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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Pagamento por aproximação chega ao transporte público de SP, RJ e PR

25/11/2016 - Valor Econômico
Usuários da linha Diadema-Berrini, da Metra; do sistema de trens do Rio de Janeiro e dos ônibus da região metropolitana de Curitiba serão os primeiros a empregar o sistema de pagamento sem contato por cartões de crédito, débito, pré-pago e celulares, lançado no mês passado pela Mastercard. A meta é levar a tecnologia para trens, metrôs e ônibus das principais capitais do país até o fim de 2017.

A iniciativa pretende reduzir custos operacionais e logísticos, além de problemas com falta de troco e segurança, frente ao volume de dinheiro vivo movimentado pelo mercado, cerca de R$ 25 bilhões por ano. Em Londres, com 1,1 milhão de transações diárias, a implantação do sistema contactless reduziu o custo com meios de pagamento de 15% para 9% na rede de transporte público. A meta é chegar a 7% em até quatro anos. Em Cingapura, o ganho de produtividade e a capacidade de promover horários fora do pico ampliou o prazo necessário para substituição da frota.

O projeto consumiu cerca de 10 mil horas da Mastercard e seus parceiros - a adquirente Stone, as operadoras de transporte Supervia (RJ), Metra (SP) e Metrocard (PR), as empresas de bilhetagem Autopass, Transdata e Empresa 1, a fornecedora de leitores Gertec e a carteira digital Samsung Pay. A perspectiva é ter um milhão de usuários até dezembro de 2017.

Segundo Alexandre Brito, vice-presidente de desenvolvimento de aceitação, varejo e novos negócios da Mastercard Brasil e Cone Sul, o projeto se insere na meta global de facilitar a vida das pessoas e tornar as cidades mais agradáveis com meios eletrônicos de pagamento e se alinha a outros voltados a cidades inteligentes, que vão desde dados para promoções mais assertivas para empresas de fomento de turismo como Embratur ao fornecimento de cartões de identificação para benefícios sociais, em países como Nigéria e África do Sul.

Em outra frente, a conta digital Zuum, que une Mastercard e Telefônica, recentemente incluiu recarga de cartões de transporte no seu portfólio. Em 2015 passou permitir recarga do Cartão Tem, em Cuiabá e Várzea Grande (MT), e compra de crédito do Bilhete Único, em São Paulo (SP), com recarga disponível nas máquinas de autoatendimento.

As empresas de bilhetagem também preparam novidades e apostam no piloto como atrativo para clientes de outros mercados. A Autopass tem projeto com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para desenvolver solução baseada em QR Code. Em um primeiro momento o código será impresso como um bilhete tradicional. Depois ganha emissão em quiosque de autoatendimento, pontos de venda como bancas de jornal e, em seis meses, deve estar disponível para compra e uso no celular do cliente.

Segundo o CEO Rubens Gil Filho, o investimento para promover a aceitação de pagamento sem contato chegou a R$ 38 milhões, com outros R$ 44 mil para a solução com QR Code. A Transdata, responsável por mais de 12 milhões de transações diárias em mais de 600 projetos, tem outras iniciativas similares ao piloto da Mastercard em homologação, diz o diretor de negócios Devanir Magrini. A Empresa 1, com 160 cidades atendidas em quatro países, também está empenhada em eliminar o dinheiro embarcado. "É uma tendência mundial", diz o diretor comercial Romano Garcia.


terça-feira, 29 de novembro de 2016

SP: transporte público sai mais caro que particular

http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000833224/em-sao-paulo-transporte-publico-sai-mais-caro-que-particular.html

Valor gasto com serviço público é de R$ 229 ante R$ 195, em média


Do Metro Jornal noticias@band.com.br

Uma pesquisa feita em nove capitais do país mostrou que, em São Paulo, o trabalhador que vai ao serviço de transporte público gasta mais do que quem usa transporte privado: R$ 229 ante R$ 195, em média.

Como transporte privado foram considerados carro, moto, táxi ou fretado.

Segundo o levantamento, feito pela empresa Alelo em parceria com o Ibope/Conectaí, na capital paulistana 55% vão de ônibus trabalhar.

A pesquisa mostrou ainda que o tempo médio gasto pelos moradores de São Paulo para ir trabalhar é de 47,5 minutos, ante 40 de média nacional.

E isso para percorrer uma distância ligeiramente menor do que a captada entre as cidades pesquisadas: 15,8 km em São Paulo, para 15,9 km na média das nove capitais.

Como o tempo é considerado para cada trecho, no mês, o trabalhador que mora na cidade de São Paulo passa quase 35 horas no trânsito para ir e voltar do serviço.


