quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Dilma anuncia pela 2ª vez recurso para mesma obra

Autor(es): Pedro Venceslau
O Estado de S. Paulo - 30/10/2013

Em Curitiba, presidente põe petistas e tucanos no mesmo palanque e "recicla" a verba federal para o metrô, que fora prometida em 2011
Em sua quarta viagem ao Paraná neste ano, a presidente Dilma Rousseff reuniu ontem tucanos e petistas no mesmo palanque para anunciar, em Curitiba, investimentos em obras do metrô que já tinham sido prometidos em 2011, mas nunca saíram do papel.
Em outubro daquele ano, a presidente organizou um grande evento no Parque Barigui, na região norte da capital, para dizer que o governo federal liberaria R$ 1 bilhão a fundo perdido (sem necessidade de devolução). A obra estava orçada em R$ 2,25 bilhões e o então prefeito, Luciano Ducci (PSB) era aliado do governador tucano Beto Richa. Na ocasião, o ato foi interpretado no meio político paranaense como o lançamento informal da candidatura de Gleisi Hoffmann (PT), ministra-chefe da Casa Civil, ao governo do Estado.
Apesar do anúncio público, a presidente decidiu esperar até o fim das eleições municipais de 2012 para liberar os recursos. Ocorre , que o novo prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que era tucano, mas agora se aliou à presidente, recalculou o custo da obra e concluiu que seria preciso quase dobrar o orçamento, que saltou para R$ 4,6 bilhões.
Segundo a assessoria do Ministério das Cidades, a verba não foi liberada justamente porque houve um "redimensionamento" do projeto que exigiu uma "complementação" de recursos de todas as partes. A fatia do governo na obra saltou de R$ 1 bilhão para R$ 2 bilhões. O aumento justificaria o novo anúncio, diz o governo.
"Quando o governo fez o anúncio em 2011 o projeto era um, mas agora é outro. Naquela vez, ele foi feito de maneira apressada pela prefeitura e pelo governo estadual", explicou ao Estado o deputado paranaense André Vargas (PT),vice-presidente da Câmara e aliado de Gleisi. Segundo ele, não houve liberação de verbas em 2012 porque não havia projeto".
A assessoria de imprensa do Planalto acrescenta que o novo projeto é bem mais ousado que o primeiro. A versão anterior tinha trilhos subterrâneos e aéreos (BRTs) e teria 14 km. A atual será subterrânea e terá 17 km.
A cerimônia de ontem foi marcada pelo tom ecumênico entre petistas e tucanos. "A sra. foi responsável pelo maior investimento em 20 anos (na capital)", disse Fruet a Dilma. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, ressaltou que o anúncio representava "o exercício da boa política". Richa celebrou "a consolidação de uma grande união".

Mudança em traçado do VLT de Santos já era prevista

25/10/2013
Nesta quinta-feira (24/10), foi realizada uma reunião entre o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, um grupo de vereadores, o engenheiro da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e gestor da obra, Carlos Romão Martins, e o presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Antônio Carlos Silva Gonçalves, e outros técnicos.

O assunto foi a obra do VLT da Baixada Santista, que prevê toda a remodelação da Avenida Francisco Glicério. As calçadas passarão dos atuais 3,37 metros para 3,50 m, a ciclovia de 2 m para 2,50 m e a pista de veículos de 7 m para 9 m, além da redução do estágio semafórico (aumento do tempo verde e a redução do vermelho e amarelo).

O VLT não será em linha férrea. O prefeito Paulo Alexandre explicou que o traçado já estava previsto no EIA-RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do empreendimento, em 2008, e mostrou os resultados de estudos que apontam os prejuízos ao trânsito com a passagem pela antiga linha férrea.

O relatório de 2008 mostrava que, caso o VLT seguisse na mesma área da linha férrea, os veículos que trafegam no sentido praia-Centro pelas avenidas Bernardino de Campos (canal 2), Ana Costa e Washington Luís (canal 3) não poderiam fazer a conversão na Francisco Glicério durante as passagens das composições. E os veículos que trafegam pela Francisco Glicério em direção ao canal 1 também não conseguiriam fazer a conversão para estas vias (Ana Costa e canais 2 e 3) em direção à região central, com prejuízos aos tráfego na avenida e aumento do tempo de viagem das pessoas no trânsito.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Moradores da Barra se mobilizam contra projeto do metrô

Associação está organizando protesto na Avenida das Américas
Jornal do BrasilGabriella Azevedo*

Os moradores da Barra da Tijuca seguem reclamando contra o atual projeto da linha 4 do metrô, que liga o bairro à Zona Sul da cidade. Com estação terminal localizada no Jardim Oceânico, os moradores pedem por uma extensão até o Terminal Alvorada, localizado no centro do bairro. Ainda sem data prevista, os moradores estão organizando um protesto na Avenida das Américas, principal via da Barra da Tijuca, contra o projeto que não atende às necessidade da área. 

Atualmente, a proposta da Prefeitura e do Governo do Estado prevê integração entre o metrô e o Terminal Alvorada através de Bus Rapid Transport (BRT), que terá um corredor exclusivo junto com uma rodoviária, localizada no Jardim Oceânico. Para os moradores, a região entrará em colapso, com o intenso fluxo de veículos no local.

A preocupação dos moradores da área é que a estação receberá um enorme número de ônibus, vans e carros. Além disso, o estacionamento de carros nos arredores será intenso, por conta dos motoristas que seguirão viagem no novo metrô. O local, que faz conexão com o Joá, o Itanhangá e a Zona Sul e já apresenta trânsito caótico, ficará saturado. Além de todos esses problemas, os moradores também reclamam da falta de transparência por parte da Prefeitura, o que resulta em uma insatisfação ainda maior.

O presidente da Associação de Moradores da Tijucamar e do Jardim Oceânico (AMAR), Luiz Igrejas, afirma que as reivindicações são antigas e já duram seis anos. Com a justificativa de que não há recursos, a Prefeitura se recusa a estender o metrô até a Alvorada. Apesar disso, Igrejas afirma que há verba, o que falta é projeto. A presidente Dilma Rousseff disponibilizou R$ 60 bilhões para mobilidade urbana, e no Rio, o único projeto levado ao governo federal foi o de construção da Linha 3, em São Gonçalo. 

