terça-feira, 26 de novembro de 2013

Governo recua na promessa de R$ 50 bi para mobilidade

18/10/2013 - Valor Econômico
O governo federal recuou parcialmente de promessa feita pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho e não se compromete mais com investimentos adicionais de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas grandes cidades até o fim de 2014. Dilma havia feito o anúncio como resposta à onda de protestos que teve a qualidade dos transportes públicos como um dos estopins.

Ontem, durante divulgação de novo balanço quadrimestral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os dois ministros responsáveis por receber as demandas de Estados e municípios para obras como linhas de metrô e corredores exclusivos de ônibus reconheceram que não há uma previsão clara de como e quando esses investimentos serão feitos. A explicação de Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) é que faltam projetos de engenharia e estudos de viabilidade econômica em quantidade suficiente para usar os recursos anunciados. Também lembraram o fato de que os próprios governos estaduais e municipais têm alegado dificuldades para executar várias obras simultaneamente.

"Não podemos achar que, em um piscar de olhos, essas obras ficarão prontas", disse Miriam. Ribeiro acrescentou que não havia mais grandes investimentos em mobilidade no país e, no momento de retomá-los, perceberam a carência de projetos na prateleira. "Daí porque não temos como fazer uma previsão (de liberar recursos)", resumiu o ministro. Ele diz, porém, que sua pasta tem conversado "diariamente" com prefeitos e governadores para tirar o atraso.

Miriam informou que a União recebeu demandas de R$ 84,4 bilhões até agora, mas ressaltou: "Parte considerável não possui projetos". Ela listou critérios do governo para priorizar os pedidos levados a Brasília por Estados e municípios. Empreendimentos de alta e média capacidade (como metrô e BRT), que atendam áreas com população de baixa renda e tenham integração com outros modais saem na frente.

Segundo a ministra, foi possível selecionar 23 empreendimentos até agora, que se transformaram em anúncios de R$ 13,4 bilhões. Eles envolvem investimentos como corredores de ônibus no município de São Paulo, o monotrilho do ABC Paulista, o sistema de veículos leves sobre trilhos (VLT) da zona portuária do Rio de Janeiro e linhas de metrô em Salvador e Porto Alegre - parte das obras não têm sequer editais de licitação publicados e o anúncio é apenas um compromisso futuro de liberar verbas.

Já estão sendo liberados, conforme informou Miriam Belchior, outros R$ 169 milhões para a elaboração de projetos de engenharia (básicos e executivos) e estudos de viabilidade técnica-econômica de 19 empreendimentos. A expectativa do governo é que esses estudos e projetos venham a alavancar obras de mobilidade urbana orçadas preliminarmente em R$ 7 bilhões.

Miriam deixou claro que é impossível, diante de todas as limitações, liberar efetivamente até o fim de 2014 os R$ 50 bilhões prometidos. Ela também evitou fazer uma estimativa de quanto disso será em recursos a fundo perdido do Orçamento Geral da União (OGU) e quanto será em financiamentos a taxas privilegiadas, com recursos do FGTS, via Caixa Econômica Federal (CEF).

Para ilustrar como muitas cidades estão com dificuldade em contratar mais obras, a ministra relatou uma conversa que teve com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Ele teria dito que a capital mineira não tem como iniciar novas intervenções urbanas, que fecham vias e causam transtornos à população, até meados de 2014. "Depois que fica pronta, todo mundo fica feliz, mas uma obra de mobilidade urbana mexe com a vida das cidades", afirmou Miriam. Entre pedidos estaduais e municipais, a região metropolitana de Belo Horizonte apresentou demandas de R$ 7,4 bilhões ao governo, que contemplam corredores de ônibus e duas novas linhas de metrô.

O balanço do PAC divulgado ontem foi o primeiro após as manifestações. O relatório anterior havia sido publicado no dia 10 de junho, às vésperas do início dos protestos. Desta vez, houve mais espaço à descrição de ações oficiais para aumentar investimentos em transportes coletivos.

Durante a entrevista, os ministros chegaram a expor slides com fotografias de uma obra do metrô de São Paulo - a extensão da Linha 5-Lilás - que é tocada pelo governo estadual de São Paulo, do PSDB. Parte do financiamento é do BNDES. Também foram mostradas as obras da Linha 17-Ouro, o monotrilho da zona sul, que ligará o aeroporto de Congonhas ao metrô. Para construí-lo, o governo paulista tomou empréstimo da CEF, mas não há recursos federais a fundo perdido. Questionada sobre isso, Miriam explicou que há suporte financeiro da União nesses empreendimentos e fez questão de lembrar sua passagem como secretária municipal em Santo André (SP), no início da década passada. "Não tínhamos nenhum apoio."

