terça-feira, 7 de outubro de 2014

Santos (SP) terá ‘Bonde Café’, em dezembro

26/09/2014 A cidade de Santos, no litoral paulista, vai contar a partir de dezembro com o Bonde Café, o primeiro veículo estilizado sobre trilhos da América Latina, para promoção de um dos principais produtos exportados pelo Porto.

O convênio entre a Prefeitura de Santos e o Museu do Café foi assinado na última terça-feira (23), no bairro do Valongo. O investimento para as adaptações será de R$ 85,5 mil, custeados pelo Museu do Café. A iniciativa foi elogiada por especialistas neste tipo de transporte.

De acordo com o diretor-regional da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Carlos Alberto Rollo, Santos sai na frente de várias cidades do mundo. "Posso dizer que esse bonde é um dos primeiros do mundo, uma cafeteria sobre trilhos, que vai também promover um dos principais produtos do Brasil", disse.  Ele lembrou que o bonde vai circular pela cidade e espera que outros municípios da Baixada Santista também tenham a mesma idéia. "E vem por aí um Bonde Restaurante, em Santos, que vai incrementar ainda mais o turismo. Isso, além da volta dos trens e ferrovias, são as nossas bandeiras de luta", afirmou.

José Manoel Ferreira Gonçalves, o Dr. Zé Mané, presidente da ONG Ferrofrente, lembrou que a utilização dos bondes é extremamente importante para resgatar a cultura e motivar os jovens a conhecer um pouco mais sobre os transporte sobre trilhos. "Eles vão ver que é um meio de transporte agradável, limpo, sem barulho. Do mesmo jeito que o trem. É por isso que brigamos sempre". Gonçalves destacou que o Guarujá poderia ter sua linha de bonde também. "Imagine uma linha entre o Centro da cidade com Vicente de Carvalho. Tenho certeza que seria um sucesso". O equipamento terá layout exclusivo e também será dotado de máquina de expresso, moinho e frigobar.

O gerente Marcos Rogério Nascimento, da CET, disse que o bonde italiano será adaptado para se transformar numa cafeteria. "Serão instalados ar-condicionado, elevador para pessoas com necessidades especiais, mesas e cadeiras. Será um sucesso, tenho certeza". Ele lembrou que além do Bonde Brincar, estilizado para crianças, o Bonde Café e o Bonde Restaurante, a cidade continuará com linha normal operando. "Teremos também o Museu do Bonde, que será construído aqui no Valongo", disse.

Projeto do metrô de Porto Alegre migra para PAC Mobilidade Urbana

Mudança ocorre em razão do valor dos financiamentos aprovados

O projeto do metrô de Porto Alegre migrou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Grandes Cidades para o de Mobilidade Urbana. A mudança foi definida em reunião nessa quarta-feira em Brasília. Estiveram no encontro com o secretário nacional de Mobilidade Urbana, Raphael Rezende Neto, o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, o gerente do Escritório metrôPoa, Luís Cláudio Ribeiro, e o coordenador da assessoria técnica da Secretaria Estadual do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, Roberto Vieira.

O motivo da migração ocorre em razão do valor dos financiamentos aprovados. No PAC Grandes Cidades, o máximo era de R$ 1 bilhão enquanto no Mobilidade Urbana chegou a R$ 1 bilhão e 770 milhões. O governo do Estado participa com R$ 1 bilhão e 80 milhões, e a Prefeitura de Porto Alegre com R$ 690 milhões. Urbano Schmitt comemorou o êxito na negociação entre os governos federal e estadual e a prefeitura. "Além disso, garantimos a Proposta de Manifestação de Interesse e os estudos do Projeto metrôPoa", afirmou o secretário.

A Comissão Técnica de Julgamento do Edital de Proposta de Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (PMI) do Projeto do Metrô de Porto Alegre, composta por 28 funcionários da prefeitura, está na fase de avaliação dos estudos e projetos apresentados pelas cinco empresas. A expectativa é de que a análise seja concluída ainda neste ano.

Após a análise da PMI, a proposta escolhida será submetida à consulta pública, audiência pública, órgãos de controle (Tribunal de Contas e Ministério Público) e Ministério das Cidades. A expectativa da prefeitura da Capital é de Edital de Licitação da Parceria Público-Privada (PPP) da obra do metro seja publicada no primeiro semestre de 2015.

