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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Memórias do trem da Serra do Mar no Paraná incluem rota com 3 vagões e queixas à modernidade

23/05/2022 Folha de São Paulo (Blog)* Notícias da Imprensa

 

Litorina Copacaba, uma das que são utilizadas na rota da serra do Mar no Paraná - Divulgação

Folha de S. Paulo (Blog) – Mais extensa rota ferroviária turística do país, a viagem entre Curitiba e Morretes, na Serra do Mar paranaense, completou no último dia 30 quatro milhões de passageiros transportados em 25 anos.

Criador do roteiro, o empresário Adonai Aires de Arruda, diretor-presidente da Serra Verde Express, diz que o período foi marcado por dificuldades como ter uma frota inicial pequena e conflitos sobre preços e relação com a concessionária que transporta cargas, mas também críticas de saudosistas da memória ferroviária com as implementações tecnológicas adotadas no decorrer do tempo.

A aposta no roteiro, que não tem registro de acidentes, é em vagões temáticos, diferentemente de outras rotas, que privilegiam locomotivas a vapor (maria-fumaça) e vagões centenários.

Assim surgiram vagões de luxo, pet friendly, com varandas panorâmicas e, mais recentemente, um que homenageia o grupo de montanhistas Guardiões do Marumbi, composto por Farofa, Paulo Sidnei, Rubens, Tarzan e Vitamina, considerados alguns dos principais montanhistas do Paraná.

“O sistema [de bilhetes] hoje é QR Code, com venda pela internet, sistematização. Sempre tem aquela crítica do cliente que quer relembrar o tempo quando o chefe do trem passava lá para furar o bilhete e agora ele está no celular. São várias coisas que você vai procurando se atualizar. O trem tem consumidor de 0 a 100 anos e de todas as faixas econômicas”, disse o empresário.

A rota chegou a transportar cerca de 200 mil passageiros por ano, antes de os impactos da pandemia da Covid-19 atingirem o setor. O trem ficou quatro meses sem operação alguma e, quando voltou, tinha uma série de restrições.

Arruda conta ao blog a trajetória de 25 anos de surgimento da rota ferroviária, segundo atrativo em número de turistas no Paraná, inferior apenas às Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu.

“Foram 25 anos de muitas passagens. Quando iniciamos era uma frota totalmente vandalizada. Lembro que assinamos o contrato em março e na primeira viagem em maio só conseguimos colocar três vagões em operação.”

Segundo ele, os primeiros 12 anos, quase metade do período em atividade, foram de investimentos, trabalhando no vermelho.

Hoje o roteiro só fica atrás em número de passageiros do Trem do Corcovado, passeio turístico mais antigo do país e que leva mais de 600 mil pessoas anualmente num percurso inferior a quatro quilômetros.

“Os últimos dois anos com pandemia, quatro meses parado, [depois] taxa de ocupação mínima, uma série de coisas provocaram um fenômeno que se efetivamente a empresa não tivesse conseguido se estruturar teria sido muito difícil manter. A inauguração do Trem Republicano entre Itu e Salto em plena pandemia também sentiu bastante as expectativas que tínhamos. Agora que começa a criar a sua relevância.”

Além da rota paranaense, a Serra Verde opera o Trem Republicano em São Paulo, entre Itu e Salto. Até aqui, foram transportados 15 mil passageiros entre as duas cidades turísticas.

Arruda afirmou ainda que uma situação que pode gerar insatisfação de usuários é com atrasos que envolvem trens de carga —a linha é compartilhada— ou mesmo o impedimento de circular por algum problema logístico.

“Aí tem de justificar para seu usuário, às vezes uma pessoa que veio de outro lugar do mundo com o objetivo próprio de fazer o passeio de trem.”

O litoral paranaense tem, ainda, outra rota ferroviária em operação, entre Morretes e Antonina, administrada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e que busca na restauração de seus carros de passageiros deixá-los exatamente como eram no passado. A composição é tracionada por uma locomotiva fabricada em 1884.

Curitiba a Morretes (PR)

§  Duração: quatro horas e 15 minutos

§  Horários: saídas de Curitiba às 8h30 e 9h30 (litorina); de Morretes, às 15h (consulte datas)

§  Trecho percorrido: 70 km

§  Preços: a partir de R$ 139; há opções com almoço típico em Morretes, city tour em Antonina e transfer

§  Atrações: trecho de mata atlântica e cachoeiras

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sobre-trilhos/2022/05/memorias-do-trem-da-serra-do-mar-no-parana-incluem-rota-com-3-vagoes-e-queixas-a-modernidade.shtml

 

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Trem Curitiba-Morretes-Paranaguá pode deixar de operar até 150 dias por ano



20/06/2018 - Folha de São Paulo

Uma das principais rotas de trens turísticos do país, a linha Curitiba-Morretes-Paranaguá sofreu abalo com mudanças a partir de uma resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que reduzirá em mais de 40% as saídas de trens da capital paranaense.

