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segunda-feira, 18 de julho de 2016

CBTU vai construir estação no Centro de Maceió


Projeto vai garantir requalificação em toda a área em torno dos Mercados do Artesanato e da Produção

04/03/2015 14:16A- A+

Nova estação da CBTU será construida ao lado do Mercado do Artesanato
Será assinada na sexta-feira, (6), a ordem de serviço que garante a construção de duas novas estações de trem em Maceió.

A obra pertencente à Companhia Brasileira de Trens Urbanos, (CBTU), será realizada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, (PAC) e está orçada em cerca de R$ 23 milhões, vai contemplar o bairro do Bom Parto e o Parque Rio Branco, ao lado do Mercados do Artesanato.

O projeto, que deve durar cerca 12 meses, pretende atender à modernização do sistema entre a capital e Lourenço de Albuquerque, em Rio Largo e prevê a modernização da via férrea entre as ruas Melo Morais, no Centro, e a travessa General Hermes, no Bom Parto, cuja obra deve durar cerca de 18 meses. O trecho da Via entre a zona rural do município de Rio Largo e a Estação Satuba também será modernizado.


O projeto vai proporcionar a Prefeitura de Maceió uma 'limpeza' das ruas em torno dos Mercados do Artesanato e da Produção. A requalificação do Parque Rio Branco - cuja obra total deve durar mais de um ano - vai relocar todos os ambulantes hoje instalados de forma desorganizada obstruindo a maioria das vias do bairro do Levada.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Novo lote de trens comprados da China chega ao RJ

O terceiro lote de trens chineses adquiridos pelo governo carioca chegou nesse domingo ao Porto do Rio de Janeiro para atender os ramais de trens da SuperVia. São quatro novas composições, com quatro vagões e capacidade para transportar cerca de 1,2 mil passageiros cada uma.

Antes de começar a operar, o novo lote passará pela primeira inspeção no porto e, em seguida, seguirá para Deodoro, onde será submetido a simulações e testes estáticos e dinâmicos. A previsão é que os novos trens comecem a circular na semana que vem. Durante uma semana, eles circularão das 10h às 15h no ramal de Deodoro até que sejam inseridos à grade regular do sistema ferroviário.

Os novos modelos contam com ar-condicionado, sistema automático de detecção de descarrilamento e telas de LCD nos vagões, além de circuitos interno e externo de TV, que permitem ao condutor a visualização das plataformas e o interior dos trens. O sistema de segurança inclui um mecanismo que não permite a abertura das portas durante as viagens.

A Supervia, concessionária que administra o serviço ferroviário, atende a cerca de 640 mil passageiros por dia. De acordo com a secretária estadual de Transportes, Tatiana Carius, a SuperVia vai aumentar significativamente o número de lugares com a aquisição das novas composições. “Os novos trens chineses superaram as nossas expectativas. Com os 70 trens, vamos gerar 840 mil novos lugares por dia na Supervia”, explica. 

A recuperação do sistema ferroviário teve início em 2009 com a aquisição de 30 trens, todos em operação. Até o fim de 2013, mais 70 novas composições foram compradas pelo estado. Segundo o governo do estado, três comboios estão em fase final de testes e, até dezembro, um lote de quatro trens vai desembarcar no Rio a cada mês.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ganho econômico de R$ 36 bilhões a investidor de trem metropolitano

Hoje em Dia - Belo Horizonte/MG - MINAS - 25/05/2014 - 07:25:00
Bruno Moreno - Hoje em Dia

Só 4% das viagens em grandes cidades do país são por ferrovias

A Parceria Público-Privada (PPP) do projeto Trem – Transporte sobre Trilhos Metropolitano, que atenderá a 17 cidades da Grande Belo Horizonte, pode render um ganho econômico de até R$ 36 bilhões para o vencedor da licitação, ao longo dos 30 anos de contrato. Os investimentos para a implantação dos 179,5 quilômetros de trilhos estão estimados em R$ 6 bilhões.
 
A Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, responsável pelo detalhamento, planejamento do processo de licitação e concessão dos trechos, não explicou como foram feitos os cálculos, alegando que os estudos ainda são preliminares. 
 
No site há uma apresentação do projeto, feita em maio, em que consta o valor de R$ 36 bilhões, mas sem definição do que representa exatamente esse ganho econômico: faturamento, lucro líquido, lucro bruto ou outro conceito.
 
