terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Estudos de trens do Sul devem ser concluídos até agosto

03/01/2013 - Jornal Agora RS

O estudo sobre a viabilidade econômica da implantação de um trem regional de passageiros entre Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande/Cassino deve ser concluído até agosto de 2013. Os R$ 750 mil necessários para financiar a realização do trabalho já foram repassados pela Casa Civil ao Ministério dos Transportes.

A pesquisa será realizada pelo Laboratório de Transportes da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans/UFSC) e começará ainda em janeiro quando uma equipe de técnicos da instituição chegará a região para dar o pontapé inicial no trabalho. A mesma equipe foi responsável por realizar, no ano passado, os estudos de viabilidade dos trens regionais entre Caxias do Sul e Bento Gonçalves e entre Londrina e Maringá, no Paraná.
Será feito um estudo multidisciplinar que avaliará a oferta e a demanda com relação a este trem, os locais mais aptos para receber as estações e toda a infraestrutura necessária para viabilizar sua instalação, explica o professor Rodolfo Phillipi, coordenador de projetos do Labtrans e responsável pela organização do trabalho na região.
Conforme Phillipi a equipe da UFSC deve permanecer na região até o final de fevereiro, quando deixará o restante do trabalho a cargo de equipes de apoio formadas por profissionais da Universidade Federal de Pelotas e da Fundação Universidade do Rio Grande.

O início deste estudo foi uma das principais metas perseguidas pelas lideranças da zona Sul em 2011 e a confirmação de que será iniciado nas próximas semanas é o primeiro passo rumo a concretização deste investimento tão importante para complementar este ciclo virtuoso de desenvolvimento experimentado pela região, pondera o deputado federal Fernando Marroni (PT-RS) responsável por coordenar a mobilização regional em defesa do projeto.

A ideia de implantação de um trem regional de passageiros interligando Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande/Cassino ganhou força a partir de fevereiro deste ano após intervenção do deputado Marroni junto ao Ministério dos Transportes para liberação dos recursos destinados a realização do estudo de viabilidade técnica e que estava suspensa desde 2010.
Como forma de mobilizar a região e pressionar o governo federal a disponibilizar os recursos, em março foram realizadas audiências públicas nas três cidades e, em abril, foi estabelecido um comitê regional integrado por lideranças políticas e empresariais coordenado por Marroni, que assumiu o papel de interlocutor da região junto ao Ministério dos Transportes.

O projeto

O projeto de trens regionais do Ministério dos Transportes prevê a implantação de trens regulares de passageiros do tipo trem unidade leve podendo ser movido a diesel, biodiesel, GNV ou GNVL. Estes trens têm capacidade para atingir velocidade média de 80 km/h e, além de passageiros, podem transportar mercadorias, pacotes e outras encomendas.

Conforme dados do Ministério existem 64 trechos em todo o País que podem ser melhor utilizados a partir do transporte de passageiros, destes 28 foram analisados preliminarmente e nove serão alvos de estudos mais detalhados. Dois estão no RS: Bento Gonçalves/Caxias e Capão do Leão/Pelotas/Rio Grande/Cassino.

A ligação ferroviária de passageiros entre Capão do Leão/Pelotas e Rio Grande terá uma extensão estimada de 89,3 km, composta da seguinte forma: 65 km em trecho de operação comum com a linha de carga existente; 9,3 km de recuperação de linhas abandonadas existentes; e 15 km de linhas novas: variante do aeroporto do Rio Grande e acesso à Praia do Cassino. O trabalho se dividirá em três fases: Levantamento de dados, análise e previsão da demanda e alternativas de traçado.

Agência mineira quer parceria para trens

02/01/2013 - Estado de Minas

O exemplo que vem da Europa será conhecido de perto em 2013 por uma comitiva da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que vai à França verificar a logística e gestão do sistema de transporte, principalmente no que se refere ao modal ferroviário. Minas Gerais tem projetos para a retomada do metrô e do trem de passageiros e aposta na parceria público-privada (PPP) para a construção de três linhas. A primeira liga Divinópolis, Betim, BH e Sete Lagoas. A outra faz o caminho entre BH, Brumadinho, Águas Claras e Eldorado (Contagem).

