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terça-feira, 23 de julho de 2019

Metrô do Rio superfaturado e inacabado



 02/07/2019
person O Dia
A força-tarefa da Lava Jato no Rio prendeu, ontem, o procurador Renan Saad, por suspeita de receber R$ 1,265 milhão em propina da Odebrecht, para mudar o traçado da Linha 4 do metrô. A obra, com denúncia de desvio de recursos e paralisada há quatro anos, tira o sono dos moradores da Gávea e frequentadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ). Eles temem que o terreno do canteiro de obras desabe e abale as estruturas dos prédios do entorno.
O procurador do Estado é acusado de emitir pareceres para justificar as mudanças de traçado no projeto original da obra, aumentando abusivamente seu valor inicial. Em 1998, o projeto foi orçado em R$ 880 milhões, mas a expansão acabou inaugurada ao custo de R$ 9,6 bilhões.
A licitação de 1998 da Linha 4 previa traçado por Botafogo, Humaitá e Gávea, até São Conrado e Barra. Hoje, o trajeto sai de Ipanema, passando por Leblon e São Conrado até a Barra. Procurado pelo DIA, o advogado de Saad, Paulo Ribeiro, não retornou.
Imbróglio das obras
As obras da estação da Gávea começaram em 2013 e deveriam ter sido entregues, junto com as demais estações da Linha 4, em 2016. No entanto, o imbróglio está longe do fim. Segundo o subsecretário de Logística da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), José Eduardo Castello Branco, o governo estadual precisa de R$ 900 milhões para a conclusão do trecho da Gávea. Desse total, R$ 300 milhões iriam assegurar a estabilidade das escavações e das fundações, a conclusão da chamada 'obra bruta'.
Durante audiência pública realizada, semana passada, pela Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio, o subsecretário informou que o governador Wilson Witzel vai solicitar ao governo federal uma parceria para o término da obra. Ele alegou que o estado não possui orçamento suficiente e que empréstimos desse tipo não estão permitidos pelo Regime de Recuperação Fiscal.A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) fez um alerta sobre um possível desabamento nas obras da estação. Após a paralisação, foi necessário inundar o terreno para que a estrutura não cedesse. Engenheiros da universidade afirmam que há grande risco de desabamento, uma vez que a estrutura instalada é provisória.
O vice-reitor de Desenvolvimento da PUC, Sérgio Bruni, afirmou que a instituição está disposta a fazer o estudo de forma gratuita. Em um grupo do Whatsapp, alunos da universidade compartilham um abaixo-assinado pedindo a retomada da construção.
Para o estudante Gustavo Amaral, 20, a retomada das obras põe fim a possíveis riscos para quem frequenta a região e faria com que os usuários precisassem de menos tempo para chegar à Gávea. As obras da estação foram paralisadas por uma liminar da Justiça, que impede que novos aportes financeiros sejam feitos. A decisão foi baseada em ação do Ministério Público do Rio, que apontou superfaturamento e possíveis desvios financeiros pelas empresas envolvidas. Castello Branco afirma que a Procuradoria-Geral do Estado está analisando as possibilidades jurídicas para reverter a decisão.
O presidente da Associação de Moradores da Gávea, René Hasenclever, sugeriu que a iniciativa privada arque com parte do investimento restante: "Se o estado não tem mais financiamento, temos que chamar as indústrias e o comércio para colocar o dinheiro na mesa", declarou.


Obra na Gávea para evitar possível desastre nas obras da Linha 4 do metrô levaria um ano


