terça-feira, 30 de maio de 2017

Sem investimentos, Linha 10-Turquesa perde passageiros


15/05/2017 - Metrô CPTM

Em conjunto com a Linha 7-Rubi, a Linha 10-Turquesa surgiu a partir da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, construída no século 19. Mas os dois ramais da CPTM não compartilham apenas isso: ambos estão entre os que menos recebem investimentos do governo. E um sinal evidente da falta de interesse pela linha que corta o ABC Paulista e termina na estação Brás é o fato de 7,9 milhões de passageiros terem deixado de utilizá-la nos últimos cinco anos.

O dado foi obtido pelo jornal Diário do Grande ABC que apontou uma queda de 7% na quantidade de passageiros entre 2011 e 2016. Parte desse êxodo tem a ver com a crise econômica, no entanto, esse fenômeno não atingiu no mesmo grau as demais linhas da CPTM – no geral houve crescimento de 17%.

A média de passageiros transportados é de 365 mil pessoas por dia, só superior a Linha 12-Safira (256 mil). É praticamente metade do que transporta a Linha 11-Coral, a mais movimentada da CPTM. São 38 km de trilhos e 13 estações, mas que permanecem ultrapassadas e muitas vezes inacessíveis em dias de chuva por conta do alagamento das vias.

A promessa de reforma de suas estações ficou pelo caminho com a falta de recursos alegada pelo governo. Da mesma forma, a frota de trens é formada principalmente pela Série 2100, antigos trens espanhóis de transporte regional, ou seja, lentos e mais propícios a viagens de longa duração. Além da idade avançada (foram construídos em 1974), essas composições sofrem com problemas de manutenção e seguidos incêndios.

Sem trens novos

Com um intervalo alto que torna a viagem mais demorada do que deveria, a CPTM decidiu implantar uma média paliativa ao colocar um trem da Série 3000 entre Santo André e Tamanduateí com parada apenas em São Caetano do Sul, o Expresso Linha 10, mas nem isso parece ter ajudado a melhorar o conforto e a previsibilidade da linha.

Com parte importante do seu trajeto passando por regiões industrializadas e bem adensadas, a Linha 10 poderia ter um serviço digno do Metrô, mas parece que ela não é prioridade para a CPTM, que diz investir, mas que até agora não revelou se parte da encomenda de 65 novos trens irá para o ABC para aposentar os velhos trens espanhóis. Até mesmo a Linha 7, que concentrava a maior parte dos trens antigos e sem ar-condicionado, passou a receber vários trens dessa encomenda. Enquanto isso, os trens da Série 8500 e 9500 só passam pelo ABC em testes – embora existam rumores que estes últimos poderão ser usados na linha no futuro.


Não é difícil entender porque a população pode ter deixado a Linha 10 de lado por ora. Isso, somado ao impasse na construção da Linha 18 do Metrô, tem transformado o ABC numa região de mobilidade deficiente, cujos moradores levam horas para chegar à capital em alguns dias. Não deveria ser assim.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Estado prevê gastar R$ 38 milhões para manter funcionamento do VLT de Cuiabá

estado de 

10/05/2017 - FolhaMax

Após assegurar seu retorno para a Secretaria de Estado de Cidades, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), tem como principal missão destravar as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Hoje, na sessão matutina da Assembleia Legislativa os deputados autorizaram a licença de Wilson Santos do parlamento estadual para retornar ao comando da Secretaria de Cidades.

Embora tenha recebido investimentos de R$ 1 bilhão, a obra está parada há dois anos e a nova promessa é que seja retomada em julho. Wilson Santos afirma que o governo já tem R$ 193,4 milhões para começar as obras do VLT nos próximos meses.

A expectativa é que a partir de julho seja retomada a obra no trecho do Aeroporto Marechal Rondon Rondon em Várzea Grande até o bairro Porto em Cuiabá. O projeto do governo do Estado é concluir esse trecho até 31 de março de 2018 e chegar até o CPA no final do próximo ano.

Há ainda o planejamento de firmar uma Parceria Pública Privada (PPP) na qual uma empresa privada assumiria a responsabilidade pela operação do modal de transporte. “Nós só vamos operar o VLT na fase de testes, a chamada marcha branca, na qual teremos nossos técnicos contratados para operar provisoriamente. Mas a partir do momento que inaugurar o VLT, o Estado não tem interesse algum de ser responsável pela operação”, explica.

Questionado a respeito da cobrança da tarifa, Wilson Santos revela que está sendo avaliada a possibilidade de que uma tarifa única do transporte coletivo seja adotada para facilitar a vida dos usuários. “Uma das alternativas para baratear é o subsídio. O Estado vai por R$ 38 milhões ao ano, valor calculado de março de 2016, para subsidiar a tarifa do VLT”, disse Wilson.

O governo do Estado ainda mantém diálogo com o governo federal para contrair novos empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantindo assim dinheiro suficiente para garantir a conclusão das obras do VLT sem transtornos. Das obras da Copa que a Secretaria de Cidades planeja concluir ainda na gestão do governador Pedro Taques (PSDB) estão a duplicação da Avenida Arquimedes Pereira Lima, a continuação da Avenida Parque Barbado, a retomada do Centro Oficial de Treinamento (COT) do Pari - Várzea Grande e do COT da UFMT.


sexta-feira, 26 de maio de 2017

Metrô de Salvador começa a operar até Pituaçu


Estação de metrô de Pituaçu Foto: Carol Garcia/GOVBA


22/05/2017 - G1

O metrô de Salvador começa a operar até o bairro de Pituaçu a partir das 5h da terça-feira (23). Com isso, quatro novas estações da Linha 2, que corresponde ao trecho, entram em funcionamento: Pernambués, Imbuí, CAB e Pituaçu. A informação foi divulgada pelo Governo do Estado nesta segunda-feira (22).

Com as novas estações, o trajeto entre o Acesso Norte e Pituaçu, que tem 8,3 quilômetros, será percorrido em cerca de 12 minutos. Até então, a Linha 2 seguia até a rodoviária da capital baiana. O trecho está em operação desde dezembro de 2016 e tem como ponto de partida a estação Acesso Norte 2, que funciona como integração com os ônibus e com a Linha 1, que liga a Estação Pirajá à Lapa.

Segundo a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), hoje cerca de 92 mil pessoas usam o metrô por dia. A expecativa é que, com as novas estações, esse número praticamente duplique e o transporte passe a receber 180 mil passageiros diariamente.

Com obra iniciada em novembro de 2015, a Estação Pituaçu do metrô, é a maior da Linha 2 na Avenida Paralela, com área total de 12.151 metros quadrados. A estação terá 14 bloqueios e outros dois exclusivos para pessoas com deficiência, quatro escadas rolantes e seis escadas fixas.

Através de nota, o Governo do Estado informou que ônibus gratuitos farão o transporte dos usuários do metrô ao CAB. O serviço estará disponível também a partire desta terça, das 6h às 19h30.

Passando pelas passarelas das estações Pituaçu e CAB (próximo ao Colégio Estadual Bolivar Santana), quatro ônibus seguirão o trajeto e vão circular por todas as avenidas do CAB, num intervalo de 15 minutos, chegando a 10 minutos nos horários de pico. Dois ônibus vão iniciar o trajeto no sentido Aeroporto e os outros dois iniciam no sentido Centro. Um letreiro eletrônico fará a identificação dos veículos destinados ao transporte complementar.