“Estamos fazendo um movimento para colocar faixas na Avenida das Américas para protestar contra isso. O governo fala que falta de verba, mas o que falta é projeto que se enquadre nas nossas reivindicações. O estado que faça um projeto. Inclusive mandei documento ao governador, através do cartório, para não dizer que não recebeu, pedindo projeto até a Alvorada. A Dilma afirma que tem recursos, que é só apresentar projetos, mas o estado cobrou apenas o traçado de São Gonçalo, porque esse tinha projeto.

Estamos lutando por isso há seis anos e não tinha projeto? É um absurdo”, revolta-se Igrejas.

O vereador Carlo Caiado, a frente política mais envolvida no movimento contra a execução do atual traçado da linha, afirma que tentou implantar um projeto de lei que proíbe a construção de terminais na região do Jardim Oceânico, mas não teve apoio na Câmara dos Vereadores. O vereador também relembra que o trânsito complicado no local ficará ainda pior, com a chegada dos ônibus particulares de condomínios da Barra.

“O trajeto, que já é ruim, ficaria ainda pior. Os condomínios [da Barra] são contrários, falaram que não vão pegar o BRT para chegar ao metrô, porque o que acontece é que diversos condomínio utilizam transporte próprio para chegar até o centro da cidade, e vão passar a fazer seu trajeto do condomínio até o metro com esse transporte. Quer dizer, se já ta ruim, imagina com todos os ônibus indo para lá. Sem contar os moradores que deixarão seus carros no local para seguir de metrô. Vamos ter um problema sério de mobilidade urbana na região”, prevê.

Sobre a decisão dos moradores de colocar faixas na principal via da Barra da Tijuca, em repúdio ao atual projeto, Caiado afirma que a insatisfação dos moradores ficou ainda mais intensa depois que a licitação de extensão do BRT foi finalmente realizada pela Prefeitura, vencida pela empresa Sanerio, a mesma empresa que realizou a obra do trecho já existente BRT Transoeste. Em outubro deste ano, a licitação havia sido adiada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), fazendo com que os moradores acreditassem que o projeto da obra seria revisto.

“Aproximando-se da intenção da Prefeitura realizar as obras, todas as associações se mobilizam em relação ao nosso movimento de levar o metrô até o Terminal Alvorada, em defesa da linha 4 do metrô. Na minha opinião, criou-se uma expectativa com o adiamento feito pelo Tribunal de Contas, e achávamos que o prefeito teria se sensibilizado, mas como agora está sendo nítido que o papel dele não está sendo feito, isso acabou intensificando o movimento”, arrisca Caiado.

O Tribunal apontou irregularidades à Secretaria Municipal de Obras (SMO) referentes ao projeto, incluindo a ausência de estudo prévio de impacto ambiental, falta de audiência pública para debater o plano com a população e a inexistência de especificações orçamentárias e técnicas de partes do projeto. Após diversas restrições, a Prefeitura teria cumprido com as metas estipuladas pelo TCM e decidiu realizar a licitação da obra de extensão do BRT.  

Agora, o último recurso dos moradores e do vereador Carlo Caiado está nas mãos do Ministério Público (MP), que vai analisar a questão de mobilidade da obra e a divergência sobre a realização de audiência pública, questionada por Caiado. “A gente ainda está com esperança porque o Ministério Público está analisando e pode interditar a obra, mesmo com a licitação, em virtude de duas denúncias nossas. Uma é a questão da mobilidade e a outra é a questão da audiência pública, envolvendo a população como um todo, e que não foi realizada. A Prefeitura está alegando que fez audiência pública em Pedra de Guaratiba, na qual eu estava presente, mas essa audiência, realizada em 2010, foi destinada para o trecho que já existe [BRT Transoeste]. A gente está com essa expectativa [em relação à decisão do MP]”, torce o vereador.

Caiado ainda ressalta que a Sanerio, vencedora da licitação, já tem relação conturbada com a Prefeitura do Rio. A obra do BRT Transoeste foi questionada por conta dos inúmeros problemas gerados após a inauguração do trecho, como buracos no asfalto e desnível no pavimento da pista. No jogo de empurra-empurra entre a Prefeitura e a empresa, a Sanerio acusou a administração de Eduardo Paes de ter acelerado a entrega da obra, realizada às pressas para que ficasse pronta dentro do prazo permitido para inaugurações antes da eleição.

Já a Prefeitura acusa a empresa de não ter cumprido com as exigências da Secretaria Municipal de Obras, e de não ter realizado as alterações impostas pelos fiscais do órgão. O corredor Transoeste foi inaugurado em junho de 2012, um mês antes do prazo legal de inaugurações terminar e a quatro da eleição. Com quase um ano e meio de uso, o corredor já apresenta inúmeros problemas estruturais e de conservação. Caiado lamenta pela realização da licitação e pela empresa que executará a obra. “A empresa que ganhou é uma empresa que tem relação de dificuldades com a Prefeitura, é a mesma que fez o lote
do outro trecho já existente do BRT, e não sei como vai ficar isso”.

Técnicos do Estado afirmam que a melhor opção é extensão da linha

Em setembro, o Jornal do Brasil publicou matéria sobre a elaboração de um documento por técnicos do próprio estado, que fazem parte da equipe de revisão do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), no qual afirmam que a extensão da linha até o terminal é a opção de mobilidade ideal. No documento, os técnicos afirmam que “é unânime, entre os técnicos (...) a opinião de que a melhor solução de transporte é o prolongamento da linha 4 do Metrô até o terminal Alvorada”.

O documento afirma que a ampliação do BRT até o Jardim Oceânico se tornaria dispensável, já que será um recurso temporário, e os R$ 92,4 milhões da obra seriam desperdiçados. No documento emitido, os técnicos ressaltam que efetuar a extensão da linha 4 após a obra do BRT faz com que a estação construída perca sua utilidade. Além disso, os impactos no trânsito, com a sobrecarga do entorno do Jardim Oceânico, são questionados pelos moradores da Barra da Tijuca, que também se posicionam de maneira contrária à manutenção do projeto. 

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Governo recua na promessa de R$ 50 bi para mobilidade

18/10/2013 - Valor Econômico
O governo federal recuou parcialmente de promessa feita pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho e não se compromete mais com investimentos adicionais de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas grandes cidades até o fim de 2014. Dilma havia feito o anúncio como resposta à onda de protestos que teve a qualidade dos transportes públicos como um dos estopins.