  
12/06/2019
person O Globo
As obras necessárias à estação do metrô da Gávea - cuja construção está parada desde 2015, oferecendo riscos estruturais a prédios próximos - vão levar, no mínimo, um ano. A informação consta de documento que a Riotrilhos entregou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). A intervenção no canteiro, que foi inundado por 36 milhões de litros de água há um ano e quatro meses para estabilizar a estrutura, é obrigatória. O estado terá de fazer os ajustes por conta do perigo para o entorno.
A Riotrilhos alerta que o canteiro terá que ser totalmente esvaziado, gradativamente, numa operação cuidadosa, e não poderá mais ser alagado. Com base na análise da empresa, o TCE deu, na segunda-feira, prazo de cinco dias para o governador Wilson Witzel e o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, apresentarem um relatório indicando as medidas que vão tomar sobre a estação da Gávea.
Moradores preocupados
Segundo a Riotrilhos, que não estimou os custos, há duas alternativas viáveis. Para seguir com a obra, é preciso terminar as escavações em mais 15 metros de rocha e concretar toda a estação. Se não for dar continuidade, a saída é escorar as estruturas existentes e cobrir de terra o buraco até que, um dia, as obras sejam retomadas.
A previsão é que o serviço será lento. Só para retirar a água do local serão necessários três meses de trabalho. O prazo total das intervenções poderia chegar a dois anos. Os riscos se concentram na chamada alça oeste, onde está a futura estação. Não foram identificados problemas maiores na alça sul, onde as obras pararam quando ainda faltavam escavar 1.256 metros de túneis.
Procurado, Witzel não se manifestou ontem porque ainda vai se reunir com o secretário de Transportes. No início do ano, o governador prometeu, em seu plano de metas, que um grupo de trabalho apresentaria uma solução para a estação Gávea em cem dias. O prazo venceu em 10 de abril.
Em meio à indefinição, a situação preocupa moradores e a PUC. A universidade fez estudos por conta própria atestando os perigos da paralisação da obra. Professores da instituição estão à disposição para ajudar o poder público e vão participar de uma audiência pública na Alerj, no próximo dia 26, convocada pelo deputado Carlo Caiado (DEM). Ele pretende propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre governo e judiciário para a retomada da construção.
- Segundo nosso estudo, há presença de água alcalina que pode corroer a estrutura - explicou Sergio Bruni, vice-reitor da PUC. - Por ora, não há preocupação com danos aos nossos prédios, mas, se essa situação continuar por mais oito, nove anos, poderemos ter problemas graves.
A Associação de Moradores da Gávea diz ter sido informada de que a obra não será retomada em menos de dez anos porque haveria falhas técnicas no projeto da Linha 4.


segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Metrô da Gávea: MPRJ diz que estado não pode usar empréstimos em obra



Estruturas de concreto tapam os acessos ao buraco em que era construída a estação do metrô da Gávea - Agência O Globo
Estação começou a ser inundada, para evitar danos a estruturas vizinhas
POR O GLOBO
16/01/2018 4:30 / atualizado 16/01/2018 7:21
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RIO - O impasse que ronda a estação Gávea da Linha 4 do metrô — que, sem recursos para ser concluída, foi inundada para evitar deslocamentos do solo, como revelou O GLOBO nest segunda-feira — está longe de acabar. O Ministério Público estadual considera que uma eventual tentativa de engenharia financeira por parte do estado, como remanejar saldos de outros empréstimos para obter os R$ 700 milhões necessários para a conclusão do projeto, seria uma manobra ilegal.

No entendimento de promotores, uma realocação de verbas não seria possível porque estados e municípios precisam de autorização legislativa prévia para contrair dívidas relativas a investimento em infraestrutura. Além do projeto em si, deputados e vereadores devem analisar as condições para o pagamento da dívida, os prazos e a taxa de juros estipuladas nos contratos, por exemplo. Essa era a alternativa que vinha sendo estudada pelo secretário de Transportes, Rodrigo Vieira, pois o repasse de quase R$ 1 bilhão do BNDES que tinha sido aprovado para a obra precisaria ser submetido ao crivo da União, que beneficiou o estado com um plano de recuperação fiscal. Procurado ontem, ele não quis comentar a posição do Ministério Público.

AÇÃO POR INDENIZAÇÃO
A 4ª Promotoria de Justiça do Ministério Público apresentou, em junho de 2017, uma ação civil na qual pede que o estado seja ressarcido em R$ 3,2 bilhões por somas que teriam sido repassadas a empreiteiras que trabalhavam na Linha 4 de forma irregular. O sobrepreço teria sido constatado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que analisou o histórico de pagamentos feitos nos últimos anos.

