01/09/2016 - O Globo
O tempo que as
pessoas perdem para ir e vir do trabalho na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro gera um prejuízo de R$ 24,3 bilhões, segundo estudo divulgado nesta
quarta-feira pela Firjan. O levantamento considera como o custo do deslocamento
de três milhões de moradores que levam mais de 30 minutos no trajeto de ida e
volta para o trabalho afeta a produção. Em média, cada um gasta 2 horas e 21
minutos por dia. O estudo utiliza dados de 19 cidades de 2013 — os mais
recentes disponíveis.
O tempo gasto de
casa para o trabalho e de volta para casa tem crescido. Na comparação com 2011,
houve um aumento de 11 minutos. Além disso, mais 135 mil pessoas passaram a
gastar mais de 30 minutos nesse trajeto: uma alta de 4,7% no mesmo período.
Esse total é superior à população de Resende, que tem 123.400 habitantes.
A capital do
Estado do Rio de Janeiro é o município responsável pela maior parte da perda:
68,3%. Um total de R$ 16 bilhões deixam de ser produzidos no Rio, que concentra
53,1% dos trabalhadores que gastam mais de 30 minutos para se deslocar e tem o
maior PIB per capita. Em média, o trabalhador passa 2h14 no trajeto de ida e
volta para o trabalho.
Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, é a segunda cidade com maior impacto da chamada produção
perdida sobre o PIB, de 6,6% ou R$ 1,62 bilhão. Quem mora na cidade gasta 2h29
de deslocamento. Em seguida aparece Niterói, com 4,6% ou R$ 1,119 bilhão, com
tempo de deslocamento de 2h11.
O maior tempo de
deslocamento até o trabalho foi registrado em Japeri: 3h06. O maior impacto
sobre o PIB municipal, de 9,8%, também foi registrado na cidade. Em seguida,
aparece Queimados, com o tempo médio de 2h54 e o impacto de 8,4% sobre o PIB.
Itaguaí é o
município pesquisado com menor tempo de deslocamento até o trabalho: 2h03. Já
Guapimirim, Paracambi e Tanguá são as cidades com menor participação na perda
sobre o PIB, de apenas 0,1%.
Na pesquisa, a
Firjan concluiu que as obras de mobilidade urbana realizadas recentemente no
Rio de Janeiro não serão capazes de fazer frente ao prejuízo causado pelo tempo
de deslocamento dos trabalhadores. Para a entidade, é preciso melhorar o
sistema de transportes, assim como fazer um reordenamento territorial.
Os principais
problemas, indica o estudo, é a ausência de um adequado planejamento urbano.
Ainda segundo a Firjan, a falta de infraestrutura dificulta a atração de
empresas e a oferta de postos de trabalho. Por isso, boa parte população
precisa fazer longos e demorados deslocamentos para o trabalho.
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