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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Após 3 anos, obras do PAC mobilidade estão travadas

28/07/2015 - Valor Econômico
Em abril de 2012, a presidente Dilma Rousseff prometeu recursos a fundo perdido e financiamento subsidiado para espalhar linhas de metrô pelas maiores capitais do país, com um pacote de R$ 32 bilhões em projetos de mobilidade urbana. E atacou quem demonstrava complexo de viralata: "No passado, diziam o seguinte: o Brasil era um país que não tinha condições de investir em metrô, porque metrô era muito caro, nós tínhamos de utilizar outros métodos de transporte", afirmou a presidente, sob aplausos, em uma concorrida solenidade no Palácio do Planalto.

No ano seguinte, em resposta às manifestações de junho, Dilma reuniu os 27 governadores para anunciar cinco pactos e prometeu mais R$ 50 bilhões em investimentos na área de mobilidade. "Essa decisão é reflexo do pleito pela melhoria do transporte coletivo no país, onde as grandes cidades crescem e onde houve a incorreta opção de não se investir em metrôs", afirmou.

Entre a promessa e a realidade, o retrato é frustrante. De tudo o que foi anunciado, quase 100 quilômetros de linhas de metrô ou de veículos leves sobre trilhos (VLTs) ficaram apenas no papel e hoje encontram¬se em estado letárgico. Foram paralisados projetos em sete capitais: Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza. Eles totalizam R$ 20 bilhões.
A única obra da lista que deu sinais concretos de avanço foi a construção da linha leste do metrô de Fortaleza ¬ mas por pouco tempo. Mais de 70% dos investimentos previstos têm origem no Orçamento Geral da União (OGU) e em financiamentos de longo prazo, com juros subsidiados, da Caixa Econômica Federal. O restante vem dos cofres estaduais.

Abertos no fim de 2013, os canteiros foram abandonados no fim do ano passado. "Está tudo paralisado. Só tem vigia tomando conta para evitar invasões", diz Arquimedes Fortes, coordenador de fiscalização do Sintepav, o sindicato dos trabalhadores da construção no Ceará.

Segundo ele, as obras chegaram a empregar 800 operários e diminuíram subitamente de ritmo com o fim da campanha eleitoral, sem ter atingido nem mesmo 15% de execução. "Especula¬se que houve falta de repasses, mas ninguém confirma", afirma Fortes. A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) nega problemas orçamentários e atribui a paralisia a mudanças societárias no consórcio vencedor da licitação, mas admite que não há data prevista para o reinício das obras.

As restrições fiscais, no entanto, são vistas com desconfiança por quem espera a liberação de verbas da União e se queixa de indefinição sobre o futuro dos projetos. "O que queremos é uma posição definitiva e transparente do governo federal", afirma o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório.

A linha 3 do metrô, que ligará Niterói a São Gonçalo, nunca foi licitada. Para ser desengavetada, ela precisa de R$ 2,1 bilhões de financiamento da Caixa e de recursos a fundo perdido do Ministério das Cidades, que repassa o dinheiro do PAC Mobilidade Grandes Cidades. "Um ponto em comum de aflição entre os governos estaduais é se os recursos prometidos vão ser mesmo liberados", diz Osório, que preside um conselho de secretários de Transportes.

A preocupação tem justificativa. Quase três anos após o lançamento do pacote, apenas R$ 824 milhões de tudo o que Dilma havia prometido tinham sido efetivamente pagos até o fim do primeiro trimestre de 2015, segundo dados obtidos pelo Valor por meio da Lei de Acesso à Informação. A maioria dos repasses foi para projetos de corredores exclusivos de ônibus e obras viárias.

O secretário de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Dario Reis Lopes, relativiza o impacto do ajuste fiscal e prefere chamar atenção para equívocos cometidos no passado. Ele lembra que, primeiro, houve dificuldade de muitos governadores e prefeitos em elaborar projetos de engenharia de boa qualidade ¬ um pré¬requisito para ter acesso às verbas federais. Depois, faltou fechar a equação financeira para garantir as operações de longo prazo das novas linhas, que normalmente são pouco rentáveis.

"Certo ou errado, foram feitos anúncios de empreendimentos complexos, mas com detalhamento insuficiente", afirma Lopes. Por exemplo: o BNDES, ao analisar investimentos em transportes sobre trilhos, calcula que cada quilômetro de metrô subterrâneo custa, em média, R$ 500 milhões. A extensão em 7,5 quilômetros e cinco estações do metrô de Brasília, que alternaria trechos de superfície e debaixo da terra, foi orçada em R$ 700 milhões. Ou seja, a conta não fecha.

A dificuldade na elaboração dos projetos de engenharia também tem no Distrito Federal um de seus piores exemplos. Mesmo com a promessa de receber a fundo perdido 99% dos recursos necessários para a expansão do metrô, o governo local demorou 34 meses para concluir o projeto básico e agora promete licitar um trecho das obras em setembro.

Em parte das novas linhas prometidas, o rombo no caixa dos Estados enterra a esperança de um salto para o futuro. É o caso do metrô de Porto Alegre. A obra, orçada em R$ 4,8 bilhões e com 13 estações previstas, era fruto de uma costura que envolvia os três níveis de governo: União, Estados e municípios. "No nosso caso, a crise veio ao quadrado", diz o coordenador do projeto na Prefeitura de Porto Alegre, Luiz Gomes. Além do ajuste fiscal no plano federal, ele explica que o governo do Rio Grande do Sul já deixou claro não ter recursos suficientes para fazer o aporte que lhe correspondia. "O dinheiro sumiu. Agora, só uma repactuação poderia desengavetar o metrô."