A terceira vai conectar a capital a Nova Lima, Conselheiro Lafaiete e Ouro Preto. Especialistas na área de transporte e trânsito comparam o modelo europeu com o mineiro e apontam: nem no longo prazo será possível alcançar um patamar parecido.

A explicação é simples, de acordo com o coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. “Não tem a ver com volume de investimentos, de ter ou não dinheiro nem com projetos, mas com uma cultura de planejamento a longo prazo que não temos aqui”, afirma. Ele usa o metrô de Paris como exemplo. A primeira linha foi inaugurada em 1900 e tinha 45 quilômetros e 25 estações (uma vez e meia a extensão do trem de BH, com 28 quilômetros). A última, a linha 14, foi implantada em 1998.

Ineficiência

O metrô de BH começou a ser desenhado em 1980 e tinha projeto inicial de 120 quilômetros, chegando à Pampulha e ao Centro. Resende estava na equipe e faz uma conta para comparar os dois sistemas, tomando como base o tempo de existência de um e outro para calcular a velocidade de expansão. “Em 32 anos construímos 28 quilômetros, então, se o metrô de Paris fosse o de BH, em 98 anos, teríamos 86 quilômetros de linha”, diz. “Do contrário, se BH fosse Paris, em 32 anos, teríamos 70 quilòmetros, três vezes mais. São números incontestáveis”, aponta.

O consultor em transporte e trânsito Osias Batista faz coro e compara o sistema de videomonitoramento do Anel Rodoviário da capital francesa com o de BH, onde ele é inexistente. “Eles têm ação e supervisão do sistema viário, que permite tomar decisão em tempo real. Aqui, a polícia descobre um acidente e não consegue chegar ao local porque está tudo congestionado”, relata.

Os números oficiais do Brasil dão conta de 42 mil mortos por ano em estradas e vias urbanas. Mas a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) estima 20% a 30% a mais, já que nas estatísticas são consideradas apenas as pessoas que perderam a vida no local do acidente. “Enquanto isso, estão fazendo o trem-bala. O Brasil não tem o feijão com arroz, mas precisa da cozinha especial. Vamos primeiro ajustar o básico, pois não há transporte de passageiro que preste em lugar algum”, critica.

O consultor, que participou da criação da Metrominas em 1997, analisa o lado positivo: pela primeira vez, se fala na retomada do trem de passageiro. “Se isso tivesse ocorrido há 15 anos, não teríamos perdido tantos trilhos nem faixas de domínio. O governo está tentando tirar o atraso e, por isso, é importante irem à França, pois quem nunca viu acaba desmotivado”, ressalta.

Nova etapa das obras do Metrô do Rio é iniciada

25/01/2013 - G1 Rio

O Metrô iniciou nesta sexta-feira (25) mais uma etapa das obras da Linha 4 (Ipanema - Barra da Tijuca) na Zona Sul do Rio. Um canteiro de obras começou a ser instalado no campo de futebol da Pontifícia Universidade Católica (PUC),na Gávea, de onde serão escavados túneis do metrô. Já a Estação Gávea - que será em dois níveis e ficará sob um terreno do governo do estado onde funciona parte do estacionamento da PUC - começará a ser construída no segundo semestre de 2013, conforme informou a assessoria de imprensa da Linha 4 do Metrô.

A estação terá dois acessos: um em frente à PUC, na Rua Padre Leonel Franca, e outro na Rua Marquês de São Vicente. Durante todo o período de obra, os acessos à PUC e ao estacionamento da universidade serão preservados. Não haverá fechamento de ruas na Gávea.

Para viabilizar as intervenções dos túneis na Gávea, foi necessário desocupar terrenos do estado no final da Travessa Madre Jacinta, por onde irão circular caminhões com material da obra. No local, havia cinco casas e uma oficina mecânica. De acordo com a assessoria, as famílias foram indenizadas e realocadas.