Além disso, a linha metropolitana de ônibus Portão/Terminal da França (via Rua Queira Deus), nº 86012, seguindo pela Avenida Jorge Amado, passa a fazer integração com o metrô na Estação Imbuí, com mudança no itinerário e retorno no viaduto do CAB. Para a integração com o metropolitano, o usuário deve utilizar Metropasse, SalvadorCard ou o cartão do metrô. Desta forma, ele não precisará pagar mais nada no metrô.

Horário de funcionamento

Todas as linhas do transporte funcionam das 5h à meia-noite, inclusive em feriados e nos finais de semana. O valor da tarifa do metrô é igual a do ônibus, R$ 3,60. No metrô, o usuário pode utilizar o cartão da CCR Metrô Bahia, o SalvadorCARD e o Metropasse.

Os passageiros terão acesso às estações Pernambués e Pituaçu por novas passarelas. No Imbuí e no CAB, os usuários vão seguir até as estações por passarelas que foram requalificadas.

Com o novo trecho, foram acrescentados novos trens à frota operacional. Agora são 16 no total, cada um com capacidade para até 1 mil passageiros. Nos horários de pico, as saídas ocorrem a cada 5 minutos na Linha 2, e no intervalo de 4 minutos e 40 segundos na Linha 1. Nos horários de menor movimento, os trens saem a cada 8 minutos nas duas linhas.


Estações do metrô na Paralela entram em operação nesta terça-feira

23/05/2017Notícias do Setor ANPTrilhos         

O governador Rui Costa anunciou que as quatro novas estações da Linha 2 do metrô entram em operação comercial nesta terça-feira (23). A partir das 5h, estarão abertas à disposição da população as estações Pernambués, Imbuí, CAB e Pituaçu. “Estamos colocando em funcionamento mais um trecho do terceiro maior metrô do Brasil, que chegará a 42 quilômetros. Muito em breve, chegaremos até o Aeroporto”, afirmou o governador em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação (Secom).

A Linha 2 está em operação desde dezembro de 2016 entre Acesso Norte 2 e Rodoviária. Com as quatro novas estações, o trajeto entre Acesso Norte 2 e Pituaçu, com 8,3 quilômetros, pode ser percorrido em apenas 12 minutos, em um equipamento que oferece conforto, ar-condicionado e segurança ao usuário.

O funcionamento das novas estações ocorre menos de dois anos após o governador Rui Costa assinar a ordem de serviço que autorizou o início das obras da Linha 2. Junto com a Linha 1, o metrô – maior obra de mobilidade urbana em execução no Brasil – já transportou mais de 32 milhões de pessoas desde 2014. Atualmente, a média é de 92 mil usuários por dia. A expectativa é passar a receber 180 mil usuários por dia, com a entrada do trecho até Pituaçu.

Estações mais modernas

Os usuários terão acesso às estações Pernambués e Pituaçu por novas passarelas de acesso. Já Imbuí e CAB têm as passarelas existentes requalificadas. Todas possuem piso tátil e câmeras de monitoramento. O projeto arquitetônico das novas foi premiado, em 2016, em evento bianual da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA).

A Estação Pituaçu do metrô, com obra iniciada em novembro de 2015, é a maior da Linha 2 na Avenida Paralela, com área total de 12.151 metros quadrados. A estação terá 14 bloqueios e mais dois exclusivos para pessoas com deficiência, quatro escadas rolantes e seis escadas fixas.

Integrado à Estação Pituaçu, está sendo construído o Terminal de Integração Pituaçu, com capacidade para receber 140 ônibus por hora. Atualmente, está com 80% da estrutura metálica concluída e em execução das lajes de concreto e pilares do viaduto de acesso ao estacionamento, com previsão de conclusão em setembro.

Outros terminais de ônibus integrados à Linha 2 são: Rodoviária Norte, que está em reforma, na fase de substituição da cobertura, e Mussurunga, também passando por requalificação, em fase de execução da cobertura.

Novos trens

Com o novo trecho, foram acrescentados novos trens à frota operacional. Agora são 16 no total, cada um com capacidade para até 1 mil passageiros, com intervalos de 5 minutos na Linha 2 e 4 minutos e 40 segundos na Linha 1, nos horários de pico. Assim, o usuário tem menos tempo de espera nas plataformas e maior conforto nas viagens.

Ambas as linhas funcionam das 5h à meia-noite, inclusive em feriados e nos finais de semana, com cobrança de tarifa – R$ 3,60. No metrô, o usuário pode utilizar o cartão da CCR Metrô Bahia, o SalvadorCARD e o Metropasse. O usuário que embarcar nas estações Lapa ou Pirajá com destino à Estação Pituaçu fará o trajeto em cerca de 20 minutos.

Cerca de 5,3 mil colaboradores diretos, indiretos e terceiros trabalham nas obras e na operação do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas.

Paisagismo renovado

Com as obras complementares da implantação do metrô, a Avenida Paralela terá conceito de via expressa, com eliminação de semáforos, três novos viadutos de retornos e vias marginais para facilitar o acesso dos veículos e garantir maior segurança aos motoristas. Contando com os retornos elevados já existentes na Avenida Paralela, os motoristas terão um total de 14 pontos para retorno, otimizando o tráfego na via.

Ao longo da Linha 2, no canteiro central e no entorno da Avenida Paralela, cerca de 6 mil árvores serão plantadas – volume três vezes maior do que havia antes das obras. As lagoas artificiais de Imbuí e Flamboyant serão totalmente recuperadas. Serão construídos 12 quilômetros de ciclovia e pista de caminhada, que estão em fase final de execução até a região da Estação Pituaçu e em fase de terraplanagem de Pituaçu até Mussurunga.

Atualmente, 98% do projeto paisagístico entre a passarela do Hospital Sarah Kubitschek e a Estação CAB já foi implantado; entre a Estação CAB e a Estação Pituaçu o percentual de implantação já ultrapassa 50%. São 41 trabalhadores diretos cuidando do paisagismo nesse trecho inicial. Entre a passarela do Hospital Sarah Kubitschek e a Estação CAB a implantação do paisagismo está concluída com 824 árvores e mais de 59 mil arbustos, principalmente espécies da Mata Atlântica, como as palmeiras Pescoço Marrom, Imperial, Licuricoba e Washingtonia, além de Aroeira Salsa, Pau-Ferro e outras.

Foto: Carol Garcia/GOVBA

22/05/2017 – Secretaria de Desenvolvimento do Estado da Bahia


quinta-feira, 25 de maio de 2017

Duas novas estações do VLT serão inauguradas no dia 4 de junho


23/05/2017 - O Globo

Duas novas estações do Veículo Leve sobre Trilhos serão inauguradas no dia 4 de junho. A data para a abertura das paradas Providência e Harmonia foi divulgada nesta terça-feira. Elas ainda fazem parte do trecho da Linha 1, em operação desde junho do ano passado. As obras e testes nesse trecho, no entanto, não ficaram prontos a tempo dos Jogos Olímpicos. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), as novas estações já começarão a ser operadas de forma comercial, com cobrança de passagem.

Com essa ampliação da rede, o sistema deixará de ser operado em pare e siga, reduzindo os intervalos entre os trens, uma vez que deixará de haver compartilhamento de trilhos em dois sentidos. Subsecretário de Projetos Estratégicos da Prefeitura, Luciano Cordeiro estima uma redução média de 15% dos intervalos entre os trens.