Às vezes, nem um contrato assinado é garantia de que as coisas vão avançar. O VLT de Goiânia, um projeto de parceria público¬privada (PPP) tocado pelo governo estadual, foi licitado em dezembro de 2013. Um consórcio liderado pela Odebrecht Transport arrematou o direito de construir e explorar o empreendimento por 35 anos. Até agora, nem 25% das desapropriações necessárias ¬ uma atribuição do poder público ¬ foram feitas. Os recursos federais pleiteados para a obra também não foram liberados e as intervenções não têm data para começar.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Contagem também embarca no BRT

Terceiro maior de Minas, com 643 mil habitantes, município da Região Metropolitana de BH aposta no modelo do Move para tentar dar mais qualidade aos ônibus e tirar carros das ruas

No embalo do Move - o transporte rápido por ônibus de Belo Horizonte -, Contagem, na região metropolitana, também aposta no BRT para tentar reduzir o crescente fluxo de veículos e resgatar a qualidade do sistema. Como parte de um audacioso plano de Mobilidade Urbana com quatro grandes obras viárias - entre elas, uma trincheira em um dos pontos de maior gargalo no tráfego -, o terceiro maior município de Minas (643.476 habitantes, segundo o IBGE) espera aumentar a capacidade do serviço, trazendo mais conforto, redução do tempo de viagem e incentivando motoristas a deixar seus carros na garagem. O projeto repete a fórmula de pagamento antecipado da tarifa em estações e uso de monitores digitais que informam a previsão de chegada de cada coletivo.

Está prevista a construção de três corredores exclusivos (Norte/Sul, Leste/Oeste e Ressaca), com 42,1 quilômetros de extensão, tendo como principais eixos as avenidas João César de Oliveira e David Sarnoff, na Sede/Eldorado e Cidade Industrial; e Via Expressa, dos bairros Água Branca ao Petrolândia (veja arte). Quatro terminais farão a integração do sistema, distribuindo os ônibus entre linhas troncais, interbairros, circulares e alimentadoras. Ao longo do trajeto, três estações de embarque e desembarque nos moldes das estações de transferência do BRT de BH - porém com maior capacidade - farão integração exclusiva com as linhas do Move metropolitano. A meta, afirma o presidente da Transcon (Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Contagem), Agostinho da Silveira, é dar agilidade ao tráfego. "O novo modelo de transporte vai desafogar em 50% o trânsito em toda a cidade", promete. 

O Estado de Minas teve acesso ao projeto - denominado Contagem Integrada e orçado em R$ 220 milhões. Parte do programa PAC Mobilidade e aprovado pelo Ministério das Cidades, ele depende agora do andamento das obras que abrirão passagem ao BRT em um futuro próximo. Duas das quatro intervenções necessárias - a nova trincheira no entroncamento das avenidas Babita Camargos e General David Sarnoff, na Cidade Industrial, e o viaduto do Bairro Petrolândia, que servirá de acesso ao Terminal Petrolândia - estão em processo de licitação e terão as empresas vencedoras anunciadas até a primeira quinzena de janeiro. As obras devem começar na sequência. As outras duas intervenções necessárias (ambas viadutos, sobre as avenidas das Américas e Teleférico), têm licitação prevista para até junho de 2015.

Dois conjuntos de novas linhas do BRT, de acordo com a Transcon, estão em fase de estudo: um ligando a Sede à Cidade Industrial, por meio da Avenida General David Sarnoff e Avenida João César de Oliveira, e outro ligando o Ressaca, via Avenida Teleférico, ao Jardim Laguna. Soma-se ao projeto a integração das novas estações, adequação dos corredores - com recapeamento e nova sinalização - e novos pontos de ônibus. 

PROJETOS EXECUTIVOS Porém, até que o transporte rápido por ônibus de Contagem saia do papel, o município ainda precisa concluir os projetos executivos que detalham, dentro das exigências técnicas e legais, cada obra a ser executada. Os tipos de ônibus a serem usados também não foram definidos e ainda não há estimativa de redução do tempo médio de viagem na cidade, que conta hoje com 50 linhas de transporte coletivo, 46 delas integradas ao metrô. 

Sem informar prazos, a prefeitura argumenta que a execução está dentro do cronograma previamente autorizado pelo governo federal. "Aguardamos a conclusão dos projetos para definir um prazo para o término das obras e efetivação do BRT na cidade", informa o município.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Projeto do metrô de Porto Alegre migra para PAC Mobilidade Urbana

Mudança ocorre em razão do valor dos financiamentos aprovados

O projeto do metrô de Porto Alegre migrou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Grandes Cidades para o de Mobilidade Urbana. A mudança foi definida em reunião nessa quarta-feira em Brasília. Estiveram no encontro com o secretário nacional de Mobilidade Urbana, Raphael Rezende Neto, o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, o gerente do Escritório metrôPoa, Luís Cláudio Ribeiro, e o coordenador da assessoria técnica da Secretaria Estadual do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, Roberto Vieira.

O motivo da migração ocorre em razão do valor dos financiamentos aprovados. No PAC Grandes Cidades, o máximo era de R$ 1 bilhão enquanto no Mobilidade Urbana chegou a R$ 1 bilhão e 770 milhões. O governo do Estado participa com R$ 1 bilhão e 80 milhões, e a Prefeitura de Porto Alegre com R$ 690 milhões. Urbano Schmitt comemorou o êxito na negociação entre os governos federal e estadual e a prefeitura. "Além disso, garantimos a Proposta de Manifestação de Interesse e os estudos do Projeto metrôPoa", afirmou o secretário.

A Comissão Técnica de Julgamento do Edital de Proposta de Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (PMI) do Projeto do Metrô de Porto Alegre, composta por 28 funcionários da prefeitura, está na fase de avaliação dos estudos e projetos apresentados pelas cinco empresas. A expectativa é de que a análise seja concluída ainda neste ano.

Após a análise da PMI, a proposta escolhida será submetida à consulta pública, audiência pública, órgãos de controle (Tribunal de Contas e Ministério Público) e Ministério das Cidades. A expectativa da prefeitura da Capital é de Edital de Licitação da Parceria Público-Privada (PPP) da obra do metro seja publicada no primeiro semestre de 2015.

Fonte: Correio do Povo

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Governo Federal libera R$ 53 milhões para “modernização” dos trens urbanos do RN

A deputada federal Fátima Bezerra (PT) comemorou a publicação do decreto da presidenta Dilma Rousseff que libera recurso suplementar no valor de R$ 53.387.950,00, voltado para Companhia Brasileira de Trens urbanos – CBTU. Esse montante é uma parcela dos R$ 311,65 milhões anunciados pelo Governo Federal para a modernização do sistema de trens urbanos de Natal, através do PAC 2 Mobilidade Urbana.