A instalação do canteiro de obras no campo de futebol da PUC começou em janeiro e será concluída em abril, quando vão começar as escavações do túnel de serviço, que faz parte do sistema de ventilação e também funcionará como saída de emergência. Esse túnel será conectado aos túneis de via, por onde passarão os trens. As intervenções estão previstas para terminar em dezembro de 2015.

Linha 4 do Metrô vai transportar mais de 300 mil passageiros por dia a partir de 2016

A Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro - que ligará a Barra da Tijuca a Ipanema - vai transportar, a partir de 2016, mais de 300 mil pessoas, segundo as estimativas da empresa. A previsão é de que cerca de 2 mil veículos por hora/pico sejam retirados das ruas. Com a nova linha, o passageiro poderá utilizar todo o sistema metroviário da cidade com uma única tarifa.

Serão seis estações (Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico) e aproximadamente 16 quilômetros de extensão. A Linha 4 do Metrô entra em operação no segundo semestre de 2016, após passar por uma fase de testes.

Com a nova linha, o passageiro poderá seguir, sem baldeação, do Jardim Oceânico, na Barra, à Estação Uruguai, na Tijuca. O trajeto Barra-Ipanema será feito em 15 minutos e o Barra-Tijuca em 50 minutos.

RF

Última licitação do VLT de Santos termina em março

03/01/2013 - G1 Santos

A última das três licitações que tratam da implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Santos, litoral de São Paulo, deve ser concluída até o mês de março. Essa é a expectativa do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, que tomou posse na terça-feira (1).

A licitação em questão diz respeito às obras físicas. O cronograma prevê que as mesmas já se iniciem no primeiro semestre de 2013. Segundo Barbosa, há, ainda, a previsão de que outra licitação - referente à aquisição dos sistemas de energia, sinalização, telecomunicações, controle de arrecadação e de passageiros - seja finalizada ainda em janeiro.

"Fazemos reuniões com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos e a EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) desde o final do pleito (em outubro), para acelerar esse processo. A primeira das licitações, que trata do material rodante, já teve a ordem de serviço expedida e os vagões, que estão sendo produzidos na Espanha, ficarão prontos em 18 meses. Outra licitação que queremos acelerar é referente aos sistemas.

Estamos avançando para concluí-la em janeiro. Já a licitação das obras físicas, com as intervenções na malha viária, a expectativa é de concluirmos em 60 dias", disse o prefeito.
Paulo Alexandre ainda comentou a importância do projeto para a mobilidade urbana na cidade. "O VLT é um sonho antigo dos santistas, então muitas vezes nós compreendemos a descrença da população, porque o projeto é discutido há mais de uma década. Mas já demos passos que eu diria serem irreversíveis (para implantação do VLT). Posso assegurar que o município fará sua parte."

No final de dezembro, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, havia autorizado a compra de 22 vagões do VLT. Segundo informações da EMTU, o investimento é de mais de R$ 251 milhões. A previsão é de que o primeiro veículo opere a partir de em maio de 2014, entre o terminal Barreiros, em São Vicente, e o terminal Porto, em Santos.

Outro desafio apontado por Barbosa envolvendo o transporte em Santos diz respeito a obras previstas para a entrada da cidade para quem vem da capital e do interior do Estado, pela Via Anchieta. "É uma das obras mais importantes a serem feitas. A Prefeitura tem apenas um estudo em relação à alternativa viária para a obra, e precisamos transformar isso em projeto básico e projeto executivo para, aí sim, buscarmos recursos junto ao Governo do Estado, ao Governo Federal e, se necessário, recursos internacionais para tirar essa obra do papel", concluiu o prefeito.

VLT Santos está no orçamento do Estado de SP para 2013

02/01/2013 - A Tribuna

O Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo Paulista, deu sinal verde para retirar da gaveta uma antiga (e quase desacreditada) promessa regional. A implantação dos primeiros quilômetros do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) está incluída na proposta orçamentária do Estado de São Paulo para 2013. O texto foi enviado na sexta-feira passada à Assembleia Legislativa.