Ontem, durante divulgação de novo balanço quadrimestral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os dois ministros responsáveis por receber as demandas de Estados e municípios para obras como linhas de metrô e corredores exclusivos de ônibus reconheceram que não há uma previsão clara de como e quando esses investimentos serão feitos. A explicação de Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) é que faltam projetos de engenharia e estudos de viabilidade econômica em quantidade suficiente para usar os recursos anunciados. Também lembraram o fato de que os próprios governos estaduais e municipais têm alegado dificuldades para executar várias obras simultaneamente.

"Não podemos achar que, em um piscar de olhos, essas obras ficarão prontas", disse Miriam. Ribeiro acrescentou que não havia mais grandes investimentos em mobilidade no país e, no momento de retomá-los, perceberam a carência de projetos na prateleira. "Daí porque não temos como fazer uma previsão (de liberar recursos)", resumiu o ministro. Ele diz, porém, que sua pasta tem conversado "diariamente" com prefeitos e governadores para tirar o atraso.

Miriam informou que a União recebeu demandas de R$ 84,4 bilhões até agora, mas ressaltou: "Parte considerável não possui projetos". Ela listou critérios do governo para priorizar os pedidos levados a Brasília por Estados e municípios. Empreendimentos de alta e média capacidade (como metrô e BRT), que atendam áreas com população de baixa renda e tenham integração com outros modais saem na frente.

Segundo a ministra, foi possível selecionar 23 empreendimentos até agora, que se transformaram em anúncios de R$ 13,4 bilhões. Eles envolvem investimentos como corredores de ônibus no município de São Paulo, o monotrilho do ABC Paulista, o sistema de veículos leves sobre trilhos (VLT) da zona portuária do Rio de Janeiro e linhas de metrô em Salvador e Porto Alegre - parte das obras não têm sequer editais de licitação publicados e o anúncio é apenas um compromisso futuro de liberar verbas.

Já estão sendo liberados, conforme informou Miriam Belchior, outros R$ 169 milhões para a elaboração de projetos de engenharia (básicos e executivos) e estudos de viabilidade técnica-econômica de 19 empreendimentos. A expectativa do governo é que esses estudos e projetos venham a alavancar obras de mobilidade urbana orçadas preliminarmente em R$ 7 bilhões.

Miriam deixou claro que é impossível, diante de todas as limitações, liberar efetivamente até o fim de 2014 os R$ 50 bilhões prometidos. Ela também evitou fazer uma estimativa de quanto disso será em recursos a fundo perdido do Orçamento Geral da União (OGU) e quanto será em financiamentos a taxas privilegiadas, com recursos do FGTS, via Caixa Econômica Federal (CEF).

Para ilustrar como muitas cidades estão com dificuldade em contratar mais obras, a ministra relatou uma conversa que teve com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Ele teria dito que a capital mineira não tem como iniciar novas intervenções urbanas, que fecham vias e causam transtornos à população, até meados de 2014. "Depois que fica pronta, todo mundo fica feliz, mas uma obra de mobilidade urbana mexe com a vida das cidades", afirmou Miriam. Entre pedidos estaduais e municipais, a região metropolitana de Belo Horizonte apresentou demandas de R$ 7,4 bilhões ao governo, que contemplam corredores de ônibus e duas novas linhas de metrô.

O balanço do PAC divulgado ontem foi o primeiro após as manifestações. O relatório anterior havia sido publicado no dia 10 de junho, às vésperas do início dos protestos. Desta vez, houve mais espaço à descrição de ações oficiais para aumentar investimentos em transportes coletivos.

Durante a entrevista, os ministros chegaram a expor slides com fotografias de uma obra do metrô de São Paulo - a extensão da Linha 5-Lilás - que é tocada pelo governo estadual de São Paulo, do PSDB. Parte do financiamento é do BNDES. Também foram mostradas as obras da Linha 17-Ouro, o monotrilho da zona sul, que ligará o aeroporto de Congonhas ao metrô. Para construí-lo, o governo paulista tomou empréstimo da CEF, mas não há recursos federais a fundo perdido. Questionada sobre isso, Miriam explicou que há suporte financeiro da União nesses empreendimentos e fez questão de lembrar sua passagem como secretária municipal em Santo André (SP), no início da década passada. "Não tínhamos nenhum apoio."

Dilma e Jaques Wagner assinam contrato do metrô baiano

15/10/2013 - Tribuna da Bahia
Em meio à aguardada votação na Câmara de Vereadores do projeto de isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) que seria critério para a assinatura do contrato para construção do sistema metroviário de Salvador, ainda sem previsão, a visita da presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), à Bahia enfim acontece hoje, depois de alguns cancelamentos. A chefe nacional desembarca em solo baiano para assinar ao lado do governador Jaques Wagner (PT) o pacto com a Companhia de Concessões Rodoviárias CCR, empresa responsável pelo empreendimento, e ainda entregar, no município de Vitória da Conquista, 1.740 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.

O contrato de concessão do metrô será assinado, às 11h30, no Gran Hotel Stella Maris. Depois desse passo será iniciada a construção do equipamento, por meio de Parceria Público-Privada.  Será concluída a linha 1, que ligará a Estação da Lapa a Pirajá, e a execução da linha 2, ligando o Bonocô (entroncando na linha 1) até Lauro de Freitas. No contrato, também está incluído o projeto para estender a linha 1 até Cajazeiras/Águas Claras, ampliando o trecho em mais cinco quilômetros. O investimento total da obra é de aproximadamente R$ 4 bilhões, com conclusão prevista em 42 meses.

Entretanto, o encontro de Dilma com os baianos será primeiro em Conquista, no Sudoeste da Bahia. Às 9h30, a presidente vai entregar as casas, no bairro Senhoria Cairo, beneficiando cerca de 7 mil pessoas. Essa cerimônia contará com a presença do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. O  investimento é de R$ 96,6 milhões, sendo os  imóveis destinados às famílias com renda de até R$ 1,6 mil e irá beneficiar aproximadamente 6.96 mil pessoas.

O evento referente ao metrô será possível, após as lideranças políticas, governador Jaques Wagner e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), terem entrado em ação nos últimos dias para apaziguar os ânimos na Assembleia Legislativa da Bahia, mobilizando os deputados a votarem o projeto que subsidia a construção do sistema. Por três semanas, a apreciação do projeto foi adiada. Na Câmara Municipal o clima de consenso ainda não foi alcançado.

