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terça-feira, 28 de julho de 2015

SP tem primeira frota de ônibus a hidrogênio do país

Veículos, que não emitem poluentes, vão circular no trecho Diadema/Morumbi; projeto é 100% brasileiro
O Estado de São Paulo dá mais um passo para a preservação do meio ambiente. Foram entregues nesta segunda-feira, 15, três novos ônibus movidos a hidrogênio para transporte urbano no Brasil. Trata-se da primeira frota brasileira com essa especificidade. "Vai ajudar muito com a questão da poluição e meio ambiente, além de oferecer conforto, rapidez e contribuir com a saúde da população", declarou o governador Geraldo Alckmin, durante a entrega.

Os veículos têm tecnologia de propulsão, ou seja, não emitem poluentes (material particulado e gases de efeito estufa), apenas vapor d'água é eliminado pelo escapamento dos ônibus, que também oferecem mais espaço aos passageiros, aperfeiçoamento dos sistemas de controle e integração a bordo e nacionalização de todo o sistema de tração.

O projeto é totalmente brasileiro e foi coordenado pela EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S.A.). Além do Brasil, os únicos países capazes de desenvolver e operar ônibus com tal tecnologia são Alemanha, Canadá e Estados Unidos. "O grande desafio das metrópoles do mundo inteiro é mobilidade urbana e poluição", acrescentou o governador.

A primeira frota vai circular no trecho Diadema/Morumbi no Corredor São Mateus-Jabaquara (ABD). 

Estação de Abastecimento

A estação de produção e abastecimento de hidrogênio, instalada na Unidade São Bernardo do Campo da EMTU, é responsável por separar as moléculas de água por meio de eletrolisadores (esse mecanismo separa os elementos químicos usando eletricidade).

O oxigênio da molécula será liberado para atmosfera e o hidrogênio, comprimido e armazenado para abastecer os ônibus. A operação dessa estação ficará a cargo da Petrobras Distribuidora.

Fauna brasileira

A fim de homenagear a conquista da engenharia nacional e associar visualmente os ônibus à tecnologia ambiental, as carroçarias dos veículos trazem desenhos de pássaros representativos da fauna brasileira e foram batizados com o nome de três espécies. São elas: Ararajuba, ave da região Amazônica que representará as regiões Norte e Nordeste; Tuiuiú, ave símbolo do Pantanal e Sabiá Laranjeira, considerada por decreto presidencial como um dos quatro símbolos nacionais.

Do Portal do Governo do Estado

ge:PT-BR'>Outro corredor, o Ouro Verde, terá 14,4km de extensão, sairá do Centro, seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez, Camucim e Terminal Vida Nova. O projeto contempla, além de uma pista exclusiva para os ônibus, estações de transferência fechadas e plataformas em nível, com embarque e desembarque pela porta esquerda do veículo. 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Tem sujeira no PIB (ANTP)

"Pense como a jovem agente de trânsito vai explicar às criancinhas que foi multada pelo Estado porque, atuando em nome do Estado, tratou o juiz como um cidadão? Parado numa blitz policial, um cidadão é um cidadão? Ou, antes de ser cidadão, é UM JUIZ, um pedreiro, um político, um jornalista? Dá para responder de bate ponto: Cidadão. Que é o que nos define nos estados democráticos, onde, garante a Constituição, somos todos iguais em direitos, deveres e obrigações. Seja pedreiro, doméstica, político, jornalista ou juiz." (Tânia Fusco - jornalista)

O alerta partiu da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) (1): em média, a defasagem no preço das tarifas do transporte público em oito capitais do País está em 12,8%. Para quem lutou por uma tarifa menor, acreditando que isso não teria nada a ver com a qualidade do serviço prestado, ledo engano. Não só tem tudo a ver, como afeta ainda outros serviços públicos, esses da responsabilidade do poder municipal, responsável por suprir, na forma de subsídios, a diferença percebida na receita do sistema - no caso da capital paulista, só neste ano, deverão chegar a R$ 1,7 bilhão; em 2015, a R$ 1,4 bilhão. Nas outras capitais a situação seguramente não será diferente.

Por alto, segundo cálculos das empresas de transportes urbanos, o déficit anual beira hoje R$ 3,2 bilhões. Aliado aos subsídios, algumas ginásticas contábeis têm sido feitas pelo poder público, como desonerações fiscais, mas por mais que se busque o equilíbrio isso não é suficiente. Uma conta desse tamanho, para um serviço dessa importância, convenhamos, não pode ser tratada dessa forma.