Fonte: Correio do Povo

SC realiza testes para transporte de passageiros de trem

25/09/2014 - G1 SC
Nesta quinta-feira (25) foram realizados testes para o transporte de passageiros de trem entre as cidades de Içara e Tubarão, no Sul de Santa Catarina. Cerca de 200 estudantes do ensino médio participaram da viagem que durou cerca de 1h30 entre os municípios. Os testes fazem parte de um projeto que pretende melhorar a mobilidade urbana na região.
De acordo com a Prefeitura de Içara, o objetivo é que as viagens de trem sirvam como uma alternativa de transporte para estudantes universitários que precisam se deslocar entre uma cidade e outra. Caso seja implantada, a opção deve diminuir o custo e o tempo do deslocamento.

O projeto começou a ser debatido em março deste ano entre as prefeituras de Içara e Tubarão e a concessionária que administra a Ferrovia Tereza Cristina. A previsão inicial era de que o transporte de passageiros ocorresse a partir de agosto, mas ainda faltam investimentos. A expectativa é de que as primeiras viagens sejam realizadas até o final do ano.

Conforme dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o trem já foi um dos meios de transporte mais utilizados no Brasil e atualmente não chega a transportar 3% dos passageiros de todo o país.

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/09/cidades-de-sc-realizam-testes-para-transporte-de-passageiros-de-trem.html

Transoeste e Transcarioca somam 55 acidentes em pouco mais de dois anos

O sistema BRT, implantado há pouco mais de dois anos com a promessa de facilitar a mobilidade dos cariocas, já causou 55 acidentes, totalizando 22 vítimas fatais, ou quase uma morte por mês, conforme levantamento feito pelo EXTRA. Os números apontam ainda total de 188 feridos nos corredores Transoeste e Transcarioca.

Com mais tempo de existência, o Transoeste, que liga o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, a Campo Grande e Santa Cruz, totaliza 45 acidentes, 20 mortes e 159 feridos. Os três últimos ocorreram no espaço de uma semana, no fim de agosto, e resultaram em duas vítimas fatais e uma terceira, que teve parte da perna amputada.

Já o Transcarioca, que completou três meses na terça-feira passada, soma dez acidentes, com duas mortes e 29 feridos. O corredor, ainda em processo de implantação, liga o Terminal Alvorada ao Galeão, na Ilha do Governador.

-O alto número de acidentes é uma questão que precisa ser estudada - afirma Marcos Poggi, especialista em análise de Mobilidade Urbana e projetos em transporte, para quem o BRT não é a melhor opção em grandes metrópoles, onde a demanda costuma ser muito superior à capacidade.

Os operadores do sistema, entretanto, apontam a imprudência de motoristas e pedestres como a principal causa da maioria dos acidentes.

A presidente da CET-Rio, Cláudia Secin, diz que a entrada em funcionamento do BRT não implicou no aumento de acidentes. Segundo ela, estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam queda de 23,93% de ocorrências na Avenida das Américas, no primeiro ano de funcionamento do Transoeste em comparação com o mesmo período do ano anterior à implantação. Ainda segundo Cláudia, na comparação com a frota circulante, os acidentes caíram 17,84%, no mesmo corredor, de janeiro de 2013 para janeiro de 2014.

O Consórcio BRT informou que lamenta os acidentes e destacou que a preocupação com segurança e treinamento dos motoristas é constante.

Projeto pretende alavancar trens turísticos e culturais

18/08/2014 - Jornal do Brasil
O Projeto Trem é Turismo será lançado na próxima quinta-feira (21). O projeto pretende atuar com vinte trens turísticos e culturais em efetiva operação ou iniciando seu funcionamento nos próximos dois anos, dando consultoria ao comércio local e aos funcionários dos empreendimentos. O lançamento é fruto de uma parceria entre a Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais (ABOTTC), o SEBRAE e a Estrada de Ferro do Corcovado.