Para o levantamento foram entrevistadas 2.450 pessoas nas nove cidades. Entre elas, 49% recebem vale-transporte, o que reduz o gasto que têm na locomoção para ir e vir do trabalho. E 38% disseram não receber nenhum benefício nesse sentido.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Pesquisa mostra insatisfação com transporte público em dez capitais

Plataforma da CPTM na Estação da Luz, São Paulo. Image © Romullo Baratto

Levantamento inédito sobre mobilidade urbana feito em dez capitais brasileiras capta a insatisfação de trabalhadores que utilizam transporte público. De acordo com a pesquisa “Mobilidade para ir e vir do trabalho”, realizada pela empresa Vagas.com com 3.208 questionários, 45% dos entrevistados têm percepção ruim ou péssima do uso do ônibus no trajeto casa-trabalho, trabalho-casa. No caso dos trens, o índice de ruim ou péssimo é 44%. 

Brasília (59%), Recife (57%), Salvador (49%) e Belo Horizonte (48%) foram as cidades que concentraram as piores avaliações (péssimo e ruim) dos passageiros de ônibus. No caso dos trens, foi em São Paulo onde houve maior percentual de péssimo ou ruim (47%). A rejeição ao metrô é menor (28%) na média verificada nas dez capitais do país. 

O levantamento aponta que o meio de transporte com melhor avaliação (excelente) são moto (63%), carro (60%) e bicicleta (56%). Ainda assim, o uso do automóvel para ir e vir do trabalho angariou muitas críticas quando os entrevistados foram confrontados com condições de infraestrutura viária, segurança, agilidade e conforto. Para 36% é pior ir e voltar do trabalho de carro atualmente do que há um ano. O uso do carro obteve sensação de piora em Curitiba (38%) e São Paulo (37%).

“No geral, a pesquisa mostra que existe uma percepção melhor para utilização de meios de transportes privados em relação aos públicos, mas o aspecto trânsito ruim e conforto pesam bastante e revelam que usar o carro para ir e voltar do trabalho também gera insatisfação”, afirma Rafael Urbano, coordenador da pesquisa.

Ele diz que as informações pode ser usadas, pelas empresas, como dado importante para promover ações de qualidade de vida. “As empresas hoje em dia estão cada vez mais preocupadas com a questão da qualidade de vida do empregado, esses dados podem ajudá-las — e estamos compartilhando as informações com nossos clientes — a pensar em alternativas para minimizar a insatisfação dos funcionários, como home office ou horários mais flexíveis para entrada e saída”, complementa Urbano.

Bicicletas
Um dos destaques da pesquisa do Vagas.com é a bicicleta. Mais de 60% dos entrevistados responderam que utilizariam esse meio de transporte se fosse possível. Mas 94% dos respondentes sabem que as empresas não estão preparadas para receber funcionários ciclistas com a infraestrutura necessária no local de trabalho (vestiários e bicicletários), para não dizer das condições viárias oferecidas nas cidades.

Na média das dez capitais pesquisadas, o levantamento aponta que leva-se uma hora e 43 minutos para ir e voltar do emprego num trajeto médio percorrido de 28 km. No Rio, os cariocas ouvidos gastam, em média, duas horas e nove minutos no percurso casa-trabalho, trabalho-casa.
 Via Mobilize


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Passageiro é vítima da corrupção

Autor(es): Alan Rodrigues e Pedro Marcondes de Moura
Isto é - 09/12/2013

Usuário do Metrô em São Paulo paga um preço alto pelas fraudes. Não bastassem os serviços precários, ainda há o risco de acidentes