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Nesta segunda, O GLOBO mostrou que, diante da paralisação da da obra, o governo estadual decidiu desligar as bombas de sucção que mantinham seco o buraco em que era construída a estação do metrô da Gávea. A medida foi tomada porque os trabalhos no local foram interrompidos há quase três anos e meio. Especialistas estavam preocupados com a pressão exercida por um lençol freático, que poderia provocar danos a prédios vizinhos, como o da Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Com as bombas desligadas, a água do lençol freático começou a inundar o buraco, reduzindo a pressão em terrenos do entorno. A decisão do govenro do estado seguiu uma recomendações de um laudo técnico contratado pela concessionária Rio Barra, responsável pela construção da Linha 4.

O custo para manter o canteiro de obras da Gávea parado virou uma caixa-preta. Antes do desligamento das bombas, a empreiteira teve que fazer um reforço estrutural nas escavações, para que elas suportem cinco anos de inatividade. Se as obras não forem retomadas nesse prazo, o buraco será esvaziado, e engenheiros farão uma nova vistorias em suas estruturas.

ADUELAS AO SOL E À CHUVA
Em um terreno da Avenida Francisco Bicalho, na Leopoldina, estão expostas ao sol e às chuvas cerca de 3 mil aduelas — anéis feitos em concreto — que deveriam ser utilizadas na construção da estação do metrô. O estado não divulgou o custo nem o estado de manutenção das peças. Também não há informações sobre os gastos com o chamado tatuzão, gigasntesca máquina escavadora que que permanece estacionada sob a Rua Igarapava, no Leblon. O equipamento ainda precisa ser usado para perfurar 1.200 metros de rocha. Se isso não for feito, a Gávea não poderá ser interligada às cinco estações já em operação na Linha 4, entre Ipanema e o Jardim Oceânico, na Barra.

De acordo com o Ministério Público, os custos de manutenção dos canteiros de obras parados são alvos de uma outra investigação. Em março do ano passado, O GLOBO estimou que os prejuízos já chegavam a mais de R$ 34 milhões ao mês. O consórcio e estado discutem quem deve pagar essa conta.

Na semana passada, Rodrigo Vieira disse que o estado entende que parte da despesa é de responsabilidade da concessionária Rio Barra. Ele, no entanto, não divulgou estimativas do custo. A Rio Barra também foi procurada, na última sexta-feira, mas preferiu não se manifestar.

A estação da Gávea foi projetada para ser a mais profunda do metrô do Rio, ficando a 55 metros da superfície. A estimativa era de que 19 mil passageiros circulariam pelo local. Lançado em 2010 pelo então governador Sérgio Cabral, o projeto previa que todas as estações da Linha 4 ficariam prontas antes da Olimpíada de 2016. Em 2013, diante o cronograma apertado, o secretário de Transportes da época, Júlio Lopes, admitiu que não haveria tempo hábil para cumprir a meta. Na ocasião, ele chegou a ser desmentido pelo estado.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Fraudes no metrô do Rio custaram R$ 3 bilhões aos cofres estaduais


03/05/2017 - Isto é

Irregularidades cometidas no contrato da obra da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, custaram mais de R$ 3,17 bilhões aos cofres públicos, de acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

O MP tenta reaver os prejuízos ao erário por meio de uma ação de improbidade administrativa contra 30 réus, entre eles o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, os ex-secretários de Transporte Julio Lopes, Carlos Osório e Luiz Carlos Velloso, além de servidores públicos e empreiteiras.

De acordo com a autora da ação, a promotora Liana Barros Cardozo, o aporte do governo estadual na obra, que custou cerca de R$ 10 bilhões, aumentou em 675% o valor do contrato original. Segundo ela, esse é um valor sem precedentes em termos de superfaturamento de obras públicas no país.