Último carro do primeiro trem do monotrilho chega dia 17

16/10/2013
O monotrilho da Linha 15-Prata já recebeu seis carros da primeira composição, eles foram transportados em seis operações realizadas pela empresa Fama Transportes. Nesta quinta-feira (17/10) o sétimo carro chegará ao Pátio Oratório, completando o primeiro trem do sistema.

Os veículos são fabricados pela canadense Bombardier em Hortolândia, a 150 km da capital, as entregas dos carros são feitas por caminhão usando o trajeto Rodovia dos Bandeirantes, Rodoanel, Rodovia dos Imigrantes parada no KM 16 e retomando transporte após as 23h00, chegando ao Pátio Oratório por volta das 24h00.

O Metrô de São Paulo vêm investindo em sua expansão nos últimos anos, entre estes investimentos está a Linha 15-Prata, que utilizará o sistema de monotrilhos e ligará os bairros de Ipiranga e Cidade Tiradentes, na Zona Leste da cidade. A Linha 15 já conta com mais de 8 Km de trilhos construídos.

A previsão é que o trecho entre Vila Prudente e Oratório entre em operação controlada no inicio de 2014. No total, serão construídos 24,5 km de vias e 17 estações ao longo dos bairros Ipiranga, Vila Prudente, São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstoi, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus, Iguatemi, Jequiriça, Jacu-Pessego, Erico Semer, Marcio Beck, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes.

Clique no link abaixo e veja a filmagem feita pelo Metrô do carro A1 sendo descarregado no Pátio Oratório.
http://www.youtube.com/watch?v=hUPEobHD1Go&feature=c4-overview&list=UUGJIDbgkmR-WvzVLV9lcg9g

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Linha 4-Amarela completa dois anos de operação plena

16/10/2013
A Linha 4-Amarela, que liga os bairros da Luz ao Butatã, completa neste dia 16 de outubro dois anos de operação comercial plena. Segundo a ViaQuatro, consórcio operador, a linha já transportou nesses dois anos de existência 347 milhões de pessoas em seus 14 trens, uma média de média de 650 mil passageiros transportados por dia útil.

Os trens da linha realizaram mais de 450 mil viagens no trecho entre as estações Luz e Butantã, equivalente a uma distância de 4,5 milhões de quilômetros percorridos nos atuais 9,5 km de trilhos. “Transportamos pouco menos de dois Brasis na nossa Linha. O número mostra que temos demanda reprimida e que podemos transportar muito mais com um sistema integrado” afirma Luis Valença, presidente da ViaQuatro, concessionária responsável pela manutenção e operação da Linha 4-Amarela.

Quando as cinco novas estações (Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) da Fase II estiverem prontas, a Linha 4-Amarela terá 12,8 quilômetros de extensão e 11 estações, ligando a região da Luz, no centro da cidade, ao bairro de Vila Sônia, na zona oeste. A expectativa é que transporte, com as 11 estações, cerca de um milhão de passageiros diariamente, serão 29 trens em operação para atender à essa demanda


Desafios envolvidos na mudança do padrão energético para a mobilidade urbana

10/10/2013 09:00
O professor Márcio de Almeida D'Agosto, da Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez no 19º Congresso da ANTP uma exposição a respeito da energia utilizada por em todas as formas de transporte do Brasil, considerando o transporte coletivo, caminhão de carga, automóvel. A apresentação ofereceu um quadro de como o Brasil consome energia para o transporte comparando-o com consumo de outros países.
A sessão contou com comentários de Guilherme Wilson, gerente de Operações e Mobilidade da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor); de Olímpio de Melo Álvares Júnior, da Cetesb, a agência ambiental do governo paulista, e do consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Paulo, engenheiro e professor Hélcio Raymundo.
Desafios. O coordenador da sessão foi o engenheiro e sociólogo Eduardo Alcântara Vasconcellos, presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente da ANTP. Segundo ele, a apresentação revelou os estudos que as universidades vêm fazendo em várias frentes para produzir um conhecimento brasileiro sobre o tema. Mostrou também que a questão que envolve mobilidade e meio ambiente não se resolverá apenas com mudanças no ônibus, havendo diversos outros aspectos a serem considerados, entre os quais estão o trânsito, os custos de diferentes insumos eo desfecho da discussão sobre para onde irão os subsídios no Brasil, se para o automóvel ou para o transporte público.
Vasconcellos assinalou que um ponto evidenciado pelo debate é que não haverá solução com um só tipo de energia para os ônibus, sendo necessário considerar a combinação de diferentes possibilidades. Há estudos feitos no Rio de Janeiro e outros em andamento em São Paulo que buscam comparar as energias possíveis.
"Podemos imaginar que no Brasil haverá três ou quatro tipos predominantes de energia, tais como o diesel tradicional, o híbrido diesel elétrico e, talvez, o ônibus a etanol. O ponto mais polêmico é o gás natural; o ônibus movido 100% a gás teve uma experiência muito negativa em São Paulo e isso, gerou uma rejeição. A saída parece ser combinar o gás natural com diesel, o que vem dando certo no Rio de Janeiro”, assinalou o especialista.
Ele concorda que possa haver a combinação, dentro de uma mesma frota, de diferentes soluções energéticas adequadas aos diferentes tipos de veículos, considerados aspectos como preço, durabilidade, garantia de fornecimento e também certa economia de escala.Como as características do ônibus variam muito em razão do tamanho e do peso, a tendência é que determinado tipo de energia ofereça melhores resultados para determinados tipo de veículo do que para outros."Pensando em termos de Brasil, é, sem dúvida, uma equação complicada e fascinante; porque teremos que avaliar o conjunto dos 120 mil ônibus existentes no País e buscar a combinação adequada”.
Liderança. Ficou claro no debate que a mudança do padrão energético para o transporte coletivo não pode ser conduzida exclusivamente pela indústria e nem ser descentralizado. "É importante a descentralização do poder, com a participação dos estados e dos municípios, mas há processos que o governo federal precisa conduzir. Não se trata de estabelecer proibições, nem de condicionar, mas precisa liderar”, disse Vasconcellos, acrescentando: "Se o Rio de Janeiro for por um caminho, São Paulo por outro, e outras unidades escolherem outra via, serão desenvolvidas soluções, mas certamente estará prejudicado o ganho de escala”.