Conforme a peça, o Tesouro do Estado irá reservar R$ 177 milhões para a execução do Sistema Integrado Metropolitano (SIM) da Baixada Santista – rede de transporte público estruturada por meio do VLT. Os recursos são para arcar com a elaboração dos projetos funcionais, básicos e executivos da infraestrutura e, também, execução das obras.

O total destinado na proposta orçamentária é cerca de 20% do total necessário para o empreendimento, avaliado em R$ 855 milhões. A operação do trecho inicial de 15 quilômetros ficará a cargo de uma empresa por meio de parceria público-privada (PPP). O consórcio escolhido poderá dar continuidade às demais etapas do projeto.

Aguardado desde o fim da década de 1990, o VLT é apontado como uma das soluções para o transporte público regional. Pelo cronograma da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), autarquia responsável pelas intervenções, a inauguração do traçado inicial está prevista para o segundo semestre de 2014.

Com previsão de atender cerca de 70 mil passageiros/dia útil nesta primeira fase, o VLT será integrado às linhas de ônibus metropolitanos e municipais. Nesta fase, o sistema viário interligará o Terminal Barreiro, em São Vicente, ao Porto de Santos e ao Valongo.
Orçamento

A proposta enviada à Alesp ampliou em 20% a previsão de investimento na área de transporte. Pelo Orçamento, as secretarias que administram o setor vão receber R$ 15,1 bilhões. Além do VLT da Baixada Santista, o governador Geraldo Alckmin citou viabilizar três novas linhas de metrô na Capital e duplicar a rodovia dos Tamoios (SP-99), todas promessas anteriores.

Para o próximo ano, o Palácio dos Bandeirantes estimou Orçamento de R$ 173,1 bilhões, 10,52% maior que o atual e quase o dobro da inflação do período. O texto segue agora para a análise dos deputados estaduais, que têm 90 dias para aprovar a proposta.

Segundo a Secretaria Estadual de Planejamento, o valor total do orçamento é composto pela arrecadação de R$ 113,7 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e R$ 12,2 bilhões de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Para essas expectativas, foram considerados inflação de 4,5% e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) paulista de 3,5%.

A peça orçamentária cita ainda a construção de cinco novos hospitais e R$ 1,2 bilhão para a aquisição de medicamentos e insumos farmacêuticos.

Já na área de Segurança Pública, há a previsão de 10.500 vagas em prisões e destinação de R$ 471 milhões para reformas e a compra de viaturas, armamentos e equipamentos de segurança pessoal.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sistema sobre trilhos do Rio de Janeiro

Projeto de expansão do metrô de Porto Alegre

Fase 1

Nº de estações: 13
Comprimento estimado: 14,88 km
Veículos: 25 composições
Trajeto: zona norte – centro, passando pelas avenidas Assis Brasil, Brasiliano Índio de Moraes, Benjamin Constant, Cairú, Farrapos, rua Voluntários da Pátria, largo Jornalista Glênio Peres e avenida Borges


2Fase 2
Nº de estações: 10
Comprimento estimado: 10,92 km
Veículos: 11 composições
Trajeto: centro – zona sul, passando pelas avenidas Borges de Medeiros, Ganzo, rua Barão do Triunfo e avenida Bento Gonçalves.
Foto: Divulgação
3Veículos
O 'metrô leve' deverá ser o veículo que circulará nas linhas da capital gaúcha. Utilizados em cidades como Shanghai (China), Istambul (Turquia) e Barcelona (Espanha), os trens possibilitam a construção de túneis com diâmetros menores (4 metros) e vias elevadas mais estreitas. A composição tem uma oferta inferior ao metrô pesado, mas superior a um corredor de ônibus, garantindo um transporte entre 20 mil a 40 mil passageiros/hora por sentido.
Velocidade: 35 km/h
Intervalos: de 90 a 180 segundos
Foto: Divulgação
4Estações
O projeto do MetrôPoa prevê a integração das estações com o BRT (Bus Rapid Transport), sistema rápido de ônibus a ser concluído até a Copa do Mundo de 2014.
Foto: Divulgação
5Raio X
População atendida: 3,36 milhões de habitantes (Porto Alegre e região metropolitana)
Nº de moradores no entorno do metrô: 297 mil (172 mil na 1ª fase e 126 mil na 2ª fase)
Bairros atendidos: 35 (18 na primeira fase e 17 na segunda)
Polos geradores de tráfego atendidos (comércio, serviço, saúde, educação e lazer): 35 na primeira fase e 48 na segunda-feira
Foto: Ivo Gonçalves/PMPA/Divulgação