Entre os trens e localidades que serão trabalhados neste projeto, estão o Trem do Forró, em Pernambuco, Trem das Montanhas Capixabas, no Espírito Santo, Maria Fumaça Ouro Preto a Mariana, em Minas,  Maria Fumaça São João Del Rei a Tiradentes, em Minas, Trem do Corcovado, no Rio de Janeiro,  Trem  da Moita Bonita, em São Paulo,  e Trem do Vinho, no Rio Grande do Sul, entre outros

Segundo o presidente da ABOTTC Adonai Arruda Filho, o turismo brasileiro está vivendo uma década de expressivo crescimento e deverá dobrar de tamanho, tanto em número de turistas estrangeiros quanto no turismo interno. “O turismo ferroviário está em pleno crescimento, porém é ainda pouco conhecido por parte dos brasileiros. Este projeto vai aumentar sua visibilidade e dar suporte e capacitação aos micro e pequenos empresários do entorno das estações, que estarão mais bem qualificados para atender aos visitantes”, explica.

E é o crescimento das classes C e D – que passam a gastar parte de sua renda em viagens, lazer e entretenimento – o que vem ditando esse grande crescimento do turismo interno. Milhões de brasileiros nos últimos anos foram incluídos na parcela de consumidores dos diversos segmentos de turismo, incluindo os trens turísticos e culturais. Internacionalmente, o aumento de turistas de outros países deverá ser alavancado pela grande exposição que vem gerando os eventos esportivos de grande porte que o Brasil tem sediado.

Contudo, alguns desafios importantes relacionados à infra-estrutura física precisam ser vencidos, além da necessidade de que exista uma melhora significativa na gestão das empresas, especialmente as micro e pequenas – que representam mais de 90% do total de estabelecimentos nesse setor.

Para o presidente da empresa Estrada de Ferro do Corcovado, Sávio Neves, o projeto  “Trem é Turismo” vai dar ao  setor de Trens Turísticos,  além da capacitação gerencial, entendimento do mercado e fortalecimento das ações comerciais e de marketing. “Vai dar uma melhora sensível no produto oferecido aos passageiros e turistas, tornando este importante segmento da cadeia produtiva do turismo uma das suas âncoras”, diz.

Novo bondinho de Santa Teresa chega ao bairro puxado por caminhão


‘Inauguração’ é marcada por protestos
O Dia 26/08/2014
Rio - Entre materiais de construção e poeira de obra, o primeiro novo bonde de Santa Teresa foi colocado no trilho na noite desta terça-feira. Puxado por um caminhão, o bondinho subiu a Rua Joaquim Murtinho e foi estacionado no Largo do Curvelo.

Em esquema de testes, o funcionamento para transporte de passageiros não tem previsão de começar. “A fase de testes não vai durar menos do que 30 dias. A prioridade é a segurança”, explicou o subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira. Há exatos três anos, em 27 de agosto de 2011, um descarrilamento que matou seis e deixou o bairro sem seu principal símbolo. Os moradores, que reclamam dos transtornos e da demora nas obras, protestaram ontem contra a ‘inauguração’. Nesta quarta-feira, três atos em homenagem às vítimas de 2011 acontecem no bairro.


Testes em Santa Teresa vão durar mais de 30 dias e ainda não há prazo para funcionamento do veículo
Foto:  André Luiz Mello

“Quando chegamos, percebemos que havia muito mais coisas a fazer, além do bonde, por isso a demora nas obras. A CEG e a Cedae também estão trabalhando. Não existe obra sem transtorno”, justificou o subsecretário.

No cronograma inicial da Secretaria Estadual da Casa Civil, responsável pela obra, o início da operação do bondinho era prevista para o primeiro trimestre de 2014. Depois, a circulação foi prometida para Copa, em junho. Moradores do bairro, insatisfeitos com o transtorno das obras e com a ausência do bondinho, estiveram ontem à noite na apresentação do novo bondinho com cartazes de protesto.

“Em meio a um canteiro de obras inacabadas, temos hoje (terça-feira) a colocação de um protótipo de bonde. No ritmo que está, a obra só vai terminar em cinco anos”, disse o morador Jacques Schwarzstein, de 64 anos, diretor de transportes da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast). Já o jornalista Flávio Abreu, de 46, criticou a segurança. “Estão fazendo tudo às pressas, com os canteiros abertos, sem a mínima observação da segurança das pessoas”.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

UFRJ inaugura trem que levita no Fundão e bonde cruza Arcos da Lapa

Testes marcam tradição e futuro nos trilhos
O Dia
Rio - Dois eventos marcaram nesta quarta o resgate da tradição e a sinalização do futuro nos transportes do Rio. Enquanto o bondinho de Santa Teresa atravessou, pela primeira vez depois de três anos, os Arcos da Lapa, o trem de levitação magnética desenvolvido pelos pesquisadores da Coppe, da UFRJ, iniciou a fase de testes na Ilha do Fundão.