Outro componente da questão é a economia das empresas operadoras, já que a mudança energética envolve a compra de veículos novos e mais tarde a possibilidade de revendê-los. "Se o processo dificultar muito a compra e dificultar também a revenda, a equação ficará muito complicada e haverá uma enorme resistência. No limite,seria necessário conceder uma tarifa muito superior ou subsidiar. Trata-se de um processo que deve envolver acordo com os operadores, e considerar também o que a sociedade deseja. Investimentos em veículos melhores terão um custo e isso não vai sair só da tarifa, será preciso haver outra visão sobre essa questão”, finalizou.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Metrofor terá empréstimo de R$ 1 bi

04/10/2013 - Diário do Nordeste
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou, durante sessão ordinária, ontem, o Projeto de Lei que dispõe sobre a autorização para o Governo do Estado contratar uma operação de crédito interno no valor de R$ 1 bilhão, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) ou Caixa Econômica Federal (CEF).

O contrato de empréstimo do valor de R$ 1 bilhão, segundo a justificativa do Governo, visa a implantação da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, projeto enquadrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, no chamado Mobilidade Grandes Cidades.

O Projeto de implantação da Linha Leste do Metrofor prevê, segundo a matéria, um sistema metroviário de alta capacidade, com extensão de 12,4 mil metros quadrados, aquisição de 20 trens urbanos elétricos (TUE´s), 13 estações, sendo 12 subterrâneas e uma em superfície.

"O objetivo deste projeto é possibilitar a ligação do Centro da cidade de Fortaleza e, por meio da integração intermodal, das cidades de Pacatuba, Maracanaú e Caucaia, à região da Avenida Santos Dumont, onde se encontram os principais polos comerciais e financeiros de Fortaleza, além de escolas e universidades, e à região da Avenida Washington Soares, que apresenta maior índice de crescimento da cidade", justifica a mensagem.

Depois de concluída, a Linha Leste, o Metrofor deverá transportar cerca de 400 mil pessoas por dia em 2020, chegando a 650 mil em 2050, com integração plena entre todas as linhas metroviárias planejadas e em execução.

Estudo diz que monotrilho de Manaus é inviável, e Justiça cancela licitação

Tiago Dantas
Do UOL, em São Paulo
31/10/201306h00

A Justiça Federal do Amazonas cancelou a licitação do monotrilho de Manaus, que foi planejado para a Copa do Mundo. A decisão judicial atendeu a um pedido do MPF (Ministério Público Federal), que encontrou quatro irregularidades no procedimento aberto pelo governo do Amazonas em 2010 para contratar a intervenção.

Estudo feito por CGU (Controladoria Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que o sistema de transporte estaria saturado pouco tempo após entrar em operação.
A licitação não atendia a todos os quesitos previstos em lei, segundo o procurador do MPF Jorge Medeiros. Para completar, a obra fere o tombamento do centro histórico de Manaus e desrespeita a Lei Nacional da Mobilidade Urbana.

Orçado em R$ 1,3 bilhão, o monotrilho teria financiamento federal e chegou a constar na Matriz de Responsabilidades. Sem chances de ficar pronta até junho de 2014, a intervenção foi excluída da lista de compromissos assumidos pelo governo para a Mundial. Novos prazos foram anunciados para 2015 e 2020.

Em sua decisão, o juiz Rafael Leite Paulo, da 3ª Vara Federal, escreveu que o monotrilho de Manaus é "uma obra com fortes e robustos indícios de vícios legais em seu projeto básico e no respectivo procedimento licitatório."

O governo do Estado do Amazonas informou que pretende recorrer até o fim da próxima semana. "O recurso está sendo elaborado a partir de manifestações técnicas da empresa autora do projeto do monotrilho e da Secretaria de Estado de Infraestrutura e tem como fundamento principal a tese de que não há vício no projeto", informou o governo.

Assim como Manaus, outras quatro cidades-sede que apresentaram projetos de monotrilho ou VLT (veículo leve sobre trilhos) para a Copa do Mundo tiveram algum problema para tocar as obras. São Paulo, por exemplo, retirou a Linha 17-Ouro da Matriz de Responsabilidades e pretende entregar um trecho da linha só em 2017.

Em Fortaleza, o MPF questionou as desapropriações feitas pelo governo. Em Cuiabá, a preocupação era evitar um gasto de cerca de R$ 1 bilhão com um projeto que não tinha a viabilidade comprovada. Em Brasília, a Justiça anulou a licitação por encontrar erros no processo de escolha das empresas que fariam o monotrilho.

As empresas contratadas pelo governo de Manaus para tocar a obra também enfrentam problemas em outras cidades. A CR Almeida entrou no consórcio que faz o VLT de Cuiabá. Já a Scomi, da Malásia, tem se envolvido em projetos com atrasos e polêmicas ao redor do mundo.

A companhia é responsável por uma rede de 20 quilômetros de monotrilho em Mumbai, na Índia. O sistema deveria estar pronto em dezembro de 2010, mas vem sofrendo sucessivos atrasos. A demora para entregar a obra não impediu a empresa de fechar outros negócios na Índia e em outros países em desenvolvimento.

A Scomi montou o primeiro monotrilho em Kuala Lumpur. Com inauguração prevista para 1998 e extensão de 17 quilômetros, a obra ficou pronta em 2003 e ficou com 8,6 quilômetros. Antes da Copa de 2010, na África do Sul, a empresa também tentou fazer um projeto em Joanesburgo. Parte do traçado acabou sendo substituído por corredores de ônibus.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Não é só a mobilidade: que faremos com a poluição?

Autor(es): Washington Novaes
O Estado de S. Paulo - 27/09/2013

Nas recentes discussões sobre "mobilidade urbana", custo dos congestionamentos para o usuário em tempo e horas de trabalho, baixo investimento em transporte de massa todas exacerbadas pela onda de protestos nas ruas -, tem merecido pouca atenção o tema do impacto da poluição do ar (agravado por todas essas causas) na saúde da população e no número de mortes, principalmente nas metrópoles. E foi essa exatamente a discussão sobre a "Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo", promovida no início da semana na Câmara Municipal de São Paulo, com base em pesquisa desenvolvida pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, coordenada pelos professores Paulo Saldiva e Evangelina A. Vormittag, ambos doutores em Patologia, com a participação de mais cinco pesquisadores.