— Não vai mudar nada no tempo de viagem, o que vai mudar é o tempo de espera dos trens. O trecho que tem mais movimento hoje, entre o Aeroporto Santos Dummont e a Parada dos Navios, deve passar de 7,5 para 6,5 minutos de intervalos. Já o trecho entre a Parada dos Navios e a rodoviária passará de 15 para 13 minutos — afirmou.

LINHA 2 COMEÇA A COBRAR TARIFAS

A cobrança da viagem da Linha 2 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entrará em vigor nesta quarta-feira (24). O valor da viagem será de R$ 3,80, assim como a Linha 1, e a única forma de validação é o Bilhete Único, no interior do trem. O trecho novo, atualmente em fase de testes, vai da Praça Quinze à Praça da República, na região da Saara.

Os usuários terão uma hora para fazer transferências entre as duas linhas do serviço sem pagar uma nova passagem. O único ponto de conexão fica entre as estações Colombo (Linha 2, na Rua Sete de Setembro) e Sete de Setembro (Linha 1, na Avenida Rio Branco). De acordo com a operadora, haverá outras interseções até o fim do ano, quando as composições chegarão até a Rodoviária Novo Rio, da mesma forma que a Linha 1.

O horário de funcionamento, que hoje vai de 6h às 14h, será estendido: agora os bondes circularão entre 6h e meia-noite. Com a mudança, as duas linhas do serviço terão expediente igual. A partir de quarta, também começa a cobrança de multas aos passageiros que burlarem o pagamento da tarifa. Quem for flagrado violando o serviço vai ter que desembolsar R$ 170.


Atualmente com cerca de 2 quilômetros de extensão, o novo trecho terá 6,7 quilômetros ao fim das intervenções. Com obras iniciadas em julho de 2015, a Linha 2 do VLT entrou em período de testes em agosto de 2016, ainda sem usuários. A operação com passageiros começou em 6 de fevereiro.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Obra de expansão da Linha 9 da CPTM atrasa e custará mais que o dobro do previsto


09/05/2017 - G1

Prometidas para o primeiro semestre de 2015, as estações Mendes e Varginha, da Linha 9-Esmeralda, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), estão longe de ficarem prontas. Antes da obra começar, o governo estadual estimava que elas custariam em torno de 350 milhões de reais. Agora, a previsão é de que a expansão não saia por menos de R$ 790 milhões.

A Linha 9-Esmeralda liga a cidade de Osasco, na Grande São Paulo, ao Grajaú, no extremo Sul da capital paulista, e atende cerca de 600 mil passageiros diariamente. Em 2013, a CPTM começou a construção de mais duas estações, o que estenderia o percurso dos trens em mais 4,5 km, mas não há nem previsão para a ampliação do trajeto.

É no fim da linha, na Estação Grajaú, onde começa a obra inacabada da CPTM. Inacabada, mas muitos diriam que nunca começada. O terreno vazio foi tomado pelo mato e a única pista de que ali já houve um canteiro de obras são os trilhos amontoados. O trajeto para as futuras estações ainda é um corredor vazio e as passagens subterrâneas, que chegaram a ser construídas, estão fechadas.

A Estação Mendes, na região da Vila Natal, até teve a estrutura de parte do prédio montada, mas os avanços pararam por aí. Sobrou apenas o material usado na construção, abandonado no térreo. Os operários sumiram em dezembro do ano passado, quando o governo estadual parou oficialmente a obra de expansão.

Já na Estação Varginha, que seria a última da Linha 9-Esmeralda, a situação é ainda pior. Apenas dois esqueletos de concreto foram erguidos e, como o local fica aberto, sem portão nem segurança, virou ponto de descarte de entulho e de desova de carro. A reportagem do SPTV encontrou a carcaça de um veículo que parece ter sido incendiada ali mesmo.

A CPTM calculou inicialmente que o novo trecho da linha ficaria pronto em 18 meses. As obras, no entanto, duraram 39 meses e nem chegaram perto do fim. Quando forem retomadas, devem levar outros 18 meses para serem concluídas.

A companhia também estimava que tudo custaria R$ 350 milhões, mas agora o valor mais que dobrou e a obra deve custar R$ 790 milhões – destes, R$ 500 milhões pagos pelo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), do governo federal.

A CPTM afirma que a obra está atrasada porque o dinheiro do PAC não foi disponibilizado. Já o Ministério das Cidades diz que o governo estadual não cumpriu as regras exigidas para receber a verba, tanto é que, para retomar a obra, terá de fazer uma nova licitação.


segunda-feira, 22 de maio de 2017

Cinco dos 15 novos trens da Trensurb seguem sem data definida para voltar a operar


17/05/2017 - G1

A nova frota que deveria dar mais conforto aos usuários da Trensurb desde 2014 ainda é uma promessa. Dos 15 trens adquiridos por R$ 242 milhões há três anos, apenas 10 voltaram a funcionar após os problemas de descarrilamento e infiltrações em rolamentos logo no início das operações. Os outros cinco seguem parados.

O Ministério Público Federal (MPF) multou o fornecedor, o consórcio Alston, em R$ 4 milhões e determinou que a frota deveria entrar em funcionamento até o dia 20 de maio. De acordo com a Trensurb, porém, não será possível cumprir o prazo porque os cinco vagões novos continuam em manutenção.

A companhia também deve cobrar do consórcio responsável pela construção dos trens o valor gasto a mais com a permanência dos vagões velhos em operação. Segundo a Trensurb, além do prejuízo aos passageiros, os trens antigos exigem mais manutenção e consomem mais energia.

O procurador do MPF Celso Antônio Três diz que vai se reunir nesta semana com dirigentes da Trensurb e deve definir uma nova sanção contra o consórcio da Alston caso um novo prazo não seja cumprido.

A RBS TV entrou em contato com a Alstom, mas a empresa não respondeu aos questionamentos da reportagem.


sexta-feira, 19 de maio de 2017

Nova licitação das barcas do RJ terá linhas para Caxias e São Gonçalo

Ainda assim, nova concessionária fará estudos técnicos para ver viabilidade econômica e técnica dos trajetos. Edital deve ficar pronto em agosto.

Por Gabriel Barreira, G1 Rio
17/05/2017 12h33  Atualizado há 5 horas


Passageiros à espera de embarcar na Praça XV, que terá novas linhas licitadas. Ainda assim, não é certo que elas saíam do papel. (Foto: Mateus Almeida/EGO)

Um velho sonho dos moradores da Baixada e da Região Metropolitana pode se concretizar na próxima concessão das barcas, após a deteminação judicial que previu o afastamento da CCR Barcas. Pelo menos no que depender da promessa da Secretaria Estadual de Transportes do Rio (Setrans), o Governo vai licitar as linhas Praça XV-Caxias, Praça XV-São Gonçalo e Praça XV-Santos Dumont.

De acordo com a Setrans, todos estes trajetos estão "incluídos no novo processo licitatório". Ainda assim, não é certo que os novos trajetos saíam do papel. No primeiro ano de operação das antigas linhas (como Paquetá e Charitas), a concessionária vai fazer estudos técnicos e econômicos para saber se as outras três são viáveis.
As sugestões foram recebidas em audiências públicas com deputados. Nos próximos três meses — ou seja, até meados de agosto — o edital deve ser publicado.