Dilma e Jaques Wagner assinam contrato do metrô baiano

15/10/2013 - Tribuna da Bahia
Em meio à aguardada votação na Câmara de Vereadores do projeto de isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) que seria critério para a assinatura do contrato para construção do sistema metroviário de Salvador, ainda sem previsão, a visita da presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), à Bahia enfim acontece hoje, depois de alguns cancelamentos. A chefe nacional desembarca em solo baiano para assinar ao lado do governador Jaques Wagner (PT) o pacto com a Companhia de Concessões Rodoviárias CCR, empresa responsável pelo empreendimento, e ainda entregar, no município de Vitória da Conquista, 1.740 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.

O contrato de concessão do metrô será assinado, às 11h30, no Gran Hotel Stella Maris. Depois desse passo será iniciada a construção do equipamento, por meio de Parceria Público-Privada.  Será concluída a linha 1, que ligará a Estação da Lapa a Pirajá, e a execução da linha 2, ligando o Bonocô (entroncando na linha 1) até Lauro de Freitas. No contrato, também está incluído o projeto para estender a linha 1 até Cajazeiras/Águas Claras, ampliando o trecho em mais cinco quilômetros. O investimento total da obra é de aproximadamente R$ 4 bilhões, com conclusão prevista em 42 meses.

Entretanto, o encontro de Dilma com os baianos será primeiro em Conquista, no Sudoeste da Bahia. Às 9h30, a presidente vai entregar as casas, no bairro Senhoria Cairo, beneficiando cerca de 7 mil pessoas. Essa cerimônia contará com a presença do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. O  investimento é de R$ 96,6 milhões, sendo os  imóveis destinados às famílias com renda de até R$ 1,6 mil e irá beneficiar aproximadamente 6.96 mil pessoas.

O evento referente ao metrô será possível, após as lideranças políticas, governador Jaques Wagner e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), terem entrado em ação nos últimos dias para apaziguar os ânimos na Assembleia Legislativa da Bahia, mobilizando os deputados a votarem o projeto que subsidia a construção do sistema. Por três semanas, a apreciação do projeto foi adiada. Na Câmara Municipal o clima de consenso ainda não foi alcançado.

Último carro do primeiro trem do monotrilho chega dia 17

16/10/2013
O monotrilho da Linha 15-Prata já recebeu seis carros da primeira composição, eles foram transportados em seis operações realizadas pela empresa Fama Transportes. Nesta quinta-feira (17/10) o sétimo carro chegará ao Pátio Oratório, completando o primeiro trem do sistema.

Os veículos são fabricados pela canadense Bombardier em Hortolândia, a 150 km da capital, as entregas dos carros são feitas por caminhão usando o trajeto Rodovia dos Bandeirantes, Rodoanel, Rodovia dos Imigrantes parada no KM 16 e retomando transporte após as 23h00, chegando ao Pátio Oratório por volta das 24h00.

O Metrô de São Paulo vêm investindo em sua expansão nos últimos anos, entre estes investimentos está a Linha 15-Prata, que utilizará o sistema de monotrilhos e ligará os bairros de Ipiranga e Cidade Tiradentes, na Zona Leste da cidade. A Linha 15 já conta com mais de 8 Km de trilhos construídos.

A previsão é que o trecho entre Vila Prudente e Oratório entre em operação controlada no inicio de 2014. No total, serão construídos 24,5 km de vias e 17 estações ao longo dos bairros Ipiranga, Vila Prudente, São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstoi, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus, Iguatemi, Jequiriça, Jacu-Pessego, Erico Semer, Marcio Beck, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes.

Clique no link abaixo e veja a filmagem feita pelo Metrô do carro A1 sendo descarregado no Pátio Oratório.
http://www.youtube.com/watch?v=hUPEobHD1Go&feature=c4-overview&list=UUGJIDbgkmR-WvzVLV9lcg9g

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Linha 4-Amarela completa dois anos de operação plena

16/10/2013
A Linha 4-Amarela, que liga os bairros da Luz ao Butatã, completa neste dia 16 de outubro dois anos de operação comercial plena. Segundo a ViaQuatro, consórcio operador, a linha já transportou nesses dois anos de existência 347 milhões de pessoas em seus 14 trens, uma média de média de 650 mil passageiros transportados por dia útil.

