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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Memórias do trem da Serra do Mar no Paraná incluem rota com 3 vagões e queixas à modernidade

23/05/2022 Folha de São Paulo (Blog)* Notícias da Imprensa

 

Litorina Copacaba, uma das que são utilizadas na rota da serra do Mar no Paraná - Divulgação

Folha de S. Paulo (Blog) – Mais extensa rota ferroviária turística do país, a viagem entre Curitiba e Morretes, na Serra do Mar paranaense, completou no último dia 30 quatro milhões de passageiros transportados em 25 anos.

Criador do roteiro, o empresário Adonai Aires de Arruda, diretor-presidente da Serra Verde Express, diz que o período foi marcado por dificuldades como ter uma frota inicial pequena e conflitos sobre preços e relação com a concessionária que transporta cargas, mas também críticas de saudosistas da memória ferroviária com as implementações tecnológicas adotadas no decorrer do tempo.

A aposta no roteiro, que não tem registro de acidentes, é em vagões temáticos, diferentemente de outras rotas, que privilegiam locomotivas a vapor (maria-fumaça) e vagões centenários.

Assim surgiram vagões de luxo, pet friendly, com varandas panorâmicas e, mais recentemente, um que homenageia o grupo de montanhistas Guardiões do Marumbi, composto por Farofa, Paulo Sidnei, Rubens, Tarzan e Vitamina, considerados alguns dos principais montanhistas do Paraná.

“O sistema [de bilhetes] hoje é QR Code, com venda pela internet, sistematização. Sempre tem aquela crítica do cliente que quer relembrar o tempo quando o chefe do trem passava lá para furar o bilhete e agora ele está no celular. São várias coisas que você vai procurando se atualizar. O trem tem consumidor de 0 a 100 anos e de todas as faixas econômicas”, disse o empresário.

A rota chegou a transportar cerca de 200 mil passageiros por ano, antes de os impactos da pandemia da Covid-19 atingirem o setor. O trem ficou quatro meses sem operação alguma e, quando voltou, tinha uma série de restrições.

Arruda conta ao blog a trajetória de 25 anos de surgimento da rota ferroviária, segundo atrativo em número de turistas no Paraná, inferior apenas às Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu.

“Foram 25 anos de muitas passagens. Quando iniciamos era uma frota totalmente vandalizada. Lembro que assinamos o contrato em março e na primeira viagem em maio só conseguimos colocar três vagões em operação.”

Segundo ele, os primeiros 12 anos, quase metade do período em atividade, foram de investimentos, trabalhando no vermelho.

Hoje o roteiro só fica atrás em número de passageiros do Trem do Corcovado, passeio turístico mais antigo do país e que leva mais de 600 mil pessoas anualmente num percurso inferior a quatro quilômetros.

“Os últimos dois anos com pandemia, quatro meses parado, [depois] taxa de ocupação mínima, uma série de coisas provocaram um fenômeno que se efetivamente a empresa não tivesse conseguido se estruturar teria sido muito difícil manter. A inauguração do Trem Republicano entre Itu e Salto em plena pandemia também sentiu bastante as expectativas que tínhamos. Agora que começa a criar a sua relevância.”

Além da rota paranaense, a Serra Verde opera o Trem Republicano em São Paulo, entre Itu e Salto. Até aqui, foram transportados 15 mil passageiros entre as duas cidades turísticas.

Arruda afirmou ainda que uma situação que pode gerar insatisfação de usuários é com atrasos que envolvem trens de carga —a linha é compartilhada— ou mesmo o impedimento de circular por algum problema logístico.

“Aí tem de justificar para seu usuário, às vezes uma pessoa que veio de outro lugar do mundo com o objetivo próprio de fazer o passeio de trem.”

O litoral paranaense tem, ainda, outra rota ferroviária em operação, entre Morretes e Antonina, administrada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e que busca na restauração de seus carros de passageiros deixá-los exatamente como eram no passado. A composição é tracionada por uma locomotiva fabricada em 1884.

Curitiba a Morretes (PR)

§  Duração: quatro horas e 15 minutos

§  Horários: saídas de Curitiba às 8h30 e 9h30 (litorina); de Morretes, às 15h (consulte datas)

§  Trecho percorrido: 70 km

§  Preços: a partir de R$ 139; há opções com almoço típico em Morretes, city tour em Antonina e transfer

§  Atrações: trecho de mata atlântica e cachoeiras

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sobre-trilhos/2022/05/memorias-do-trem-da-serra-do-mar-no-parana-incluem-rota-com-3-vagoes-e-queixas-a-modernidade.shtml

 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Paraná anuncia trem turístico com 16 km de trilhos entre Morretes e Antonina


  05/11/2019
person Folha de São Paulo (Blog)

Estação ferroviária de Antonina, construída em 1916 (Divulgação)