Na Cidade Universitária, os principais especialistas em levitação magnética do mundo, reunidos para uma conferência, acompanharam de perto a primeira viagem do veículo pelos 200 metros que ligam dois centros de tecnologia do campus. Batizado de Maglev-Cobra, o trem será o primeiro a utilizar a levitação magnética por supercondutividade no transporte de passageiros.

 O Maglev-Cobra, desenvolvido pela Coppe, flutua sobre os trilhos
Foto:  Divulgação

“O próximo passo será buscar financiadores e parceiros para que o projeto entre em operação comercial”, afirmou o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ. A etapa de testes dura até 2015, quando alunos, professores e funcionários poderão utilizar o veículo para se locomover. Segundo os pesquisadores, o novo trem é mais econômico do que as tecnologias já existentes e poderá alcançar até 100 quilômetros por hora.

Em Santa Teresa, o novo trecho de testes para o bondinho foi inaugurado ontem, mas os moradores continuam sem poder usar o transporte. No fim de agosto, quando o novo bonde chegou à Rua Joaquim Murtinho, o subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira, previu que, em um mês, o transporte de passageiros já estivesse liberado naquele trecho, o que ainda não aconteceu.
 


Cerca de 3,5 km de trilhos e rede aérea já foram instalados no bairro
Foto:  Divulgação

A Secretaria da Casa Civil explicou, em nota, que a demora para a volta do bondinho é uma medida de segurança. Os testes agora ocorrem da Carioca ao Curvelo, em um trajeto de 1,6 quilômetro. O percurso total previsto é de 10,5 quilômetros.

Projeto da SuperVia vai blindar toda a linha férrea (Clipping)

O Globo| O Globo 01/09/2014
RIO - Diante da ação do tráfico de drogas, que ocupou diversos pontos ao longo dos trilhos e até uma estação de trem, deixando em perigo os 620 mil passageiros que usam o sistema diariamente, a Supervia tem um projeto para blindar toda a linha férrea. A ideia, segundo o presidente da concessionária, Carlos José Cunha, é construir muros, passarelas e viadutos para acabar com as passagens de níveis (onde há cancelas) e as entradas clandestinas nos muros usadas por bandidos. Reportagem publicada ontem pelo GLOBO revelou que facções atuam em 16 estações dos ramais de Santa Cruz e Belford Roxo e já dominam a estação Tancredo Neves, na Zona Oeste.

Cunha explica que a Supervia, no entanto, não consegue arcar sozinha com o projeto Segurança na Via. Para viabilizá-lo, ele esteve em janeiro em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, para negociar sua implantação. Segundo Cunha, a supervia tem um gasto anual de R$ 30 milhões em segurança interna e perde R$ 48 milhões por causa da ação do tráfico, que abre buracos nos muros, permitindo que usuários embarquem nos trens sem pagar. A concessionária tem hoje 800 agentes de segurança em toda a rede.

A presidente Dilma entendeu o problema e concordou com o nosso projeto. Demos, então, entrada no processo para cumprir os trâmites burocráticos nos ministérios do Planejamento e das Cidades, para enquadrar o projeto nas exigências do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e obter os recursos para sua execução diz.

OBRAS ESTÃO ORÇADAS EM R$ 600 MILHÕES
A secretária estadual de Transporte, Tatiana Vaz Carius, disse ontem que o problema da falta de segurança no sistema ferroviário vem sendo estudado há seis meses por técnicos do governo e da Supervia. Segundo ela, o projeto conceitual que prevê intervenções ao longo da linha férrea foi concluído na sexta-feira e será apresentado ao governo federal ainda esta semana. As obras estão orçadas em R$ 600 milhões.

