23/08/2016
Os corredores de ônibus são a solução adequada para
oferecer melhor mobilidade urbana e qualidade de vida nas principais cidades
brasileiras, com custos baixos e implementação rápida. No entanto, os sistemas
que já existem e os que ainda estão em desenvolvimento precisam de mais
investimentos para que tenham estes resultados positivos de maneira plena.
É o que mostra o ITDP (Instituto de Políticas de
Transporte e Desenvolvimento). Desde 2013, a entidade internacional vem
avaliando corredores de ônibus no país e lançou um manual de Padrão de
Qualidade BRT, com quatro classificações, de acordo com os resultados: Básico,
Bronze, Prata e Ouro.
Segundo o blog “Ponto de Ônibus”, o ITDP apontou
que um dos maiores entraves para que os corredores de ônibus sejam melhores é a
falta de investimentos adequados por parte do poder público, desde o
planejamento até a atualização dos sistemas.
É o caso do Corredor Metropolitano ABD, em São
Paulo. Os serviços da operadora Metra são bem avaliados na cidade, com
aprovação superior à do Metrô de acordo com a mais recente pesquisa da ANTP
(Associação Nacional dos Transportes Públicos). Mas o governo do estado ainda
não atualizou as paradas, que são ainda as mesmas de 1988, quando o embarque
era ainda pela porta traseira dos ônibus e trólebus. Também não há pontos de
ultrapassagem entre os ônibus e em alguns trechos, os coletivos se misturam ao
trânsito comum. Estes aspectos não fazem parte do contrato de operação.
Recentemente, a entidade divulgou os resultados das
avaliações e reavaliações de 12 corredores de ônibus de grandes sistemas,
dentre eles: Rede Integrada de Transportes – RIT (Curitiba); Linha Verde Sul
(Curitiba); Eixo Anhanguera (Goiânia); Uberlândia (Minas Gerais); Extensão ABD;
Morumbi, Expresso Tiradentes (São Paulo); Corredor ABD (ABC Paulista); Expresso
DF Sul (Distrito Federal); MOVE Cristiano Machado (Belo Horizonte); MOVE
Antônio Carlos (Belo Horizonte); BRT Transcarioca (Rio de Janeiro); e BRT Transoeste
(Rio de Janeiro).
O que determinou se o corredor recebeu
classificação ouro, prata, bronze ou então considerado apenas básico, de acordo
com a análise dos técnicos e estudiosos do ITDP, foi o fato o sistema atender
total ou parcialmente cinco aspectos apontados pela entidade como essenciais
para um sistema ser considerado BRT:
Infraestrutura segregada com prioridade -
Infraestrutura segregada com prioridade de passagem é vital para garantir que
ônibus possam circular de forma rápida e desimpedida por congestionamentos. Por
isso a presença de faixas exclusivas de ônibus constitui a 1ª característica
que define um corredor BRT.
Alinhamento das vias de ônibus - Outra
característica importante é o alinhamento das faixas de ônibus. A presença do
corredor no eixo central evita que os ônibus tenham que circular nas faixas
próximas às calçadas, onde há muito movimento de carros e outros veículos para
embarque e desembarque.
Cobrança da tarifa fora do ônibus - O pagamento da
tarifa fora do veículo é feito na própria estação, e não no interior dos
ônibus, eliminando os atrasos causados por passageiros efetuando pagamento e
esperando sua vez para pagar dentro dos ônibus. Essa é a terceira
característica de um sistema BRT. movimento de carros e outros veículos para
embarque e desembarque.
Tratamento das interseções - A quarta é o
tratamento das interseções. A proibição de que outros veículos atravessem as
faixas de ônibus para virar nas interseções reduz atrasos que isto pode
provocar no movimento dos ônibus e facilita sua passagem pelas interseções.
Plataforma de embarque em nível - A quinta e última
característica que define um sistema BRT são as plataformas de embarque em
nível, alinhadas com o piso dos ônibus. Elas garantem um embarque rápido e
fácil, com acessibilidade total para passageiros com necessidades especiais.
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