Fim da linha de uma das principais rotas ferroviárias turísticas do país, Morretes (PR) deverá receber um novo passeio, agora ligando a cidade a Antonina, num trecho de 16 quilômetros no litoral do Paraná.
O anúncio foi feito pelo governo do estado, que fez um acordo com a concessionária Rumo Logística para a revitalização da linha férrea entre as duas cidades.Quando entrar em operação, o trem será o segundo a ter como destino Morretes, que já é uma das pontas do trem da Serra do Mar paranaense, operado pela Serra Verde Express num trecho de 70 quilômetros entre a cidade e a capital do estado, Curitiba.
O documento que prevê o retorno do trem no trecho foi assinado pelo governador Ratinho Junior (PSD) e pelo presidente da empresa, João Alberto Abreu.Além das obras para a ligação de 16 quilômetros entre as estações das duas cidades, também foi inaugurada, na última quinta-feira (31), a restauração da estação ferroviária de Antonina, cuja construção data de 1916. A reinauguração contou com exposição de fotos antigas, obras de arte e peças históricas.
A intenção, de acordo com o governo paranaense, é que a estrutura dos trilhos fique pronta ainda neste ano, para a realização de um passeio natalino.A Rumo pagará a revitalização, que será coordenada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).
Com o novo trecho, será possível se deslocar de Curitiba a Antonina por trens, com necessidade de troca de composição em Morretes -já que os trechos serão operados por empresas diferentes.A viagem entre Curitiba e Morretes dura cerca de quatro horas e 15 minutos, em meio a cachoeiras e trechos de mata atlântica, com preços a partir de R$ 169.


quinta-feira, 21 de junho de 2018

Trem Curitiba-Morretes-Paranaguá pode deixar de operar até 150 dias por ano



20/06/2018 - Folha de São Paulo

Uma das principais rotas de trens turísticos do país, a linha Curitiba-Morretes-Paranaguá sofreu abalo com mudanças a partir de uma resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que reduzirá em mais de 40% as saídas de trens da capital paranaense.

Com as alterações, em vez de a rota que percorre vales e locais históricos ser oferecida diariamente passou a ter três tipos de operação desde o mês de março: alta, média e baixa temporada. Isso faz com que, das atuais 365 datas disponíveis, o total caia para algo em torno de 215. A média de turistas por ano chegava a 200 mil até 2017.

Na alta temporada (15 de dezembro a 28 de fevereiro e de 15 a 31 de julho), a circulação segue diária, mas na média e baixa temporadas, a circulação cai para até três partidas semanais.

Na média (1º de setembro a 14 de dezembro), o trem poderá operar de quinta-feira a domingo e, na baixa (1º de março a 14 de julho e de 1º a 31 de agosto), as saídas ocorrerão apenas de sexta a domingo.

Com isso, Morretes viu a presença de turistas ser reduzida, comerciantes criticaram a decisão e uma audiência pública foi realizada em Curitiba na última semana para discutir o assunto.

A rota, de 110 quilômetros, é operada pela Serra Verde Express, que questiona a alteração e afirma que ela prejudica os negócios –seus e do setor turístico do estado.

“Com a mudança, houve a supressão de 140, 150 dias por ano. O município de Morretes está sofrendo muito, e nós estamos perdendo oportunidades de negócio”, disse o empresário Adonai Aires de Arruda, da Serra Verde.

Segundo ele, com a redução de datas a expectativa é que haja queda de até 25% no total de passageiros transportados.

“Se você está aberto 365 dias do ano, tem 365 oportunidades de negócio. Se está 180, são 180 oportunidades. Obviamente que elas foram reduzidas. Curitiba recebe muitos congressos. Suponha que seja de terça a quinta, esse turista não vai voltar na cidade tão fácil [para fazer o passeio de trem]. Com a operação diária, isso é possível.”

Segundo a ANTT, as alterações ocorreram conforme a resolução 5.315, de 22 de março de 2017, e a definição da frequência de viagens se deu por meio do COE (Contrato Operacional Específico), firmado entre a concessionária Rumo Malha Sul e a Serra Verde.

“Assim, tanto a forma de operação, quanto os horários e dias de circulação do trem foram pactuados entre as partes, e ratificados por meio do COE, celebrado em 21 de setembro de 2017”, diz trecho de comunicado da ANTT.

FREQUÊNCIA

No último dia 13, em audiência em Curitiba, além da Serra Verde associações também pediram a retomada do transporte diário no trecho, não só na alta temporada.

O superintendente de transporte de passageiros da ANTT, João Paulo Souza, se comprometeu a se reunir com as partes interessadas para mediar as negociações sobre a compatibilização entre o transporte de carga e o de passageiros no trecho Curitiba-Paranaguá.

“A partir dessas negociações será definida a frequência de trens de passageiros no citado trecho”, diz a ANTT.

Por se considerar concessionária do trecho –e não apenas uma autorizada a usá-lo–, a Serra Verde foi à Justiça e obteve uma liminar favorável, mas que ainda depende de o COE, administrado pela ANTT, ser alterado.

“Além da liminar, o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] publicou a renovação do contrato, ipsis literis. Falta o reconhecimento da ANTT”, disse Arruda.

Uma decisão sobre o caso pode sair até o final do mês, na avaliação da Serra Verde e de participantes da audiência.