Essa discussão ganha ainda maior importância e contexto quando se observa um dado importante revelado na semana corrente: depois de oito anos em queda, as emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa voltaram a crescer no ano passado. Isso significa uma reversão de tendência, o que vem trazer dúvidas quanto à nossa capacidade de cumprir a meta voluntária que assumimos de reduzir as emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. Os dados foram divulgados pelo Observatório do Clima, rede que reúne instituições da sociedade civil brasileira para discutir as mudanças climáticas. Pelas estimativas, o Brasil emitiu o equivalente a 1,57 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 2013, alta de 7,8% frente ao ano anterior, o que coloca o país entre a quinta e a sétima posição entre as nações mais poluidoras do planeta. São números que demonstram o quanto estamos "sujando" nosso PIB, poluindo mais sem gerar riqueza. Essa é a pergunta que muitos países se fazem, e muitas já escolheram a resposta: de que adianta elevar o PIB desta forma?

Mas o crescimento das emissões de gases causadores do efeito estufa no Brasil tem um responsável. Como revela em seu artigo em nossa seção Ponto de Vista o engenheiro Olimpio Alvares, "os Transportes foram o Setor de maior contribuição e crescimento das emissões de gases do efeito estufa (GEE), conforme indica o relatório 'Estimativas Anuais da Emissão de Gases de Efeito Estufa para o Brasil', publicado pelo Observatório do Clima em 19 de novembro de 2014 em São Paulo. (...) O Setor dos Transportes também é o maior responsável pelo problema dos altíssimos níveis de poluição por material particulado fino nas grandes cidades brasileiras, conforme mostra recente estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo".

Parece óbvio demais que a questão dos transportes públicos urbanos, além dos fatores qualidade e tarifa, carrega consigo também a componente fundamental da preservação ambiental. Sem falar de inúmeros outros fatores ligados às deseconomias provocadas pelos desestímulos que o setor vem sendo vitimado há décadas...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Desafios envolvidos na mudança do padrão energético para a mobilidade urbana

10/10/2013 09:00
O professor Márcio de Almeida D'Agosto, da Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez no 19º Congresso da ANTP uma exposição a respeito da energia utilizada por em todas as formas de transporte do Brasil, considerando o transporte coletivo, caminhão de carga, automóvel. A apresentação ofereceu um quadro de como o Brasil consome energia para o transporte comparando-o com consumo de outros países.
A sessão contou com comentários de Guilherme Wilson, gerente de Operações e Mobilidade da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor); de Olímpio de Melo Álvares Júnior, da Cetesb, a agência ambiental do governo paulista, e do consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Paulo, engenheiro e professor Hélcio Raymundo.
Desafios. O coordenador da sessão foi o engenheiro e sociólogo Eduardo Alcântara Vasconcellos, presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente da ANTP. Segundo ele, a apresentação revelou os estudos que as universidades vêm fazendo em várias frentes para produzir um conhecimento brasileiro sobre o tema. Mostrou também que a questão que envolve mobilidade e meio ambiente não se resolverá apenas com mudanças no ônibus, havendo diversos outros aspectos a serem considerados, entre os quais estão o trânsito, os custos de diferentes insumos eo desfecho da discussão sobre para onde irão os subsídios no Brasil, se para o automóvel ou para o transporte público.
Vasconcellos assinalou que um ponto evidenciado pelo debate é que não haverá solução com um só tipo de energia para os ônibus, sendo necessário considerar a combinação de diferentes possibilidades. Há estudos feitos no Rio de Janeiro e outros em andamento em São Paulo que buscam comparar as energias possíveis.
"Podemos imaginar que no Brasil haverá três ou quatro tipos predominantes de energia, tais como o diesel tradicional, o híbrido diesel elétrico e, talvez, o ônibus a etanol. O ponto mais polêmico é o gás natural; o ônibus movido 100% a gás teve uma experiência muito negativa em São Paulo e isso, gerou uma rejeição. A saída parece ser combinar o gás natural com diesel, o que vem dando certo no Rio de Janeiro”, assinalou o especialista.
Ele concorda que possa haver a combinação, dentro de uma mesma frota, de diferentes soluções energéticas adequadas aos diferentes tipos de veículos, considerados aspectos como preço, durabilidade, garantia de fornecimento e também certa economia de escala.Como as características do ônibus variam muito em razão do tamanho e do peso, a tendência é que determinado tipo de energia ofereça melhores resultados para determinados tipo de veículo do que para outros."Pensando em termos de Brasil, é, sem dúvida, uma equação complicada e fascinante; porque teremos que avaliar o conjunto dos 120 mil ônibus existentes no País e buscar a combinação adequada”.
Liderança. Ficou claro no debate que a mudança do padrão energético para o transporte coletivo não pode ser conduzida exclusivamente pela indústria e nem ser descentralizado. "É importante a descentralização do poder, com a participação dos estados e dos municípios, mas há processos que o governo federal precisa conduzir. Não se trata de estabelecer proibições, nem de condicionar, mas precisa liderar”, disse Vasconcellos, acrescentando: "Se o Rio de Janeiro for por um caminho, São Paulo por outro, e outras unidades escolherem outra via, serão desenvolvidas soluções, mas certamente estará prejudicado o ganho de escala”.

