quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Linha 5-Lilás ganha 4 estações na sexta e público vai triplicar



Futuras inaugurações permitirão conexão com a Linha 1-Azul, por meio da Estação Santa Cruz (acima), e com a Linha 2-Verde, na Chácara Klabin Foto: Nilton Fukuda/Estadão

29/08/2018 - Estadão

SÃO PAULO - Depois de nove anos de obras e a um custo de R$ 10 bilhões, a Linha 5-Lilás do Metrô deverá ser oficialmente interligada, nesta sexta-feira, as Estações Santa Cruz, da Linha 1-Azul, e Chácara Klabin, da Linha 2-Verde, ligando o ramal, que vem do Capão Redondo, no extremo sul da capital, à região central de São Paulo. As primeiras promessas eram de conclusão do projeto em 2014.

A expectativa dos técnicos é trazer uma série de mudanças significativas nas dinâmicas do transporte público da cidade. Cerca de meio milhão de pessoas devem passar a usar a linha diariamente com as novas conexões. No mês passado, ela transportou uma média diária de 278 mil pessoas e, até dezembro, deve passar para uma média diária de 781,3 mil pessoas. A linha, que opera hoje com 36 trens, deverá receber mais 26 composições para atender à demanda.

“Deve haver alguma diminuição da lotação da linha (9-Esmeralda) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na Marginal do Pinheiros”, afirma o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de Transportes (Poli/USP) Claudio Barbieri da Cunha, considerando ainda interferência nas Linha 4-Amarela, inaugurada, em 2011.

“Parte das pessoas que vêm da zona sul pela Linha 5 deve continuar na Linha 5, enquanto só quem está na Linha 9 deve continuar na Linha 9. O que vai definir isso é quanto tempo a pessoa vai gastar na baldeação (a troca de trens)”, afirma o professor, que destaca ainda expectativa de redução da lotação no túnel que liga as Estações Paulista (da Linha 4) e Consolação (da Linha 2). “Essa estação estava subdimensionada. Ela foi planejada para ser inaugurada depois das conexões da Linha 5”, completa.

Para se ter uma ideia do potencial de atração da linha, o total de passageiros que usam, ainda em horário de testes, as últimas estações entregues desta linha, Moema e Eucaliptos, ainda em “operação assistida”, funcionando das 9 às 16 horas, aumentou 31% entre abril e julho, de 61 mil viagens diárias para 80 mil, segundo o Metrô.

Inaugurações

São quatro estações que serão abertas para testes: AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin, que vão funcionar em operação assistida. O Metrô, entretanto, estima que elas devem ficar nesse horário especial por duas semanas – as estações anteriores desse ramal estão no esquema há três meses.

As obra da linha, entretanto, não estão encerradas. Pelo meio do caminho ficou a Estação Campo Belo, que continua em construção, e deverá ficar para dezembro, segundo os cronogramas mais recentes da Companhia do Metropolitano. Essa linha restante será interligada com o monotrilho da Linha 17-Ouro, também em obras.

Parte dos problemas da Linha 5-Lilás decorre de atrasos na execução dos projetos de engenharia. Mas parte resulta de uma paralisação de cinco meses, ocorrida entre 2010 e 2011, por causa das suspeitas de ação de cartel nas obras civis da linha. O Metrô tomou por base em um relatório feito pela Corregedoria-Geral da Administração, que dizia não haver provas da participação de agentes públicos no esquema, para retomar a obra. Entretanto, em fevereiro deste ano, o então presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, foi condenado por improbidade administrativa por ter mantido os contratos – Avelleda, hoje chefe de gabinete do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sempre sustentou que não havia assinado os contratos e disse que paralisar as obras traria prejuízos à cidade.

Nove elevadores ampliam a acessibilidade na AACD-Servidor

Diante da expectativa de uma participação maior no total de usuários que têm mobilidade reduzida, por causa da proximidade com a Associação de Assistência à Criança Deficiente, que batiza a Estação AACD-Servidor, uma das paradas a serem inauguradas na sexta-feira na Linha 5-Lilás do Metrô teve um desenho especial para melhorar a acessibilidade. Ela terá nove elevadores e 20 escadas rolantes, além de acessos em dois níveis na Rua Pedro de Toledo, em Moema, na zona sul de São Paulo.