A possibilidade de acordo incluiria a desistência da empresa de seguir com a ação judicial, tendo como contrapartida mudanças na periodicidade do trem na serra paranaense.

Por ora, em virtude da liminar, a rota Curitiba-Morretes-Paranaguá permanece na lista de linhas regulares de passageiros no país, ao lado da Estrada de Ferro Vitória Minas, da Estrada de Ferro Carajás e do Trem do Corcovado.

Embora a rota leve o nome de três destinos, ela termina em Morretes e não chega mais a Paranaguá.

- Fonte: https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/trem-curitiba-morretes-paranagua-pode-deixar-de-operar-ate-150-dias-por-ano/


sexta-feira, 27 de abril de 2018

Trem de passageiros na Lapa já tem data para começar a circular



25/04/2018 - Gazeta do Povo

Faz dois meses que a Prefeitura da Lapa anunciou um plano para trazer de volta à cidade o trem de passageiros. Agora, quem está morrendo de saudades do sacolejar característico da ferrovia terá um aperitivo. A Lapa acaba de anunciar que o trem de passageiros vai circular em junho, entre os dias 13 e 17 — os passeios são em comemoração aos 249 anos da cidade.

Os passeios serão realizados duas vezes ao dia — uma de manhã e uma à tarde — e o número de saídas ainda pode aumentar se a procura for grande. Segundo Márcio Assad, diretor de turismo, comunicação e eventos da Lapa, esse circuito temporário já é um reflexo da aprovação do projeto Museu Dinâmico da Ferrovia pela ANTT. “Nós estamos começando com o trem eventual, que ficará alguns dias operando. Esse é um teste para que tudo seja verificado, tanto a demanda quanto a operação.”

Percorrer o trajeto entre a estação central da Lapa e o Rio da Várzea vai custar R$ 60 por pessoa. O valor foi definido pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). É ela que detém os direitos de exploração desse tipo de turismo. Os bilhetes serão disponibilizados pela internet, com venda antecipada para moradores da cidade. Menores de cinco anos não pagam. O passeio tem previsão de duas horas de duração, contando a ida e a volta.

A velha maria-fumaça

Quando a prefeitura anunciou que estava indo a Brasília para pleitear uma autorização para que o trem de passageiros voltasse a operar na cidade, a promessa era de que a locomotiva utilizada seria a maria-fumaça nº 11. Ela foi a primeira locomotiva a vapor a circular no Paraná. Foi fabricada em 1873 e ficou exposta por vários anos no Shopping Estação, em Curitiba.

Essa ideia não foi abandonada. Mas, nos passeios previstos para junho, não será essa maria-fumaça a operar. “Ainda não temos a maria-fumaça nº 11. Ela está em vias de ficar pronta. Entretanto, como é um trabalho artesanal, não estará disponível a tempo para essa oportunidade”, explica Assad.

Mesmo sem a grande estrela, quem for à Lapa para andar de trem em junho terá a chance de experimentar uma viagem que foi feita pela última vez por um trem de passageiros há mais de 20 anos. A composição que vai operar nesses dias tem capacidade para aproximadamente 300 passageiros.

O projeto Museu Dinâmico da Ferrovia, aprovado pela ANTT, prevê saídas durante a semana para levar estudantes que visitam a Lapa em busca de conhecimentos históricos e culturais. Também estão previstas saídas aos finais de semana para turistas em geral. De acordo com Assad, o museu deve ser implantado após testes como esses que a prefeitura e a ABPF anunciaram para junho.


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Avaliação inicial aponta viabilidade para implantação do VLT de Maringá


28/08/2017Notícias do Setor ANPTrilhos         
Executivos da Egis, empresa francesa de engenharia e estruturação de projetos, considerada uma das maiores do mundo em sua área, estiveram em Maringá semana passada, percorreram o traçado proposto para instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e concluíram pela viabilidade inicial do projeto. O traçado liga a Praça Ivaí, no Fim da Picada, ao aeroporto velho, deslocando-se em duas mãos por trilhos instalados no canteiro central da avenida Brasil. Ainda não há custo estimado para obra.

O secretário de Mobilidade Urbana (Semob), Gilberto Purpur, defende o projeto como indispensável para modernizar o transporte coletivo Urbano. Argumenta que o VLT não apenas reforça a capacidade de deslocar pessoas com conforto e segurança, mas também representa importante intervenção que valoriza o espaço urbano. “Não se trata apenas de um meio de transporte, mas também de instrumento de reorganização do espaço urbano, promovendo a modernização do entorno”, afirma.

Phillipe Grizses, diretor de Engenharia de Ferrovias e Transporte Urbano, e Alexandre Seixas, gerente de Consultoria, executivos da Egis no Brasil, entendem que as condições topográficas da cidade, em particular da avenida Brasil, reúnem as características adequadas para implantação do projeto. O traçado não exige grandes obras, como viadutos, e desapropriações, o que reduz o custo do empreendimento. Diferente do que ocorreu com as obras do VLT no Rio de Janeiro e Cuiabá.