O usuário do metrô de São Paulo se depara rotineiramente com as consequências dos esquemas de corrupção que infestaram o setor de transportes sobre trilhos nos últimos anos. A ineficiência, a deterioração e a má qualidade dos serviços chegam a colocar vidas em risco. Nos últimos meses, uma sucessão de falhas vem acontecendo em boa parte dos 150 trens que circulam por 64 estações, infernizando os cerca de 4,6 milhões de pessoas que todos os dias se utilizam dos 74 quilômetros da malha metroviária de São Paulo. São centenas de incidentes, como a abertura das portas dos trens em pleno movimento e erros no sistema de frenagem das locomotivas. O relatório de Falhas produzido pelo próprio Metrô aponta mais de mil ocorrências mensais. Só este ano, segundo o documento, aconteceram 111 incidentes considerados graves. Desde 2012, já houve um choque entre trens, o descarrilamento de outro e até uma locomotiva andou sozinha sobre os trilhos. Os três episódios, segundo o Ministério Público, foram protagonizados por trens que passaram pelo processo de reforma da frota, com um custo estimado pelo Ministério Público em cerca de R$ 2,5 bilhões e com "evidências de superfaturamento" de aproximadamente R$ 875 milhões. São veículos que estão em funcionamento há quatro décadas e que, em qualquer lugar do mundo, "já seriam sucata", como diz o promotor Marcelo Milani, de Defesa do Patrimônio Público. Na última semana, Milani exigiu, diante da série de irregularidades constatadas, que a reforma da frota seja paralisada pelo Metrô de São Paulo.
A maior parte das ocorrências aconteceu na frota K, uma linha de 23 quilômetros que cruza a capital paulista de leste a oeste. Esta é considerada a rota mais perigosa e mais movimentada da cidade. Seus 25 vagões fazem parte do total de 98 trens que estão sendo reformados nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha. O Ministério Público estadual afirma que os contratos da frota K são superfaturados e pede a suspensão deles. "Isso é um escândalo, um prejuízo total aos cofres públicos. Não existe fora de São Paulo outro lugar em que trens sejam reformados", lamentou o promotor Milani. Segundo ele, dos 98 trens licitados para reforma, um terço pode permanecer parado sem transportar um único usuário até o ano que vem. Atualmente, de acordo com o MP, 11 trens já se encontram paralisados por serem incompatíveis com o sistema do Metrô. "Esse é um problema recorrente nestes trens reformados", diz o promotor. "Quem hoje está responsável pelas adaptações não são as empresas que receberam pela reforma, mas sim os funcionários do Metrô", diz.
Os defeitos nas composições da frota K, construídas na década de 1980, são recorrentes. Relatório dos funcionários do Metrô encaminhado ao sindicato dos metroviários aponta, por exemplo, que o trem K07, o mesmo que descarrilou, apresenta várias falhas, inclusive de tração. Uma das mais graves ocorrências – e que acontece de forma sistemática, segundo os funcionários da Comissão Interna para Prevenção de Acidentes (Cipa) da empresa – é a abertura acidental das portas dos trens. Ela acontece em todos os vagões, de ambos os lados – inclusive do lado oposto da plataforma, onde se encontra o trilho energizado. "É um perigo tremendo. Basta que os vagões estejam lotados, como costuma ocorrer, que certamente as pessoas despencarão nos trilhos", diz um maquinista, que pede para não ser identificado para evitar retaliações. "Ainda não morreu ninguém por muita sorte", diz ele. "O índice notável (anotações oficiais que registram as paralisações dos trens acima de seis minutos) chegou a 111. Isso é sinal de que a segurança dos funcionários e passageiros está em perigo", acrescentou.
O levantamento informal feito pelos funcionários do Metrô mostra ainda que, entre os dias 10 de outubro e 9 de novembro passados, aconteceram 696 ocorrências na frota K contra 276 nas Linhas C e D, os trens que não foram modernizados. "Nossos números afirmam que acontecem quase três vezes mais falhas nos trens reformados", atesta o relatório em poder do sindicato da categoria. O rendimento das locomotivas modernizadas também é muito inferior ao dos outros. De acordo com as estimativas do sindicato dos metroviários, "as locomotivas da frota K rodam, em média, 230 quilômetros por dia e passam aproximadamente oito horas diárias fora de circulação, por causa das sucessivas falhas." Ainda de acordo com os funcionários, antes das reformas os trens possuíam um desempenho melhor. "O trem fica cerca de quatro horas em manutenção e circula 550 quilômetros por dia. É um desempenho 130% maior, em números aproximados", garantem os sindicalistas.
O diretor de Operações do Metrô de São Paulo, Mario Fioratti, tem minimizado a gravidade dos incidentes. Ele afirma que as composições reformadas estão em fase de adaptação e, por isso, acabam tendo mais problemas. Essa é uma versão rósea da realidade, garantem os funcionários da empresa. Para eles, a raiz do problema é falta de transferência de tecnologia das empresas que reformam os trens, como a Alstom. Elas não repassariam o conhecimento dos softwares aos funcionários do Metrô. "A gravidade nos incidentes pode ser aferida pelo tempo de espera do trem. Se demorar mais de seis minutos é porque é grave", atesta.
No dia 5 de agosto, um trem da Linha 3-Vermelha descarrilou entre as estações Marechal Deodoro e Barra Funda. A composição teve um de seus truques (termo técnico que designa o sistema composto por rodas, tração, frenagem e rolamentos) danificado devido a um superaquecimento que, por sua vez, fora provocado pela ausência de graxa nas engrenagens da peça. Após sair dos trilhos, o vagão se arrastou por 800 metros e danificou a linha de alimentação elétrica do trem. Houve estouros, curto-circuitos e fumaça. Os passageiros saíram pelas rotas de fuga. Ninguém se feriu. Procurado, o Metrô de São Paulo declarou, por meio de nota, que o seu "serviço é reconhecido internacionalmente como um dos melhores do mundo". Disse também que "não há relação entre os trens modernizados e os incidentes citados". Não é o que pensa o Ministério Público de São Paulo. Nem o próprio usuário acredita nessa versão. Nas últimas semanas, os passageiros colaram nas paredes dos trens placas com mensagem em protesto contra a formação de cartel para o superfaturamento de licitações. Como se fosse um aviso aos usuários, a placa traz a seguinte frase: "Este trem foi superfaturado em uma licitação fraudulenta". A autoria é desconhecida. O ato ganhou destaque nas redes sociais.