Com as alterações, em vez de a rota que percorre vales e locais históricos ser oferecida diariamente passou a ter três tipos de operação desde o mês de março: alta, média e baixa temporada. Isso faz com que, das atuais 365 datas disponíveis, o total caia para algo em torno de 215. A média de turistas por ano chegava a 200 mil até 2017.

Na alta temporada (15 de dezembro a 28 de fevereiro e de 15 a 31 de julho), a circulação segue diária, mas na média e baixa temporadas, a circulação cai para até três partidas semanais.

Na média (1º de setembro a 14 de dezembro), o trem poderá operar de quinta-feira a domingo e, na baixa (1º de março a 14 de julho e de 1º a 31 de agosto), as saídas ocorrerão apenas de sexta a domingo.

Com isso, Morretes viu a presença de turistas ser reduzida, comerciantes criticaram a decisão e uma audiência pública foi realizada em Curitiba na última semana para discutir o assunto.

A rota, de 110 quilômetros, é operada pela Serra Verde Express, que questiona a alteração e afirma que ela prejudica os negócios –seus e do setor turístico do estado.

“Com a mudança, houve a supressão de 140, 150 dias por ano. O município de Morretes está sofrendo muito, e nós estamos perdendo oportunidades de negócio”, disse o empresário Adonai Aires de Arruda, da Serra Verde.

Segundo ele, com a redução de datas a expectativa é que haja queda de até 25% no total de passageiros transportados.

“Se você está aberto 365 dias do ano, tem 365 oportunidades de negócio. Se está 180, são 180 oportunidades. Obviamente que elas foram reduzidas. Curitiba recebe muitos congressos. Suponha que seja de terça a quinta, esse turista não vai voltar na cidade tão fácil [para fazer o passeio de trem]. Com a operação diária, isso é possível.”

Segundo a ANTT, as alterações ocorreram conforme a resolução 5.315, de 22 de março de 2017, e a definição da frequência de viagens se deu por meio do COE (Contrato Operacional Específico), firmado entre a concessionária Rumo Malha Sul e a Serra Verde.

“Assim, tanto a forma de operação, quanto os horários e dias de circulação do trem foram pactuados entre as partes, e ratificados por meio do COE, celebrado em 21 de setembro de 2017”, diz trecho de comunicado da ANTT.

FREQUÊNCIA

No último dia 13, em audiência em Curitiba, além da Serra Verde associações também pediram a retomada do transporte diário no trecho, não só na alta temporada.

O superintendente de transporte de passageiros da ANTT, João Paulo Souza, se comprometeu a se reunir com as partes interessadas para mediar as negociações sobre a compatibilização entre o transporte de carga e o de passageiros no trecho Curitiba-Paranaguá.

“A partir dessas negociações será definida a frequência de trens de passageiros no citado trecho”, diz a ANTT.

Por se considerar concessionária do trecho –e não apenas uma autorizada a usá-lo–, a Serra Verde foi à Justiça e obteve uma liminar favorável, mas que ainda depende de o COE, administrado pela ANTT, ser alterado.

“Além da liminar, o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] publicou a renovação do contrato, ipsis literis. Falta o reconhecimento da ANTT”, disse Arruda.

Uma decisão sobre o caso pode sair até o final do mês, na avaliação da Serra Verde e de participantes da audiência.

A possibilidade de acordo incluiria a desistência da empresa de seguir com a ação judicial, tendo como contrapartida mudanças na periodicidade do trem na serra paranaense.

Por ora, em virtude da liminar, a rota Curitiba-Morretes-Paranaguá permanece na lista de linhas regulares de passageiros no país, ao lado da Estrada de Ferro Vitória Minas, da Estrada de Ferro Carajás e do Trem do Corcovado.

Embora a rota leve o nome de três destinos, ela termina em Morretes e não chega mais a Paranaguá.

- Fonte: https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/trem-curitiba-morretes-paranagua-pode-deixar-de-operar-ate-150-dias-por-ano/


domingo, 11 de dezembro de 2016

Novo trem de luxo que faz passeio pela Serra do Mar é inaugurado no PR

Terceira litorina de luxo começou a rodar pela ferrovia neste fim de semana.
Vagões glamourosos fazem o trajeto entre Curitiba e Morretes, ida e volta.
Thais KaniakDio G1 PR
 Litorina de luxo para em um ponto do passeio, onde os turistas podem descer do vagão (Foto: Thais Kaniak / G1)

Interessados em fazer uma viagem pela Mata Atlântica a bordo de um trem de luxo têm mais uma opção a partir deste fim de semana. O trajeto que leva os passageiros de Curitiba à cidade histórica de Morretes, no litoral do Paraná, agora conta com três vagões – considerados os únicos de luxo do país.