A estimativa da Secretaria de Mobilidade é movimentar 30 mil pessoas/dia no trecho de 8 km entre a Praça ivaí e o antigo aeroporto. O projeto prevê expansão de ramais para Sarandi e Paiçandu, além da ligação norte/sul, passando pela UEM. O VLT se integraria ao transporte coletivo feito por ônibus, o que demandaria reorganização logística de toda a rede. O empreendimento começaria com um estudo de viabilidade, avançaria para validação do projeto e finalmente licitação. Essas etapas durariam cerca de 10 meses.

A consultoria, cujo trabalho inicial não implica em custo algum para o município, desaconselha o investimento no projeto no formato Parceria Público-Privada (PPP), com o argumento de que o modelo depende da saúde das empresas participantes.

Eventuais problemas financeiros com os investidores privados repercutem negativamente no cronograma de execução da obra. A saída recomendada é a captação de recursos internacionais para financiar o projeto.


24/08/2017 – ODiario.com

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Maringá quer VLT em lugar de BRT, e convida empresa francesa para analisar viabilidade


12/08/2017 - Diário do Transporte

A cidade de Maringá, localizada na região noroeste do Paraná, quer um VLT.Com mais de 400 mil habitantes, a terceira maior cidade do estado recebe nos próximos dias a visita de consultores de uma empresa francesa especializada em transporte ferroviário de carga e de passageiros.

A visita, ainda mantida em certo suspense, terá como objetivo uma análise prévia da viabilidade de implantação de um veículo leve sobre trilhos (VLT). A notícia da visita foi feita pelo secretário de Mobilidade Urbana, Gilberto Purpur, que não dá mais detalhes, nem o nome da empresa.

Na imprensa local o secretário apenas diz que a empresa “tem a maior expertise no mundo em projetos de engenharia nessa área”.

Purpur, que esteve em junho no Rio de Janeiro para conhecer o VLT Carioca, dá três motivos para justificar a opção pelo modal sobre trilhos em lugar de um BRT: ele é mais silencioso e não poluente (elétrico), mais amigável ao passageiro (circula ao nível da rua) e não interfere na paisagem urbana, o que pode estimular o uso do transporte coletivo.

O modelo carioca inspira as pretensões da cidade de se tornar a primeira do Sul do País a contar com essa modalidade de transporte.

De acordo com a secretaria, a primeira linha do VLT a ser construído em Maringá teria cerca de 8,5 km entre a Praça Geoffrey Wilde Diment e o antigo aeroporto. O prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PDT), imagina VLT implantado em três anos.

Os motivos para tanta confiança são dados pelo secretário Gilberto Purpur: “temos todas as condições físicas para ter o VLT leste-oeste, topografia favorável, número de passageiros compatível com o projeto e sem precisar fazer desapropriações”, explica ele para o jornal da cidade.

O objetivo do estudo de viabilidade econômica será comprovar que o fluxo estimado de passageiros comporta o investimento. O secretário afirma que para o traçado pretendido a demanda de passageiros é muito parecida com o que se transporta no Rio, cujo VLT circula com 35 mil pessoas/dia. Maringá, garante Gilberto Purpur, transporta 27 mil passageiros/dia na linha leste-oeste, via Brasil, com um sistema deficiente.

O convite para a empresa francesa visitar a cidade – sem custos para os cofres públicos – não é ocasional. O fato de a França ser um país avançado no transporte de passageiros por VLT é uma aposta que inclui já a possibilidade de futuros investimentos. Caso o parecer dos consultores seja positivo aos estudos preliminares da prefeitura, esse seria um passo importante para captar recursos para o modal.

De acordo com a secretaria, a primeira linha do VLT teria cerca de 8,5 km entre a Praça Geoffrey Wilde Diment e o antigo aeroporto. “Estamos bem confiantes, porque temos todas as condições físicas para ter o VLT leste-oeste, topografia favorável, número de passageiros compatível com o projeto e sem precisar fazer desapropriações”, explica o secretário.

 VISITA AO VLT DO RIO DE JANEIRO FOI PROMOVIDA PELA ANPTRILHOS:

O Vice-Prefeito de Maringá, Edson Scabora, e o Secretário Municipal de Mobilidade Urbana, Gilberto Purpur visitaram o VLT do Rio de Janeiro em 22 de junho deste ano. Eles participaram de uma visita técnica organizada pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

Além de Maringá, representantes das prefeituras de Sorocaba e Cubatão também participaram da visita ao VLT.

Segundo a ANPTrilhos, associação que trabalha pelo desenvolvimento do transporte de passageiros sobre trilhos, a visita teve como objetivo apresentar os principais benefícios e desafios para a implantação desse sistema nas cidades brasileiras.

Cubatão pleiteia a extensão do VLT da Baixada, operado pela EMTU, e Sorocaba já trabalha num modelo de projeto de implantação do modal através de uma PPP – Parceria Público Privada.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Projeto do Trem Pé-Vermelho está mantido

26/01/2017Notícias do Setor ANPTrilhos         

A decisão do Ministério das Cidades de retirar os projetos dos perímetros urbanos de Maringá e Londrina do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não coloca em risco o futuro do Trem Pé-Vermelho. É o que garante o governo do Estado. Coordenadora de uma frente de trabalho para viabilizar a ferrovia, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) explica que o projeto do trem de passageiros prosseguirá com os estudos técnicos que serão apresentados por três consórcios de empresas nacionais e internacionais.