 Destes R$ 53.387.950,00 liberados, cerca de 7 milhões serão destinados à contratação para elaboração do projeto de modernização do sistema, com licitação prevista para o próximo dia 30/07. A outra parte da verba será utilizada para aquisição de dormentes, aparelhos de mudança de via – AMV´s, fixações e trilhos.

 Segundo Fátima Bezerra, “a Região Metropolitana de Natal possui uma alta densidade populacional e uma malha viária saturada. A população que usa diariamente o que chamamos carinhosamente de “trem do grude” precisa de um transporte mais moderno. O VLT, integrado com outros modais de transporte, é o caminho para solucionar o problema de trânsito da cidade e da região”, ressalta Fátima Bezerra ao considerar que a liberação desses recursos é “mais um importante passo para a implantação do VLT”.

 (Fonte: Tribuna do Norte)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Obras de mobilidade ficam para depois

ESTADO DE MINAS - MG | NACIONAL 11/05/2014

Brasília - Embora tenha abandonado o mote de "Copa das Copas", o governo corre contra o tempo para conseguir fazer um Mundial que dê orgulho para os brasileiros. Será realmente preciso pisar no acelerador: a 32 dias do evento, 62% das obras de Mobilidade Urbana ainda estão em execução. Já na área de segurança, uma das principais preocupações do Planalto, praticamente todas as cidades-sede passaram por treinamento simulando situações reais. Os dois últimos ocorrerão na quarta-feira (Curitiba) e em 18 de maio (São Paulo). 

De acordo com o Ministério das Cidades, foram investidos R$ 93 bilhões, desde 2007, para obras de Mobilidade Urbana, mas menos de 40% das obras já foram entregues. "O Pacto da Mobilidade Urbana, lançado em 2013, destinou mais R$ 50 bilhões, o que totaliza R$ 143 bilhões de investimentos no setor", afirma o órgão. A pasta alega que a Copa alavancou os investimentos em Mobilidade Urbana no país e desencadeou novos e vultosos recursos para o setor no âmbito do PAC. "Todas as obras de Mobilidade Urbana selecionadas para o PAC são consideradas um legado do evento para a população local e das regiões metropolitanas. Nesse contexto, estão sendo construídos 338,9km de infraestrutura viária e para o transporte." 

Pasta escolhida para coordenar os trabalhos para a Copa, o Ministério do Esporte ampara-se em dados do Ministério do Turismo para apostar no sucesso do evento. "A Copa das Confederações de 2013 gerou um movimento de R$ 20,7 bilhões no país e outros R$ 9,7 bilhões como renda acrescida ao PIB brasileiro, com a criação de 303 mil empregos em todo o país. Os megaeventos esportivos são oportunidades históricas para gerar empregos e acelerar a modernização do país", afirmou o ministério, em nota oficial.

Inteligência Na área de segurança, as manifestações de junho do ano passado obrigaram o governo federal a adiantar o planejamento para o mundial. "Teremos grandes eixos de atuação, que passam por aeroportos, estádios, fun fests, deslocamento de autoridades e de turistas. Estamos trabalhando para atender todas essas demandas", assegurou o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues.

Delegado da Polícia Federal, Rodrigues assegura que, de junho passado para cá, o país já evoluiu bastante. Foram concluídos, por exemplo, os Centros Integrados de Comando e Controle Nacional (CICCN) em todas as cidades em que ocorrerão os jogos. Os comandos móveis e as plataforma de observação elevada - na verdade, caminhões usados como veículos de segurança - foram adquiridos. O país também evoluiu na captação de imagens aéreas para identificação de pessoas que pretendam atrapalhar a segurança dos jogos.

O secretário reconhece que eventos como a Copa do Mundo são propícios para manifestações públicas contra o governo e as autoridades constituídas. E acrescenta que não é intenção das autoridades de segurança impedir que as pessoas protestem. Só serão coibidos atos de violência e vandalismo. "As últimas manifestações contra a Copa do Mundo, em São Paulo, transcorreram dentro da normalidade. Pretendemos agir durante os jogos antecipando os riscos com ações de inteligência", declarou Andrei.

Atraso em obras é frustrante, diz ministro

FOLHA DE S. PAULO - SP | PODER

Gilberto Carvalho faz mea-culpa e afirma que governo "foi incompetente no diálogo com a sociedade sobre a Copa" País só cumpriu 41% das metas, segundo levantamento da Folha; Dilma afirma que obras estão "encaminhadas"
DE CURITIBA

A Copa como ela é

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou ontem que o atraso nas obras da Copa do Mundo é "frustrante", mas que o "essencial" para o evento será entregue.

A fala ocorreu em resposta a questão que citava o levantamento da Folha divulgado ontem, segundo o qual só 41% das obras e intervenções previstas pelo governo estão prontas, a menos de um mês para o início do Mundial.

"É uma frustração, claro. A gente lamenta isso. Mas as obras vão ficar prontas", declarou Carvalho. "Elas não são inúteis e não ficarão paralisadas. Serão concluídas, a serviço do povo."

O ministro disse, porém, que obras essenciais, como aeroportos e vias de acesso aos estádios, serão entregues.

Mesmo essas obras tiveram problemas. A reforma do aeroporto de Fortaleza, por exemplo, não saiu a tempo e o governo decidiu fazer às pressas um terminal de lona.

Carvalho deu as declarações em Curitiba, onde participou de seminário organizado pela Presidência da República e por centrais sindicais para debater o legado da Copa com movimentos sociais.

No evento, a gestão petista também fez um mea-culpa: "O governo federal foi incompetente [no diálogo com a sociedade sobre a Copa]. Eu não deveria estar aqui hoje. Deveria estar dois, três anos atrás", disse o ministro à plateia, que o aplaudiu.