A parada também facilitará o acesso aos Hospitais Edmundo Vasconcelos e do Servidor Público Estadual, além de ser uma opção a menos de 1,5 quilômetro do Parque do Ibirapuera. Será a estação mais perto do principal parque paulistano.

As estações da Linha 5-Lilás ainda tiveram um desenho arquitetônico planejado para reduzir o consumo de energia, um dos maiores custos operacionais da rede. As grandes claraboias de vidro são “marcas” das novas paradas, que têm em seu nível do asfalto novas praças abertas à população. No caso da AACD Servidor, há ainda dois pisos de estacionamento entre o nível da rua e as plataformas.

Há expectativa se as inaugurações terão algum reflexo ou caráter político. Executadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), candidato que deixou o cargo para concorrer à Presidência, as obras serão abertas ao público pelo atual governador Márcio França (PSB), ex-vice do tucano – e candidato à reeleição.

Como as inaugurações de obras são vedadas pela legislação eleitoral, França deverá fazer uma “visita técnica” às estações – informação não confirmada pela assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes até esta terça-feira, 28, à noite. Trata-se de instrumento comum entre candidatos que estão disputando reeleição.

A operação do novo ramal, entretanto, já não é de responsabilidade do governo do Estado desde junho, quando a empresa ViaMobilidade, do Grupo CCR e da RuasInvest, venceu a licitação para concessão do ramal. A concessionária ficou encarregada da operação e da manutenção do trecho por 20 anos.

Fonte: https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,linha-5-lilas-ganha-4-estacoes-na-sexta-e-publico-vai-triplicar,70002477730


sábado, 18 de agosto de 2018

Passeios com trens turísticos no Sul atraem mais de 50 mil pessoas


17/08/2018 - Revista Ferroviária

Os passeios de turismo ferroviário em cidades do Sul do país atraíram mais de 50 mil pessoas desde que foram lançados, no final do ano passado, até o momento, segundo o coordenador do Centro de Memória Ferroviária da Lapa Márcio Assad. O “trem natalino” e os passeios realizados nos municípios Lapa (PR), Ponta Grossa (PR), Lages (SC) e Vacaria (RS) vem sendo organizados de maneira esporádica e têm atraído um público apaixonado por ferrovia. A estrela desses passeios é a locomotiva a vapor 204 (articulada), fabricada pela Baldwin Locomotive Works, na década de 1950. Assad conta que esse modelo é o único em funcionamento na América do Sul.

O projeto é uma parceria com a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) - regionais Paraná e Santa Catarina - e a Rumo. A ABPF fornece as composições enquanto a Rumo cede a malha para estas linhas turísticas e fornece apoio logístico como, por exemplo, a integração com o seu centro de controle operacional. Os trens fazem passeios de curta distância, com custo médio de R$ 50, recheados de atrações culturais que buscam proporcionar uma experiência completa para a família.

A intenção de Assad é profissionalizar a operação, para que ela seja rentável e envolva a comunidade. Além disso, o objetivo é que o trem, alvo da curiosidade dos turistas, vire também um meio de transporte e um polo cultural. “Nossa intenção é contextualizar o trem historicamente, em uma ação econômica que transcenda o trem, envolva as associações comerciais e movimente divisas. (...) Nós queremos que o turismo seja familiar. Que o avô vire o protagonista para contar ao neto a experiência que ele teve na ferrovia”.

O impulso para o início destes passeios foi o trem natalino, que operou no fim do ano passado. A locomotiva 204, especialmente decorada, partiu de Curitiba e fez um passeio circular, percorrendo cidades como Pinhais, Piraquara, Araucária, Lapa (região Metropolitana) e o litoral do estado (região de Morretes e do porto de Paranaguá).

Os passeios de Maria Fumaça já não ocorriam há 20 anos na região. “Foi um sucesso tremendo, emblemático”. Para este ano a ideia é ter três passeios deste tipo, dois deles circulando na região de Curitiba e outro entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.

Assad disse que está sendo verificada a viabilidade técnica, econômica e financeira de realizar passeios regulares de trem turístico, em especial nas cidades de Lapa, que é uma cidade histórica com tradição turística, e em Ponta Grossa, onde os passeios atraíram milhares. Hoje, os eventos acontecem apenas em datas especiais.

