terça-feira, 26 de agosto de 2014

Conta de energia será salgada para os metrôs em 2015

26/08/2014
CPTM prevê aumento de sua despesa de R$ 105 milhões para R$ 150 milhões

Os últimos reajustes nas tarifas de eletricidade autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), superiores à inflação, combinados ao alto preço da energia no mercado livre pressionarão fortemente, em 2015, os custos das empresas metroferroviárias, consumidores eletrointensivos. Segundo o diretor-presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Bandeira, a conta de luz deve saltar dos atuais R$ 105 milhões para cerca de R$ 150 milhões, porque o contrato que a empresa tem com a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) vence em abril.

"Tentamos renovar, mas a Cesp já nos informou que não tem como fornecer o volume de energia que precisamos e as outras distribuidoras também não têm como nos fornecer. Teremos que fazer um pregão no mercado livre e, como os preços estão muito altos, estamos preparados para ter um aumento de custo de 40% a 50% com a conta de luz", afirmou.

Segundo o executivo, a empresa trabalha com uma curva declinante nos preços da energia no longo-prazo, mas, para os próximos dois anos, o cenário não é promissor. "A CPTM sofrerá com o período caótico de energia e de custos elevados. Já no vermelho, teremos um prejuízo ainda maior", disse Bandeira, após participar de painel sobre o tema no VI Brasil nos Trilhos, na semana passada.

O presidente da ViaQuatro, Luís Valença, também ressaltou que a operadora sofrerá um "enorme impacto no custo da energia elétrica" em 2015. A empresa fez projeções dos gastos com o insumo, de acordo com as chamadas bandeiras tarifárias que serão aplicadas pela Aneel em 2015, e o resultado não foi tranquilizador.

O órgão regulador irá aferir as tarifas pela bandeira verde  sem acréscimo  quando as condições forem favoráveis à geração de energia. Em condições menos favoráveis, a bandeira amarela será acionada e a tarifa sofrerá acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilo-watt-hora (kWh) consumidos. E, se piorarem as condições ainda mais, a tarifa sofrerá acréscimo de R$ 3 para cada 100 kWh consumidos. "No caso da bandeira amarela, o custo da energia elétrica será 27% maior para a ViaQuatro em 2015", explicou Valença.

Mesmo com a ViaQuatro considerada a empresa mais moderna do setor, o executivo destacou que as medidas de economia adotadas como a utilização de luz natural, motores com melhor aproveitamento e geração de energia pelo sistema de frenagem não serão suficientes para evitar a pressão do reajuste sobre os custos da companhia.

"Se acontecer a bandeira vermelha, essa despesa vai saltar de 17% para 22% do nosso custo operacional", exemplificou.

Setor defende novo modelo de medição
O setor metroferroviário voltou a intensificar pedidos junto à Aneel para que seja revista a Resolução n° 414/2010, que obriga a medição individualizada por subestação utilizada. Como a operação dos trens necessita da energia distribuída por várias subestações, as empresas defendem a contratação integralizada, cuja tarifa é calculada com base na média da carga utilizada.

"Somos um consumidor que produz em movimento. Logo, não se pode aplicar ao nosso setor a mesma forma de cobrança que se aplica a uma indústria que produz no mesmo lugar", defendeu o presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores

Primeira composição de VLT é embarcada para Natal

No Minuto - Natal/RN - HOME - 04/08/2014 - 18:23:11Assessoria/CBTU
Foram adquiridas 12 composições de VLT e 2 locomotivas. As locomotivas já estão no pátio da CBTU.
A Superintendência de Trens Urbanos de Natal receberá nos próximos dias a primeira composição de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), adquirida pela CBTU, com investimentos de R$154 milhões de reais, disponibilizados pelo Governo Federal, por meio do PAC Equipamentos, para a modernização do material rodante que opera no sistema de trens urbanos do Estado.

Através desses investimentos, foram adquiridas 12 composições de VLT e 2 locomotivas. As locomotivas já estão no pátio da CBTU, em fase de testes, e a primeira composição de VLT, fabricada pela empresa Bom Sinal, situada em Barbalha-CE, foi embarcada com destino a Natal nesta segunda-feira (4) e deve chegar à capital potiguar ainda esta semana.