Sobre os protestos, Carvalho afirmou que o objetivo do evento, ou do governo, não é inibi-los, mas só pedir que sejam feitos sem violência.

Para o ministro, o clima "anti-Copa" deverá arrefecer após o início do evento.

Já a presidente Dilma Rousseff afirmou que estádios e aeroportos estão "encaminhados" para o evento.

"Acho que a Copa tem todas as condições para ser um sucesso", disse ontem em entrevista em Jati, no Ceará, onde visitou obras de transposição do rio São Francisco.

OUTRO TOM
O ministro Aldo Rebelo (Esporte) usou ontem tom diferente ao de Carvalho. No programa "Bom Dia, Ministro", da TV NBR, ele disse que a Copa ajudou o país a acelerar obras, mesmo aquelas que não ficarão prontas a tempo.

"As obras de mobilidade eram do PAC e estavam planejadas independentemente de o Brasil receber a Copa. São obras de que nossas metrópoles careciam para melhorar o tráfego. (...) A Copa ajudou e ajuda, sim, o Brasil a ter uma infraestrutura melhor."

OBSERVAÇÃO: SEGUNDO A REPORTAGEM DA FOLHA, APENAS 10% DAS OBRAS NA ÁREA DE MOBILIDADE FICARAM PRONTAS.


A um mês da Copa, só 41% das obras já foram concluídas

Somente 68 das 167 intervenções anunciadas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo foram concluídas, a menos de um mês do início. Isso corresponde a 41%, de acordo com levatantamento realizado pela "Folha de S.Paulo".

Pouco mais da metade - 88 ou 53% do total - é de obras incompletas, algumas das quais só serão concluídas após o torneio.

Outras onze obras foram abandonadas e nem sairão do papel.

A maior defasagem entre obras previstas e realizadas é na Mobilidade Urbana - só 10% das intervenções previstas foram feitas.

Segundo o instituto Vox Populi, o apoio aos protestos contra a Copa caiu de 50% para 20%.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

União anuncia R$ 3,8 bilhões para mobilidade de sete cidades

GAZETA DO POVO – PR 14/03/2014

O governo anunciou ontem que aplicará R$ 3,8 bilhões do PAC Mobilidade em sete cidades brasileiras. Os investimentos vão financiar projetos em Brasília, Goiânia, Palmas, João Pessoa, Campo Grande, São Luís e Natal. As informações são da Agência Brasil. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse que o dinheiro será transferido sem necessidade de complementação dos estados e municípios beneficiados. O dinheiro pode ser investido em obras de construção de metrôs, monotrilhos, aeromóveis, Trens Urbanos, veículos leves sobre trilhos (VLT), BRTs, corredores de ônibus e teleféricos, entre outras.

Em janeiro, a partir de dados do Portal da Transparência e da ONG Contas Abertas, embora o governo federal tenha publicado uma dotação de R$ 2,3 bilhões em recursos para mobilidade e trânsito no país, pouco mais da metade dessas verbas foram realmente autorizadas, o equivalente a R$ 1,5 bilhão. Não bastasse a redução do orçamento previsto, apenas R$ 829 milhões (55%) foram empenhados e têm realmente chance de serem aplicados.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

População de Cuiabá só vai usar VLT a partir de 2015



06/03/2014 - G1 MT
Somente a partir de 2015 a população de Cuiabá e Várzea Grande, cidade da região metropolitana da capital, poderá utilizar o sistema de transporte coletivo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A construção do metrô de superfície foi lançada para a Copa do Mundo deste ano e até foi incluída entre os compromissos do estado com a Fifa na Matriz de

Responsabilidades, mas a falta de planejamento e atrasos nos trabalhos agora levam a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) admitir que seu projeto mais caro - licitado por R$ 1,477 bilhão - não atenderá ao evento que motivou o lançamento das obras.

Em entrevista ao G1, o secretário Maurício Guimarães, da Secopa, esclareceu na última sexta-feira (28) que, apesar da meta de concluir parte das obras do VLT entre o Aeroporto Marechal Rondon e o porto de Cuiabá até a Copa do Mundo, na prática não existe possibilidade de a população local e os visitantes usufruírem do novo modal durante o evento nem depois dele ao longo deste ano.

"Para a Copa do Mundo, não. Eles [a população] vão usufruir para o transporte público a partir – e completamente – a partir de 2015, porque a obra vai finalizar no final de dezembro de 2014", anunciou o secretário, após diferentes datas e previsões feitas pelo governo em relação ao término das obras.

Prazo descumprido


Lançado em 2011 em substituição ao sistema de corredores exclusivos para ônibus Bus Rapid Transit (BRT), o projeto do VLT foi homologado em meio a indícios de fraude no Ministério das Cidades, mas acabou recebendo financiamento federal e sendo licitado em junho de 2012 por meio do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) - novo modelo de licitação menos rígido que o imposto pela lei 8.666/93 e autorizado pelo governo federal para obras da Copa.

Sob o nome Consórcio VLT Cuiabá, um grupo de empreiteiras venceu a licitação e se comprometeu no contrato com prazo para término das obras em 13 de março deste ano.
Apesar do prazo exíguo para a realização, à época a obra foi envolvida por otimismo: mesmo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a assegurar que o novo sistema seria concluído antes da Copa e, até outubro de 2013 - a despeito da lentidão das obras - Secopa e Consórcio ainda insistiam que o prazo contratual seria cumprido.

Somente depois disso o governo mudou o discurso, passou a falar em trechos prioritários para a locomoção de turistas durante a Copa e a classificar o VLT como um “legado” para a população local que teria sido proporcionado pela “janela de oportunidades” aberta pela Copa. Depois, o governo estadual passou a dizer que todas as obras da Copa seriam entregues com exceção da totalidade do projeto do VLT. Por fim, a Secopa admitiu a assinatura de um termo aditivo ao contrato original para estender o prazo de execução das obras, procedimento que ainda não foi publicado pelo Diário Oficial do Estado (DOE).

Obras

Enquanto negocia a extensão do prazo junto ao governo estadual, o consórcio responsável pelas obras está iniciando a implantação dos 22 quilômetros de trilhos da via permanente do VLTprevistos no projeto original.