“O contrato original previa a participação do estado em patamar de 43%, depois das alterações contratuais a participação no âmbito total da obra chegou a 89%”, comparou a promotora. “Esse aporte de recursos gerou enorme aumento de endividamento para o estado, que hoje vive uma situação de colapso.”

Além das alterações ao contrato feitas de forma ilegal, pelo menos 14 situações de superfaturamento e sobrepreço foram identificadas na investigação. Por essas irregularidades, oito fiscais dos contratos tornaram-se réus na ação.

O MP pede ainda a indisponibilidade de bens dos acusados para o ressarcimento dos cofres públicos, bem como a condenação dos réus ao pagamento de danos morais coletivos causados aos cidadãos fluminenses e ao ente público estatal, no valor mínimo de R$ 30 milhões.

A ação foi distribuída para a 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital.

Defesa

Sérgio Cabral está preso desde novembro do ano passado no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. O ex-governador foi acusado pela força-tarefa da Operação Lava Jato de liderar uma quadrilha que cobrava propina de construtoras para favorecê-las em licitações de obras no estado do Rio de Janeiro. Em abril deste ano, ao apresentar denúncia sobre o desvio de R$ 16 milhões do setor de saúde, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) afirmaram que o esquema de corrupção supostamente liderado por Cabral se alastrou por todas as pastas do governo estadual.

O ex-secretário Luiz Carlos Velloso foi preso na Operação Tolypeutes, em 14 de março, pela Polícia Federal. Ele é acusado de participar de grupo criminoso responsável por cobrar propina e lavar dinheiro em obras que incluem a Linha 4 do Metrô do Rio.

A defesa de Velloso não foi encontrada até o fechamento desta reportagem. O advogado de Sérgio Cabral, Luciano Saldanha, informou que a defesa do ex-governador tem se manifestado somente em juízo. A assessoria do ex-secretário Julio Lopes disse desconhecer a existência de processo e negou qualquer responsabilidade ou ingerência do atual deputado federal na definição de custos, preços e pagamentos das obras da Linha 4.

O deputado estadual Carlos Osório, também ex-secretário estadual de Transportes, informou que apresentará recurso ao Ministério Público solicitando a exclusão de seu nome no processo da Linha 4. “Os fatos investigados ocorreram antes da minha gestão à frente da Secretaria de Estado de Transportes, no período de janeiro de 2015 a fevereiro de 2016”, argumentou.

O contrato de concessão da Linha 4 do Metrô do Rio foi firmado em dezembro de 1998 pelo então governador Marcello Alencar com a Concessionária Rio Barra. Em 2010, na administração de Sérgio Cabral, o contrato foi restabelecido, sob o argumento da urgência na implementação da linha para atender à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos Rio 2016. Uma série de alterações contratuais foram feitas onerando as obras do metrô.

Também são citados na ação do MPRJ o consórcio que fez as obras, liderado pela Odebrecht, bem como membros da administração da estatal RioTrilhos e da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp). A assessoria da Odebrecht informou que não foi intimada da ação e que se manifestará oportunamente em juízo. A empresa informou ainda que “assinou um acordo de leniência com as autoridades brasileiras e vem cooperando para o avanço das investigações”.

Até o fechamento da matéria, as assessorias da Agetransp e da RioTrilhos não haviam se pronunciado sobre a ação.

Pezão

A Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais, por delegação do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, deu início a procedimento para investigar a participação do governador Luiz Fernando Pezão, que tem foro especial por prerrogativa de função.

O órgão solicitou auxílio ao Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção, responsável pela conclusão das investigações. A assessoria de Pezão informou que não comentará o fato.

Também está em curso no MPRJ inquérito civil sobre as obras da Estação Gávea, prevista para estar concluída em janeiro de 2018.



quinta-feira, 6 de abril de 2017

Linha 4 do metrô pode ir para Jacarepaguá em vez do Recreio


29/03/2017 - O Globo

Em vez de avançar para o Recreio, a expansão da Linha 4 do metrô pode tomar o rumo de Jacarepaguá. Ou seja, do Jardim Oceânico seguiria pela Avenida das Américas até o Terminal Alvorada, na Barra, pegando a Avenida Ayrton Senna. A informação é do subsecretário de Projetos Estratégicos do município, André Marques. Segundo ele, o traçado vai depender de estudos de demanda e da estimativa de quanto poderia ser arrecadado com a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs).

