domingo, 31 de janeiro de 2016

Bonde volta a circular em rua de Santa Teresa após 50 anos, no Rio


Após 50 anos, o bonde de Santa Teresa voltou a circular na Rua Francisco Muratori, Região Central do Rio, na manhã desta quarta-feira (27). O serviço, que ainda está no estágio pré-operatório, já vai atender turistas e moradores de Santa Teresa das 11h às 16h.
“O início da pré-operação do bondinho é simbólico e caracteriza um momento muito importante pra nós. Estamos muito contentes com a recuperação deste percurso, que foi danificado durante as chuvas de 1966”, disse o secretário estadual de Transportes, Carlos Osório.
A terceira etapa da restauração do transporte liga a Rua Francisco Muratori ao Largo dos Guimarães, no alto de Santa Teresa, e ao Largo da Carioca, no Centro. Entretanto, há muito trabalho pela frente e a previsão para a conclusão das obras é no primeiro semestre de 2017.
Moradores da região não estão satisfeitos com o horário de funcionamento do bonde, que está circulando em horário reduzido. Segundo eles, somente os turistas estão sendo beneficiados, pois durante os horários de ida e volta do trabalho o serviço não funciona.
Apesar de ser turista e não enfrentar problema quanto ao horário de circulação, Thaís Bretanha, de Porto Alegre, concorda com a queixa dos moradores.
“Acho que os moradores têm razão, o horário de funcionamento do bonde tem que aumentar para atender a todos, principalmente a população local. Praticamente em toda visita ao Rio eu sempre passeava no bondinho. Ele é lindo, simplesmente mais um dos charmes da cidade”, disse ela.
De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes, a circulação do bondinho no trecho inaugurado foi liberado após a realização de vários testes.
Osorio prometeu discutir o assunto com os moradores de Santa Teresa durante uma reunião. Segundo o secretário, a população vai participar de todas as decisões envolvendo os ajustes de funcionamento do serviço.
“É importante pra nós que tenhamos uma reunião com os moradores do local para discutirmos o horário de circulação dos bondes, que antigamente acontecia das 6h40 às 19h30. Entretanto, a mudança só poderá acontecer após a inauguração de fato do bondinho. Também discutiremos o valor da tarifa de embarque e a integração da mesma com o Bilhete Único. Para agilizar o embarque e desembarque, a nossa ideia é fazer a cobrança digital, não existindo catraca igual ao VLT. Isso vai ser decidido em comum acordo com os moradores”, completou Osório.
27/01/2016 – G1 – Rio de Janeiro


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Câmara cobra definição sobre licitação do metrô em Curitiba


A Câmara Municipal de Curitiba retoma os trabalhos na semana que vem, e um dos primeiros assuntos que devem ser debatidos pelos vereadores é sobre o futuro do projeto de construção do metrô da Capital. Segundo o presidente da comissão especial que trata do tema, vereador Tico Kuzma (PROS), a ideia é logo após o fim do recesso, cobrar uma resposta da prefeitura sobre se o Executivo municipal pretende lançar ainda neste ano o edital de licitação da obra, ou se em razão da crise econômica, os planos serão alterados em favor de outras alternativas.
“Vamos propor uma agenda já na primeira semana de fevereiro, antes do Carnaval. Podemos até ir até à secretaria (de Planejamento) para termos este posicionamento”, diz Kuzma. “Precisamos de uma definição, até mesmo em função de estarmos em ano eleitoral. Queremos que a situação do metrô esteja definida antes das eleições, que esteja licitado e iniciada a sua construção”, afirma o parlamentar.
Orçado em R$ 5,5 bilhões em valores atualizados, o projeto prevê 19 estações distribuídas em 22 km. Uma licitação chegou a ser lançada, mas foi suspensa em agosto de 2014 pelo Tribunal de Contas do Estado. Até meados de 2015, o valor oficial divulgado era R$ 4,7 bilhões, que seria dividido entre o governo federal, R$ 1,8 bilhão; prefeitura, R$ 700 milhões; e governo estadual, R$ 700 milhões; e iniciativa privada, R$ 1,5 bilhão.
Em agosto do ano passado, o secretário municipal de Planejamento e Administração, Fábio Scatolin, afirmou que os questionamentos do TCE foram sanados, e que a conclusão do edital dependia apenas de “definições relacionadas a questões macroeconômicas”, como os marcos do aporte de recursos públicos. Ele chegou a confirmar à comissão que a licitação seria lançada até o fim do 2° semestre de 2015, o que não aconteceu.
Capacidade
O prefeito Gustavo Fruet (PDT) tem mantido publicamente a posição de que, mesmo com a crise econômica, a cidade deve insistir na construção de um modal de alta capacidade. “A prefeitura precisa nos dar uma resposta sobre que atitude irá tomar com relação ao edital do metrô. Se ele será lançado ou não. E se não for, qual será o projeto de mobilidade que irá substituí-lo”, diz Kuzma.
“Acreditávamos que o edital seria relançado em dezembro e infelizmente não foi. Infelizmente, porque o metrô, na atual situação, seria importante devido aos impasses da tarifa do ônibus – já que com um novo projeto de mobilidade em execução, a discussão com as empresas de ônibus poderia ser diferente. E também em função da crise econômica, já que um investimento de mais de R$ 5 bilhões geraria oportunidades de negócios e a criação de empregos diretos e indiretos”, avalia o vereador. Scatolin também garantiu, em agosto, a liberação dos recursos federais para a obra. Mas admitiu que faltava definir quem assumiria a correção inflacionária sobre o valor da obra, já que será executada em parceria público-privada (PPP).
No dia 26 do mesmo mês, o secretário estadual de Planejamento, Silvio Barrros, confirmou o aporte financeiro do governo do Estado. Entretanto, a data de liberação do recurso estadual só poderia ser definida “a partir da realização da nova licitação” por parte da prefeitura.
25/01/2016 – Portal Bem Paraná