O modelo escolhido foi o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), autorizado pelo governador Beto Richa (PSDB) em 2016. O PMI é um instrumento que permite à iniciativa privada a elaboração de estudos técnicos para projetos de parcerias público-privadas (PPPs). Segundo Cida, os consórcios estão revendo e atualizando o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (Evtea) da ferrovia elaborado, em 2012, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Após a atualização dos estudos iniciais, o governo do Paraná vai buscar a consolidação do projeto por meio de recursos do tesouro, federais, internacionais ou PPPs”, explicou Cida, em nota. Para o prefeito Ulisses Maia (PDT) esse impasse quanto à retirada dos projetos do PAC não tem impacto sobre as obras do Terminal Intermodal de Maringá. Segundo ele, o trem de passageiros não faz parte da primeira etapa do terminal.

“O trem não é uma prioridade. Temos antes de melhorar nosso transporte coletivo e fazer obras como os corredores de ônibus”, disse Ulisses. Considerado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) como um dos projetos de ferrovias para trens de passageiros de maior viabilidade econômica entre 14 trechos estudados no País, o trem Pé-Vermelho passará por 13 cidades no trecho de 150 quilômetros de trilhos entre Paiçandu e Ibiporã – cidades das regiões metropolitanas de Maringá e Londrina.




24/01/2017 – O Diário

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Prefeitura de Curitiba quer direcionar dinheiro do metrô para outras obras

Do G1 PR, com informações da RPC Curitiba
25/01/2017 14h46 - Atualizado em 25/01/2017 14h50


Novo projeto do Metrô de Curitiba (Foto: Reprodução/RPC TV)

Solicitação foi feita ao Ministério das Cidades; verba é de R$ 1,8 bilhão.
Dinheiro seria aplicado em, ao menos, cinco outros projetos.

 A Prefeitura de Curitiba solicitou ao Ministério das Cidades a liberação do recurso, destinado à construção do metrô, para outras obras. O dinheiro – R$ 1,8 bilhão – está disponível, mas não chegou a sair de Brasília. A gestão de Rafael Greca (PMN) afirmou que a execução do projeto deste modal está descartada, pelo menos nos próximos quatro anos.

A proposta da administração municipal é redirecionar a verba para ao menos cinco projetos:
- Conclusão da Linha Verde
- Requalificação da linha Inter II
- Implantação do Ligeirão Norte/Sul
- Implantação da linha CIC/Hauer
- Nova ligação entre Fazenda Rio Grande e Curitiba

“Nós estamos nesta semana com reuniões com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que é uma das financiadoras da Linha Verde, no sentido que a gente garanta os recursos complementares para a conclusão da Linha Verde; fizemos reuniões com o Ministério da Cidade; temos reuniões também com a Caixa Econômica Federal que são os agentes financiadores de projetos do município e também agentes que têm linhas de crédito para o município”, disse Luiz Fernando Jamur, Secretário de Governo da prefeitura.

A expectativa da Prefeitura de Curitiba é a de receber uma resposta entre abril e maio deste ano.
Caso a resposta seja negativa, a prefeitura não tem recursos próprios para tocar os projetos sozinha. “São obras de valores significativos de investimento, e nós precisaremos buscar outros agentes financiadores”, afirmou Jamur.

Enquanto isso, quem utiliza a Linha Verde diariamente reclama dos transtornos causados pelas obras que ocorrem em dois pontos. A prefeitura afirma que os trabalhos devem ser concluídos em dezembro deste ano.

Edital suspenso
O edital do metrô de Curitiba está suspenso. Lançado em maio de 2014, o certame foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE), que pediu mudanças e questionou itens como laudo ambiental.

O custo inicial previsto para a licitação é de R$ 4,7 bilhões. Deste total, R$ 1,8 bilhão deve vir do governo federal, R$ 700 milhões do governo do Paraná, R$ 700 milhões da Prefeitura de Curitiba, e R$ 1,5 bilhão da iniciativa privada.

O projeto existente prevê uma linha de 17,6 quilômetros, entre o Terminal do Cabral e a CIC Sul. Neste trecho, devem ser construídas 15 estações. A construção será feita através do método Shield, ou “Tatuzão”, que escava por debaixo da terra, através de uma tuneleira. Dos 17,3 quilômetros de extensão, 2,2 quilômetros devem ser elevados.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Novo trem de luxo que faz passeio pela Serra do Mar é inaugurado no PR

Terceira litorina de luxo começou a rodar pela ferrovia neste fim de semana.
Vagões glamourosos fazem o trajeto entre Curitiba e Morretes, ida e volta.
Thais KaniakDio G1 PR
 Litorina de luxo para em um ponto do passeio, onde os turistas podem descer do vagão (Foto: Thais Kaniak / G1)

Interessados em fazer uma viagem pela Mata Atlântica a bordo de um trem de luxo têm mais uma opção a partir deste fim de semana. O trajeto que leva os passageiros de Curitiba à cidade histórica de Morretes, no litoral do Paraná, agora conta com três vagões – considerados os únicos de luxo do país.