Já havíamos estado em Brasília, e o governador conversou com os dois ministros (das Cidades e do Planejamento) para explicar a importância do projeto ? disse a secretária. Até a implantação do projeto, que, segundo o presidente da Supervia, impediria a ação do tráfico e a evasão de renda, a concessionária cobra mais empenho das autoridades, para garantir a segurança dos passageiros. Na noite de sábado, por exemplo, um homem ficou ferido e outro morreu atropelado por um trem que seguia para Belford Roxo, próximo à estação do Jacarezinho. Os dois tinham acessado irregularmente a via férrea por um dos 150 buracos feitos pelo crime organizado.

Trata-se de um problema de segurança pública. Não temos poder de polícia. Nossos agentes, inclusive, têm passado por situações constrangedoras revela Cunha.

Segundo a Supervia, mais de dez mil pessoas transitam pelos trilhos diariamente, seja para acessar indevidamente os trens ou para vender, comprar ou consumir drogas. Por isso, os trens são obrigados a circular a 30km/h, quando poderiam trafegar a 80km/h. A primeira parte do projeto é emergencial e visa a atacar, em dois anos, os pontos mais críticos (tráfico e evasão de renda), com a construção de cinco viadutos e pelo menos 20 passarelas. A segunda fase envolve desapropriações e reassentamentos das famílias que vivem na faixa de domínio da linha férrea. A estimativa é que a implementação total do projeto leve oito anos.

Doutor em Engenharia de Transportes e ex-diretor da Metrô Rio, Fernando Mac Dowell diz que a solução passa por uma ação conjunta entre a Supervia e o poder público. É preciso que exista integração entre Supervia, estado, município e governo federal, para que haja também reurbanização no entorno das estações, além de policiamento. O ambiente degradado favorece a criminalidade. Apenas muros não vão adiantar, porque vão continuar dando um jeito de quebrá-los  avalia.

Luiz Carneiro, diretor do Clube de Engenharia do Rio, acredita que o problema não será solucionado apenas com as obras: ? Não vejo relação entre a criação de viadutos e passarelas e a escassez de segurança. Se não tiver presença policial, segurança e fiscalização para reprimir os crimes e o consumo de drogas, os usuários e traficantes continuarão agindo ali. Precisamos pensar sobre essa questão, porque envolve desapropriações e reassentamentos.

PREJUÍZOZ SÃO GRANDES
Cunha admitiu que a atuação do tráfico no sistema é antigo. Disse que quando assumiu a empresa, há quatro anos, se dedicou a resolver os problemas internos. Agora, outros problemas ficaram mais evidentes, segundo
ele. Chegamos a números estarrecedores: mais de 40 mil evasões de passageiros e R$ 128 mil que deixam de ser arrecadados diariamente, um prejuízo anual de R$ 46 milhões. Registramos ainda muitos acidentes, atropelamentos e abalroamentos diz. Um dos exemplos da grave situação é a estação Tancredo Neves, onde os funcionários da Supervia foram expulsos pelo tráfico. Ali, bandidos armados ocupam a plataforma e oferecem drogas livremente. Ninguém paga passagem.

A orientação que temos da Secretaria de Segurança é para não nos envolvermos neste problema. Isso cabe à secretaria comenta.

De acordo com o contrato de concessão, é responsabilidade do governo prestar segurança pública na linha. Segundo Cunha, as ações pontuais não surtem mais efeitos. Antigamente, existia um batalhão de polícia ferroviária com 300 policiais. Isso acabou em 2009. Hoje, temos um núcleo reduzido de cerca de 20 policiais ferroviários.

A Secretaria de Segurança não quis se manifestar sobre o assunto, e a Polícia Militar informou que procura fazer operações sistemáticas, com prisões e apreensões de drogas e armas em diversos pontos. O Grupamento Ferroviário informou que tem dado apoio à segurança da concessionária.

A Supervia enfrenta ainda um outro problema: o tráfico utiliza cabos de cobre roubados como uma nova moeda, que os dependentes químicos trocam por drogas. Nesse mercado negro, um metro de cobre seria o equivalente a uma pedra de crack.

A POLÍCIA É APENAS UMA DAS FERRAMENTAS
Na opinião da professora Elizabeth Sussekind, a Supervia tem que garantir a ordem dentro de sua área. No entanto, diz, o Estado também tem que atuar, em casos como esse, dentro da propriedade privada.