Outro componente da questão é a economia das empresas operadoras, já que a mudança energética envolve a compra de veículos novos e mais tarde a possibilidade de revendê-los. "Se o processo dificultar muito a compra e dificultar também a revenda, a equação ficará muito complicada e haverá uma enorme resistência. No limite,seria necessário conceder uma tarifa muito superior ou subsidiar. Trata-se de um processo que deve envolver acordo com os operadores, e considerar também o que a sociedade deseja. Investimentos em veículos melhores terão um custo e isso não vai sair só da tarifa, será preciso haver outra visão sobre essa questão”, finalizou.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Não é só a mobilidade: que faremos com a poluição?

Autor(es): Washington Novaes
O Estado de S. Paulo - 27/09/2013

Nas recentes discussões sobre "mobilidade urbana", custo dos congestionamentos para o usuário em tempo e horas de trabalho, baixo investimento em transporte de massa todas exacerbadas pela onda de protestos nas ruas -, tem merecido pouca atenção o tema do impacto da poluição do ar (agravado por todas essas causas) na saúde da população e no número de mortes, principalmente nas metrópoles. E foi essa exatamente a discussão sobre a "Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo", promovida no início da semana na Câmara Municipal de São Paulo, com base em pesquisa desenvolvida pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, coordenada pelos professores Paulo Saldiva e Evangelina A. Vormittag, ambos doutores em Patologia, com a participação de mais cinco pesquisadores.

É um trabalho sobre o qual deveriam debruçar-se os administradores públicos da cidade de São Paulo, de sua região metropolitana e de cada uma das cidades paulistas, tantas são as informações que podem orientar seu trabalho. A começar pela conclusão de que, se houvesse uma redução de 10% nos poluentes na capital entre 2000 e 2020, poderiam ser evitados nada menos que 114 mil mortes, 118 mil visitas de crianças e jovens a consultórios, 103 mil a prontos-socorros (por causa de doenças respiratórias), 817 mil ataques de asma, 50 mil de bronquite aguda e crônica, além da perda de atividades em 7 milhões de dias e 2,5 milhões de ausências ao trabalho. Em apenas um ano (2011) a poluição da atmosfera contribuiu para 17,4 mil mortes no Estado.

Ainda é tempo de refletir e mudar, pois, diz a pesquisa, o tráfego e a poluição explicam 15% dos casos de enfarte na cidade de São Paulo. Quem acha que o adensamento habitacional em certas áreas pode aumentar a mobilidade deve prestar atenção a esse mesmo estudo:"O aumento do tráfego em  4 mil veículos/dia numa via até a 100 metros da residência mostrou ser um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão". E tudo isso embora os programas de controle de poluição do ar por automóveis, implantados a partir da década de 1990, tenham levado a uma redução de 95%, assim como a 85% na de caminhões. Até os cinco primeiros anos desta década, a diminuição de 40% na concentração de poluentes evitou 50 mil mortes e gastos de R$ 4,5 bilhões com saúde - além da redução no consumo de combustíveis e na emissão de poluentes.