Concessão para CCR Barcas é anulada
Na semana passada, a Justiça determinou que uma nova licitação para concessão das barcas fosse feita em até 2 anos. Na decisão, os magistrados anularam a licitação realizada em fevereiro de 1998, que resultou no contrato de concessão de serviços entre o estado e a Barcas S.A (atualmente CCR Barcas). A concessionária pode recorrer.

A licitação vencida em há 19 anos dava o direito para a CCR Barcas operar o transporte aquaviário do Rio até 2013. Em 2015, a concessionária informou ao Governo do Estado do Rio que não tinha mais interesse em continuar operando o transporte das barcas e pediu para sair. Segundo a concessionária, nos três anos anteriores ela obteve prejuízos com o transporte. O pedido não foi atendido pelo governo.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

Trens novos comprados por Alckmin têm atraso na entrega e reprovação em testes


05/05/2017 - G1

O governo de São Paulo acertou a compra, em 2013, de 65 trens para reforçar o atendimento nas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Eles deveriam ter sido entregues no meio do ano passado, mas, até agora, apenas 11 entraram em operação. As novas composições ainda apresentaram mais de 200 falhas em um período de seis meses.

A aquisição dos trens foi selada em uma licitação de quase R$ 2 bilhões, vencida por duas empresas estrangeiras: a espanhola CAF e a sul-coreana Hyundai/Rotem. A CAF ficou encarregada de entregar 35 composições e, a Hyundai/Rotem, as outras 30, ambas em 2016. As duas companhias são investigadas por formação de cartel em contratos firmados durante a gestão PSDB em São Paulo.

O prazo oficial passou e nenhuma das fabricantes cumpriu com o compromisso. Juntas, elas entregaram até o momento apenas 20 trens. Destes, quatro da CAF e outros quatro da Hyundai/Rotem sequer foram aprovados nos testes de segurança e estão parados.

Uma composição da Hyundai/Rotem passou nos testes, mas ainda não está circulando por questões burocráticas. Os onze trens da leva que já estão em operação são da CAF, mas, apesar de estarem na ativa, têm apresentado constantes problemas. Foram 227 só em um semestre, conforme levantamento do Ministério Público (MP).

Falhas e reprovações

O Bom Dia Brasil teve acesso com exclusividade ao relatório feito por engenheiros do MP que avaliou os trens que estão em circulação mas apresentando problemas e aqueles que não passaram nem pela fase de testes. O parecer foi dado após vistoria em linhas e no pátio onde parte deles está estacionado, em Osasco, na Grande São Paulo.

Os engenheiros apontam no documento que quatro dos cinco trens entregues até aqui pela Hyundai possuem uma série de problemas e, por isto, são reprovados nos testes dinâmicos, que avaliam o equipamento em movimento. Já no caso da CAF, dois dos quatro trens parados estão há um tempo considerável tentando superar a fase de testes. Um deles aguarda liberação desde junho de 2015.

Tribunal de Contas de SP apura falhas na compra de trens da linha 11 da CPTM

Auditoria quer saber motivo de contrato ter sido prorrogado 5 vezes desde 2012; companhia diz que trens foram entregues e irá explicar dúvidas ao Tribunal.

Por Tahiane Stochero, G1 São Paulo
17/05/2017 14h22  Atualizado há 2 horas

Auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paul (TCE-SP) identificou uma série de falhas, que estão sendo investigadas, no contrato, na execução e na construção de 9 trens comprados pela Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) da empresa Alstom, referente ao projeto de modernização da linha 11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O Ministério Público já possui uma investigação que apura irregularidades nesta compra destes trens e de outros, comprados pelo governo da CAF. Reportagem especial do G1 apontou que a linha 11-Coral, para a qual os trens deveriam ter sido entregues, como a líder em problemas que paralisam a via e também a que mais gera reclamações de usuários.

Em despacho publicado no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (17), relator do processo no TCE que avalia a compra, Antonio Roque Citadini, faz uma série de questionamentos à secretaria e à CPTM para entender, dentre outras coisas, os motivos que levaram o contrato de 2010, e previsto para terminar em 2012, a ser prorrogado cinco vezes. O último aditamento ocorreu em 17 abril de 2017, por mais 18 meses, alterando ainda o endereço do fornecedor.

O cronograma detalhado do contrato previa a entrega dos trens até 15 de junho de 2013 e o valor unitário de cada trem era de R$ 33,6 milhões na época. O valor total do contrato da compra dos trens ficou em R$ 338,85 milhões, mas o governo não previu, no contrato inicial, o valor do treinamento, apesar desta parte estar elencada dentre as provisões de pagamento.

Em todas as prorrogações, não há definição de quando as prorrogações começam e terminam. “É estranha a contagem do prazo feita pela Secretaria/CPTM. Ocontrato é de compra, com toda programação estabelecida no projeto básico. Por que tanta prorrogação?”, afirma o relatório de questionamentos do tribunal.

O conselheiro Citadini designou uma fiscalização para verificar a execução do contrato, verificando o motivo do prazo para entrega dos trens ter se prolongado tanto. A aquisição dos trens foi justificada na época alegando que, com as novas composições, o intervalo entre os trens na linha diminuiria de 7 para 5 minutos”.

A concorrência internacional que a Alstom se saiu vencedora era para a compra de nove trens, cada um de 8 carros cada, do tipo Gangway, que seriam para a linha 11- que liga Luz a Guaianazes e cujo projeto de sinalização e remodelação foi parcialmente financiado pelo Banco Mundial (Bird).

Ao G1, a CPTM informou que os nove trens foram entregues e estão em operação na linha 11-Coral e que tanto a companhia quanto a Secretaria de Transportes Metropolitanos irão responder aos questionamentos do TCE no prazo previsto, que é de 30 dias.

Diferenças em valores e na fabricação das composições

Entre os questionamentos do TCE estão saber se o financiamento de R$ 4,306 bilhões que o Bird repassou ao governo do estado de 2010 a 2012 incluem as reformas dos trens e das estações de Metrô e CPTM e se o mesmo convênio foi prorrogado desde então e se há prestações de contas da aplicação destes recursos.

Outra coisa que os técnicos do Tribunal de Contas não entenderam foi por que o governo de São Paulo enviou ao Banco Mundial no dia 30 de dezembro de 2012 os documentos para o pedido do empréstimo, sendo que no mesmo dia foi assinado o contrato entre a CPTM e a Alstom. Segundo o documento do TCE, “a Secretaria e a Companhia precisam explicar melhor essa coincidência, pois indica falta de reserva de recurso para a contratação”.

O TCE também não sabe se há planilhas detalhadas com os valores de preços e quantidades necessárias nos projetos básicos dos trens e como a Alstom, que é fabricante de material rodante, ganhou a licitação sem comprovar, no projeto, a fabricação e entrega dos equipamentos de ar-condicionado e nem de frenagem do trem, sem informar como estes elementos seriam fornecidos.

O Tribunal lembra que a Alstom já havia fornecido trens ao governo de São Paulo em um contrato de 2015, mas que, na época, a empresa estava associada a outras duas corporações – Bombardier e CAF – que eram fabricantes de trens e possuíam notável conhecimento na tecnologia e que a Alstom só começou a fabricar trens em 2007 no Brasil. Um aditamento de 2005 para aumentar o número de trens neste contrato foi julgado irregular pelo TCE, e as empresas foram multadas na época.