O primeiro trecho é o que sai do futuro centro de controle, ao lado do Aeroporto Marechal Rondon, passando por um viaduto construído para a passagem do trem na Avenida João Ponce de Arruda (em frente ao terminal) para seguir até a Avenida da FEB, ainda em Várzea Grande, e chegar pelo menos até o Porto de Cuiabá até a Copa. A ideia, segundo o secretário, é finalizar as obras neste trecho prioritário para acabar com as interferências e proporcionar a mobilidade dos visitantes até a rede hoteleira.

Ainda segundo Maurício Guimarães, os trilhos estão sendo instalados no viaduto e ainda não desceram ao nível da rua na Avenida João Ponce de Arruda, onde ainda estão sendo encerrados serviço de drenagem e de implantação das calçadas para a aplicação de concreto na base dos trilhos – os quais devem somar até 7,2 quilômetros até o futuro terminal do porto de Cuiabá, cuja construção já foi iniciada. A previsão do governo é de que, durante a Copa, o trem esteja em fase de testes neste trecho.

terça-feira, 18 de março de 2014

R$ 1,5 bilhão para aliviar o sofrimento

» CAMILA COSTAColaborou Clara Campoli

CORREIO BRAZILIENSE – DF  14/03/2014

Recursos liberados pelo PAC serão investidos em obras que atenderão 400 mil usuários do transporte público da capital. O Expresso DF Norte deve reduzir a viagem ao Plano para 45 minutos. Demora para a execução preocupa especialista

Reduzir o tempo gasto em paradas de ônibus à espera do coletivo e nas viagens de ida e volta do trabalho é o sonho de muitos brasilienses que moram em endereços afastados do Plano Piloto e dependem do transporte público.

Comprar o pão na padaria de manhã e tomar café com a família antes de sair de casa fariam toda a diferença na vida da auxiliar de serviços gerais Marines Campos Miranda, 39 anos, que mora em Sobradinho. Porém, com o tempo que leva para chegar ao Plano, onde trabalha, ela precisa sair com muita antecedência. A auxiliar integra a parcela da população do DF que gasta até duas horas por dia dentro do transporte público da capital. Com novas obras de mobilidade, esse tempo pode diminuir para 45 minutos.

Recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade liberados, ontem, pela presidente Dilma Rousseff (PT), prometem mudar a realidade de milhares de usuários do transporte coletivo que vêm da região norte, como Marines. O investimento de R$ 1,59 bilhão será direcionado em obras para melhorar o trânsito e o transporte da capital (confira quadro). Do montante, R$ 1,05 bilhão vai para o Expresso DF - Eixo Norte, um corredor exclusivo para veículos de transporte público articulados, que ligará a Rodoviária do Plano Piloto e o futuro terminal da Asa Norte a Sobradinho e Planaltina.

"Saio de casa às 6h para chegar no serviço às 7h10, se o trânsito estiver bom. Poder mudar isso seria muita qualidade de vida", comenta a auxiliar de serviços gerais Marines Miranda. Como ela, outros brasilienses perdem de uma a duas horas no trânsito, de casa até o trabalho ou vice-versa. Com o Expresso DF - Norte e Sudoeste, que atenderá moradores de regiões como Recanto das Emas, Riacho Fundo e Candangolândia, a expectativa é de que esse tempo reduza. O estudante Vítor de Andrade Pereira, 18 anos, também mora em Sobradinho e leva mais de 1h30 para chegar à universidade, na Asa Norte. A obra vai beneficiar o jovem. "Seria uma forma de chegar menos cansado para estudar e em casa, no fim do dia", destaca.

Além do DF, outras seis unidades da Federação terão obras e projetos financiados com recursos federais - Goiás, Tocantins, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio Grande do Norte. A presidente Dilma ressaltou que existiram alguns critérios para as parcerias, como segurança, rapidez na execução do projeto de mobilidade e integração. "O projeto precisa estar focado grande parte em metrô, trilhos e é importante que seja implantado com corredores de ônibus", afirmou.

A liberação dos recursos ocorre em meio a mudanças no sistema do DF, com a conclusão da licitação e troca de ônibus. Nos últimos dias, a construção de paradas provisórias na Rodoviária do Plano Piloto provocou muitas críticas dos usuários. A estrutura serve de abrigo para 300 mil pessoas que vêm diariamente do Entorno para o DF. A rotina desses passageiros inclui coletivos que quebram na estrada  e sempre atrasam. No Distrito Federal, mesmo com a frota nova, a reclamação de ônibus que não passam no horário é também recorrente.
 
Qualidade
Segundo o governador Agnelo Queiroz (PT), o objetivo do Expresso DF Norte é atender passageiros como Marines e Vítor, moradores de Sobradinho. "A maior parte da população gasta duas horas para chegar ao trabalho. Esses recursos levarão mais qualidade para o transporte público e para essas pessoas", explicou. A expectativa é de que 400 mil usuários sejam beneficiados com as novas obras e novos projetos, que incluem ainda melhorias no Metrô. O pacote de investimentos prevê R$ 290 milhões para a aquisição de novos trens e a implantação das estações da 104, 106 e 110 Sul. Além disso, está prevista a expansão do sistema até a Asa Norte. A licitação deve sair em 60 dias.

Segundo secretário de Transportes do DF, José Walter Wazquez, a execução do Expresso DF deve começar este ano e a previsão é de que a obra esteja pronta em três anos. Além dele, de Agnelo, do vice, Tadeu Filippelli, a cerimônia que oficializou a liberação de R$ 3,8 bilhões do PAC para sete unidades da Federação contou com a participação de ministros, secretários, deputados federais e prefeitos. O evento ocorreu pela manhã no Palácio do Planalto.

Para o pesquisador e especialista em transportes Flávio Dias, a obra que atenderá regiões como Sobradinho e Planaltina é positiva porque, na área norte do Distrito Federal, existe demanda para o serviço do Expresso DF. "O que é preciso fazer é otimizar os projetos. Temos muitos exemplos de obras, não só em Brasília, que acabam gastando mais tempo e dinheiro do que o previsto inicialmente. Nesse meio tempo, a sociedade enfrenta transtornos devido a essas obras. É preciso acabar com a gestão do "desculpe pelo transtorno"", ressaltou Dias.