 ESTAÇÃO GÁVEA ESTÁ PARADA

O governo do estado e a prefeitura querem viabilizar o projeto de prolongamento da Linha 4 sem custos para o setor público, por meio de Cepacs. A operação prevê a criação de um fundo com recursos da venda desses certificados, que dariam direito de construção na Ayrton Senna e na Américas, acima do gabarito. Mas a proposta tem opositores. Luiz Afonso Senna, professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, não vê sentido na implantação de metrô onde há BRT, que tem a mesma função:

— Falta é planejamento de transporte. Mais importante seria concluir a Estação Gávea.

Secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira afirma que são situações diferentes e, no caso da Gávea, é preciso resolver pendências com o Tribunal de Contas do Estado. Em novembro, o órgão reprovou as contas da Linha 4, com base numa auditoria de seu corpo técnico. Segundo Marques, não há estudos sobre o uso de Cepacs para concluir as obras na Gávea.


quarta-feira, 29 de março de 2017

Apesar da crise, governo do estado planeja expansão do metrô até o Recreio


28/03/2017 - O Globo

Mesmo com um déficit bilionário, o governo do estado planeja tirar da gaveta um projeto antigo: o da expansão do metrô até o Recreio. Seriam 24 estações num trecho de aproximadamente 20 quilômetros sob a Avenida das Américas. O governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Marcelo Crivella discutem buscar ainda este ano no mercado imobiliário os recursos necessários para a obra, como adiantou, nesta segunda-feira, o Blog do Moreno, do GLOBO. A operação que está sendo elaborada prevê a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), que permitirão a construção de prédios no entorno das avenidas das Américas e Ayrton Senna com gabarito acima do previsto em lei, além do acréscimo de pavimento em edifícios existentes. O aumento em discussão é de até um andar e meio.

O dinheiro arrecadado iria para um fundo destinado à expansão. A nova linha seguiria sob a Avenida das Américas, e as escavações, afirma o governador, seriam feitas com o tatuzão, hoje parado à espera da retomada as obras da Estação Gávea que não foi concluída por falta de recursos. Estado e município já formaram um grupo de trabalho para executar o projeto.

— A obra será pelo canteiro central, com pouca desapropriação — diz Pezão, explicando que a operação dos Cepacs neste caso seria semelhante à do Porto Maravilha, cujo dinheiro arrecadado foi investido em obras de infraestrutura na região.


terça-feira, 28 de março de 2017

Linha 4 do Rio inaugura ligação direta entre as Zonas Norte e Oeste


22/03/2017Notícias do Setor       
MetroRio-Linha4-Credito DivulgacaoMetroRio-CAM28328-500pxNova etapa põe fim à transferência em Ipanema e reduz o tempo de viagem dos usuários em nove minutos

A partir deste sábado (25/3), a Linha 4 do metrô passa a operar em ligação direta com a linha 1, acabando com a necessidade de transferência na estação General Osório, em Ipanema. Com isso, o tempo de viagem será encurtado e o passageiro que embarcar na estação Jardim Oceânico, na Barra, chegará em 30 minutos no Centro do Rio.

Com a interligação concluída, os intervalos serão reduzidos para 4 minutos e 30 segundos nos horários de maior movimento de passageiros.

– Simultaneamente à integração das linhas e ao fim do transbordo, o intervalo entre os trens será reduzido em dois minutos, o que significa menor tempo de espera nas plataformas, acelerando os embarques e o tempo de viagem na linha 4 – afirma o secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira.

Apontada como a oitava cidade mais congestionada do mundo, o Rio de Janeiro se prepara para ter, pela primeira vez, um sistema metroviário que liga a capital de ponta a ponta. Se antes o morador da Zona Oeste demorava cerca de 120 minutos para chegar ao Centro utilizando ônibus, com o fim da transferência, o tempo do trajeto foi reduzido em 75%.