Existem mais projetos de trens turísticos em andamento. A expectativa é que comece em novembro o roteiro do trem natalino que irá percorrer cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Começando por Lages, o roteiro prevê percorrer Vacaria, Guaporé e Santa Maria em outro passeio circular. “Essas são as cidades confirmadas. Outros municípios deverão ser incorporados ao roteiro”, diz Assad.

Na região de Sorocaba (SP) os municípios de Sorocaba, Laranjal Paulista, Jumirim, Votorantim, Iperó, Conchas e Pereiras, organizados por meio de um consórcio e com a coordenação do Centro de Memória da Lapa, pretendem fazer roteiros de turismo férreo. Também há negociações menos avançadas envolvendo as cidades de São Roque, Alumínio, Mairinque, Boituva e Cerquilho. “Estamos sendo muito procurados por prefeitos que desejam trens turísticos, mas não embarcaremos em aventuras”, falou o coordenador.

Assad revelou ainda que está vindo em novembro de Rio Negrinho (SC) para Curitiba (PR) a Maria Fumaça 11, de 1883, a primeira que rodou no estado. A 11 é uma locomotiva tipo Baldwin, fabricada nos Estados Unidos, e que faz parte do patrimônio da antiga Rede Ferroviária Federal. Ela está sendo recuperada pela ABPF na sua oficina e, assim que estiver disponível, fará o trem natalino e depois os passeios como o trem da Lapa.

Memória Ferroviária

A Biblioteca Pública do Paraná promove, em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e o Centro de Memória da Lapa, a segunda semana paranaense da memória ferroviária. O evento acontece entre os dias 10 e 13 de setembro na Biblioteca e no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, com entrada gratuita. Neste ano a semana tem como tema o cinquentenário da ferrovia Tronco Principal Sul.

Criado no evento do ano passado o prêmio “Tirefond de Ouro” é um reconhecimento para aqueles que efetivamente contribuíram de forma decisiva para a preservação da memória ferroviária. “A comissão organizadora foi unânime na decisão em conferir esta honraria para a empresa de logística RUMO, concessionária da ferrovia, pela promoção do “Trem natalino” e pelo incentivo à volta dos passeios de turismo férreo nos três estados do Sul”, segundo Assad.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

VLT do Subúrbio: consórcio vence licitação e obras começam até novembro


01/08/2018Notícias do Setor ANPTrilhos         
O Consórcio Skyrail Bahia, composto pelas empresas Build Your Dreams – BYD Brasil e Metrogreen, foi anunciado nesta terça-feira (31) como vencedor da licitação de construção e operação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio de Salvador. As obras devem começar em novembro deste ano.

A Comissão de Licitação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) da Bahia, concluiu a análise de qualificação e aprovou os documentos do consórcio vencedor do leilão, que ocorreu no dia 24 de maio.

A aprovação da proposta econômica foi realizada no modelo de Parceria Público Privada (PPP), com desconto de 0,01% na contraprestação anual, que será de R$152.977.352,12. O investimento total previsto para implantação do VLT é de R$ 1.5 bilhão.

O próximo passo, após a homologação da licitação, é a assinatura do contrato da PPP, no prazo de 30 dias. “Após a assinatura, seguimos com o cronograma dos trabalhos preliminares, com a apresentação do projeto, incluindo as interferências na poligonal onde será implantado o VLT, com instalação do canteiro de obras e outros procedimentos.

As obras serão iniciadas cerca de 90 dias após a assinatura do contrato”, afirmou Bruno Dauster, secretário da Casa Civil do Estado.

Do tipo monotrilho elevado, o modal metropolitano, que ligará a região do Comércio de Salvador até a Ilha de São João, no município de Simões Filho, será movido à propulsão elétrica, sem emissão de agentes poluentes que prejudicam o meio ambiente. O VLT será equipado com ar condicionado e Wi-Fi.

O VLT terá cerca de 20 km de extensão, com 22 estações, e substituirá o atual Trem do Subúrbio. As 10 estações do Trem serão desativadas e reaproveitadas para prestação de serviços à comunidade, como postos da Polícia Militar e centros de atendimento ao cidadão. A capacidade diária do modal será de transportar cerca de 200 mil usuários.