João Maria Cavalcanti, superintendente regional da CBTU, destaca que “com a implantação do sistema de transporte ferroviário na Região Metropolitana de Natal, destacando o VLT como indutor da mobilidade urbana, as pessoas vão se deslocar de maneira muito mais confortável, rápida e econômica, pois não há previsão de aumento da tarifa. O valor do transporte continuará R$ 0,50, sendo um incentivo para que as pessoas deixem seus carros em casa e passem a andar de VLT”.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Frota cresce mais rápido que estrutura viária


ANDRÉ MONTEIRO
Construir mais vias não vai resolver congestionamentos, diz ANTP, que defende melhoria do transporte coletivo

Associação Nacional de Transportes Públicos fez pesquisa em 438 cidades que têm mais de 60 mil habitantes

A frota de veículos nas maiores cidades do país cresceu bem mais que a estrutura viária nos últimos anos.

De 2003 para 2012, enquanto a frota aumentou 92%, a extensão de ruas subiu 16%.
A informação é de pesquisa inédita da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), que comparou dados de 438 municípios com mais de 60 mil habitantes.

A entidade usou dados oficiais para estimar a frota que efetivamente está em circulação e a quilometragem do sistema viário. O cálculo é baseado no tamanho e no crescimento das cidades e não inclui novas obras como de viadutos, por exemplo.

Segundo o engenheiro e sociólogo Eduardo Vasconcellos, coordenador do trabalho, a malha viária já está estabelecida e cresce conforme o aumento da população.

Com isso, a explosão da frota, principalmente de carros (70%) e motos (209%), explica os congestionamentos cada vez maiores nos grandes centros e que já chegam também ao interior do país.

Um aumento de 5% da frota causa um impacto muito maior no trânsito, pois a relação entre fluxo e tempo de percurso não é linear. Em cinco ou seis anos a cidade entope , diz Vasconcellos.

Ele avalia que a experiência nos países mostra que a saída não passa por gastar milhões para abrir mais ruas e avenidas, que inevitavelmente vão lotar. Cita como exemplo a cidade de Los Angeles, nos EUA, que tem grande quantidade de vias expressas mas sempre figura entre as campeãs de lentidão.

O caminho, diz, é fomentar o transporte coletivo e, principalmente, acabar com o estímulo oficial concedido ao transporte individual --como a redução de impostos para a compra de novos veículos e subsídio à gasolina.

A pesquisa aponta que a gasolina subiu 38% em dez anos, menos que a inflação de 160% do INPC/IBGE.

Descontando o gasto com a compra e manutenção, o custo de usar o carro em um mesmo deslocamento é equivalente à tarifa do transporte público nas nossas cidades. Na Europa, essa relação é de cinco vezes , diz.

Para Vasconcellos, a melhoria do transporte coletivo é urgente, mas enquanto o custo de usar o carro for igual ao ônibus, a maioria das pessoas vai ficar no carro .

Ceará marca leilão para conclusão de VLT

23/07/2014
O governo do Ceará, por meio da Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra), receberá no dia 11 de agosto as propostas para a conclusão das obras civis do ramal Parangaba-Mucuripe, em Fortaleza. O sistema já atinge 50% de execução e será operado por Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A licitação será do tipo menor preço e a contratação será feita mediante o uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que permite contratações públicas mais rápidas para obras beneficiadas com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O leilão presencial será realizado às 15h, na Comissão Central de Concorrência, situada na Procuradoria Geral do Estado – PGE.

Para basear seus preços, as empresas interessadas podem solicitar na Seinfra as planilhas de quantitativos, cronograma físico-financeiro, projetos da obra e especificações técnicas. O material, segundo a secretaria, deve ser disponibilizado também no site www.seinfra.ce.gov.br ainda hoje (23/07).

Segundo a Seinfra, uma vez escolhida a empresa, passam a ser analisados os documentos de habilitação. Se inabilitada, será vista a proposta subsequente. Os serviços de conclusão de todo o trecho do VLT devem estar prontos num prazo de 18 meses a partir da assinatura da Ordem de Serviços.