Os técnicos também não entendem qual foi a proposta técnica apresentada para o sistema de frenagem por atrito dos trens comprados e que o sistema Equipamento de Sinalização e Controle a Bordo – sistema CBTC (Communication Based Train Control) – não faz parte do contrato da compra dos trens. Um sistema para instalação foi comprado de outro consórcio em 2014 (quatro anos após a celebração do contrato para a compra dos trens)

terça-feira, 16 de maio de 2017

Nova estação do Metrô de Fortaleza começa a funcionar na segunda, no Bairro Parangaba


12/05/2017 - G1

A 19ª estação da Linha Sul do Metrô de Fortaleza vai ser aberta ao público na próxima segunda-feira (15). A estação Juscelino Kubitschek fica na Avenida João Pessoa, no encontro com rua Alagoas, em frente ao antigo Bar do Avião. Serão beneficiados diretamente os bairros vizinhos, como Demócrito Rocha, Itaóca, Montese e Parangaba.

A estação é uma unidade elevada entre as estações Couto Fernandes e Parangaba. Terá andar térreo, mezanino e plataformas elevadas. No térreo, estão localizados o hall de bilheteria e as catracas eletrônicas. O mezanino abriga as salas técnicas e operacionais da unidade. Nas plataformas elevadas os usuários poderão embarcar para as demais estações da Linha Sul. A unidade tem uma área total de 3.200,56 metros quadrados.

Partindo da nova estação JK, o percurso de metrô terá duração de aproximadamente 26 minutos até a estação Carlito Benevides (Pacatuba), 22 minutos até a estação Maracanaú (no centro do município) e nove minutos até a estação José de Alencar, no centro de Fortaleza.

Equipada com sistemas de telecomunicações e de bilhetagem eletrônica presentes nas demais unidades, incluindo 20 câmeras de monitoramento, central de acompanhamento das imagens, equipamentos para avisos sonoros, itens de rádio digital para uso dos profissionais da unidade, além instalações de fibra ótica para transmissão de dados em qualidade digital.


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Justiça do Rio anula contrato da CCR Barcas


12/05/2017 - Valor Econômico

Uma decisão da 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgou procedente o pedido de anulação do edital e do contrato de concessão da CCR Barcas, firmado entre a CCR e o Estado do Rio de Janeiro em fevereiro de 1998. Com isso, o serviço público prestado pela concessionária deverá ser assumido pelo governo do Rio, sem uma indenização prévia à CCR Barcas. A decisão determinou ainda que o governo carioca promova nova licitação dentro do prazo máximo de 24 meses.

A decisão foi obtida no contexto de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro em face do governo e da CCR Barcas.

Segundo a companhia, a decisão está sujeita a recurso e a CCR continuará adotando todas as medidas judiciais cabíveis. A CCR destacou que a CCR Barcas representou 1,49% da receita líquida em 2016 e 1,34% do resultado do primeiro trimestre deste ano.

No comunicado, a controladora lembrou que ajuizou, em 16 de dezembro, uma ação de rescisão de contrato de concessão firmado com o Estado do Rio de Janeiro.

O grupo de concessões de infraestrutura registrou lucro líquido de R$ 329 milhões no primeiro trimestre, alta de 32,9% sobre o mesmo período de 2016. O resultado positivo foi impactado por efeitos financeiros: queda da inflação e da taxa Selic.

Uma das maiores dívidas do grupo é a da concessão do aeroporto de Confins (MG), que é reajustada pelo IPCA. Além disso, a taxa Selic também recuou, refletindo na redução dos juros das dívidas do grupo.

"Já a parte operacional ainda não se recuperou. O tráfego rodoviário caiu 2,8%", disse ao Valor Marcos Macedo, da equipe de relações com investidores. Contudo, o tráfego rodoviário - onde está a maior fonte de receita do grupo - do primeiro trimestre foi melhor do que o do último trimestre de 2016. E a expectativa é de recuperação nos próximos.

O lucro líquido na mesma base atingiu R$ 338,5 milhões, alta de 46,6%. O lucro na mesa base exclui a fatia na STP, empresa de arrecadação eletrônica de pedágio cuja venda foi concluída no terceiro trimestre de 2016, e os novos negócios que não estavam operacionais de janeiro a março de 2016.


A receita líquida do período avançou 3,4%, para R$ 1,7 bilhão. E o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, que exclui as despesas não-caixa como depreciação e amortização, provisão de manutenção e apropriação de despesas antecipadas da outorga, avançou 3,9%, para R$ 1 bilhão.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Sorocaba – VLT seria capaz de transportar total de 105 mil pessoas por dia


25/04/2017Notícias do Setor ANPTrilhos
         
Referência no mapa ferroviário brasileiro há quase 142 anos — quando foi inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) –, a cidade de Sorocaba quer entrar no grupo das 400 cidades do mundo servidas por um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e, com ele, redesenhar sua malha de transporte coletivo. Aproveitando os trilhos da antiga Fepasa entre os bairros de George Oetterer e Brigadeiro Tobias, hoje exclusivos dos trens de carga, o VLT de Sorocaba seria capaz de transportar, inicialmente, entre dez estações, quase 105 mil passageiros por dia, conforme um estudo preliminar desenvolvido pela Secretaria de Planejamento e Projetos (Seplan) da Prefeitura de Sorocaba. O índice é superior aos 70 mil usuários estimados pela EMTU para cada um dos trechos do VLT da Baixada Santista, entre Santos e São Vicente.

O VLT é um trem urbano menor e mais leve que o metrô, que trafega normalmente em composições de até sete carros e, de acordo com o levantamento mais recente da Associação Internacional de Transporte Público (UITP, na sigla em inglês) sobre o assunto, divulgado no ano passado, 45 milhões de pessoas por dia eram transportadas por esse modal em 53 países diferentes — como China, Emirados Árabes, Estados Unidos, Holanda e Inglaterra –, utilizando sistemas elétricos e movidos a diesel. O trabalho realizado pela Prefeitura transpôs esse cenário para a realidade local e, segundo o secretário de Planejamento e Projetos, Luiz Alberto Fioravante, as próximas fases devem abordar os estudos de viabilidade técnica e econômica.

“Neste momento, já temos como conclusão a existência de demanda de passageiros para o equilíbrio do sistema e uma projeção de 104.838 usuários por dia, sem a indução de usuários do sistema de ônibus urbanos. Com a adoção de linhas alimentadoras que entregarão o passageiro para o VLT ao invés de levá-lo aos terminais, esse índice certamente aumentará. Mas, com 60 mil usuários, o VLT já estaria viabilizado”, afirma. Para chegar à premissa mensal de usuários, a Seplan utilizou sistemas de georreferenciamento via satélite que determinaram as atuais rotas de deslocamento dos moradores da cidade.

A experiência em gestão de projetos de sistemas ferroviários, tanto no Metrô de São Paulo quanto em consultorias, encarregou Fioravante de coordenar esta primeira fase do projeto — com a colaboração de arquitetos e engenheiros da Prefeitura. O secretário lembra, contudo, que as decisões acerca dos próximos passos competem ao prefeito José Crespo (DEM). “Esse estudo é encaminhado ao Executivo, com o intuito de nortear o prefeito sobre como ele quer fazer”, observa.