Mas, apesar das evidências, ainda prevalece, aqui e no mundo, uma situação dramática. A cada ano, em uma década, 2 milhões de pessoas morreram vitimadas pela poluição do ar em todos os continentes - uma década antes foram 800 mil. E, segundo os pesquisadores, a poluição do ar "deve se tornar a principal causa ambiental de mortalidade prematura". Com a preocupação adicional, para nós, de que as médias anuais de poluição em todas as estações paulistas onde se coletam dados estiveram, em todos os anos, em 20 a 25 microgramas por metro cúbico de ar, acima do padrão de 10microgramaspormetro cúbico de ar, que é o da Organização Mundial da Saúde. Em São Paulo, o índice é de 22,17 microgramas. E a poluição não é só de material particulado, mas também de ozônio.

Com frequência o noticiário informa que na Região Metropolitana de São Paulo um terço dos veículos não passa por inspeção - e são exatamente os mais antigos, mais poluidores. Mesmo assim, a implantação do controle na capital reduziu em 28% as emissões de material particulado. Se fosse estendida a toda a área metropolitana, poderia evitar 1.560 mortes e 4 mil internações, além de levar a uma redução de R$ 212 milhões nos gastos públicos. Outro dado impressionante da pesquisa: se todos os ônibus a diesel usassem etanol, seria possível reduzir em 4.588 o número de internações e em 745 o número anual de mortes por doenças geradas/agravadas pela poluição. E o sistema de metrô reduz em R$ 10,75 bilhões anuais os gastos com a poluição.

Já passou da hora de implantarmos sistema semelhante ao da Suécia, onde é limitado o número de anos (20) em que um veículo pode ser usado, para não agravar a poluição. Por isso mesmo o comprador de um carro novo já paga uma taxa de reciclagem; e o respectivo certificado passa de proprietário em proprietário; o último, ao final de duas décadas, pode receber a taxa de volta.

Também não há como fugir à questão: que se vai fazer, em matéria de mobilidade e poluição, se continuamos a estimular, com isenção de impostos e outros benefícios, o aumento da frota de veículos (hoje, no País todo, mais de 3 milhões de veículos novos a cada ano)? Eles respondem por 40% das emissões totais, enquanto ao processo industrial cabem 10%. E os veículos respondem por 17,4mil mortes anuais nas regiões metropolitanas paulistas - 7.932 na de São Paulo e 4.655, só na capital. Ou seja, a cada seis anos morre uma população equivalente à de uma cidade de 100 mil pessoas em consequência da poluição.

O professor Ricardo Abramovay, da USP, lembra (Folha de S.Paulo, 13/7) que nossas emissões do setor de transporte devem dobrar até 2025, como prevê a Agência Internacional de Energia. E o professor Paulo Saldiva afirma, em entrevista ao site EcoD, que "a poluição em São Paulo é um tumor maligno". Apesar de tudo, o patologista -um dos coordenadores da pesquisa discutida esta semana -considera-se "otimista, porque ninguém muda para melhor ou repensa seus hábitos se não tiver algum tipo de problema antes (...). As doenças costumam fazer as pessoas saírem da zona de conforto. Como estamos insatisfeitos, talvez estejamos criando as bases para melhorar a cidade". E o problema central, sob esse ângulo - acentua ele -, não é o da mobilidade, pois, "se a frota de carros elétricos correspondesse a 100% da existente, melhoraria a questão da poluição, mas não a da mobilidade".

Oxalá a realidade das pesquisas faça governantes e governados se moverem de forma mais adequada.

terça-feira, 5 de março de 2013

Rio deve ganhar táxis 100% elétricos em março

21/02/2013
O Rio de Janeiro deverá ganhar, a partir de março, seus dois primeiros táxis 100% elétricos. Inicialmente, eles irão trabalhar no Aeroporto Santos Dumont e espera-se que, até o meio do ano, outros 13 estarão rodando pela cidade. As informações são da coluna de Ancelmo Gois, do jornal “O Globo”.

Os veículos, que podem acomodar até cinco passageiros e são fabricados pela Nissan, podem atingir até 145 km/h e conseguem circular 160 km após uma carga de oito horas. A Secretaria municipal de Transportes vai montar em sua sede, em Botafogo, na zona sul da cidade, o ponto de abastecimento. As baterias deverão ser carregadas por meio de uma tomada de 110/230V durante a noite.

O secretário Carlos Roberto Osório lembrou as vantagens dos táxis elétricos. “Não emitem poluentes, nem gases que agravam o efeito estufa e são mais silenciosos que os demais carros. Ou seja: esses carros, os táxis do século XXI, ainda vão contribuir para diminuir a poluição sonora”, comentou.