Os dois primeiros circulam pela Serra do Mar paranaense desde 2008. O mais novo foi reformado neste ano e fez a viagem inaugural na sexta-feira (13). A experiência garante aos usuários uma viagem mais confortável – com pequenos sofás, poltronas e mesas – regada a espumante ao longo do caminho. O trajeto leva cerca de quatro horas para ser concluído.
Litorina de luxo 'Curitiba' fez viagem inaugural na sexta (13) (Foto: Divulgação / Mapa Comunicação)

Um dos diferenciais do passeio é o serviço: comissários da litorina oferecem café da manhã aos passageiros, com bebidas servidas à vontade durante toda a viagem.

O novo vagão de luxo foi batizado de "Curitiba", enquanto os mais antigos se chamam "Foz de Iguaçu" e "Copacabana". A novidade é o espaço mais clean, permitindo uma capacidade para 40 pessoas. Os outros dois levam 22 passageiros, em cada um deles.

Apesar do glamour oferecido nas litorinas, sem dúvida, o principal atrativo da viagem é o visual. Estar no meio de um dos trechos de Mata Atlântica mais preservados do país numa estrada de ferro com 130 anos de idade é um privilégio.

Mesmo em uma manhã nublada, como foi o caso da sexta-feira, o roteiro vale muito a pena. Saindo da Estação Ferroviária de Curitiba, o trem passa por belos pontos até chegar ao destino final. O conjunto montanhoso do Marumbi, a Cascata Véu da Noiva e a Ponte São João, que foi inaugurada em 1885 e tem 110 metros de altura, enchem os olhos dos turistas.

O passeio foi classificado pelo jornal americano The Wall Street Journal como uma das três viagens ferroviárias de luxo mais bonitas do mundo. Já o britânico The Guardian colocou o trajeto entre os dez mais interessantes do planeta.

É comum a presença de grupos estrangeiros entre os passageiros. Por isso, as litorinas de luxo oferecem guias bilíngues. Brasileiros também apreciam a viagem. O modelo Gilson Fraante, de 29 anos, natural de Recife (PE) e morador do Rio de Janeiro (RJ), ficou impressionado: "Tudo está sendo maravilhoso". Durante os quatro dias em que esteve na capital do Paraná, fez questão de descer a Serra do Mar de trem, e no vagão de luxo. "É perfeito. Pagaria até mais caro pelo passeio", disse.

O trecho da viagem no trem de luxo custa R$ 296 para adultos e R$ 225 para crianças. Porém, é possível fazer o trajeto em outras classes, com preços mais em conta, que variam de R$ 79 a R$ 144,50 para adultos. Quem mora em Curitiba, pode comprar o ticket com 40% de desconto nas categorias turística e executiva ao apresentar um comprovante de residência. Mas a promoção só e válida para as quartas-feiras.
.Litorina de luxo 'Foz do Iguaçu' faz passeios desde 2008 (Foto: Divulgação / Mapa Comunicação)
Os passeios na litorina de luxo ocorrem apenas nos sábados, domingos e feriados, sempre às 9h15. Já a viagem no trem comum é diária, com saída às 8h15 todos os dias. Para o retorno, não é necessário voltar pela ferrovia. Como a viagem pelos trilhos é mais demorada, há quem prefira fazer o regresso à capital paranaense de carro, ônibus ou van.

A psicóloga Ana Maria Tolentino, de 53 anos, e o aposentado Miguel Ângelo Ribeiro, de 62 anos, são de Porto Alegre (RS) e já no primeiro dia em Curitiba foram fazer o trajeto no trem de luxo, junto com o afilhado Rodrigo Zoares, de 21 anos. “É muito legal. Já tinha feito uma viagem de trem pela costa de Buenos Aires [Argentina]. Mas este vagão [de luxo] é bem diferenciado”, afirmou a gaúcha.

Depois do passeio de trem, ainda é possível curtir os encantos e sabores de Morretes. Considerado o prato típico da região, o barreado é uma das graças do município e pode ser encontrado em praticamente todos os restaurantes. Feito à base da carne e de farinha da mandioca, leva de 10 a 12 horas para ser preparado em uma panela de barro. O modo de fazer inclusive é um ritual essencial para garantir o sabor do prato de sucesso da gastronomia local.
Destino final da viagem é Morretes. Morretes é uma cidade histórica que fica no litoral do Paraná (Foto: Thais Kaniak / G1)