Linha A
 
De acordo com a assessoria de imprensa, atualmente a agência aguarda a liberação de recursos junto ao Ministério das Cidades para produzir estudos de viabilidade técnica e de projetos de engenharia da Linha A (Belvedere – Barreiro – Novo Eldorado – Betim), classificada como prioritária por causa da alta demanda de passageiros. Essa linha irá atender às partes oeste e sul da mancha urbana da RMBH.
 
A expectativa da agência é a de que no segundo semestre deste ano os recursos estejam disponíveis para que seja feita a licitação que irá detalhar todo o projeto da Linha A. O orçamento é de R$ 13,5 milhões.
 
O primeiro trecho desse ramal, previsto para ser inaugurado em 2018, seria entre a estação Bernardo Monteiro, no bairro de mesmo nome, em Contagem, e o Barreiro, em Belo Horizonte, em um total de 12,39 quilômetros, por onde estarão distribuídas oito estações.
 
Cálculo
 
No espaço do site da Agência de Desenvolvimento da RMBH em que há informações sobre o Trem, a referência sobre PPP aponta que a modelagem econômico-financeira definirá “as modalidades de serviços a serem ofertadas e seus custos, a partir de parâmetros ligados às exigências de investimento e aos modelos de concessão, exploração e remuneração do sistema”.
 
Mas não há detalhamento do cálculo utilizado, que pode envolver tarifas, subsídios e projeções de crescimento da demanda, dentre outros. Segundo a agência, a contraprestação do governo do Estado, paga ao parceiro privado, deverá ser de R$ 30 milhões por ano.
 
PPP, saída para fazer o transporte deslanchar
 
O projeto Trem – Transporte sobre Trilhos Metropolitano, que envolve 179,5 quilômetros de estradas de ferro na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deverá ser o segundo no Brasil em que a licitação da Parceria Público-Privada (PPP) envolverá a construção da infraestrutura e a operação do sistema. A outra PPP nesses moldes foi feita em São Paulo, na Linha 6 – Laranja, licitada no ano passado.
 
Apesar de ser uma novidade no país, no setor de transporte de passageiros em estradas de ferro, a superintendente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Roberta Marchesi, acredita que as PPPs sejam uma tendência. “É uma solução muito boa para o governo, que é engessado. A iniciativa privada tem mais agilidade. E a demanda por transporte é muito grande”, argumenta. 
 
Segundo Roberta, as taxas de retorno das PPPs, que influenciam diretamente no lucro do parceiro privado, variam de acordo com as características de cada contrato. Entretanto, ela enfatiza que é preciso cativar o investidor. “Tem que ter uma taxa de retorno atrativa, porque, se não tiver, ele coloca o dinheiro em outro lugar”, avalia.
 
Ela diz que, no Brasil, apenas 4% das viagens das pessoas dentro das principais cidades são feitas sobre trilhos. O percentual, porém, poderia chegar a 40% ou 50%, como nas principais capitais da Europa e em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
 
Hoje, os três principais grupos privados que atuam no transporte de passageiros no país são CCR, Odebrecht e Invepar.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Demanda aumenta nos trens de Salvador

04/09/2013 - Correio da Bahia
Respirar é missão árdua. Se mexer é quase impossível.  O contorcionismo é uma habilidade fundamental para os usuários dos trens do Subúrbio. Se mover dentro dos vagões de forma voluntária é quase impossível. Os corpos ficam bem próximos, colados; a música alta (oriunda de celulares) incomoda, gente grita para o maquinista adiantar a viagem, o calor sufoca, mulheres brigam por conta das mãos bobas... Enfim, um inferno sobre trilhos.

Desde que a prefeitura de Salvador passou a gestão dos trens para o governo do estado, há 90 dias, o número de usuários dos trens aumentou em 10 mil por dia, segundo avaliação da Companhia de Transporte de Salvador (CTS), responsável pelo sistema ferroviário. Eram 9,3 mil passageiros diários no sistema que roda de Paripe até a Calçada, e hoje são quase 19 mil. No entanto, nenhum novo trem foi colocado em operação. Resultado: superlotação.

O excesso de passageiros provocou, anteontem, a depredação de um vagão. Ontem, o CORREIO percorreu as dez estações que compõem o sistema e fez a viagem com maior fluxo de passageiros da linha que liga Paripe até a Calçada, às 7h20.