Trem x ônibus

Com a adoção do VLT como principal projeto de mobilidade urbana para Sorocaba nos próximos anos, o ônibus rápido (Bus Rapid Transit, o BRT) ficará restrito ao eixo norte-centro, trafegando pela avenida Itavuvu. O projeto original previa subsídio municipal de R$ 187 milhões para a implantação de quatro linhas, em um contrato total de R$ 2,7 bilhões e tarifa técnica de R$ 4,43 por passageiro — índices considerados altos pela atual gestão. “Ano após ano, o ônibus perde passageiros para outras alternativas de transporte”, observa Fioravante — que, no passado, dirigiu uma das empresas permissionárias do transporte coletivo da cidade.

Sistema será elétrico e com 10 estações

O secretário Luiz Alberto Fioravante e os técnicos da Prefeitura chegaram ao VLT elétrico, com alimentação por rede aérea em 750 volts, como a opção a ser adotada em Sorocaba. O estudo preliminar considera o uso de composições de cinco ou sete carros, para 250 ou 350 passageiros, com velocidade máxima de 70 km/h. Das dez estações, uma está projetada para ser próxima da Fatec, para atender ao Alto da Boa Vista, e outra junto à antiga siderúrgica Villares. A circulação será supervisionada por um controle centralizado em Brigadeiro Tobias.

Atualmente, conforme o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, são três as empresas que constroem trens elétricos para projetos desse tipo: Alstom (França), Vossloh/Stadler (Alemanha/Espanha) e CAF (Espanha). Ao lado da brasileira Bom Sinal, que fabrica composições a diesel, elas já trabalham nos projetos de VLT em andamento no País — além de Rio e Santos, há estudos para implantá-los em Goiânia, Salvador, Cuiabá e Petrolina.

Para o Rio de Janeiro, a Alstom forneceu 27 trens fabricados em Taubaté, além de outros cinco importados da França, enquanto o sistema de Santos usa três composições alemãs e outras 19 produzidas em Três Rios pela TTrans, associada da Vossloh.

De acordo com Abate, o cenário estudado para Sorocaba, que prevê o aproveitamento da via atual de bitola métrica, vai requerer a compra de VLTs elétricos diferenciados, pois os projetos normalmente utilizam a bitola standard (1,435m) como referência. O diretor da Abifer afirma ser possível que as fabricantes de trens elétricos personalizem seus projetos, mesmo que o único produto de catálogo em bitola métrica seja o VLT diesel — usado em João Pessoa, Juazeiro do Norte, Maceió e Sobral.

Compartilhamento entre VLTs e ferrovias de carga

Os 24,1 quilômetros de trilhos que cortam a cidade entre George Oetterer e Brigadeiro Tobias são de propriedade federal, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) — órgão vinculado ao Ministério dos Transportes e responsável pelo patrimônio da antiga Fepasa. Como há um contrato de concessão firmado entre o DNIT e a empresa Rumo Logística para o transporte de cargas na Malha Oeste (entre Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Santos, com extensão de 1.953 quilômetros), a operação do VLT nesse trecho precisará ser regulamentada por um Contrato Operacional Específico (COE) entre a Prefeitura de Sorocaba, o DNIT, a Rumo e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).


Havendo esse entendimento, Sorocaba será a pioneira no compartilhamento entre VLTs e ferrovias de carga no País. Para iniciar a negociação, as partes interessadas reuniram-se há 20 dias, no Paço, devendo agendar um novo encontro, possivelmente em Brasília, nos próximos meses. Na discussão acerca das questões operacionais devem ser previstas, por exemplo, as “janelas” de horário para a circulação do trem de carga dentro do sistema VLT, além do cálculo da remuneração financeira que a concessionária de carga deverá receber em contrapartida à circulação das composições de passageiros.

O levantamento preliminar da Seplan concluiu que a ferrovia tem rampas e curvaturas adequadas para receber o VLT e, além da superestrutura (trilhos, dormentes, pontes, etc.), também deverá ser solicitada a disponibilização do imóvel da estação de Brigadeiro Tobias, de propriedade do DNIT, construído em 1924 e que está abandonado. A estação de Sorocaba já está sob responsabilidade da Prefeitura de Sorocaba, no aguardo de projeto de restauro.

Carga minguando

Atualmente, passam por Sorocaba somente as composições que transportam celulose de Três Lagoas para o porto de Santos. Sem receber investimentos em infraestrutura, a Malha Oeste vem minguando e sua desativação parece iminente — o que pode facilitar a implantação do VLT.

Custos do projeto ainda são preliminares

Por ser este o primeiro de uma série de estudos acerca do VLT, as informações sobre custos e prazo de implantação ainda são preliminares e podem mudar no decorrer dos próximos levantamentos da Prefeitura: por ora, estão estimados R$ 600 milhões em investimentos, cujas origens devem ser deliberadas no estudo de viabilidade econômica, com possibilidade de finalizar o pré-projeto em um ano e iniciar a operação do primeiro trecho (entre o bairro George Oeterer, em Iperó, e o centro de Sorocaba) após 30 meses.

Segundo o especialista em projetos ferroviários Jean Pejo, atual diretor de sistemas de transportes do instituto Idestra e membro da Associação Latinoamericana de Ferrovias (Alaf), ao contrário do que normalmente se imagina, há recursos disponíveis para iniciativas do gênero em diversas esferas governamentais. “O aporte financeiro é a questão menos crítica, pois bons projetos têm financiamento. O grande mal é a falta de estudos: para aproveitamento de linha, o conceitual, o de rentabilidade etc. Tudo começa no exame da demanda e, como vemos que Sorocaba fez isso, já deu um grande passo”, afirma.

Nos principais VLTs implantados no Brasil, os financiamentos têm caminhado pelas parcerias público-privadas (PPPs). Em Santos, os governos federal e estadual aportaram R$ 1 bilhão nos bens de capital do sistema e a operação ficou a cargo de uma empresa de transportes, que investirá, como contrapartida, R$ 600 milhões de um contrato de R$ 5,6 bilhões, válido por 20 anos. No VLT carioca, que custou R$ 1,157 bilhão, foram R$ 532 milhões em recursos federais, do PAC da Mobilidade, e outros R$ 625 milhões advindos de parceria público-privada.

“A parceria com a iniciativa privada será sempre bem-vinda para as cidades, lembrando que esses dois parceiros têm objetivos diferentes. Aplicação do capital, pelo empresário, exige lucratividade, e a Prefeitura deve exigir os lucros sociais”, observa o engenheiro civil e mestre em urbanismo Cyro Laurenza — que foi presidente da Fepasa e atualmente comanda o conselho do instituto Idestra.

Pejo relembra que a figura do VLT no Brasil acabou manchada por uma experiência infeliz em Campinas, em 1992, logo desativada. Para Laurenza, o modal é um passo para o replanejamento das cidades brasileiras.

23/04/2017 – Jornal Cruzeiro do Sul

quinta-feira, 11 de maio de 2017

CCR faz acordo para adquirir fatia de 15% da Odebrecht na ViaQuatro


09/05/2017 - Valor Econômico

O grupo de concessões CCR anunciou nesta quinta-feira (9) que assinou contrato para adquirir a totalidade da participação da Odebrecht Transport Participações (OTTP) — o correspondente a 15% — na ViaQuatro, pelo valor de R$ 171,1 milhões.

A OTTP é antiga acionista da ViaQuatro, em decorrência de sua cisão e incorporação das partes cindidas por seus então acionistas OTTP e RuasInvest Participações.

O contrato prevê ainda que a consumação da aquisição e o pagamento do preço estão sujeitos ao cumprimento de certas condições suspensivas.