– A integração da operação da Linha 1 com a Linha 4, com o fim do transbordo em General Osório, facilitará a vida dos nossos passageiros, com impacto positivo em qualidade de vida, produtividade no trabalho e no tempo livre no fim do dia. Agora será possível ir da Barra ao Centro em 30 minutos, com comodidade, segurança e previsibilidade -, destaca Guilherme Ramalho, presidente do MetrôRio.

Aberta para a população em 19 de setembro, dia seguinte ao encerramento dos Jogos Paralímpicos, a Linha 4 do metrô iniciou sua operação com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 6h às 21h. A segunda etapa do planejamento foi iniciada em 5 de novembro, com a abertura do sistema aos sábados, nos mesmo horários. Desde 17 de dezembro 2016, o novo trecho passou a operar nos mesmos dias e horários das Linhas 1 e 2: segunda-feira a sábado, das 5h à meia-noite, e domingos e feriados, das 7h às 23h, tendo na estação General Osório o ponto de transferência. A Linha 4 transporta, em média, 110 mil passageiros por dia e possui integração com o BRT na Estação Jardim Oceânico, a mais movimentada do novo trecho.


22/03/2017 – Secretaria Estadual de Transportes do Rio de Janeiro

quarta-feira, 15 de março de 2017

Juiz cita reajuste de 1100% na Linha 4 do RJ: 'Enorme volume de dinheiro público que, em tese, teria sido desviado'

Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, decretou prisão de Heitor Lopes Junior e Luiz Carlos Velloso. Organização era liderada por Cabral, diz magistrado.


Por Gabriel Barreira, G1 Rio
14/03/2017 15h29  Atualizado há 1 hora
Suspeitos de participar de esquema de propina nas obras do metrô do RJ são presos

As obras da Linha 4 do Metrô do Rio custaram cerca de 1.100% a mais do que o previsto em 1998, quando foi orçada pela primeira vez. A disparidade entre os números causou espanto no juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, autor da decretação da prisão de Heitor Lopes de Sousa Junior, e o atual subsecretário de Turismo do estado e ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso.

A dupla foi presa nesta terça-feira (14). Os dois são acusados de lavagem de dinheiro e corrupção nas obras de expansão do Metrô de Ipanema até a Barra. Na decisão judicial, em que volta a apontar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral na liderança da organização criminosa, Bretas afirma que a diferença entre o valor orçado e o valor pago quase 10 anos depois pode dar conta dos recursos desviados.

"Chama a atenção o fato de o custo da construção do Metrô ter sido originalmente orçado em R$ 880.079.295,18 em 1998 e ter sido reajustado para R$ 9.643.697.011,65, o que por si só dá conta do enorme volume de dinheiro público que, em tese, teria sido desviado pelos agentes públicos investigados a partir da referida obra", escreve o magistrado.

O valor original, reajustado pelo IPCA, seria de R$ 2.876.584.148. Ou seja, quase R$ 7 bilhões abaixo do valor pago pelo poder público.

Bretas cita ainda a relação entre empreiteiras e o poder público que, de acordo com denúncia apresentada pelo MPF, teria evidenciado "a existência de esquema de cartelização de empreiteiras com relação a importantes obras executadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro".

Desdobramento da Lava Jato no Rio, a ação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) investiga corrupção e pagamento de propina em contratos da Linha 4 do metrô. Lopes e Velloso vão responder por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo o acordo de leniência de executivos da Carioca Engenharia, o esquema de corrupção que existia na Secretaria de Estado de Obras do RJ, com a cobrança de propina das empreiteiras envolvidas em contratos bilionários de obras civis – revelado em operações anteriores da Lava Jato –, também se repetia na Secretaria de Estado de Transporte.