É um trabalho sobre o qual deveriam debruçar-se os administradores públicos da cidade de São Paulo, de sua região metropolitana e de cada uma das cidades paulistas, tantas são as informações que podem orientar seu trabalho. A começar pela conclusão de que, se houvesse uma redução de 10% nos poluentes na capital entre 2000 e 2020, poderiam ser evitados nada menos que 114 mil mortes, 118 mil visitas de crianças e jovens a consultórios, 103 mil a prontos-socorros (por causa de doenças respiratórias), 817 mil ataques de asma, 50 mil de bronquite aguda e crônica, além da perda de atividades em 7 milhões de dias e 2,5 milhões de ausências ao trabalho. Em apenas um ano (2011) a poluição da atmosfera contribuiu para 17,4 mil mortes no Estado.

Ainda é tempo de refletir e mudar, pois, diz a pesquisa, o tráfego e a poluição explicam 15% dos casos de enfarte na cidade de São Paulo. Quem acha que o adensamento habitacional em certas áreas pode aumentar a mobilidade deve prestar atenção a esse mesmo estudo:"O aumento do tráfego em  4 mil veículos/dia numa via até a 100 metros da residência mostrou ser um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão". E tudo isso embora os programas de controle de poluição do ar por automóveis, implantados a partir da década de 1990, tenham levado a uma redução de 95%, assim como a 85% na de caminhões. Até os cinco primeiros anos desta década, a diminuição de 40% na concentração de poluentes evitou 50 mil mortes e gastos de R$ 4,5 bilhões com saúde - além da redução no consumo de combustíveis e na emissão de poluentes.

Mas, apesar das evidências, ainda prevalece, aqui e no mundo, uma situação dramática. A cada ano, em uma década, 2 milhões de pessoas morreram vitimadas pela poluição do ar em todos os continentes - uma década antes foram 800 mil. E, segundo os pesquisadores, a poluição do ar "deve se tornar a principal causa ambiental de mortalidade prematura". Com a preocupação adicional, para nós, de que as médias anuais de poluição em todas as estações paulistas onde se coletam dados estiveram, em todos os anos, em 20 a 25 microgramas por metro cúbico de ar, acima do padrão de 10microgramaspormetro cúbico de ar, que é o da Organização Mundial da Saúde. Em São Paulo, o índice é de 22,17 microgramas. E a poluição não é só de material particulado, mas também de ozônio.

Com frequência o noticiário informa que na Região Metropolitana de São Paulo um terço dos veículos não passa por inspeção - e são exatamente os mais antigos, mais poluidores. Mesmo assim, a implantação do controle na capital reduziu em 28% as emissões de material particulado. Se fosse estendida a toda a área metropolitana, poderia evitar 1.560 mortes e 4 mil internações, além de levar a uma redução de R$ 212 milhões nos gastos públicos. Outro dado impressionante da pesquisa: se todos os ônibus a diesel usassem etanol, seria possível reduzir em 4.588 o número de internações e em 745 o número anual de mortes por doenças geradas/agravadas pela poluição. E o sistema de metrô reduz em R$ 10,75 bilhões anuais os gastos com a poluição.

Já passou da hora de implantarmos sistema semelhante ao da Suécia, onde é limitado o número de anos (20) em que um veículo pode ser usado, para não agravar a poluição. Por isso mesmo o comprador de um carro novo já paga uma taxa de reciclagem; e o respectivo certificado passa de proprietário em proprietário; o último, ao final de duas décadas, pode receber a taxa de volta.

Também não há como fugir à questão: que se vai fazer, em matéria de mobilidade e poluição, se continuamos a estimular, com isenção de impostos e outros benefícios, o aumento da frota de veículos (hoje, no País todo, mais de 3 milhões de veículos novos a cada ano)? Eles respondem por 40% das emissões totais, enquanto ao processo industrial cabem 10%. E os veículos respondem por 17,4mil mortes anuais nas regiões metropolitanas paulistas - 7.932 na de São Paulo e 4.655, só na capital. Ou seja, a cada seis anos morre uma população equivalente à de uma cidade de 100 mil pessoas em consequência da poluição.

O professor Ricardo Abramovay, da USP, lembra (Folha de S.Paulo, 13/7) que nossas emissões do setor de transporte devem dobrar até 2025, como prevê a Agência Internacional de Energia. E o professor Paulo Saldiva afirma, em entrevista ao site EcoD, que "a poluição em São Paulo é um tumor maligno". Apesar de tudo, o patologista -um dos coordenadores da pesquisa discutida esta semana -considera-se "otimista, porque ninguém muda para melhor ou repensa seus hábitos se não tiver algum tipo de problema antes (...). As doenças costumam fazer as pessoas saírem da zona de conforto. Como estamos insatisfeitos, talvez estejamos criando as bases para melhorar a cidade". E o problema central, sob esse ângulo - acentua ele -, não é o da mobilidade, pois, "se a frota de carros elétricos correspondesse a 100% da existente, melhoraria a questão da poluição, mas não a da mobilidade".

Oxalá a realidade das pesquisas faça governantes e governados se moverem de forma mais adequada.

Traçado do VLT da Baixada Santista

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Prometer é fácil, é só falar. Cumprir é outra coisa. Pena que só fica na cabeça do povão a promessa.

Governo recua na promessa de R$ 50 bi para mobilidade
18/10/2013 - Valor Econômico
O governo federal recuou parcialmente de promessa feita pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho e não se compromete mais com investimentos adicionais de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas grandes cidades até o fim de 2014. Dilma havia feito o anúncio como resposta à onda de protestos que teve a qualidade dos transportes públicos como um dos estopins.

Ontem, durante divulgação de novo balanço quadrimestral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os dois ministros responsáveis por receber as demandas de Estados e municípios para obras como linhas de metrô e corredores exclusivos de ônibus reconheceram que não há uma previsão clara de como e quando esses investimentos serão feitos. A explicação de Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) é que faltam projetos de engenharia e estudos de viabilidade econômica em quantidade suficiente para usar os recursos anunciados. Também lembraram o fato de que os próprios governos estaduais e municipais têm alegado dificuldades para executar várias obras simultaneamente.

"Não podemos achar que, em um piscar de olhos, essas obras ficarão prontas", disse Miriam. Ribeiro acrescentou que não havia mais grandes investimentos em mobilidade no país e, no momento de retomá-los, perceberam a carência de projetos na prateleira. "Daí porque não temos como fazer uma previsão (de liberar recursos)", resumiu o ministro. Ele diz, porém, que sua pasta tem conversado "diariamente" com prefeitos e governadores para tirar o atraso.