“A via-crúcis começa na estação de Paripe e vai piorando ao longo das nove estações seguintes, onde desce um passageiro e sobem, em média, dez em cada vagão. Isso aqui é um inferno na terra. Muita gente, poucos trens, o intervalo entre um e outro demora 40 minutos. É um inferno”, reclama a estudante Carla Almeida, que mora em Paripe e estuda em Nazaré.

O presidente da CTS, Carlos Martins, afirma que a procura aumentou depois do início das obras de requalificação da Baixa do Fiscal e da abertura da cratera da BR –324, que fez com que o deslocamento de ônibus entre o Subúrbio e a Calçada passasse a demorar duas horas e o trem se tornasse a ser a melhor opção.

 “De trem, além de custar só R$ 0,50, o trajeto é feito em menos de uma hora. Quem vai de ônibus paga R$ 2,80 e passa umas duas horas engarrafado por conta das obras. O problema é que recebemos o sistema sucateado. Os trens têm mais de 40 anos de uso, vivem quebrando”, explica Martins.

O custo mensal do sistema é de R$ 2,5 milhões. “As tarifas pagas pelos usuários correspondem a cerca de 8% desse valor, o que deixa um déficit grande”, completa Martins.

 Segurança
A superlotação é tanta que os vagões circulam de portas abertas.

Mas não há fiscais nem monitores de acessos nas estações. A cada parada, a gritaria fica mais intensa e os vagões mais cheios. Sobram ofensas para a mãe do maquinista.

“Aqui só tem um segurança em cada estação. Os trens ficam tão cheios que as portas vão abertas. Tentamos reclamar, mandar o pessoal entrar e fechar a porta, mas somos ameaçados e temos que deixar seguir viagem mesmo com um monte de gente pendurada na porta correndo o risco de cair e morrer”, relata um segurança que prefere não se identificar.

Ontem, bastaram 80 segundos, para que os três vagões, onde cabem cerca de cem passageiros, fossem lotados na estação de Paripe, às 7h20. O desafio para entrar é árduo. O empurra-empurra é intenso e vale a lei do mais forte. “O povo sai empurrando aqui.

Ninguém consegue passar. Vão te jogando e você vai se amassando para o fundo do vagão”, reclama o eletricista Antonio Santos Costa, que mora em São Tomé de Paripe.

Quem fica na desvantagem são os idosos e gestantes. “Aqui ninguém respeita nada disso. São poucos bancos e o pessoal vem das outras estações já sentado. Chego a esperar até duas horas para conseguir entrar em um trem menos cheio”, conta a dona de casa Eliana Pereira Urbano, que tem uma filha de 3 meses e ontem pegou o trem em Escada para marcar uma consulta médica em Paripe.

“Aqui é uma lata de sardinha. Na guerra da Síria você consegue se mexer mais do que aqui dentro”, brinca o técnico em radiologia Robson dos Santos Santana, morador de Escada, que sempre tenta viajar perto da porta para facilitar a saída. Afinal, não é raro o passageiro não conseguir descer na estação que deseja porque fica espremido no meio das pessoas.

Calor

A temperatura também não ajuda. Só uma das quatro composições possui ar-condicionado. “Mas com tanta gente o ar não suporta. É um calor dos infernos que o povo chega a passar mal. Aqui é o inferno da Primavera de manhã porque vai todo mundo cheiroso, mas, na volta pra casa, o perfume compartilhado é o de suor. Vira o inferno de Verão”, brinca o aposentado Antonio Almeida, morador de São Tomé de Paripe.

A única coisa boa da viagem, por unanimidade entre os passageiros, é a vista para as praias suburbanas. Isso quando dá para ver, já que na maioria das viagens a única visão que se tem é o cangote do passageiro em frente.

Sistema é sucateado e quebras são constantes, reconhece governo
“É um sistema completamente sucateado”. Essa é a avaliação do presidente da Companhia de Transporte de Salvador (CTS), Carlos Martins, sobre o sistema de trens que liga os bairros da Calçada até Paripe. Atualmente, há quatro composições com três vagões cada para operação.