O ramal Parangaba-Mucuripe é visto como uma importante contribuição para melhorar a mobilidade urbana em Fortaleza. Quando pronto, terá 12,7 km de extensão, sendo 11,3 km em superfície e 1,4 km em elevado. O VLT cruzará 22 bairros e beneficiará cerca de 100 mil pessoas por dia.

O sistema estava previsto para ser concluído antes da Copa do Mundo, mas, com obras atrasadas, teve o contrato com as construtoras suspenso no começo de junho. A obra está orçada em R$ 276,9 milhões.

Canoas: Propostas para os trechos 2 e 3 do aeromóvel aprovadas pela União

Fonte: Prefeitura de Canoas
A Portaria 389, do Ministério das Cidades, publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (21), mostra que a proposta encaminhada pela Prefeitura, a respeito da construção dos trechos 2 e 3 do aeromóvel, foi contemplada na seleção feita pelo órgão federal. A aprovação significa a liberação de recursos federais na ordem de R$ 9 milhões, para a elaboração de estudos e projetos do esquipamento de transporte de passageirso com energia limpa.

O prefeito Jairo Jorge avalia a liberação do recurso como mais um passo para concretizar as três linhas do aeromóvel em Canoas. “Somente com o estudo completo poderemos viabilizar as três etapas da obra de uma só vez. Temos previsão de contratação da empresa executora até o final do ano, por isso é fundamental termos os projetos”, diz o prefeito.

Primeiro trecho
O primeiro trecho do aeromóvel a ser construído em Canoas já tem R$ 272 milhões garantidos do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-Mobilidade Médias Cidades). A diferença de R$ 45 milhões no valor apresentado, no final do estudo do projeto, está sendo negociada com a União. O próximo passo será o encaminhamento da licitação para as obras.

De acordo com o anteprojeto, nessa etapa serão construídos 5,9 quilômetros do percurso do aeromóvel, ligando a Estação Mathias Velho da Trensurb à Avenida 17 de Abril, no Bairro Guajuviras. Nessa extensão, estão previstas nove estações.

Trecho dois e três
O trecho 2 do aeromóvel em Canoas, de três quilômetros, ligará a Estação Mathias Velho da Trensurb ao final da Avenida Rio Grande do Sul, no mesmo bairro. O trecho 3 partirá do entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, passando por Inconfidência e Sete Povos, até a Praça do Avião, em um total de cinco quilômetros. Esses dois trechos são os que tiveram a seleção divulgada no Diário Oficial nesta segunda-feira.

Transporte sustentável
O aeromóvel é um meio de transporte sustentável e automatizado. O veículo é movimentado por ventiladores industriais de alta potência, através de uma “haleta” ou “vela”, localizada dentro da via elevada, e não prejudica o trânsito de outros veículos.

O percurso do primeiro trecho do aeromóvel será feito em torno de 12 minutos, entre as estações dos bairros Mathias Velho e Guajuviras, em uma velocidade média de 25,74 quilômetros por hora. Em cada trajeto, serão transportados 5,6 mil usuários sentados por hora. De ônibus, esse mesmo percurso demora cerca de 30 minutos.

Crédito da notícia: Jornalista Luiz Roese – MTE 11631

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Museu do Trem sobrevive no anonimato, no RJ



25/07/2014 - O Globo
Ofuscado pela imensidão do interditado Estádio Engenhão, o barulho do vai e vem de carros na Rua Arquias Cordeiro e, ironia do destino, o ranger dos trilhos da Supervia, o Museu do Trem sobrevive no Engenho de Dentro quase no anonimato. Fundado em 1984, fechado duas décadas depois para a construção do estádio (erguido no terreno do museu) e reaberto no ano passado, o espaço recebe poucos visitantes e tem uma rotina tranquila, como a das máquinas que repousam em seu acervo — mas que outrora já transportaram reis, imperadores e diversas autoridades.