Distribuição
Ao todo, o Distrito Federal tem investimentos de R$ 4,12 bilhões em obras de Mobilidade Urbana do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse montante, R$ 1,65 bilhão é do Orçamento Geral da União (OGU), R$ 2,12 bilhões de financiamento público

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Mobilidade urbana patina e menos de 20% dos projetos estão em obras

Daniel Rittner, André Borges e Edna Simão | De Brasília
Valor Econômico 19/022014

Menos de 20% dos projetos de Mobilidade Urbana com apoio financeiro da União estão efetivamente em obras ou já foram concluídos. O baixo índice de execução demonstra a dificuldade do setor público em atender o clamor das ruas e dar uma resposta ágil às manifestações de junho do ano passado, que tiveram a má qualidade dos transportes públicos como um dos alvos principais.

De 229 projetos de mobilidade com investimentos federais, em grandes e médias cidades, o novo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) indica que só 47 - em 14 municípios - têm alguma obra em andamento. Apenas seis projetos já foram inaugurados. Uma lista infindável de anúncios não conseguiu sair do papel e está em fase de licitação ou, pior ainda, na elaboração de estudos de viabilidade econômica e de engenharia.
A lentidão nos avanços contrasta com a rapidez com que a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacto da mobilidade , em reação às manifestações populares, com investimentos adicionais de R$ 50 bilhões em transportes.

O governo já tinha outros programas em curso, como as duas versões do PAC Mobilidade - um para grandes cidades (com mais de 700 mil habitantes) e outro para médias cidades, além do PAC da Copa. Na prática, tornou-se difícil identificar qual obra está vinculada a cada programa.

Não faltam exemplos de projetos grandiosos que estão, aos olhos dos passageiros, na estaca zero - independentemente de um ou outro avanço na realização de estudos. A ampliação do metrô de Brasília, com cinco novas estações e recursos garantidos de quase R$ 700 milhões, patina há dois anos. Veículos leves sobre trilhos (VLTs) em capitais do Nordeste, como em João Pessoa e Maceió, estão parados. Corredores exclusivos de ônibus, que deveriam cortar cidades de médio porte como Piracicaba (SP) e Uberlândia (MG), também ficaram no papel e frustraram a população.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, minimizou os atrasos e fez uma comparação com os avanços na área de saneamento básico. Em 2007, quando projetos de Estados e municípios para abastecimento de água e tratamento de esgoto passaram a receber investimentos federais, ela lembrou que governadores e prefeitos raramente apresentavam estudos adequados para o enquadramento no PAC. Hoje, segundo a ministra, 60% dos projetos de saneamento chegam a Brasília com estudos prontos. O mesmo processo de aprendizado, na avaliação dela, deverá ocorrer com a Mobilidade Urbana. Para isso, conforme destacou, o governo está financiando o desenvolvimento de estudos.

Praticamente todos os projetos na área de transportes públicos, excluindo Trens Urbanos da estatal CBTU, são tocados por Estados ou municípios. O governo federal entra com dois tipos de financiamento: recursos a fundo perdido do Orçamento Geral da União (OGU) e empréstimos a taxas privilegiadas do BNDES ou da Caixa Econômica Federal.

O desempenho ruim na área de mobilidade também se reflete em projetos selecionados para a Copa do Mundo. Obras atreladas à realização do evento esportivo, como o VLT de Brasília e o monotrilho de Manaus, hoje são empreendimentos sem data de conclusão. A 115 dias do pontapé inicial do torneio, no entanto, a ministra avaliou que ainda é cedo para fazer um balanço geral. Ela afirmou que é possível fazer o evento sem esses investimentos e argumentou que projetos específicos para operação durante a Copa do Mundo estão sendo entregues até o prazo factível para isso .

De acordo com a ministra, obras de mobilidade constituem um legado para a população e não devem atrapalhar a realização do torneio. Como dizem os baianos, eles fazem uma Copa do Mundo por ano, no Carnaval.
A segunda fase do PAC, que compreende o período 2011-2014, já teve 82,3% de suas ações concluídas. O balanço compila informações até o dia 30 de dezembro de 2013. A execução global do PAC 2 atingiu R$ 773,4 bilhões e representa 76,1% do orçamento previsto até o fim deste ano - esses recursos incluem não só gastos orçamentários, mas também desembolsos de estatais e do setor privado, além de financiamentos do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

O governo aproveitou a solenidade para comemorar obras inauguradas em 2013. As hidrelétricas de Simplício (RJ/MG), de Garibaldi (SC) e de Mauá (PR) foram lembradas. O balanço destacou ainda a conclusão da interligação energética Tucuruí-Macapá-Manaus. Na área de rodovias, o governo conseguiu cortar as fitas do Contorno de Maringá e da Via Expressa do porto de Salvador.

Por outro lado, projetos sem perspectiva concreta de se tornar realidade continuam aparecendo com carimbo verde no balanço, o que sinaliza ritmo adequado . É o caso do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas, cujo leilão foi adiado em agosto do ano passado e hoje não tem data para ocorrer.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Governo recua na promessa de R$ 50 bi para mobilidade

18/10/2013 - Valor Econômico
O governo federal recuou parcialmente de promessa feita pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho e não se compromete mais com investimentos adicionais de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas grandes cidades até o fim de 2014. Dilma havia feito o anúncio como resposta à onda de protestos que teve a qualidade dos transportes públicos como um dos estopins.

Ontem, durante divulgação de novo balanço quadrimestral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os dois ministros responsáveis por receber as demandas de Estados e municípios para obras como linhas de metrô e corredores exclusivos de ônibus reconheceram que não há uma previsão clara de como e quando esses investimentos serão feitos. A explicação de Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) é que faltam projetos de engenharia e estudos de viabilidade econômica em quantidade suficiente para usar os recursos anunciados. Também lembraram o fato de que os próprios governos estaduais e municipais têm alegado dificuldades para executar várias obras simultaneamente.