Mas, constantemente, esse número é reduzido. “Os trens são velhos e entram em manutenções periódicas, quebram direto. Temos quatro composições de trens disponíveis. Três ficam operando – umas delas só vai até Platatorma – e outra fica em reserva para emergência. Mas, hoje (ontem), esse de emergência está quebrado”, destacou Martins, acrescentando que o órgão está realizando uma avaliação geral do sistema para propor alternativas.

Em caráter emergencial, ele pretende aumentar o número de trens em circulação. “Temos dois trens parados por falta de peças. Estou tentando junto à companhia de trens de São Paulo pegar essas peças que eles não estão usando mais. Se eles fizerem a doação, teremos mais dois trens disponíveis o que pode reduzir o tempo de espera”, indica Martins.

Os trens circulam a cada 40 minutos entre 6h e 19h30.  Para o futuro, a ideia do governo é substituir os trens por VLT (Veículo Leve sobre Trilho). “É um sistema mais adequado para quando se tem uma população grande no entorno dos trilhos, como no Subúrbio. É um sistema moderno e mais rápido”, explica Martins. Ele diz que ainda estão sendo feitos estudos e, em seguida, será lançado edital de licitação.

Ainda não há prazos, mas o investimento seria na ordem de R$ 1,2 bilhão. O VLT ainda seria estendido para cidades da Região Metropolitana. “A  ideia é chegar em Candeias, Camaçari e Simões Filho”, ressalta. A obra, demoraria pelo menos 18 meses.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um trem chamado Brasil


18/02/2013 - Exame
Em janeiro de 2011, o executivo carioca Carlos José Cunha viveu a situação mais dramática de sua carreira. Em seu primeiro dia de trabalho na presidência da SuperVia, concessionária de trens metropolitanos do Rio de Janeiro, um menino de 10 anos foi atropelado por uma composição da empresa e morreu. O garoto soltava pipa nos trilhos, perto da favela do Jacaré, na zona norte da capital fluminense. Cunha logo perceberia que episódios estressantes — e até trágicos — não eram exatamente exceção no cotidiano da SuperVia. O braço de transportes do conglomerado Odebrecht comprou, em 2010, 60% da concessionária. No início, parecia simples melhorar o serviço dos trens suburbanos do Rio — pior do que estava, afinal, não ficaria. Melhorando o serviço, aumentaria o fluxo de passageiros, as receitas disparariam e por aí em diante. Mas, logo no primeiro dia à frente da concessionária, Cunha foi forçado a concluir: tinha à sua frente um desafio muito maior do que o esperado. "Cheguei achando que seria moleza transformar o serviço. Bastaria começar a investir", afirma Cunha. A história dos últimos dois anos, na verdade, não poderia ser mais complexa.

Problemas de solução difícil, e que não dependem somente da empresa, vêm atrapalhando os planos da concessionária. Alguns deles beiram o surreal, como a existência de um banheiro na Central do Brasil que também serve de ponto de encontros sexuais. Na gestão anterior, a SuperVia repassou a operação dos banheiros da estação a uma empresa que cobra uma tarifa pelo uso dos sanitários. Logo se descobriu que os banheiros estavam sendo usados de forma pouco ortodoxa. Há um ano e meio, a SuperVia tenta romper o contrato para dar acesso gratuito aos passageiros, mas a operadora resiste. O imbróglio foi parar na Justiça.

Absurdos à parte, o fato é que a Odebrecht menosprezou as dificuldades da operação de uma ferrovia que corta áreas pobres e violentas do estado e que foi sucateada por anos de baixo investimento. Uma das principais fontes de dor de cabeça é a falta de isolamento dos 270 quilômetros da via férrea que cortam a capital e outros 11 municípios. Os muros construídos para isolar trechos da ferrovia são repletos de buracos, abertos para a passagem de pedestres e veículos. Esses buracos também servem de refugio a usuários de drogas e vândalos. A invasão dos trilhos por pessoas, carros e animais provoca paralisações, atrasos e o mais grave: acidentes. A segurança de estações próximas a favelas é outro problema grave. Muitas delas eram usadas como ponto de venda para traficantes e cambistas. Ainda hoje, os vigilantes das estações têm de chamar a polícia, o que provoca retaliações. Técnicos da SuperVia já encontraram evidências de sabotagem em locomotivas, além de pedaços de lona em cabos elétricos, o que provoca a paralisação dos trens. Se a parada durar muitos minutos num dia de calor (atualmente, metade dos trens não tem refrigeração), os passageiros abandonam os vagões e, aí, o estrago está feito — quando há pessoas nos trilhos, a linha tem de ser paralisada por questões de segurança. Não é raro que atrasos generalizados se transformem em quebra-quebra.