A ViaQuatro é a concessionária responsável pela exploração dos serviços de transporte de passageiros da Linha 4 — Amarela do Metrô de São Paulo e tem como acionistas a CCR, que atualmente detém 60% das ações representativas do seu capital social. A OTPP detém 15%, a Ruas Invest Participações, 15% e a Mitsui & Co, 10%.

A CCR também informou hoje que alterou o preço de aquisição da totalidade da participação da Odebrecht Rodovias (ODBR) na ViaRio — o correspondente a 33,33% — para R$ 61,5 milhões. O preço anterior era de R$ 107,7 milhões.

O adititivo de contrato que altera o preço também prevê o cumprimento de certas condições suspensivas para a aquisição.

A ViaRio é a concessionária responsável, pelo prazo de 35 anos, pelos serviços de implantação, operação, manutenção, monitoramento, conservação e realização de melhorias da Ligação Transolímpica, via expressa com 13 km, ligando o bairro de Deodoro à Barra da Tijuca, na Cidade do Rio de Janeiro.

Nota:
A Linha 4-Amarela do metrô iniciou sua operação em maio de 2010, com a inauguração das estações Paulista e Faria Lima pelo Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a ViaQuatro. A primeira fase da linha, já concluída, com seis estações em operação: Butantã, Pinheiros, Faria Lima e Paulista, República e Luz.

Na segunda fase do projeto, estão previstas mais cinco estações: Fradique Coutinho ( inaugurada em novembro de 2014), Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.


Quando estiver totalmente pronta, a Linha terá 12,8 quilômetros de extensão em operação e 11 estações, ligando a região Luz, no centro de São Paulo, ao bairro de Vila Sônia, na zona sudoeste.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Sem alarde, CBTC começará a operar na Linha 5 durante dias úteis


09/05/2017 - Metrô CPTM

Ainda de forma experimental, o sistema CBTC passará a funcionar também nos dias úteis na Linha 5-Lilás neste mês, conforme informação obtida pelo blog. Os trens da nova Frota P, que só usam o novo sistema de controle, passarão a realizar seu maior teste prático ao assumir o transporte dos passageiros durante os horários de maior demanda.

Apesar disso, não será algo definitivo ainda. A razão seria a falta de quilometragem do CBTC, que pode motivar a volta do sistema ATO e dos trens da Frota F caso surja algum imprevisto ou necessidade de um aprimoramento no software de controle, por exemplo.

Segundo apurou o blog, a viagem teste com o governador Geraldo Alckmin, que ocorreria nesta quarta-feira (10) foi postergada. Com o início da operação da Frota F durante os dias de semana e a energização do trecho entre Adolfo Pinheiro e Brooklin, havia a previsão de um evento oficial, mas que agora está sem previsão de ocorrer.

A Linha 5-Lilás do Metrô foi inaugurada em 20 de outubro de 2002 no trecho entre a Estação Capão Redondo e Largo Treze, na Zona Sul de São Paulo. Em 2014, foi inaugurada a Estação Adolfo Pinheiro, completando 7 estações e 9,6 km de extensão.

Atualmente, a linha está em expansão até a futura Estação Chácara Klabin, quando passará a ter 17 estações e 20 km de extensão. A previsão do Governo do Estado de São Paulo é que as novas estações sejam inauguradas a partir do 1º semestre de 2017 (Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin), 2º semestre (Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin) e 2018 (Campo Belo).


Quando concluída, ela fará integração com as Linhas 1-Azul, 2-Verde e a futura Linha 17-Ouro, também em construção.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Consórcio quer revisão de monotrilho no ABC


04/05/2017 - Metro Jornal

O prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, Orlando Morando (PSDB), disse ontem que a entidade regional irá sugerir ao Estado a mudança do tipo de modal da futura linha 18-Bronze do Metrô, que ligaria o ABC à capital por meio do sistema monotrilho, que recebeu críticas do líder do grupo de prefeitos da região.

“A linha 15-Prata não vai bem e a linha 17-Ouro está parada. Então, podemos aproveitar essa oportunidade para avaliar se ainda é viável o monotrilho, porque os (projetos) que começaram não funcionam bem”, afirmou Morando.

O presidente do Consórcio disse que tem uma reunião agendada com o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, e que a alteração no modelo da linha que atenderia o ABC será sugerida neste encontro.

“Podemos discutir um metrô subterrâneo, que tem custo elevado, ou um BRT (Bus Rapid Transit, em inglês, ou Transporte Rápido por ônibus, em português), com elevações em trajeto rápido para não pegar semáforo. A gente vê com preocupação o fato de que o monotrilho da capital não avança. Isso é uma constatação, não uma crítica”, disse. “Cabe à nós (prefeitos) sermos proativos e buscarmos uma via alternativa”, completa Morando.

Segundo o prefeito, a ideia partiu dele, mas deve ser levada ao Estado como uma pauta regional.

Mais caro

O Metro Jornal noticiou nesta quarta-feira que, por conta de atraso no início das obras, o Estado já sabe que a linha 18-Bronze ficará mais cara e que terá de arcar com esses custos adicionais, mas não há valor empenhado no orçamento deste ano para tais reajustes de valores no projeto.

Por isso, Morando admitiu que o metrô no ABC é algo cada vez mais difícil de sair do papel. “O projeto não anda. Não tem o recurso básico para as desapropriações, nem por financiamento nem por empréstimo. O governo estadual perdeu quase R$ 20 bilhões de arrecadação desde que a crise econômica foi deflagrada no país. O projeto existe, continuo acreditando, mas (o prazo) vai esticando. Está cada vez mais distante.”


 Atraso deixa projeto do metrô no ABC mais caro

03/05/2017Notícias do Setor ANPTrilhos       
Previsto para estar em funcionamento em 2014, o projeto da linha 18-Bronze do Metrô, que deve ligar o ABC à capital por meio de sistema monotrilho, já apresenta custo acima do que foi estimado inicialmente. A informação consta no balanço de riscos fiscais das PPPs (Parcerias Público-Privada) do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), divulgado no Diário Oficial do último sábado.

Diante de tal situação, o governo estadual informou ao Metro Jornal que essa previsão de custos adicionais não faz parte do orçamento do Estado para 2017.

O balanço de riscos fiscais mostra que a linha 18-Bronze tem investimento deR$ 1,93 bilhão, com data-base dejulho de 2014. Como até agora, quase três anos depois da assinatura do contrato,a PPP não foi iniciada, os custos do projeto devem ser reajustados.

A futura linha conta com R$ 1,27 bilhão por meio de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social),R$ 400 milhões de repasse do OGU (Orçamento Geral da União) eR$ 252,4 milhões do Tesouro do Estado. Além do aporte, o projeto prevê R$ 406,9 milhões para as desapropriações.

De acordo com o balanço, as verbas do BNDES e do OGU não podem ser aumentadas. Com isso, o governo estadual terá de arcar com a elevação de custos do projeto.

“Dessa forma, as correções dos valores contratuais poderão resultar em riscos fiscais advindos da ocorrência da necessidade de suplementação dos R$ 252,4 milhões”, alerta a publicação. Portanto, de acordo com o texto, tais custos adicionais podem afetar as contas públicas do Estado.

Segundo o governo, os riscos fiscais concentram-se nos processos de desapropriações. Atualmente, o projeto esbarra na falta de verba para tal intervenção.

