e Águas Claras/Cajazeiras) e uma na linha 2, a de Lauro de
Freitas. As extensões serão também operadas pela CCR Metrô Bahia. Os projetos
dependem de o governo fazer licitações para as obras de construção, informa o
diretor.
Com o metrô de
Salvador, o grupo CCR passa a ser operador em sistemas de transporte de três
cidades. Já opera a linha 4, Amarela, do metrô paulistano, ainda com quatro
estações inacabadas pelo governo paulista, e tem participação no consórcio que
operar o VLT do Rio de Janeiro.
Presente em vários
tipos de concessões de infraestrutura no país, a CCR está na gestão de várias
rodovias, como o sistema Anhanguera-Bandeirantes e a Dutra, e de aeroportos,
como o de Confins, ao lado de Belo Horizonte. Com o metrô baiano, não é por
menos que a licitação do aeroporto de Salvador é a que mais atrai o grupo entre
as quatros que o governo federal pretende oferecer. A companhia tem como
acionistas controladores Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Serveng-Civilsan
(do grupo Soares Penido).
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