As obras da Linha 4 custaram cerca de R$ 10 bilhões e a inauguração foi pouco antes da Olimpíada do Rio. O trajeto liga Ipanema, na Zona Sul, à Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Além da Carioca Engenharia, outras duas grandes contrutoras formavam o Consórcio Rio Barra, responsável por parte da obra: a Odebrecht e a Queiroz Galvão.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Legado olímpico tem mobilidade com obras atrasadas e instalações fechadas

Obra do BRT Transbrasil está parada há 7 meses e prefeitura diz rever contratos. Metrô na Gávea tem 42% de andamento e estado em crise busca recursos para conclusão.
 Estacioamento da PUC-RJ virou canteiro de obras da estação Gávea

Por Káthia Mello, G1 Rio
07/02/2017 05h00  Atualizado há 1 hora
Estacionamento da PUC virou canteiro de obras (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Passados cerca de cinco meses dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, instalações da Rio 2016 mostram sinais de abandono e obras de mobilidade caminham a passos lentos. O G1 faz um balanço nesta terça-feira (7) do legado para a cidade e sua população.

Linha 4
A Linha 4, ligação de Ipanema, na Zona Sul, até a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, foi considerada o maior legado de mobilidade da cidade. Depois de quase 30 anos de espera, o carioca viu sair do papel a ligação, às vésperas dos Jogos. A inauguração foi com atendimento exclusivo ao público olímpico, com entrega à população em setembro, um mês depois.

O projeto tinha seis estações exclusivas. No entanto, apenas cinco delas foram concluídas: Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz.

A estação na Gávea – uma espécie de apêndice no percurso – já era prevista para depois, para o primeiro semestre de 2017. Mas a estação está com 42% dos serviços de escavação concluídos e a previsão é que seja inaugurada no final de 2018. A crise do estado ainda pode causar novos atrasos.

Para terminar a obra, serão necessários cerca de R$ 500 milhões e o governo busca fontes de recursos. Procurado pelo G1, o governo informou que o detalhamento do projeto está em elaboração.
Na tarde desta segunda-feira (6), a equipe de reportagem esteve no canteiro de obras, que ocupa parte do estacionameto da Pontifícia Universidade Católica (PUC). O local está cercado por tapumes e poucos funcionários circulavam pelo canteiro. Havia carros parados no espaço e material da obra, mas nenhum sinal de execução.

A estação Gávea foi a última das estações da Linha 4 a começar a ser construída. A instalação do canteiro de obras começou em julho de 2013.

No total, o investimento na Linha 4 é de R$ 9,7 bilhões, em recursos público e privado. O modal tem transportado, em média, 110 mil passageiros por dia.

BRTs

Transbrasil
A construção do último corredor do projeto do BRT, a Transbrasil, está parado desde agosto do ano passado, quando foi interrompida para a Olimpíada. A Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação informou que está traçando um plano de ação de retomada das obras. De acordo com a prefeitura, foram encontrados problemas nos contratos assinados pela gestão do ex-prefeito Eduardo Paes.

Segundo a secretaria, o contrato assinado pela prefeitura era referente ao trecho que liga o bairro de Deodoro à Passarela 2 da Avenida Brasil, no Caju. Ainda de acordo com a secretaria, em setembro de 2016 a antiga gestão da prefeitura autorizou a retomada das obras, mas o Consórcio não cumpriu a determinação de reiniciar. As empresas formadoras deste consórcio cobram valores que não estavam previstos no contrato, que está sendo revisto.

De acordo com o site do Tribunal de Contas do Município (TCM), o contrato firmado com o Consórcio Transbrasil (formado pelas construtoras Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão) informa que o prazo original para a entrega do corredor é 12 de maio de 2017, com custo estimado em quase R$ 1,5 bilhão. Até agora só foram construídos 47% da obra, segundo a prefeitura. O valor total a empenhar é de R$ 630 milhões.