"O futuro passa pelos trilhos"

Autor(es): ALMIRO MARCOS
Correio Braziliense - 25/12/2012

O diretor-superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste detalha os planos ferroviários para ligar o Distrito Federal a Goiás
A Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) deve contar, em 2013, com cerca de R$ 8 bilhões para investir nas quatro unidades federativas da região. O dinheiro é proveniente dos fundos constitucional (FCO) e de desenvolvimento (FDCO). O órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional pretende usar os recursos no fortalecimento da infraestrutura logística, principalmente no que diz respeito às ligações entre o Distrito Federal e Goiás.

O primeiro assunto que sempre aparece na pauta do diretor-superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado, é a ferrovia. O tema o deixa empolgado. "O futuro passa pelos trilhos", enfatiza. Entusiasta da ideia, ele encabeça dois grandes planos que preveem a ligação ferroviária entre o DF e a capital goiana, e a reativação de uma ferrovia que liga Brasília e Luziânia. Dourado revela que os dois projetos estão avançando e têm tudo para sair do papel.

Polos
Além disso, destaca a importância da criação de polos de desenvolvimento industrial na Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (Ride). "A salvação de Brasília está na Ride", resume. Outra grande iniciativa é a criação de um arco rodoviário entre Mimoso e Água Fria de Goiás, com capacidade de reduzir em até 30% a quantidade de caminhões que cruzam o DF diariamente. Acompanhe ao lado os principais trechos da entrevista.

Quais os principais projetos que a Sudeco tem hoje para Brasília e Entorno?
Temos duas grandes ações na área de mobilidade, relacionadas aos trens. O futuro destse país passa pelos trilhos. O principal projeto é a criação de uma ligação ferroviária entre Brasília e Goiânia, passando por Alexânia, onde estamos investindo na criação de um polo industrial; e por Anápolis, que é um importante núcleo de desenvolvimento goiano. A conexão se dará por meio de um trem de média velocidade, com uso misto, tanto para transporte de passageiros como de cargas. Essa não é uma ideia nova. Em 1956, já existia essa previsão, com a figura visionária que foi o presidente Juscelino Kubitschek. Ele mandou para o Congresso Nacional o Plano Ferroviário Nacional, que incluía essa ponte entre Brasília e Goiânia. Com o tempo, isso acabou se perdendo. Quando assumi a Sudeco (junho de 2011), decidi voltar ao assunto. Mais do que isso, resolvi fazer com que saísse do papel.

Como está o processo?
Em dezembro do ano passado, foi assinado um protocolo de intenções entre o Ministério da Integração Nacional, por meio da Sudeco, o Ministério dos Transportes e os governos do Distrito Federal e de Goiás. Daí, para não ter o risco de nenhum cartel vir se aproveitar da história, chamamos o Banco Mundial para participar. Publicamos o edital e nada menos do que 41 consórcios do mundo todo manifestaram interesse em participar da elaboração do estudo técnico. Agora, estamos em fase de seleção, da qual vão sair seis grupos. No fim, o Banco Mundial vai escolher a proposta vencedora. Então, será contratado o Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica e socioambiental. Calculo que, em setembro ou outubro do próximo ano, esse material já estará pronto. Ele indicará se o poder público vai fazer a obra ou se será feita por meio de parceria público-privada. Na minha opinião, o papel do Estado é fiscalizar, já que a iniciativa privada é mais ágil. Depois, vem a fase de concessão, construção, outorga e operação.