Privatizada em 1998, a SuperVia foi arrematada por quatro fundos de investimento estrangeiros. Na época, o governo estadual ficou incumbido de comprar novos trens, mas não cumpriu sua parte. Em 2010, quando a Odebrecht Transport assumiu a operação (num contrato que vai até 2048), o governo se comprometeu a investir 1,2 bilhão de reais para renovar a frota.
Dessa vez, os investimentos começaram a se materializar. Dos 110 trens encomendados pelo governo, 30 chegaram no ano passado e os demais, já encomendados, entrarão em operação até 2014. A SuperVia, de seu lado, investirá outro 1,2 bilhão de reais — até agora, foram 400 milhões na reforma de 73 trens e de parte das estações. Também inaugurou um centro de operações e trocou 180 quilômetros de trilhos e dormentes, além de 200 quilômetros de cabos da rede elétrica.

Falta muito

Nada disso, no entanto, foi suficiente para mudar a imagem dos trens do Rio, que continua péssima. Hoje, a maior parte dos 190 trens ainda tem paredes encardidas e janelas estreitas. As mudanças feitas pela companhia até agora reduziram o número de falhas pela metade, mas a quantidade de incidentes ainda incomoda. "As pessoas têm vergonha de dizer que andam de trem no Rio, e mudar esse estigma leva tempo", diz Marcelo Boschi, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing. E isso que a Odebrecht precisa mudar. Caso contrário, não aumentará o número de passageiros e não chegará ao lucro. A meta inicial era superar 1 milhão de bilhetes vendidos por dia até 2016. Para cumprir o plano, deveria estar transportando atualmente 650 000 pessoas por dia, mas transporta apenas 540 000.
Executivos da companhia já admitem que a meta inicial pode ser alcançada apenas em 2020. A operação faturou 400 milhões de reais e lucrou 60 milhões de reais em 2012. Para a Odebrecht, ainda é pouco.

Na tentativa de acelerar o passo, a empresa antecipou a compra de 20 trens, que entrarão em funcionamento já em 2014, e não mais entre 2016 e 2020, como manda o contrato. Esses trens serão montados no Brasil. Enquanto eles não chegam, a SuperVia vai se virar com o que tem. Contratou mais 22 seguranças para as estações e vai ajudar o governo estadual a aplicar 220 milhões de reais no reforço de muros e grades para isolar de fato os trilhos e diminuir o risco de acidentes. É um começo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Governo do estado assina contrato para a compra de mais 60 trens chineses

Por Rogério Daflon (rogerio.daflon@oglobo.com.br) | Agência O Globo – 20 horas atrás

RIO - O governo do estado assina nesta quarta-feira o contrato para compra de mais 60 trens referentes à licitação vencida pelo consórcio chinês CMC, CNR, CRC. As composições custaram, ao todo, 306,5 milhões de dólares (R$ 543 milhões). Os primeiros carros desta leva, segundo a Secretaria estadual de Transporte, começam a chegar daqui a 18 meses. Em 2009, o governo já comprara 30 trens do mesmo consórcio, após processo licitatório. A secretaria informou que cada trem desse novo contrato custou 18,58% mais barato do que cada um dos adquiridos em 2009. Desses 30 trens já adquiridos, 26 já estão em operação, e quatro vão entrar, no máximo, daqui a um mês, segundo a SuperVia. A entidade calcula que, até 2014, haverá uma frota de 191 trens, todos com ar-condicionado. Atualmente, a frota é de 163, mas há 49 com mais de 50 anos de existência. Estes serão todos substituídos, assegura a secretaria, até a Copa do Mundo. Hoje, a idade média dos trens é de 30 anos; em 2014, será de 16 anos.

Pelo contrato de concessão, a SuperVia terá de investir na aquisição de mais 30 novos trens. Mas a assessoria de imprensa da concessionária não informou de quanto será o investimento e quando os trens chegarão.