Os dois primeiros circulam pela Serra do Mar paranaense desde 2008. O mais novo foi reformado neste ano e fez a viagem inaugural na sexta-feira (13). A experiência garante aos usuários uma viagem mais confortável – com pequenos sofás, poltronas e mesas – regada a espumante ao longo do caminho. O trajeto leva cerca de quatro horas para ser concluído.
Litorina de luxo 'Curitiba' fez viagem inaugural na sexta (13) (Foto: Divulgação / Mapa Comunicação)

Um dos diferenciais do passeio é o serviço: comissários da litorina oferecem café da manhã aos passageiros, com bebidas servidas à vontade durante toda a viagem.

O novo vagão de luxo foi batizado de "Curitiba", enquanto os mais antigos se chamam "Foz de Iguaçu" e "Copacabana". A novidade é o espaço mais clean, permitindo uma capacidade para 40 pessoas. Os outros dois levam 22 passageiros, em cada um deles.

Apesar do glamour oferecido nas litorinas, sem dúvida, o principal atrativo da viagem é o visual. Estar no meio de um dos trechos de Mata Atlântica mais preservados do país numa estrada de ferro com 130 anos de idade é um privilégio.

Mesmo em uma manhã nublada, como foi o caso da sexta-feira, o roteiro vale muito a pena. Saindo da Estação Ferroviária de Curitiba, o trem passa por belos pontos até chegar ao destino final. O conjunto montanhoso do Marumbi, a Cascata Véu da Noiva e a Ponte São João, que foi inaugurada em 1885 e tem 110 metros de altura, enchem os olhos dos turistas.

O passeio foi classificado pelo jornal americano The Wall Street Journal como uma das três viagens ferroviárias de luxo mais bonitas do mundo. Já o britânico The Guardian colocou o trajeto entre os dez mais interessantes do planeta.

É comum a presença de grupos estrangeiros entre os passageiros. Por isso, as litorinas de luxo oferecem guias bilíngues. Brasileiros também apreciam a viagem. O modelo Gilson Fraante, de 29 anos, natural de Recife (PE) e morador do Rio de Janeiro (RJ), ficou impressionado: "Tudo está sendo maravilhoso". Durante os quatro dias em que esteve na capital do Paraná, fez questão de descer a Serra do Mar de trem, e no vagão de luxo. "É perfeito. Pagaria até mais caro pelo passeio", disse.

O trecho da viagem no trem de luxo custa R$ 296 para adultos e R$ 225 para crianças. Porém, é possível fazer o trajeto em outras classes, com preços mais em conta, que variam de R$ 79 a R$ 144,50 para adultos. Quem mora em Curitiba, pode comprar o ticket com 40% de desconto nas categorias turística e executiva ao apresentar um comprovante de residência. Mas a promoção só e válida para as quartas-feiras.
.Litorina de luxo 'Foz do Iguaçu' faz passeios desde 2008 (Foto: Divulgação / Mapa Comunicação)
Os passeios na litorina de luxo ocorrem apenas nos sábados, domingos e feriados, sempre às 9h15. Já a viagem no trem comum é diária, com saída às 8h15 todos os dias. Para o retorno, não é necessário voltar pela ferrovia. Como a viagem pelos trilhos é mais demorada, há quem prefira fazer o regresso à capital paranaense de carro, ônibus ou van.

A psicóloga Ana Maria Tolentino, de 53 anos, e o aposentado Miguel Ângelo Ribeiro, de 62 anos, são de Porto Alegre (RS) e já no primeiro dia em Curitiba foram fazer o trajeto no trem de luxo, junto com o afilhado Rodrigo Zoares, de 21 anos. “É muito legal. Já tinha feito uma viagem de trem pela costa de Buenos Aires [Argentina]. Mas este vagão [de luxo] é bem diferenciado”, afirmou a gaúcha.

Depois do passeio de trem, ainda é possível curtir os encantos e sabores de Morretes. Considerado o prato típico da região, o barreado é uma das graças do município e pode ser encontrado em praticamente todos os restaurantes. Feito à base da carne e de farinha da mandioca, leva de 10 a 12 horas para ser preparado em uma panela de barro. O modo de fazer inclusive é um ritual essencial para garantir o sabor do prato de sucesso da gastronomia local.
Destino final da viagem é Morretes. Morretes é uma cidade histórica que fica no litoral do Paraná (Foto: Thais Kaniak / G1)