"Não podemos achar que, em um piscar de olhos, essas obras ficarão prontas", disse Miriam. Ribeiro acrescentou que não havia mais grandes investimentos em mobilidade no país e, no momento de retomá-los, perceberam a carência de projetos na prateleira. "Daí porque não temos como fazer uma previsão (de liberar recursos)", resumiu o ministro. Ele diz, porém, que sua pasta tem conversado "diariamente" com prefeitos e governadores para tirar o atraso.

Miriam informou que a União recebeu demandas de R$ 84,4 bilhões até agora, mas ressaltou: "Parte considerável não possui projetos". Ela listou critérios do governo para priorizar os pedidos levados a Brasília por Estados e municípios. Empreendimentos de alta e média capacidade (como metrô e BRT), que atendam áreas com população de baixa renda e tenham integração com outros modais saem na frente.

Segundo a ministra, foi possível selecionar 23 empreendimentos até agora, que se transformaram em anúncios de R$ 13,4 bilhões. Eles envolvem investimentos como corredores de ônibus no município de São Paulo, o monotrilho do ABC Paulista, o sistema de veículos leves sobre trilhos (VLT) da zona portuária do Rio de Janeiro e linhas de metrô em Salvador e Porto Alegre - parte das obras não têm sequer editais de licitação publicados e o anúncio é apenas um compromisso futuro de liberar verbas.

Já estão sendo liberados, conforme informou Miriam Belchior, outros R$ 169 milhões para a elaboração de projetos de engenharia (básicos e executivos) e estudos de viabilidade técnica-econômica de 19 empreendimentos. A expectativa do governo é que esses estudos e projetos venham a alavancar obras de mobilidade urbana orçadas preliminarmente em R$ 7 bilhões.

Miriam deixou claro que é impossível, diante de todas as limitações, liberar efetivamente até o fim de 2014 os R$ 50 bilhões prometidos. Ela também evitou fazer uma estimativa de quanto disso será em recursos a fundo perdido do Orçamento Geral da União (OGU) e quanto será em financiamentos a taxas privilegiadas, com recursos do FGTS, via Caixa Econômica Federal (CEF).

Para ilustrar como muitas cidades estão com dificuldade em contratar mais obras, a ministra relatou uma conversa que teve com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Ele teria dito que a capital mineira não tem como iniciar novas intervenções urbanas, que fecham vias e causam transtornos à população, até meados de 2014. "Depois que fica pronta, todo mundo fica feliz, mas uma obra de mobilidade urbana mexe com a vida das cidades", afirmou Miriam. Entre pedidos estaduais e municipais, a região metropolitana de Belo Horizonte apresentou demandas de R$ 7,4 bilhões ao governo, que contemplam corredores de ônibus e duas novas linhas de metrô.

O balanço do PAC divulgado ontem foi o primeiro após as manifestações. O relatório anterior havia sido publicado no dia 10 de junho, às vésperas do início dos protestos. Desta vez, houve mais espaço à descrição de ações oficiais para aumentar investimentos em transportes coletivos.

Durante a entrevista, os ministros chegaram a expor slides com fotografias de uma obra do metrô de São Paulo - a extensão da Linha 5-Lilás - que é tocada pelo governo estadual de São Paulo, do PSDB. Parte do financiamento é do BNDES. Também foram mostradas as obras da Linha 17-Ouro, o monotrilho da zona sul, que ligará o aeroporto de Congonhas ao metrô. Para construí-lo, o governo paulista tomou empréstimo da CEF, mas não há recursos federais a fundo perdido. Questionada sobre isso, Miriam explicou que há suporte financeiro da União nesses empreendimentos e fez questão de lembrar sua passagem como secretária municipal em Santo André (SP), no início da década passada. "Não tínhamos nenhum apoio."

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Metrofor terá empréstimo de R$ 1 bi

04/10/2013 - Diário do Nordeste
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou, durante sessão ordinária, ontem, o Projeto de Lei que dispõe sobre a autorização para o Governo do Estado contratar uma operação de crédito interno no valor de R$ 1 bilhão, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) ou Caixa Econômica Federal (CEF).

O contrato de empréstimo do valor de R$ 1 bilhão, segundo a justificativa do Governo, visa a implantação da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, projeto enquadrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, no chamado Mobilidade Grandes Cidades.

O Projeto de implantação da Linha Leste do Metrofor prevê, segundo a matéria, um sistema metroviário de alta capacidade, com extensão de 12,4 mil metros quadrados, aquisição de 20 trens urbanos elétricos (TUE´s), 13 estações, sendo 12 subterrâneas e uma em superfície.

"O objetivo deste projeto é possibilitar a ligação do Centro da cidade de Fortaleza e, por meio da integração intermodal, das cidades de Pacatuba, Maracanaú e Caucaia, à região da Avenida Santos Dumont, onde se encontram os principais polos comerciais e financeiros de Fortaleza, além de escolas e universidades, e à região da Avenida Washington Soares, que apresenta maior índice de crescimento da cidade", justifica a mensagem.

Depois de concluída, a Linha Leste, o Metrofor deverá transportar cerca de 400 mil pessoas por dia em 2020, chegando a 650 mil em 2050, com integração plena entre todas as linhas metroviárias planejadas e em execução.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Em obras de mobilidade urbana, burocracia e atraso

BRASÍLIA (O Globo) - Pelo ritmo das obras executadas pelo governo federal em parceria com estados e municípios desde 2011, o brasileiro não será beneficiado tão cedo pelos R$ 50 bilhões prometidos semana passada pela presidente Dilma Rousseff para resolver os gargalos de mobilidade urbana nas metrópoles. Se realizado, o investimento seria dez vezes maior que o previsto para as obras da Copa e mais que o dobro do previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as grandes cidades. Infelizmente, não há motivos para a população se animar.