Estado não garante retomada do VLT

O Governo de Mato Grosso apresentou à imprensa nesta terça-feira os resultados do primeiro estudo da realizado pela auditoria independente KPMG nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O relatório mostra que a obra deve custar R$ 532 milhões a menos que o valor exigido pelo consórcio construtor para finalizar o modal.
O estudo confirma o que a Controladoria Geral do Estado (CGE) havia apontado no Relatório 19/2015, gestores da obra foram coniventes com os atrasos e devem responder na Justiça. A primeira parte do relatório foi peticionado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) na Justiça Federal e passa a fazer parte da ação proposta pelo Estado, em conjunto com os Ministério Público Federal e Estadual.
A auditoria independente foi autorizada pelo Judiciário em agosto de 2015 e visa apresentar respostas para que o governo possa dar continuidade à obra. Conforme o primeiro relatório da auditoria independente, o Estado teve culpa em 68% dos motivos que levaram ao atraso da obra, já o consórcio construtor teve 32% de culpa pelo atraso.
A questão já havia sido levantada na auditoria feita pela CGE que encontrou indícios de que ex-gestores do Estado tinham conivência com os atrasos. Por conta das irregularidades encontradas na auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado, o governador Pedro Taques decidiu encaminhar o relatório produzido pela CGE para o Ministério Público do Estado (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Contas, Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Assembleia Legislativa, Caixa Econômica Federal e Ministério da Fazenda.
De acordo com o estudo parcial da KPMG, a conclusão do VLT deve custar mais R$ 602 milhões aos cofres públicos. O valor é muito abaixo do R$ 1,135 bilhão requisitado pelo Consórcio VLT Cuiabá no ano passado à Secretaria de Cidades, que elevaria o custo total final da obra para R$ 2,2 bilhões.
Isso significa dizer que, se o Governo do Estado tivesse dado a ordem de serviço para continuidade das obras no início de 2015, teria perdido R$ 532 milhões. Entre os valores cobrados pelo consórcio construtor, R$ 423 milhões são referentes ao reajuste e reequilíbrio financeiro e R$ 446 milhões de saldo (corrigido pelo Índice Nacional de Custo da Construção – INCC).
O Governo de Mato Grosso já pagou R$ 1,066 bilhão para a execução dessa obra, de um total de R$ 1,477 bilhão licitado pela extinta Secopa. No entanto, o estudo da KPMG aponta que o valor do reajuste e reequilíbrio financeiro é de R$ 176 milhões e o saldo é de R$ 426 milhões, já com a devida correção.
Ainda segundo o estudo, o consórcio pedia outros R$ 265 milhões como custos adicionais, já que pelo cronograma apresentado pelo consórcio, a obra terminaria em 2018. No entanto, o estudo da KPMG considerou como não procedente o pleito do consórcio.
De posse dos dados, já protocolados na Justiça, o procurador-geral Patryck Ayala afirma que a obra só será retomada após o Estado ter em mãos todos os projetos. “Essa primeira parte da auditoria independente mostra aquilo que já havíamos afirmado na Justiça, não é possível retomar a obra sem que haja os projetos e as desapropriações necessárias”, comentou.
Outro ponto que chama atenção, segundo Patryck, é o fato do consórcio construtor não ter respondido ou respondido de forma insuficientes mais 35% dos questionamentos da gerenciadora. “Continuamos sem ter um status seguro para a retomada da obra. Grande parte do que havíamos dito foi confirmado efetivamente por essa auditoria”, concluiu.

27/01/2016 – Cenário MT

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Metrô de Salvador será o terceiro maior sistema metroviário do país em 2017.