Quando se tira, por exemplo, o crack da Avenida Brasil ele aparece mais forte nos trens. Não podemos é achar que a solução deve vir só da polícia, que deve ser uma das ferramentas do Estado, mas não a única a ter que responder por um problema bem maior. Precisamos prevenir a criminalidade investindo mais na educação. Esses viciados poderiam estar nas escolas, sendo tratados socialmente e não apenas amparados pelo tráfico, assim como foram seus pais. Muitos estão na terceira geração do crime e das drogas.

Sobre trilhos pelo Brasil

31/08/2014 - Jornal A Cidade
As viagens turísticas de trem pela Europa são uma tradição, mas no Brasil também há belos roteiros para se desfrutar sobre trilhos, em que as paisagens e a história se revelam de forma peculiar.

“O passeio de trem tem como diferencial a atmosfera nostálgica. As pessoas que fazem sempre têm uma relação histórica com o trem, seja um avô que foi ferroviário, seja por ter utilizado o transporte na infância ou mesmo por curiosidade”, diz o gerente.

Os passeios mostram a diversidade cultural do Brasil e alguns deles são regados a música típica local. Em ferrovias centenárias, mas com maquinário moderno, seja em Marias Fumaças ou trens atuais, de vagões standard, turísticos ou luxuosos com decoração de época, eles remetem a épocas em que esse era o único meio de transporte.

“No País existem grandes roteiros de trem e a procura cresce a cada ano. Na região Capixaba se vê as tradições das colônias portuguesas, espanholas e italianas; em Curitiba a riqueza da paisagem da Serra do Mar; no Pantanal a cultura indígena; no Rio Grande do Sul a cultura do vinho; e em São João Del Rei a história do País. Essas atrações fazem com que os turistas se encantem com os passeios de trem”, comenta Rogério Nunes, gerente da Serra Verde Express.

Pontos turísticos e receptivos em todos os roteiros enriquecem a viagem, seja pela gastronomia típica da região, natureza exuberante ou arquitetura de época das cidades.

“Embora não haja uma forte cultura turística de trens no País, é um produto mundial muito bem visto, com muitos estrangeiros explorando os nossos passeios, e os brasileiros também já se encantaram”, analisa Nunes.

Uma das mais consagradas rotas turísticas ferroviárias do País é o Trem da Serra do Mar, que proporciona ao passageiro um cenário de uma porção quase intocada da Mata Atlântica, com montanhas, túneis, pontes e picos que ligam a cidade de Curitiba ao litoral de Estado.
Por ano, cerca de 200 mil pessoas desfrutam do passeio.

Os encantos do trem da Serra do Mar
Saindo da estação Ferroviária de Curitiba o trem percorre 74 km em 3h até chegar à histórica cidade de Morretes. No percurso estão o conjunto montanhoso do Marumbi, a Cascata Véu de Noiva e a Ponte São João, construída em aço. Nela se passa por um vão livre de 110 metros de altura, onde se tem a sensação de estar sobrevoando um abismo.

“A descida da Serra do Mar tem uma natureza grandiosa com as montanhas que compõem a cordilheira e cachoeiras. Há atrativos de ambos os lados, além da própria estrada de ferro, construída entre rochas e com vários túneis. E o passeio se transforma em uma festa ao passar pelo túnel. São quase três minutos no escuro, quando todos se emocionam e gritam”, detalha Nunes.

Com a chegada a Morretes, o passeio ganha status gastronômico, com um tradicional almoço com o famoso “barreado”, prato típico da culinária local. Trazido pelos portugueses, no século 18, é preparado com pedaços de carne vermelha e toucinho e cozido por cerca de 12h em panela de barro vedada e enterrada no solo.

O turista ainda tem a oportunidade de conhecer um pouco da cidade, com seus casarões e igrejas do século 18.

A parada seguinte é em Antonina, fundada em 1714 e que teve seu Centro Histórico tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 2012. O município é famoso por sediar o mais badalado Carnaval do Paraná e manter viva a tradição das serestas.