Miriam informou que a União recebeu demandas de R$ 84,4 bilhões até agora, mas ressaltou: "Parte considerável não possui projetos". Ela listou critérios do governo para priorizar os pedidos levados a Brasília por Estados e municípios. Empreendimentos de alta e média capacidade (como metrô e BRT), que atendam áreas com população de baixa renda e tenham integração com outros modais saem na frente.

Segundo a ministra, foi possível selecionar 23 empreendimentos até agora, que se transformaram em anúncios de R$ 13,4 bilhões. Eles envolvem investimentos como corredores de ônibus no município de São Paulo, o monotrilho do ABC Paulista, o sistema de veículos leves sobre trilhos (VLT) da zona portuária do Rio de Janeiro e linhas de metrô em Salvador e Porto Alegre - parte das obras não têm sequer editais de licitação publicados e o anúncio é apenas um compromisso futuro de liberar verbas.

Já estão sendo liberados, conforme informou Miriam Belchior, outros R$ 169 milhões para a elaboração de projetos de engenharia (básicos e executivos) e estudos de viabilidade técnica-econômica de 19 empreendimentos. A expectativa do governo é que esses estudos e projetos venham a alavancar obras de mobilidade urbana orçadas preliminarmente em R$ 7 bilhões.

Miriam deixou claro que é impossível, diante de todas as limitações, liberar efetivamente até o fim de 2014 os R$ 50 bilhões prometidos. Ela também evitou fazer uma estimativa de quanto disso será em recursos a fundo perdido do Orçamento Geral da União (OGU) e quanto será em financiamentos a taxas privilegiadas, com recursos do FGTS, via Caixa Econômica Federal (CEF).

Para ilustrar como muitas cidades estão com dificuldade em contratar mais obras, a ministra relatou uma conversa que teve com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Ele teria dito que a capital mineira não tem como iniciar novas intervenções urbanas, que fecham vias e causam transtornos à população, até meados de 2014. "Depois que fica pronta, todo mundo fica feliz, mas uma obra de mobilidade urbana mexe com a vida das cidades", afirmou Miriam. Entre pedidos estaduais e municipais, a região metropolitana de Belo Horizonte apresentou demandas de R$ 7,4 bilhões ao governo, que contemplam corredores de ônibus e duas novas linhas de metrô.

O balanço do PAC divulgado ontem foi o primeiro após as manifestações. O relatório anterior havia sido publicado no dia 10 de junho, às vésperas do início dos protestos. Desta vez, houve mais espaço à descrição de ações oficiais para aumentar investimentos em transportes coletivos.

Durante a entrevista, os ministros chegaram a expor slides com fotografias de uma obra do metrô de São Paulo - a extensão da Linha 5-Lilás - que é tocada pelo governo estadual de São Paulo, do PSDB. Parte do financiamento é do BNDES. Também foram mostradas as obras da Linha 17-Ouro, o monotrilho da zona sul, que ligará o aeroporto de Congonhas ao metrô. Para construí-lo, o governo paulista tomou empréstimo da CEF, mas não há recursos federais a fundo perdido. Questionada sobre isso, Miriam explicou que há suporte financeiro da União nesses empreendimentos e fez questão de lembrar sua passagem como secretária municipal em Santo André (SP), no início da década passada. "Não tínhamos nenhum apoio."

Governo acena com prorrogação do IPI menor para carro zero

UOL 17/10/201312h57
Ricardo Ribeiro
Colaboração para o UOL, em Anápolis (GO)

O governo federal acenou com a possibilidade de prorrogar a redução da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros novos até 2014. O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse nesta quinta-feira (17) que "é muito provável" que o governo atenda o pedido das montadoras de estender a validade das cotas atuais até março do próximo ano.

"A decisão é do Ministério da Fazenda, mas eu acredito que [o IPI com alíquota reduzida] deve ser prorrogado. Depende do governo ter atingido as metas fiscais, mas é muito provável. De qualquer forma, o ministro [da Fazenda] Guido [Mantega] informará a decisão a tempo", afirmou Pimentel.

Se confirmada a manutenção do nível atual do IPI, esta será a terceira vez consecutiva em que a recomposição do imposto será suspensa. Em 31 de março (relembre aqui), o ministro Guido Mantega já havia decidido segurar duas sequências de elevação programadas para abril e julho.

Com IPI menor, as faixas de tributação válidas até o final deste ano -- e que agora "correm o risco" de ser prorrogadas até 2014 -- são:

Carros até 1 litro -- IPI de 2%
De 1 a 2 litros com motor flex -- IPI de 7%
De 1 a 2 litros a gasolina -- IPI de 8%
Acima de 2 litros com motor flex -- 18%
Acima de 2 litros a gasolina -- IPI de 25%
Utilitários -- IPI de 2%

Caso a alíquota integral volte, por exemplo, carros "mil" voltarão a recolher 7% do IPI.
A governo justifica a cobrança reduzida de imposto afirmando que com bom nível de vendas as montadoras instaladas no país sustentam o crescimento da economia nacional -- e por consequência o controle da inflação e o aumento do PIB. Com a decisão de março, a Anfavea (Associação das fabricantes de carros instaladas no país) apontaram previsão de alta nas vendas para 2013 para algo entre 4% e 5% em relação a 2012 (antes, com expectativa de aumento, a previsão era de crescer entre 3,5% e 4,5%). Em 2012, ano em que a cobrança de imposto chegou a ser zerada para algumas faixas de carros, os emplacamentos bateram recorde de 3,8 milhões de unidades.

É bom lembrar que apesar dos bons números já registrados ao longo de 2013, e do ritmo elevado de lançamentos nos últimos meses do ano, a venda de carros está em queda no mês de outubro.

Observação do TRANSURBPASS: O governo federal insiste na política equivocada de fomentar o uso do automóvel nas cidades, através do incentivo de IPI reduzido na compra de automóveis. A estratégia de não aumentar os preços da gasolina para conter a inflação é outra política equivocada e demagógica, pois está falindo a Petrobrás e reforçando o uso de automóveis. Com as ruas lotadas de carros os congestionamentos tendem a aumentar, prejudicando o transporte público.