As informações - que projetam uma melhora do sistema ferroviário no estado, inclusive com a diminuição dos intervalos entre os trens -foram apresentadas nesta segunda-feira a representantes do mercado imobiliário pelo secretário estadual de Transporte, Júlio Lopes, e pelo presidente da SuperVia, Carlos José Cunha. Eles querem disponibilizar áreas no entorno das estações e da linha férrea, a fim de incentivar novas construções e, por consequência, adensar os bairros por onde passa a linha férrea, na capital e na Região Metropolitana.

Presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário, José Conde Caldas afirmou que o mercado deve responder positivamente à oferta do governo do estado.

- Em áreas como Méier, Santa Cruz, Bangu e Campo Grande, o grande problema é o transporte. Com a chegada de novos trens, reforma das estações e melhora na operação do sistema, esses lugares passam a ser atraentes ao investimento de moradias para a classe C, pois, com o transporte sobre trilhos desenvolvido, eles ficam mais próximas de seus centros de trabalho - disse Conde Caldas.

O principal investimento em estação é na Central do Brasil. Carlos José Cunha disse que nela está prevista a construção de um shopping. Ele informou que, entre as condições impostas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está a restauração completa do prédio da Central do Brasil. De acordo com a assessoria de imprensa do Iphan, o projeto do shopping na Central ainda não chegou à entidade, e a SuperVia ainda não apresentou um projeto que abranja não só as dependências utilizadas pela própria SuperVia como também as dependências ocupadas pela Polícia Civil no prédio da Central do Brasil.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Apesar de dívida da SuperVia, estado investe mais de R$ 1,2 bi

Estado contabiliza 33 débitos da concessionária: R$ 2,8 milhões só em multas aplicadas pela Agetransp foram parceladas em 18 meses e caíram para quase um quarto

POR Francisco Edson Alves

Rio -  Nos últimos dois anos, frequentes panes e acidentes no sistema de trens fizeram a agência reguladora do transporte público no estado, a Agetransp, multar em R$ 2,4 milhões a SuperVia, que só pagou R$ 321.680.

Mas, apesar de o valor restante ter sido inscrito na Dívida Ativa Estadual, o "calote" beneficiou a concessionária. Em maio, a SuperVia se valeu de lei estadual para parcelar o débito em 18 vezes e ainda derrubou para R$ 726 mil o montante devido.

As dívidas são consequência de 22 processos que a Agetransp registrou contra a SuperVia por falhas no serviço prestado aos mais de 540 mil passageiros, de janeiro a setembro deste ano, e outros 66 no ano passado.
Em nota, a Procuradoria Geral do Estado informou que a SuperVia tem atualmente 33 débitos inscritos em Dívida Ativa, sendo que seis se referem a multas da Agetransp.

Dessas, quatro foram parceladas e duas estão em aberto, mas em fase de "cobrança amigável". “As multas parceladas somam R$ 2,8 milhões, mas, com a redução prevista na lei, a dívida é de R$ 726 mil. O parcelamento foi feito em 18 vezes, sendo pagos ao estado R$ 40.354,98 por mês desde maio”.

E, por ter negociado o débito, a empresa conseguiu investimentos públicos para a modernização de seu sistema até 2016, orçada em R$ 2,4 bilhões. Mais da metade do montante virá do governo do estado.

No último dia 5, o governador Sérgio Cabral e o Banco Mundial, por meio do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), assinaram empréstimo no valor de US$ 600 milhões (cerca de R$ 1,2 bi) para comprar 60 novos trens, já licitados.

Outros R$ 347 milhões já haviam sido investidos pelo estado em 34 novas composições. Procurada, a Secretaria Estadual de Transportes limitou-se a informar que é obrigação do governo “investir num sistema que estava abandonado há décadas”.

Investimento de R$ 2,4 bi para modernizar sistema

Os R$ 2,4 bilhões de investimentos previstos pelo governo estadual e SuperVia para a modernização do sistema serão divididos em diversas frentes.

Até 2016, serão 120 novos trens com ar-condicionado e compartimento para volumes, além da reforma de outros 73, que receberão ar-condicionado, e retirada de operação de 49 composições de aço-carbono. Até 2014, a idade média da frota cairá de 35 para 16 anos.

Segundo a empresa, haverá intervenções nas 98 estações em relação a acessibilidade, banheiros e bilheterias. Trechos, como o de Saracuruna-Guapimirim, serão revitalizados e a sinalização e infraestrutura da malha, melhorados.