Os trens da linha realizaram mais de 450 mil viagens no trecho entre as estações Luz e Butantã, equivalente a uma distância de 4,5 milhões de quilômetros percorridos nos atuais 9,5 km de trilhos. “Transportamos pouco menos de dois Brasis na nossa Linha. O número mostra que temos demanda reprimida e que podemos transportar muito mais com um sistema integrado” afirma Luis Valença, presidente da ViaQuatro, concessionária responsável pela manutenção e operação da Linha 4-Amarela.

Quando as cinco novas estações (Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) da Fase II estiverem prontas, a Linha 4-Amarela terá 12,8 quilômetros de extensão e 11 estações, ligando a região da Luz, no centro da cidade, ao bairro de Vila Sônia, na zona oeste. A expectativa é que transporte, com as 11 estações, cerca de um milhão de passageiros diariamente, serão 29 trens em operação para atender à essa demanda


Desafios envolvidos na mudança do padrão energético para a mobilidade urbana

10/10/2013 09:00
O professor Márcio de Almeida D'Agosto, da Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez no 19º Congresso da ANTP uma exposição a respeito da energia utilizada por em todas as formas de transporte do Brasil, considerando o transporte coletivo, caminhão de carga, automóvel. A apresentação ofereceu um quadro de como o Brasil consome energia para o transporte comparando-o com consumo de outros países.
A sessão contou com comentários de Guilherme Wilson, gerente de Operações e Mobilidade da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor); de Olímpio de Melo Álvares Júnior, da Cetesb, a agência ambiental do governo paulista, e do consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Paulo, engenheiro e professor Hélcio Raymundo.
Desafios. O coordenador da sessão foi o engenheiro e sociólogo Eduardo Alcântara Vasconcellos, presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente da ANTP. Segundo ele, a apresentação revelou os estudos que as universidades vêm fazendo em várias frentes para produzir um conhecimento brasileiro sobre o tema. Mostrou também que a questão que envolve mobilidade e meio ambiente não se resolverá apenas com mudanças no ônibus, havendo diversos outros aspectos a serem considerados, entre os quais estão o trânsito, os custos de diferentes insumos eo desfecho da discussão sobre para onde irão os subsídios no Brasil, se para o automóvel ou para o transporte público.
Vasconcellos assinalou que um ponto evidenciado pelo debate é que não haverá solução com um só tipo de energia para os ônibus, sendo necessário considerar a combinação de diferentes possibilidades. Há estudos feitos no Rio de Janeiro e outros em andamento em São Paulo que buscam comparar as energias possíveis.
"Podemos imaginar que no Brasil haverá três ou quatro tipos predominantes de energia, tais como o diesel tradicional, o híbrido diesel elétrico e, talvez, o ônibus a etanol. O ponto mais polêmico é o gás natural; o ônibus movido 100% a gás teve uma experiência muito negativa em São Paulo e isso, gerou uma rejeição. A saída parece ser combinar o gás natural com diesel, o que vem dando certo no Rio de Janeiro”, assinalou o especialista.
Ele concorda que possa haver a combinação, dentro de uma mesma frota, de diferentes soluções energéticas adequadas aos diferentes tipos de veículos, considerados aspectos como preço, durabilidade, garantia de fornecimento e também certa economia de escala.Como as características do ônibus variam muito em razão do tamanho e do peso, a tendência é que determinado tipo de energia ofereça melhores resultados para determinados tipo de veículo do que para outros."Pensando em termos de Brasil, é, sem dúvida, uma equação complicada e fascinante; porque teremos que avaliar o conjunto dos 120 mil ônibus existentes no País e buscar a combinação adequada”.
Liderança. Ficou claro no debate que a mudança do padrão energético para o transporte coletivo não pode ser conduzida exclusivamente pela indústria e nem ser descentralizado. "É importante a descentralização do poder, com a participação dos estados e dos municípios, mas há processos que o governo federal precisa conduzir. Não se trata de estabelecer proibições, nem de condicionar, mas precisa liderar”, disse Vasconcellos, acrescentando: "Se o Rio de Janeiro for por um caminho, São Paulo por outro, e outras unidades escolherem outra via, serão desenvolvidas soluções, mas certamente estará prejudicado o ganho de escala”.

Outro componente da questão é a economia das empresas operadoras, já que a mudança energética envolve a compra de veículos novos e mais tarde a possibilidade de revendê-los. "Se o processo dificultar muito a compra e dificultar também a revenda, a equação ficará muito complicada e haverá uma enorme resistência. No limite,seria necessário conceder uma tarifa muito superior ou subsidiar. Trata-se de um processo que deve envolver acordo com os operadores, e considerar também o que a sociedade deseja. Investimentos em veículos melhores terão um custo e isso não vai sair só da tarifa, será preciso haver outra visão sobre essa questão”, finalizou.