Qual a importância dessa obra?
De acordo com o IBGE e o Ipea, o trecho Brasília-Goiânia já tem 6 milhões de pessoas. E, em poucos anos, essa população vai dobrar. Futuramente, em importância, só vai perder para o Eixo Rio-São Paulo. Hoje, 46% da produção de grãos do Brasil sai do Centro-Oeste, mas precisa descer até o Porto de Santos para seguir rumo ao Hemisfério Norte. É uma volta de 4 mil quilômetros. Fica muito mais fácil usar essa ligação projetada entre as duas capitais para ter acesso à Ferrovia Norte-Sul e embarcar pelo Nordeste. É muito simples.

Há mais alguma iniciativa em andamento?
O segundo grande projeto é uma ligação ferroviária entre Brasília e Luziânia. E essa é até mais rápida de sair. Já existe a ferrovia de bitola métrica. Hoje, ela só é usada duas vezes por dia. Isso é um absurdo. Podemos aproveitar os trilhos para o transporte de pessoas, diminuir a carga de veículos no sistema viário da capital federal e facilitar a vida do passageiro. Atualmente, a viagem de Luziânia para cá, de ônibus, chega a durar duas horas. De trem, poderá ser feita em menos de uma hora. A operação da ferrovia está sob responsabilidade da Ferrovia Centro-Atlântica e já verificamos que não há problema algum em utilizar a linha. Ela já está mais de 90% pronta. O que precisaremos fazer são adaptações, reforma de estações e uma ligação de cerca de quatro quilômetros de trilhos até o centro de Luziânia. Os recursos para a contratação dos estudos virão da Sudeco e será uma licitação, de acordo com as normas da Lei nº 8.666. O edital deve estar pronto nos próximos dias.

O Conselho Deliberativo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel) foi instalado em meados de novembro. Qual o papel desse órgão?
Ele é formado por membros do governo federal, dos governos dos estados do Centro-Oeste e por representantes classistas. É a instância máxima de planejamento estratégico da região. Ele vai, por exemplo, definir o direcionamento da aplicação do FCO e do FDCO. Esses dois são importantes fontes de recursos para o desenvolvimento. O FDCO foi criado agora e passa a ter recursos para investir a partir do próximo ano. É mais uma alternativa de desenvolvimento.

O FDCO pode financiar quais áreas?
Pode ser aplicado em infraestrutura, para financiar a iniciativa privada. O nosso grande sonho é que a primeira contratação seja para a criação de uma fábrica de trilhos aqui no Centro-Oeste. O Brasil ainda não tem uma empresa dessas, e isso é um absurdo. O minério de ferro está aqui perto, em Minas Gerais e no Mato Grosso, que descobriu uma grande jazida, mas não temos a indústria. Então, a matéria-prima sai daqui a preço de banana e volta como produto vendido a preço de ouro. Já expus essa ideia e fui procurado por representantes da Itália e da Espanha. Pode ser até que eu vá a Milão (Itália) para tratar sobre isso nos próximos dias.

A Sudeco dá atenção especial ao Entorno?
Claro que sim. Nós, do DF, precisamos nos conscientizar de que a solução para a capital federal não está aqui no quadrilátero e, sim, na Ride. Estamos investindo no desenvolvimento de um polo industrial em Alexânia. Já incentivamos a criação de um outlet (Premium Brasília) e trabalhamos para a instalação de um núcleo com 59 indústrias de vários setores na cidade. Vamos receber o novo prefeito de Alexânia para conversar sobre isso nos próximos dias. Além disso, também conseguimos a liberação da exploração de calcário em Formosa, onde pretendemos criar um polo industrial em parceria com a administração local. Com isso, teremos investimentos no Oeste (Alexânia) e no norte (Formosa) do Entorno. Fecharemos o triângulo investindo no Novo Gama ou em Valparaíso, ou seja, na região sul. Vamos conversar com os prefeitos. Se não conseguirmos desenvolver a região e fazer a população se fixar lá, Brasília vai explodir.