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Greca quer trocar projeto do metrô de Curitiba pela conclusão da Linha Verde


quinta-feira, 24 de novembro de 2016 – 8:14 hs.
O prefeito eleito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), cumpre agenda nesta semana em Brasília. Além de encontro marcado com o presidente Michel Temer (PMDB), ele deve se reunir com outros ministros e funcionários do primeiro escalão do governo, entre eles membros da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério das Cidades, com quem deve discutir a finalização das obras da Linha Verde. Em entrevista, Greca disse que no encontro com o presidente da CEF, Gilberto Magalhães Occhi começaram a ser discutidas as chances de aplicar o dinheiro então destinado ao metrô para concluir as obras das Linha Verde.
“Se não for viabilizado o metrô, estamos propondo uma alternativa que é a conclusão da Linha Verde entre Fazenda Rio Grande e Colombo, com o aval do governo do estado que também colocará dinheiro do Paraná Urbano”, comentou. As informações são de Angieli Maros, na Gazeta do Povo.
Greca disse ainda não ver problemas na mudança de aplicação dos recursos destinados ao metrô, que somam R$ 1,8 bilhão, uma vez que o valor foi liberado para ser usado com mobilidade e não especificamente com um único projeto. Pela proposta de Greca, o dinheiro também contemplaria a reforma de 13 terminais de transporte, a construção de 9 trincheiras na Linha Verde e de outras 20 dentro da cidade, e a implantação de um eixo de BRT (faixa exclusiva para ônibus) entre Araucária e Boqueirão.
Greca acrescentou que, num primeiro momento, não vai discutir a implantação do Veículo Leve sobre Pneus (VLP) – uma das promessas de sua campanha para melhorar a situação do transporte em Curitiba.

Além disso, o prefeito eleito deve rever junto à equipe do banco alguns projetos trabalhados na gestão de Gustavo Fruet (PDT). Ele adiantou que deve manter as propostas voltadas para habitação popular.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Metrô Curitibano – Linha Azul

Se o prefeito eleito Rafael Greca (PMN) estiver certo e o dinheiro prometido pelo governo federal para a construção do metrô de Curitiba for mesmo “história da carochinha”, estará encerrada – ao menos por ora – a epopeia em que se transformou a implantação do modal de alta capacidade no transporte público de Curitiba.
O Ministério das Cidades, responsável pelo convênio que garantiria R$ 1,8 bilhão do governo federal ao metrô de Curitiba, não desmente o prefeito eleito. Procurado pela reportagem, o órgão não confirmou se há recurso disponível para a obra.
Primeiro projeto de Metrô
Em setembro de 1969, quando a prefeitura estava sob o comando de Omar Sabbag, foi publicado o título “Metrô - Estudo Preliminar do Sistema Integrado de Transporte de Massa de Curitiba”. Entre outros técnicos, o arquiteto Jaime Lerner compunha o grupo responsável pela elaboração do trabalho. O projeto, todo datilografado, tem 138 páginas e prevê um sistema sobre pneus, com alguns trechos subterrâneos, outros ao nível do solo e alguns elevados. O estudo também previa a integração com o sistema de ônibus. O traçado inicial ia do Capão Raso até o Santa Cândida, passando pelo Centro de Curitiba.
Para além da frustação dos curitibanos, que há tempos escutam promessas sobre o novo modal, nos últimos 15 anos, o metrô já consumiu mais de R$ 23,3 milhões em recursos públicos – em valores atualizados pela inflação – apenas em projetos e estudos. E, embora já tenha tido até uma logomarca , o metrô nunca foi além de um projeto.