Até o retorno da viagem surpreende o turista, por ser feita pela Estrada da Graciosa, que era usada pelos tropeiros no século 19. Um dos símbolos do Estado, sua fauna e flora a levaram a ser declarada área de reserva da Biosfera pela Unesco, em 1993. Como o passeio termina no final da tarde, a última paisagem admirada é o pôr do sol.

Uma viagem noturna com glamour
E o Paraná reserva aos amantes das ferrovias a Litorina de Luxo, eleita pelo “The Wall Street Journal” como um dos três passeios sobre trilhos mais interessantes do mundo. De Curitiba a Piraquara, percorrendo a centenária estrada de ferro à noite, considerada umas das cem obras de engenharia mais importantes do Brasil, o passeio inclui um jantar e a visita a uma antiga estação de trem.

“A decoração de época dos vagões, o serviço com champagne e um requintado jantar com comida contemporânea, em noites de inverno ou de luar, é um passeio extremamente romântico”, define Nunes.

Ares europeus nas Montanhas Capixabas
Na região Serrana do Espírito Santo, as exuberantes Montanhas Capixabas permitem um belo passeio de trem pela ferrovia centenária, que expõe um belo cenário bucólico. Em 48 km de trilhos, o trem passa pelas pequenas e encantadoras cidades de Viana, Domingos Martins, Marechal Floriano, Araguaya e suas estações históricas.

O passeio começa em Viana, a pouco mais de 20 km de Vitória.
Uma marca do roteiro é a subida de mais de 500 metros de altitude até à Estação de Araguaya. As exuberantes fauna e flora típicas da Mata Atlântica cobrem a serra em um percurso no qual se atravessa pontes, túneis naturais e se vislumbra cachoeiras.

“A região tem cultura europeia muito presente, várias chácaras de hortaliças e pousadas nos arredores que enriquecem o passeio. No trajeto, ao subir a montanha, se consegue acompanhar a exuberância da região, as plantações de café e a diversidade das estações pelas quais se passa”, explica Nunes.

O primeiro ponto de parada é a cidade Domingos Martins, em meio às montanhas e cercada por rios e picos, que encanta seus visitantes pelos traços da colonização europeia – alemã, polonesa e italiana -, característica que lhe rendeu o título de cidade mais românticas do Brasil.

O trem segue para a “cidade das orquídeas”, Marechal Floriano, com suas inúmeras cachoeiras, e termina no vilarejo italiano de Araguaya, com suas admiráveis construções do século passado.

Comprado há dois anos, VLT continua sem utilização em São Luís

04/09/2014 - G1
O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) comprado por R$ 7 milhões em setembro de 2012 pela Prefeitura de São Luís continua sem utilização em um galpão da Transnordestina Logística S. A. localizado no Tirirical, em São Luís. Com a promessa de melhorar a mobilidade urbana na capital maranhense, a compra foi realizada às vésperas das eleições municipais pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB), que não se reelegeu. A informação foi publicada pelo jornal "O Estado do Maranhão".

O jornal afirma que o VLT não tem mais condições de funcionamento e que apresenta sinais de depredação, com as janelas e portas quebradas, bancos enferrujados e painel eletrônico coberto de poeira.

Segundo o jornal, na época, a prefeitura havia informado que o VLT operaria interligando, inicialmente, os bairros do Anel Viário ao Bairro de Fátima, e que outras seis linhas seriam criadas posteriormente.

O jornal informa ainda que, no ano passado, o atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) determinou a criação de comissões para avaliar projetos de mobilidade urbana que incluiam a utilização do VLT. No entanto, o veículo teria sido desmontado da plataforma onde estava instalado no Aterro do Bacanga e guardado no galpão, onde permanece sem utilidade e sem previsão de saída.

Uma única "viagem-teste" de tráfego teria sido realizada em um trecho de 800 metros, do ponto que segue do fundo do Terminal de Integração da Praia Grande, na Avenida Beira-Mar, até as proximidades do Mercado do Peixe - único ponto do projeto que chegou a ser construído.

O VLT tem dois vagões de 18 metros de extensão cada, com seis portas que abrem simultaneamente e capacidade para 358 pessoas (96 sentadas e 262 em pé). O veículo chega a atingir velocidade média de até 100 km/h.

O G1 entrou em contato com a prefeitura de São Luís e aguarda posicionamento do órgão.