O VLT, segundo o projeto, será integrado ao sistema de metrô e de ônibus. Com investimento adicional para integração física com o metrô, o consórcio vencedor irá implantar trecho de ligação até o Retiro, partindo da Estação de Santa Luzia, passando pela região da Av. San Martim.

31/07/2018 – Correio 24 Horas

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Estado do RJ quer investir R$ 200 milhões para reativar trens turísticos no interior


Viaduto em Miguel Pereira

01/08/2018 - O Globo

RIO — O governo do estado tem um projeto para colocar os turistas que visitam o Rio nos trilhos. A ideia é reativar corredores ferroviários, uma malha de 70 quilômetros, nas cidades de Miguel Pereira, Petrópolis, Valença (Conservatória), Paraíba do Sul e Magé, que seriam mais uma atração no interior. Os recursos viriam de uma multa aplicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) à Ferrovia Centro-Atlântica S.A (FCA).

Desde 2014, o governador Luiz Fernando Pezão vem discutindo a liberação da verba com o Ministério de Transportes, Portos e Aviação Civil. Segundo o secretário estadual de Transportes, Rodrigo Goulart de Oliveira Vieira, a ideia é que o Rio fique com R$ 200 milhões — 20% do total da multa.

— Já foram feitas inúmeras reuniões técnicas para discutir a questão. Queremos, com a reativação desses trechos, um resgate histórico de um estado pioneiro em ferrovias no país. É um projeto de extrema necessidade. Não só pela recuperação patrimonial, mas pela história dessas linhas. Queremos uma alternativa negociada com o governo federal. Não imaginamos outros passos — afirmou o secretário de Transportes.

Em 2013, a FCA foi multada por devolver ao governo federal cerca de 752 quilômetros de linhas férreas que administrava, alegando que esses trechos eram deficitários. A empresa assumiu, em 1996, a concessão para controlar 7.220 quilômetros da Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA), espalhados por 316 municípios em sete estados brasileiros, incluindo o Rio.

PONTE METÁLICA DE 1987

Em Miguel Pereira, cidade no Centro-Sul Fluminense com cerca de 30 mil habitantes, o estado quer recuperar 29,4 quilômetros da antiga linha auxiliar da Estrada de Ferro Leopoldina. O projeto inclui a reativação do trecho sobre o viaduto Paulo de Frontin, construção inaugurada em março de 1897 e até hoje a única no mundo em curva. A estrutura metálica treliçada, de arquitetura belga, tem 82 metros de comprimento e está em boas condições. Mas boa parte dos trilhos foi furtada após a paralisação do circuito turístico em meados dos anos 1990. Nos últimos anos, a prefeitura da cidade conseguiu recuperar cerca de 4,5 quilômetros da linha.

Com os recursos da multa, o governo ainda pretende tirar do papel velhos sonhos, como a reforma da Estação Barão de Mauá, na Leopoldina, no Centro do Rio, que está abandonada. Para Delmo Manoel Pinho, subsecretário de Transportes, aplicar parte dos recursos da multa no estado é mais que justo:

— Com a reativação dessas linhas, teríamos um grande fomento do turismo nessas cidades.

O CHARME DE ANTIGAS LINHAS PODE SER RESGATADO:

Petrópolis:

Recuperação a linha entre os distritos de Nogueira e Itaipava. O projeto prevê a implantação da linha férrea embutida (tipo trilhos de bonde ou VLT) em um trecho de cerca de cinco quilômetros.

Paraíba do Sul:

A reativação do trem da Estrada Real no município de Paraíba do Sul. São 14,3 quilômetros entre o centro da cidade e distrito de Cavaru, que integra a linha auxiliar da Leopoldina.

Valença:

O trem turístico de Conservatória, no distrito de Valença, cruzaria três quilômetros da antiga linha Ferrovia Oeste de Minas. A prefeitura quer que o circuito seja percorrido por uma maria-fumaça.

Magé:

A ideia é retomar a linha do Expresso Imperial, trecho de sete quilômetros entre a localidade de Vila Inhomirim, em Magé, e o alto da Serra de Petrópolis. O trecho foi inaugurado em 1883 e desativado em 1964. A distância era vencida por locomotivas a vapor de tração a cremalheira (tipo de trilho dentado).

Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/estado-quer-investir-200-milhoes-para-reativar-trens-turisticos-no-interior-22938314