— Temos uma média de 30 a 40 visitantes. O Museu do Trem sempre esteve aqui, mas o que nos falta é divulgação. Precisamos ser incluídos nos principais roteiros turísticos organizados pela prefeitura e Estado. Além de precisarmos de uma reforma, para dar um aspecto melhor ao prédio, pois as pessoas passam por aqui e acham que o museu está abandonado. Outros acham que o museu nem está aberto — afirma Bartolomeu Homem d’El-Rei Pinto, historiador e diretor do museu.

Por exemplo, o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista — mesmo maior em tamanho e peso histórico —, recebe uma média de 300 visitantes por dia.

Além de Bartolomeu o local só possui outro funcionário, Flávio Duarte Macedo, que ajuda na manutenção. O diretor é o responsável pelas visitas guiadas. A entrada é gratuita e o horário de funcionamento vai das 10h às 16h, de segunda a sexta (exceto feriado).

Hoje com o nome oficial de Casa do Patrimônio Ferroviário do Rio de Janeiro, o Museu do Trem passou a ser administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional, o Iphan, após a extinção da Rede Ferroviária Federal S.A., em 2007.

— Nasci em Ilhéus, litoral sul da Bahia, e em frente à minha casa sempre passava uma “Maria-Fumaça”, pela qual eu era apaixonado. Trabalho no Iphan há 30 anos. Assim que o museu passou a ser administrado pelo orgão comecei a lutar para reabri-lo — conta Bartolomeu.

ACERVO INCLUI CARROS E OBJETOS
Um exemplo da importância do acervo do Museu do Trem é o fato de a primeira locomotiva que circulou no Brasil, em abril de 1854, estar no galpão do Engenho de Dentro. Trata-se da Baroneza (grafada com “z”, de acordo com a época). O nome foi dado em homenagem à Maria Joaquina Machado de Souza, esposa do Barão de Mauá, o responsável pela construção da primeira estrada de ferro do Brasil. Outra relíquia do século 19 é o carro imperial.

— Ele era utilizado pelo imperador Dom Pedro II para ir à residência de verão em Petrópolis. Foi fabricado na Bélgica, em 1886, já no fim do governo do monarca (destituído do poder três anos depois com a proclamação da república). No nosso acervo, também há um carro usado pelo Rei Alberto, da Bélgica, em sua visita ao Brasil, na década de 1920, quando ele foi a Minas Gerais inspecionar extração de ouro — explica Bartolomeu d’El-Rei.

O vagão utilizado pelo presidente Getúlio Vargas é outro destaque do museu, que não fica apenas nos trens, mas apresenta vários objetos ligados à história ferroviária.

— Todo o nosso acervo é original. Exibimos faróis de locomotivas, relógios de estações, equipamentos mecânicos para trens e para a construção das ferrovias — diz o diretor.

Novo lote de trens comprados da China chega ao RJ

O terceiro lote de trens chineses adquiridos pelo governo carioca chegou nesse domingo ao Porto do Rio de Janeiro para atender os ramais de trens da SuperVia. São quatro novas composições, com quatro vagões e capacidade para transportar cerca de 1,2 mil passageiros cada uma.

Antes de começar a operar, o novo lote passará pela primeira inspeção no porto e, em seguida, seguirá para Deodoro, onde será submetido a simulações e testes estáticos e dinâmicos. A previsão é que os novos trens comecem a circular na semana que vem. Durante uma semana, eles circularão das 10h às 15h no ramal de Deodoro até que sejam inseridos à grade regular do sistema ferroviário.

Os novos modelos contam com ar-condicionado, sistema automático de detecção de descarrilamento e telas de LCD nos vagões, além de circuitos interno e externo de TV, que permitem ao condutor a visualização das plataformas e o interior dos trens. O sistema de segurança inclui um mecanismo que não permite a abertura das portas durante as viagens.

A Supervia, concessionária que administra o serviço ferroviário, atende a cerca de 640 mil passageiros por dia. De acordo com a secretária estadual de Transportes, Tatiana Carius, a SuperVia vai aumentar significativamente o número de lugares com a aquisição das novas composições. “Os novos trens chineses superaram as nossas expectativas. Com os 70 trens, vamos gerar 840 mil novos lugares por dia na Supervia”, explica. 