MPE conclui 1ª caixa de monotrilho da Linha 17 de SP

A MPE concluiu a primeira caixa do monotrilho da Linha 17-Ouro de São Paulo. A empresa, juntamente com a malai Scomi, será responsável pela fabricação dos 24 trens de monotrilho para a linha, que vai ligar o aeroporto de Congonhas ao Morumbi. Nesta quinta-feira (26/09), o presidente do Metrô de São Paulo, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, fará uma visita na fábrica do grupo, que foi inaugurada no final de fevereiro deste ano, no Distrito Industrial de Palmares, em Paciência, às margens da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro (MPE reabre fábrica para produzir monotrilhos), para conhecer a linha de montagem.

Os carros do monotrilho são de alumínio. O primeiro carro de monotrilho virá da Malásia e todos os demais serão produzidos no Rio. Os primeiros carros fabricados no Brasil devem ficar prontos ainda em 2013. Cada trem de monotrilho é composto por três carros e cada carro tem capacidade para transportar cerca de 150 pessoas.

As obras de via da Linha 17 estão em andamento. Segundo o presidente do metrô, parte da via deve ficar pronta em abril de 2014, e com isso será possível fazer os testes dinâmicos dos carros na via. A construção das estações da Linha 17 também está prevista para iniciar no ano que vem.

A fábrica tem 41 metros quadrados de área, sendo 10 mil metros quadrados de galpões, onde serão montados os veículos. Foram investidos R$ 30 milhões. Essa é a segunda fábrica de monotrilhos do país e tem capacidade para produzir seis monotrilhos por mês e espaço para estocar 15 carros. A planta industrial está instalada na área da antiga fábrica da Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), desativada há mais de 10 anos. A fábrica da EBE, antiga empresa de montagem industrial, pertencia à MPE desde 1991, mas estava desativada, servindo com o depósito.

Monotrilho da Linha 15-Prata

Será entregue nesta quinta-feira (26/09) o primeiro carro pronto do monotrilho da Linha 15-Prata, que ligará a Vila Prudente a Cidade Tiradentes. O carro do monotrilho será entregue no

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Segundo Aeromovel chega a Porto Alegre


15/10/2013

O segundo veículo do Aeromovel chegou na manhã desta segunda-feira (14/10) a Porto Alegre e já começou a ser instalado na via. Os testes estáticos, acondicionamento e verificação de sistemas, serão feitos assim que o veículo estiver totalmente montado na via, a montagem e os testes deverão levar cerca de duas semanas.  Após os testes estáticos, o A200 passará pelos testes dinâmicos, ainda sem passageiros e fora do horário de operação.

Os veículos foram fabricados pela T´Trans. O sistema opera em uma via elevada  de 814 metros entre a estação Aeroporto da Trensurb e o aeroporto Salgado Filho. A linha conta com duas estações de embarque e o percurso leva dois minutos.  A linha opera experimentalmente com um veículo com capacidade para 150 passageiros, das 10h às 16h, em dias úteis, sem cobrança de passagem.

Segundo a Trensurb, desde o início da circulação experimental, em 10 de agosto, mais de 57 mil pessoas já foram transportadas em mais de três mil viagens do Aeromovel. A operação comercial deve começar em novembro. Os dois veículos funcionarão alternadamente, conforme a demanda. O projeto é orçado em R$ 37,8 milhões.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Trem para aeroporto de Cumbica começa a ser construído

Com atraso de seis meses, as obras da Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) receberam aval do governo do Estado nesta segunda-feira, 23 de setembro, para serem iniciadas. O ramal ligará a cidade de São Paulo ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Região Metropolitana.

Em evento na Estação Palmeiras-Barra Funda, na zona oeste, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou a ordem de serviços para que a construção comece. Ele prometeu a entrega da linha, com quase 12 km de comprimento e três estações, para 2015.

No fim do ano passado, o tucano havia afirmado que as obras começariam em março deste ano e que durariam 18 meses, até por volta de setembro de 2014.

"Nós estamos pensando em fazer a composição deles com o layout com espaço maior, para alguém que queira carregar uma mala de chão, e estamos analisando a possibilidade de colocar um bagageiro leve sobre os assentos. Não é um bagageiro pesado para mala como de avião, mas uma pasta de mão", disse o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

De acordo com ele, a ideia é atrair executivos para voos de cerca de uma hora, como os que seguem para o Rio e Brasília. A Linha 13 deverá transportar 120 mil passageiros por dia, segundo a CPTM. Para ser construída custará R$ 2,1 bilhões, valor que inclui a compra dos oito trens.

A Estação Aeroporto Internacional de Guarulhos ficará suspensa sobre o canteiro da Rodovia Hélio Smidt e será conectada ao aeroporto por meio do terminal 4, o "puxadinho", o menos movimentado dos três já abertos. Esse terminal é fisicamente desconectado de todos os demais. Para sanar o problema, a concessionária de Cumbica, a GRU Airport, prometeu construir um "people mover" para transportar gratuitamente os passageiros entre os terminais. Ainda não se sabe se será um monotrilho ou um veículo leve sobre trilhos (VLT).

Fernandes disse que a escolha desse local -- e não as imediações dos terminais 1 e 2 ou do futuro terminal 3, que será o maior -- se deve ao fato de que a GRU Airport tem intenção de construir ali um shopping center, com fast food e serviços. "Ali na frente do terminal 4, nós vamos fazer uma asa de acesso direto para Guarulhos. Então, a população, através da estação, vai ter acesso ao aeroporto, para fazer uso de cinemas, shopping."

Os funcionários do aeroporto também devem ser beneficiados, já que hoje contam só com ônibus lotados nos horários de pico para conseguir chegar de transporte público a Cumbica. Trabalham no local cerca de 38 mil, número que deve ultrapassar os 40 mil com a inauguração do terminal 3 no ano que vem.

Linha 9-Esmeralda.
No mesmo evento, Alckmin autorizou o início das obras de extensão da Linha 9-Esmeralda até a Estação Varginha, na zona sul da capital. Hoje, esse ramal para em Grajaú. Serão mais duas estações: a intermediária se chamará Mendes-Vila Natal (esse último nome foi acrescentado à nomenclatura original do projeto).

A construção, somada à compra das composições e materia de sinalização, custará R$ 633 milhões e ficará pronta, segundo Alckmin, no fim de 2014, ainda durante o seu mandato. O governo prevê que 110 mil pessoas por dia utilizem as duas novas estações. A extensão do ramal será de 4,5 km.