A maior parte desse montante foi dispendida pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) em 2002 – R$ 6,9 milhões, em valores da época, ou R$ 16,4 milhões já contado o reajuste da inflação. O dinheiro pagou a “contratação de projetos básicos de engenharia”, informa a prefeitura. Então comandada por Cassio Taniguhchi (DEM), a administração municipal pensava em usar o trecho urbano da BR-116 – a atual Linha Verde – para unir o Pinheirinho ao Atuba com trens elevados. A dificuldade em obter financiamento, porém, e disputas judiciais sobre a licitação mandaram o projeto para as gavetas do Ippuc.
Em 2009, sob o comando de Beto Richa (PSDB), a prefeitura aproveitou dinheiro oferecido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU ) para reiniciar estudos de viabilidade para implantação do metrô. Daí surgiu o projeto que é a origem da proposta atual – uma linha ligando Pinheirinho ao Santa Cândida usando como base do trajeto o percurso dos ônibus expressos.
Da CBTU, uma estatal federal, vieram à época R$ 2,8 milhões. Esse dinheiro pagou R$ 2,4 milhões em “estudos e projetos de engenharia e R$ 376 mil numa avaliação de impacto ambiental, relatou a prefeitura em 2015 em resposta a pedido de informações apresentado pelo vereador Jorge Bernardi (Rede). O valor atualizado seria R$ 6,4 milhões.
Na resposta a Bernardi, a prefeitura elenca ainda um estudo complementar de impacto ambiental e seu respectivo relatório, contratados a R$ 312 mil. Na avaliação feita pela gestão Gustavo Fruet (PDT) ao vereador, esse dinheiro – acrescido de R$ 7,1 mil que o município tirou do bolso em 2009 (para fechar a conta) – seria o único prejuízo que a cidade teria se o metrô desse em nada. O cálculo da administração do pedetista não leva em conta o valor gasto em 2002 pelo Ippuc, que é vinculado à administração municipal.
Há, entretanto, outros valores a serem considerados na conta. A começar pela conclusão de que, municipal ou não, o dinheiro gasto no metrô é público. Mais: há uma série de gastos municipais difíceis de serem auferidos, como viagens de representantes da prefeitura a Brasília para tratar do projeto, horas de trabalho de servidores, além da estrutura montada para as três vindas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a Curitiba para anunciar a chegada de verba para o metrô.
Para urbanista, cidade não pode prescindir do modal
Curitiba “não pode se dar ao luxo de simplesmente abandonar o projeto do metrô”, adverte Carlos Hardt, arquiteto, urbanista e professor da pós-graduação em Gestão Urbana da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
“Quando se fala em metrô, fala-se em um modal de altíssima capacidade. A cidade tem sim que discutir o transporte em um modal de alta capacidade. Não pode simplesmente abandonar o que já foi discutido e investido no desenvolvimento do projeto”, critica.
Alternativas apresentadas por Rafael Greca durante a campanha, os veículos leves sobre pneus (VLP) Não substituem o metrô, explica o urbanista.
“O VLP pode ser interessante para algumas rotas e funções. Mas, por si só, não supriria a alta demanda que temos em alguns corredores. Pode ser estudado complementarmente ao metrô, o a algo equivalente”, afirma.
Hardt cogita que o longo tempo e os transtornos que uma obra como a do metrô geraria podem explicar porque políticos resistem a colocar em prática o projeto. “Não é uma obra para ele mesmo inaugurar, principalmente se tiver um mandato só. Há impactos financeiros e na vida da cidade. Certamente, acho que faz parte do cardápio de desincentivo a determinados prefeitos de não levarem adiante [o metrô]. Mas ele é uma necessidade que precisa ser encarada, mais dia, menos dia”, diz.
O urbanista não crê que Curitiba jamais terá uma rede de metrô comparável a de grandes cidades do mundo, por conta do alto custo da obra, mas acredita que esse não deve ser um óbice à adoção do modal. “Eixos com mais demanda podem ter linhas de metrô, que seriam complementadas por outros modais”, explica.

Há mais de 40 anos prefeitura fala em substituir BRT pelo Metrô
Discute-se a implantação do metrô em Curitiba desde muito antes de a cidade ganhar a fama de ser dotada de um sistema de transporte público exemplar. Um documento de 2013 elaborado por uma comissão formada pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT) para reavaliar o projeto relata que as primeiras discussões sobre o assunto datam “dos primórdios dos anos 1960”.
Em 1974, ao inaugurar, com a presença do presidente militar Ernesto Geisel, o sistema de ônibus expressos no eixo Santa Cândida-Capão Raso, o prefeito de Curitiba Jaime Lerner (então na Arena, atualmente sem partido) disse à “Folha de S. Paulo”, em reportagem de Paulo Markun, que a cidade decidira “dar prioridade ao sistema de transporte de massa. O primeiro passo é esse ônibus expresso”.
A reportagem afirmava que técnicos da prefeitura previam a substituição do expresso “em cinco a sete anos”, por um sistema “mais sofisticado” – “o metrô, talvez”.
Foi no início da década de 1990, porém, que veio a “primeira tentativa de viabilizar recursos para início da construção do metrô seguindo a linha do ônibus expresso do eixo Norte/Sul”, relata o documento elaborado na gestão de Fruet. Aproveitou-se, para tanto, de 100 milhões de dólares oferecidos pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). O prefeito, à época, era, novamente, Lerner.
Mas o sucessor dele, Rafael Greca, que tomou posse em 1993, renegociou o uso do dinheiro, e com ele financiou a construção de sete ruas da cidadania e a pavimentação de ruas da cidade, afirma a gestão Fruet.
“É necessário contextualizar o caso”, rebate Greca, via assessoria. “Em 1992 foi estudada novamente a possibilidade do anteprojeto Bonde Moderno, entre Santa Cândida e Pinheirinho, sobre trilhos e elétrico, com capacidade para 300 passageiros. Ele não prosperou novamente por falta de recursos financeiros”.
“Paralelamente, a Volvo lançou os biarticulados, com capacidade para 270 passageiros, que entraram em operação na nossa cidade. Em 1995 foi autorizada a operação para as ruas de cidadanias, vinculadas ao sistema de transporte coletivo, propiciando melhoria da mobilidade e acesso aos serviços públicos preferencialmente via transporte público”, prossegue o prefeito eleito.
Greca diz que não desistiu do projeto do metrô, se o dinheiro prometido pelo governo federal vier. “O Ippuc vai avaliar. O que não pode é perder dinheiro”.
O custo do metrô

De 2002 até 2014 o Metrô de Curitiba já custou R$ 23,3 milhões em valores atualizados pela inflação. Os recursos – provenientes de um convênio entre a prefeitura e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos – foram destinados à execução de estudos, projetos e planos para a obra.

http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/ainda-no-papel-metro-curitibano-ja-custou-r-233-milhoes-em-dinheiro-publico-dzi1e82af9hr0b0flu4afy1na#social2_comentario_form