O governo Alckmin diz que aguarda a autorização da Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), do Ministério do Planejamento, para a captação do recurso. Já a pasta federal alega que o governo estadualnão apresentou capacidade de pagamento desse montante solicitado.

O Estado diz que reivindica ao governo federal a revisão dos critérios de avaliação de crédito. “A metodologia adotada pela Secretaria do Tesouro Nacional não leva em conta a situação financeira de São Paulo diante do cenário de crise no resto do país”, diz nota do governo estadual.

Diante de tantos entraves, a obra segue sem prazo de início e conclusão.

Obra já tem 3 adiamentos

O início das obras da linha 18-Bronze do Metrô já teve pelo menos três adiamentos. Em agosto de 2014, foi assinada a PPP entre o governo estadual e o consórcio de empresas vencedor da licitação. Na ocasião, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que as obras seriam iniciadas em 90 dias, o que não aconteceu.

Em abril de 2015, o governo prometeu começar as obras, no máximo, até dezembro do mesmo ano. A promessa não foi cumprida.

Após duas prorrogações, o governo Alckmin estipulou uma nova data para o pontapé inicial nos serviços: o segundo semestre de 2016, prazo que também não foi cumprido.

03/05/2017 – Jornal Metro

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Justiça aceita denúncia contra ex-executivos da CPTM por lavagem de dinheiro em cartel dos trens de SP

Nove pessoas, dentre elas, consultores e ex-dirigentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, foram denunciados pelo Ministério Público Federal de São Paulo em fevereiro.



Por G1 São Paulo
04/05/2017 19h55  Atualizado há 10 horas


Trens da CPTM (Foto: TV Globo/Reprodução)
O juiz João Batista Gonçalves, da 6ª vara federal criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal de São Paulo no caso que ficou conhecido como cartel dos trens. A informação é do SPTV.
Nove pessoas, dentre elas, ex-executivos, consultores, e ex-dirigentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), são agora considerados réus do caso. Eles vão responder por vários crimes, entre eles lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público, os réus receberam vantagens indevidas nos contratos com o governo do estado na área de transporte sobre trilhos.
O juiz decretou sigilo de documentos. Assim que forem intimados, os réus terão dez dias para se defender.
A investigação
A denúncia foi apresentada em fevereiro deste ano pelo procurador da república Rodrigo de Grandis, do Ministério Público Federal. Nove executivos foram acusados de terem usado falsas empresas de consultoria e contas no exterior para lavar dinheiro de corrupção paga para assegurar a atuação de um cartel de multinacionais na construção do primeiro trecho (Capão Redondo – Largo Treze) da linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo pelo valor de R$ 527 milhões.

Foi a primeira denúncia do Ministério Público Federal no caso. Os ex-executivos foram denunciados por crime de lavagem de dinheiro de corrupção. O MPF apresentou provas de movimentação do dinheiro da corrupção nos contratos de compra e manutenção dos trens da CPTM e do Metrô.

Fraudes no metrô do Rio custaram R$ 3 bilhões aos cofres estaduais


03/05/2017 - Isto é

Irregularidades cometidas no contrato da obra da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, custaram mais de R$ 3,17 bilhões aos cofres públicos, de acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

O MP tenta reaver os prejuízos ao erário por meio de uma ação de improbidade administrativa contra 30 réus, entre eles o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, os ex-secretários de Transporte Julio Lopes, Carlos Osório e Luiz Carlos Velloso, além de servidores públicos e empreiteiras.

De acordo com a autora da ação, a promotora Liana Barros Cardozo, o aporte do governo estadual na obra, que custou cerca de R$ 10 bilhões, aumentou em 675% o valor do contrato original. Segundo ela, esse é um valor sem precedentes em termos de superfaturamento de obras públicas no país.

“O contrato original previa a participação do estado em patamar de 43%, depois das alterações contratuais a participação no âmbito total da obra chegou a 89%”, comparou a promotora. “Esse aporte de recursos gerou enorme aumento de endividamento para o estado, que hoje vive uma situação de colapso.”

Além das alterações ao contrato feitas de forma ilegal, pelo menos 14 situações de superfaturamento e sobrepreço foram identificadas na investigação. Por essas irregularidades, oito fiscais dos contratos tornaram-se réus na ação.

O MP pede ainda a indisponibilidade de bens dos acusados para o ressarcimento dos cofres públicos, bem como a condenação dos réus ao pagamento de danos morais coletivos causados aos cidadãos fluminenses e ao ente público estatal, no valor mínimo de R$ 30 milhões.

A ação foi distribuída para a 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital.

Defesa

Sérgio Cabral está preso desde novembro do ano passado no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. O ex-governador foi acusado pela força-tarefa da Operação Lava Jato de liderar uma quadrilha que cobrava propina de construtoras para favorecê-las em licitações de obras no estado do Rio de Janeiro. Em abril deste ano, ao apresentar denúncia sobre o desvio de R$ 16 milhões do setor de saúde, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) afirmaram que o esquema de corrupção supostamente liderado por Cabral se alastrou por todas as pastas do governo estadual.

O ex-secretário Luiz Carlos Velloso foi preso na Operação Tolypeutes, em 14 de março, pela Polícia Federal. Ele é acusado de participar de grupo criminoso responsável por cobrar propina e lavar dinheiro em obras que incluem a Linha 4 do Metrô do Rio.

A defesa de Velloso não foi encontrada até o fechamento desta reportagem. O advogado de Sérgio Cabral, Luciano Saldanha, informou que a defesa do ex-governador tem se manifestado somente em juízo. A assessoria do ex-secretário Julio Lopes disse desconhecer a existência de processo e negou qualquer responsabilidade ou ingerência do atual deputado federal na definição de custos, preços e pagamentos das obras da Linha 4.

O deputado estadual Carlos Osório, também ex-secretário estadual de Transportes, informou que apresentará recurso ao Ministério Público solicitando a exclusão de seu nome no processo da Linha 4. “Os fatos investigados ocorreram antes da minha gestão à frente da Secretaria de Estado de Transportes, no período de janeiro de 2015 a fevereiro de 2016”, argumentou.

O contrato de concessão da Linha 4 do Metrô do Rio foi firmado em dezembro de 1998 pelo então governador Marcello Alencar com a Concessionária Rio Barra. Em 2010, na administração de Sérgio Cabral, o contrato foi restabelecido, sob o argumento da urgência na implementação da linha para atender à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos Rio 2016. Uma série de alterações contratuais foram feitas onerando as obras do metrô.

Também são citados na ação do MPRJ o consórcio que fez as obras, liderado pela Odebrecht, bem como membros da administração da estatal RioTrilhos e da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp). A assessoria da Odebrecht informou que não foi intimada da ação e que se manifestará oportunamente em juízo. A empresa informou ainda que “assinou um acordo de leniência com as autoridades brasileiras e vem cooperando para o avanço das investigações”.

Até o fechamento da matéria, as assessorias da Agetransp e da RioTrilhos não haviam se pronunciado sobre a ação.

Pezão

A Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais, por delegação do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, deu início a procedimento para investigar a participação do governador Luiz Fernando Pezão, que tem foro especial por prerrogativa de função.

O órgão solicitou auxílio ao Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção, responsável pela conclusão das investigações. A assessoria de Pezão informou que não comentará o fato.

Também está em curso no MPRJ inquérito civil sobre as obras da Estação Gávea, prevista para estar concluída em janeiro de 2018.