Enquanto a obra não é retomada, os canteiros estão abandonados com lixo e água da chuva acumulada, como mostrou reportagem do RJTV. Moradores de rua também foram flagrados em barracos em cima do viaduto que já está pronto e foi planejado para ligar o corredor expresso da Avenida Brasil. Pelo projeto original, o corredor Transbrasil tem 32 km de vias expressas que poderão reduzir em 40% o tempo de viagem no trajeto.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha após os Jogos 2016, revelou que 89% dos passageiros apontaram a economia de tempo como a principal vantagem de usar o sistema integrado. O levantamento mostrou que 76% usa os corredores para ir ou voltar do trabalho.

Atualmente, o Rio tem três corredores exclusivos: Transoeste, o primeiro a ser implantado, Transcarioca, obra de modalidade para a Copa 2014 e por último a Transolímpica, inaugurado em julho de 2016, com 26 km de extensão e cruzando 11 bairros da Zona Oeste do Rio, ligando o Parque Olímpico, na região da Barra, ao Complexo Esportivo de Deodoro. Durante a Olimpíada ( entre 5 e 18 de agosto), o BRT transportou mais de 9 milhões de passageiros.

Nova linha do VLT começou a circular nesta segunda-feira no Centro do Rio

VLT
Com atraso de cerca de cinco meses, começou a circular a circular nesta segunda-feira (6) a segunda opção de rota do VLT no Centro da cidade: trecho entre Praça XV e Saara. A conclusão dessa etapa, com o VLT chegando da rodoviária Novo Rio passando pela Central do Brasil, só no fim do primeiro semestre. As obras seguem na região. Atualmente, a Light está concluindo trabalhos para que seja feita a energização dos trilhos e a construção da estação, segundo a prefeitura. E só no final de 2017 ficará pronta a etapa da Avenida Marechal Floriano.

No trecho Praça XV e Saara, o VLT vai circular das 8h às 14h até o dia 12 de fevereiro. E como aconteceu no primeiro trecho ( rodoviária e aeroporto), viajar no VLT será gratuito. A partir do dia 13 de fevereiro, das 6h à meia noite, haverá cobrança de tarifa.

O primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi inaugurado dois meses antes do início dos Jogos Olímpicos. O trecho entre a Rodoviária e o Aeroporto Santos Dumont, também marcou a repaginação da nova Avenida Rio Branco e do novo Passeio Público. Em oito meses, são mais de 5,5 milhões de passageiros transportados, com média superior a 30 mil por dia.

Atualmente, o VLT circula diariamente entre 17 paradas, com intervalos de oito a 20 minutos, e 17 trens.

A implantação do sistema do VLT Carioca tem custo de R$ 1,157 bilhão, sendo R$ 532 milhões com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, e R$ 625 milhões viabilizados por meio de uma parceria público-privada (PPP) da Prefeitura do Rio. A previsão é beneficiar 300 mil passageiros por dia com a integração com metrô, trens, barcas, BRT e o teleférico da Providência.

Moradores e turistas reclamam da falta de aproveitamento do Parque Olímpico

Parque Olímpico
Cinco meses depois dos Jogos 2016, a estrutura do Parque Olímpico, coração dos Jogos ainda é pouco usada. Aberto desde janeiro como área de lazer nos finais de semana, o espaço que chegou a receber 100 mil pessoas por dia nos Jogos mostra sinais de abandono.
Piscina no Parque Olimpico da Barra da Tijuca (Foto: Reprodução/TV Globo)
G1 percorreu o espaço do parque no sábado (4) e encontrou caixas de equipamento elétrico – cujos avisos mostram a passagem de uma corrente de 380 volts – protegidas por uma grade metálica que pode ser removida com facilidade. Além disso, tela da artista Adriana Varejão que cobre o Parque Aquático está rasgada, a fiação em alguns pontos está exposta e as calçadas quebradas.

Os espaços que receberam as competições olímpicas e paralímpicas também estão sem uso. As arenas estão sendo cuidadas por uma empresa, contratada pela Prefeitura do Rio em novembro, ainda no governo de Eduardo Paes, para fazer a operação e manutenção. Todas ficam lacradas e só são abertas raramente, quando há eventos esportivos. A Guarda Municipal é responsável por cuidar das áreas comuns.