A recuperação do sistema ferroviário teve início em 2009 com a aquisição de 30 trens, todos em operação. Até o fim de 2013, mais 70 novas composições foram compradas pelo estado. Segundo o governo do estado, três comboios estão em fase final de testes e, até dezembro, um lote de quatro trens vai desembarcar no Rio a cada mês.

Lucélio diz que BRT deve ser licitado em 15 dias e primeiro VLT já chega em agosto

  • Paraíba - João Pessoa/PB - BRASIL - 25/07/2014 - 23:35:07
O ex-superintendente da CBTU, Lucélio Cartaxo (PT) afirmou em entrevista ao Sistema Arapuan que o prefeito Luciano Cartaxo (PT) deve licitar o BRT em 15 dias. De acordo com ele, no próximo mês a Paraíba estará recebendo o primeiro Veículo Leve sobre Trilho (VLT).

Nós temos aqui em João Pessoa um problema serio na questão de mobilidade urbana e temos hoje um projeto e tive informações com o prefeito Luciano Cartaxo, que na próxima semana, possivelmente nós próximos 15 dias estará licitando o BRT, avisou.

De acordo com ele, o investimento é deve chegar a mais de 200 milhões incluindo o quinto corredor que é o da Avenida Tancredo Neves. Ele ainda afirmou que o primeiro VLT deve chegar ao Estado no próximo mês.

Segundo informações que teve com o atual superintendente da CBTU, Vlado Macedo, houve um pequeno atraso, mas no próximo mês estaremos recebendo o primeiro VLT e uma série de outros que esta vindo a Paraíba, avisou.

Wagner Mariano

CBTU Natal receberá o primeiro VLT

05/08/2014
A CBTU de Natal receberá nos próximos dias a primeira composição de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O veículo, fabricado pela empresa Bom Sinal, deixou de carreta a cidade de Barbalha (CE), a cerca de 600 quilômetros de Natal, nesta segunda-feira (04/08).  Este é o primeiro dos doze VLTs adquiridos para o sistema potiguar.

O investimento é de R$ 154 milhões, disponibilizados pelo governo federal, por meio do PAC Equipamentos, para a modernização do sistema de trens urbanos do Rio Grande do Norte.
Foram adquiridas 12 composições de VLT e 2 locomotivas. As locomotivas, fabricadas pela Progress Rail/MGE, já estão no pátio da CBTU, em fase de testes.

Transporte Fretado: vilão ou solução? (Ponto de vista)

Maria Ligia Nakamura Guillen Vianna
ANTP 09/07/2014
Ensaio crítico apresentado no curso de Gestão de Mobilidade Urbana da ANTP

O transporte fretado já foi um assunto em alta, mas atualmente não tem sido discutido com tanta frequência, dando lugar a outros aspectos relacionados à Mobilidade Urbana, como a priorização do transporte público e dos modos não-motorizados. Todavia, é um assunto bastante pertinente, especialmente para cidades de médio porte. Em regiões metropolitanas o transporte fretado foi tratado como vilão. Isso porque, graças a ele muitas pessoas de outros municípios ou de outras regiões metropolitanas conseguem acessar diariamente os grandes centros urbanos, modificando a escala das relações de deslocamento entre moradia e trabalho. Nesse sentido, o município de São Paulo tornou-se caso emblemático ao proibir a entrada dos ônibus fretados. Na época isso causou grandes transtornos ao sistema de transporte público ? ônibus, metrô e trens - dado que houve uma sobredemanda de usuários que antes era atendida pelo transporte fretado e que foi obrigada a utilizar a rede pública existente. No caso específico de São Paulo, a proibição dos fretados foi ao mesmo tempo benéfica e maléfica: benefíca para o sistema viário, que deixou de ser ocupado por esses ônibus; maléfica aos usuários do transporte público coletivo já saturado, que ficou ainda mais sobrecarregado.

Isso nos leva à seguinte reflexão: proibir os ônibus fretados é a solução a ser adotada? Como os municípios devem encarar esse assunto?