Um estudo do cronograma de execução do PAC da Mobilidade mostra que boa parte dos R$ 18 bilhões prometidos para essas obras em 2011 — destinados às cidades com mais de 700 mil habitantes — ainda não saiu dos cofres do governo por causa de problemas como o vai e vem de decisões, a burocracia e a falta de projetos de estados e municípios. Dois anos e meio depois, apenas cinco dos 42 empreendimentos selecionados tiveram suas obras iniciadas, e só dois têm mais de 10% das obras realizadas.

A mais adiantada delas é o BRT de Brasília, que vem sendo tratado de forma diferenciada por ser fundamental para a Copa. Boa parte dos projetos selecionados não tem projeto executivo pronto para ser licitado e, até no governo, ninguém crê que alguma dessas obras ficará pronta antes de 2014. Isso significa que se o governo repetir com os R$ 50 bilhões o que ocorreu com o PAC Mobilidade — alardeado como programa prioritário — nenhuma obra com esses recursos deve sair do papel antes de meados de 2016.

Sobra dinheiro para mobilidade urbana

Os R$ 50 bilhões prometidos pela presidente Dilma Rousseff para projetos em mobilidade urbana não deverão pesar no desempenho das contas públicas este ano. O processo de investimento pelas prefeituras é tão ou mais lento do que o do governo federal, de forma que é praticamente impossível essa verba ser traduzida, ainda em 2013, em obras ou etapas de obras concluídas, que devam ser pagas pelo governo e causar impacto no caixa federal.

Prova disso é o que ocorre hoje com as finanças do Ministério das Cidades. Com R$ 89 bilhões disponíveis para gastar em obras de mobilidade desde 2011, a pasta só conseguiu contratar R$ 40 bilhões. As obras concluídas somam apenas R$ 2 bilhões. Outros R$ 3 bilhões foram liberados para pagar etapas de projetos que ainda não ficaram prontos.

A principal explicação para esse desempenho fraco é o mesmo dado pelos ministérios envolvidos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): faltam projetos de qualidade. Ao contrário do que se via no País até o fim dos anos 90, o problema não é falta de dinheiro. É conseguir usá-lo.

"Tenho R$ 15 bilhões para gastar este ano e sou cobrado diariamente", disse o ministro dos Transportes, César Borges, em recente conversa com o Estado. "Nunca tive problema tão bom na minha vida." Há poucos meses no cargo, ele tenta ter um desempenho melhor que seus antecessores, que chegavam em dezembro sem conseguir contratar alguns bilhões do dinheiro disponível, principalmente por falhas em projetos.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Ministério lança consulta do Trem Pé-Vermelho

18/04/2013
O Ministério dos Transportes está fazendo uma consulta pública para colher informações da população sobre o Trem Pé-Vermelho, que faria a ligação entre as regiões metropolitanas de Maringá e Londrina. A intenção é buscar dados da comunidade para melhorar o estudo de viabilidade econômico-financeira feito pelo governo federal.

Inicialmente, o trem passaria por um trecho de 122 quilômetros, mas há a possibilidade que a linha vá de Ibiporã (16 km de Londrina) a Paiçandu (16 km de Londrina), o que acarretaria em um distância de 152,7 quilômetros entre os dois extremos na linha ferroviária.

A linha integra os municípios de Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã. As pessoas podem enviar opiniões sobre o estudo até o dia 30 de abril. As fichas da consulta estão disponíveis no site do Ministério dos Transportes.

O Trem Pé-Vermelho é uma reivindicação antiga da região norte do Paraná para aumentar a mobilidade entre os municípios e contribuir com o desenvolvimento econômico. Os recursos para elaboração do projeto executivo da linha ferroviária virão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Nem o dinheiro barra o atraso.

Hoje saiu no jornal Metro uma reportagem com esse título, que demonstra na realidade a falta de competência de nossos governantes.

Nem a existência de dinheiro público disponível tem conseguido mudar o retrato do atraso das obras da Copa do Mundo de 2014. Faltando 15 meses para o pontapé inicial do evento, um relatório do Tribunal de Contas da União – TCU revela que 37% dos recursos destinados à construção de estádios e 73% dos previstos para obras de mobilidade urbana estão disponíveis, mas não saem dos cofres públicos.

Considerados os principais legados do evento, as obras de construção de metrôs, de corredores rodoviários ou de alternativas de transportes, como VLT e BRT, correm o risco de serem apenas parcialmente concluídas.

No Rio de Janeiro, o governo faz obras em muitas frentes e manda demolir estádios e infra-estruturas urbanas construídas no passado, como se o dinheiro público desse em árvores. Entre outros imóveis, vai demolir o conjunto de piscinas Maria Lenke, o mais importante centro aquático da cidade e construído para os Jogos Pan Americanos, e o Estádio do Maracanãzinho, que deveria estar incluído na lista de bens constantes do patrimônio histórico da cidade. Enquanto isso, outras obras recentes estão caindo, como os apartamentos construídos para abrigar os atletas dos Jogos Pan Americano, na Zona Oeste, e o Estádio do Engenhão, principal estádio de futebol da cidade, uma vez que o Maracanã encontra-se em obras. Devemos acrescentar a esta lista o Elevado do Joá, principal via de ligação entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca, que está com seus pilares abalados, corroídos pela ferrugem, cuja velocidade máxima permitida atualmente é de 60 km/h, apesar de fazer parte de uma via expressa de 80 km/h de velocidade.

No quadro a seguir apresentamos o andamento das obras de mobilidade urbana no país:

CIDADE                    CONTRATADO                  LIBERADO        EXECUTADO
                                   (R$ MILHÕES)                    (R$ MILHÕES)        (%)

Cuiabá                                   454,7                                     59                 13
Belo Horizonte                    1020                                      423                 41,4
Porto Alegre                          398                                          0                    0
Curitiba                                   310                                        27,6                8,9
Brasília                                     98                                           0                    0
Recife                                     678                                      297                 43,8
Natal                                        293                                         0                     0
Fortaleza                                409,8                                     28,7                 7
Rio de Janeiro                     1.170                                     472                  40

TOTAL                                 4.800                                   1.300                 27

Observação: São Paulo, Salvador e Manaus são cidades-sede sem obras de mobilidade urbana incluídas no programa.