Roberta Marchesi, superintendente da ANPTrilhos

Metrô de Salvador, na Bahia, será o terceiro maior sistema metroviário do país em 2017. As obras do metrô na cidade estão em ritmo acelerado, a Linha 1 já foi concluida e a Linha 2 deve ficar pronta no ano que vem. A superintendente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, Roberta Marchesi, participou do Revista Brasil desta segunda-feira (25), e disse que o governo da Bahia está investindo no sistema sobre trilhos como estruturador da mobilidade na cidade.
Segundo a superintendente, a capital baiana tinha um projeto de metrô que ficou 15 anos paralisados, mas em menos de oito meses o governo conseguiu colocar em funcionamento a Linha 1 com 12 quilômetros. Roberta Marchesi acrescenta ainda que o grupo que venceu a concessão está investindo e com as obras avançadas da Linha 2, chegando a 29 quilômetros, no segundo semestre do ano que vem, a extensão deve totalizar 41 quilômetros. Com isso, o metrô baiano só perderá em extensão para os metrôs de São Paulo e Rio de Janeiro.
“Hoje, a Linha 1 do Metrô de Salvador está com 13 estações e movimenta em torno de 60 mil passageiros por dia. Com a Conclusão da Linha 2, a expectativa é que esse número de passageiros passe a 500 mil por dia, porque essa linha será bem mais extensa, pega uma região maior e agora a tendência é que o número de passageiros passe a crescer, mesmo agora com a Linha 1”, avalia.

Uma das estações da Linha 2 vai estar junto ao Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães e será a primeira linha de metrô do Brasil em conexão direta com o aeroporto. Segundo Roberta Marchesi, atualmente em conexão com o aeroporto, existe apenas o sistema de trem urbano de Porto Alegre e o sistema VLT que deve ser implementado no Rio de Janeiro no Santos Dumont.

Idéia Equivocada

As primeiras etapas da implantação da rede de metrô no Rio obedeceram a uma lógica dentro das necessidades do sistema de transporte público: desenhar as linhas (1 e 2) de modo a atender, o melhor possível, à dinâmica da cidade. No caso do subterrâneo carioca, mais no aspecto do mercado de trabalho (trilhos ao longo dos trechos de maior concentração de postos de trabalho no Centro, por exemplo) do que, digamos, em relação a demandas na área de lazer. Faz sentido.
As duas linhas, agora com traçados consolidados, atendem relativamente bem os usuários, no que diz respeito aos trajetos — ainda que seja importante considerar o alcance desse modal a áreas como a rodoviária, a Praça Quinze e o entorno do corredor histórico-cultural no caminho da Praça da Cruz Vermelha. Ficou para o futuro, paciência.
O planejamento degringolou, no entanto, na hora de levar o metrô até a Barra da Tijuca. Em lugar de implantar um sistema de linhas que se complementam, o poder público optou por uma continuação do traçado da linha 1 a partir de Ipanema — uma espécie de puxadinho. Um equívoco que, até onde a vista alcança, aumentará a pressão da demanda de passageiros, que hoje já se percebe no trecho que vai da Rua Uruguai (Tijuca), a ponta da Zona Norte, até a Praça General Osório, seu extremo na Zona Sul. Jogo jogado, no entanto: as obras já estão encaminhadas com esse perfil.
O fato consumado, no entanto, não se aplica a outro modal que, em implantação, mudará radicalmente a oferta de transporte (ainda que em menor escala) no Centro da cidade — o Veículo Leve sobre Trilhos. Obra-chave do projeto de revitalização da área do Porto e adjacências, o VLT terá uma função definida, específica, nesse programa de redesenho das funções de uma área da cidade que caminhava para a decadência, embora dotada de toda uma infraestrutura financiada pelo contribuinte. A revitalização do Porto mudará o futuro da região.
Em razão do esperado sucesso do VLT, surgiu na prefeitura a ideia de estender seus trilhos do Centro em direção à Zona Sul. É uma proposta descabida, pela natureza desse tipo de transporte, para trajetos relativamente curtos e sem dimensão para demandas de massa. E há, ainda, a questão da ocupação dos espaços nas ruas.
Melhorar e ampliar as opções de deslocamento entre diferentes áreas da cidade são objetivo nobre — mas algo a ser buscado dentro de uma racionalização que se imponha a planos mirabolantes e inadequados.
O transporte de passageiros em larga escala deve ser equacionado com os modais apropriados (ônibus, metrô, ferrovia, barcas). O Rio dispõe de uma estrutura que contempla as necessidades. A questão não é criar opções equivocadas; trata-se, na verdade, de fazer funcionar, de forma o mais eficaz possível, e, se for o caso, ampliar alternativas que já existem. É preciso combater o deslumbramento e pensar estratégias que realmente contribuam para melhorar a cidade.

25/01/2016 – O Globo