Além das ligações ferroviárias e de ações para o Entorno, existe algum outro plano de interesse compartilhado entre o DF e Goiás?
Sim. Trata-se da criação de um arco rodoviário no Entorno, ligando a cidade de Água Fria de Goiás à de Mimoso de Goiás. Hoje, já existe a ligação, mas não é pavimentada. A ideia é asfaltar os 85 quilômetros e diminuir o tráfego de caminhões que hoje atravessam o DF para ir para o norte de Goiás. Acreditamos que essa rodovia diminuiria cerca de 30% o trânsito de dentro de Brasília, isso sem contar os demais veículos que cruzam a capital federal por falta de alternativas. É um projeto de cerca de R$ 90 milhões que interessa a Goiás e ao Distrito Federal, além de favorecer o desenvolvimento do Entorno. Mas a Sudeco não tem dinheiro para isso, então, as bancadas das duas unidades precisam se movimentar e garantir o recurso por meio de emendas.

Trem de Sorocaba a São Paulo deve operar em 2017

19/12/2012 - Agência Estado
O trem que transportará passageiros entre Sorocaba e São Paulo começa a operar em 2017, segundo o diretor de Planejamento da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Silvestre Eduardo Ribeiro. O projeto foi apresentado nesta quarta-feira na cidade do interior de São Paulo. Os usuários de Sorocaba poderão embarcar na estação da região central ou na do bairro de Brigadeiro Tobias. O expresso regional fará uma única parada durante o percurso, na estação de São Roque, para atender passageiros da região. A viagem de Sorocaba à capital deve durar 47 minutos, incluindo a parada.

De acordo com Ribeiro, ainda não está definido se a chegada do trem em São Paulo será no bairro Pinheiros ou na Água Branca. A escolha deve levar em conta as facilidades para integração com o metrô paulistano e com o sistema de ônibus urbanos. A nova linha acompanhará apenas em parte o eixo da ferrovia atual, administrada pela America Latina Logística (ALL) e utilizada para transporte de cargas. Em razão da velocidade dos trens, o traçado eliminará curvas e seguirá em parte a rodovia Castelo Branco. As composições terão capacidade de 300 a 900 passageiros e sairão, inicialmente, em intervalos de 15 minutos. Em horários de pico, a linha comportará trens saindo a cada três minutos. A CPTM prevê investimentos de R$ 4 bilhões e a obra será feita através de parceria Público-Privada.

O governo estadual pretende construir 436 km de linhas para trens de passageiros no Estado de São Paulo, em dois eixos principais. O primeiro sai de Americana, passa por Campinas e Jundiaí e chega à capital, de onde segue pela região do ABC até a Baixada Santista. O segundo sai de Sorocaba, passa pela capital e vai até São José dos Campos, no Vale do Paraíba, de onde pode ser estendido até a cidade de Campos do Jordão. O trecho entre Campinas e a capital deve ficar pronto até 2016.

VLT em Cuiabá

28.12.2012
Caixa vê o Governo como "bom parceiro"
O governador Silval Barbosa (PMDB) festejou a assinatura, na quinta-feira (27), de contrato com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 727 milhões, que vai garantir a execução de obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande. Conforme disse em entrevista, SB considera que é o termo firmado com o banco oficial é o "fim de um ciclo", que, segundo ele, exigiu um grande esforço da equipe na elaboração de projetos e na liberação dos recursos.

Mas, o governador festejou mesmo foi a declaração do representante da Caixa, Carlos Alberto Pereira. Segundo ele, a negociação só foi possível porque o Governo Federal vê Mato Grosso como "um bom parceiro", com grande capacidade econômica. O empréstimo para o VLT, no valor total de R$ 1,2 bilhão, tem um período de 88 meses de retorno, com juros anuais próximos a 7%.