Embora tenha seus pontos positivos e negativos, não se pode ignorar a função do transporte fretado nas cidades de médio porte, onde a lógica de funcionamento é diferente e interfere na rede de transporte de forma distinta dos grandes centros urbanos e capitais. Peguemos como exemplo o município de São José dos Campos (SP), que conta com população de 629.921 segundo o Censo de 2010 (IBGE) e que é uma cidade bastante industrial, com empresas como Embraer, GM, Petrobrás, Johnson&Johnson, Panasonic, Rhodia, entre outras. Todas elas são pólos geradores de tráfego e, no geral, localizam-se ou nas proximidades da Rodovia Presidente Dutra, ou em locais mais afastados que ao longo do tempo receberam urbanização nas áreas intermediárias.

Além disso, várias empresas dependem de um único acesso, sem alternativas, o que dificulta o uso de transporte público, tanto pela escassez de linhas, quanto pela alta demanda nos horários de pico. Por isso, todas essas empresas operam linhas de ônibus fretados, que servem tanto os funcionários residentes no município, quanto os residentes em outros municípios do Vale do Paraíba, incluindo ainda municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Ao que se sabe, essas empresas cobram dos funcionários que utilizam esse modo um valor simbólico, atraindo tanto usuários potenciais do transporte coletivo quanto do transporte indivídual motorizado.

Se por um lado os fretados utilizam o sistema viário, compartilhando espaço com o transporte público coletivo e com os automóveis, por outro lado deixam de sobrecarregá-lo na medida em que são competitivos com o automóvel, especialmente nos municípios de médio porte, onde a facilidade, o preço e a precariedade do transporte público tornam o modo individual mais atrativo. Ou seja, a oferta de ônibus fretados nessas condições possibilita a migração de usuários do modo individual motorizado para o coletivo, otimizando o uso do sistema viário.

Do ponto de vista urbanístico, a opção por ônibus fretados que fazem trajetos diários casa-trabalho entre diferentes municípios é uma facilidade às pessoas que querem morar em locais mais afastados, seja por questões financeiras, seja por questões pessoais, modificando a forma como as cidades são urbanizadas em função da regionalização do mercado de trabalho . No caso da região do Vale do Paraíba isso é um problema grave, pois a Dutra se tornou a grande artéria de ligação entre as cidades, comprometendo a capacidade da via às pessoas que estão ali só de passagem, de São Paulo ao Rio de Janeiro, por exemplo. Portanto, é necessário reconhecer três níveis de atendimento do transporte fretado: intraurbano; metropolitano e regional ou macrometropolitano .

No nível intraurbano , empresas, indústrias e pólos geradores de tráfego oferecem o serviço aos seus funcionários, buscando atender o deslocamento de grandes quantidades de trabalhadores em horários específicos, que é o caso mais comum em São José dos Campos.

No nível metropolitano , empresas oferecem o serviço de transporte fretado do tipo executivo para deslocamentos dentro de áreas metropolitanas, como existe, por exemplo, da USP para municípios do ABC, que estão dentro da RMSP.

No nível regional ou macrometropolitano , diversas cidades pólo de metrópoles ou aglomerações urbanas são conectadas por ônibus fretados, abarcando cidades além da própria região metropolitana. Tomando por base a existência dessas três escalas de atendimento, observa-se que para o nível intraurbano o fretamento é extremamente importante e necessário por atender demandas específicas de empresas, não sendo encarado necessariamente como solução emergencial e até favorecendo o transporte público, que poderá ter mais chances de não ficar saturado para outras pessoas que o utilizam no horário de pico. Desde que autorizado pelo orgão municipal responsável por trânsito e regulamentado, com o estabelecimento dos pontos de parada e as rotas possíveis, evitando que prejudiquem a operação do transporte público coletivo e que os ônibus circulem em vias com dimensões e uso do solo inapropriados a esse tipo de veículo, os ônibus fretados não oferecem riscos à população. A própria mobilização das empresas em resolver seus problemas sem depender do poder público é uma maneira de tomar as rédeas de parte do problema da Mobilidade Urbana, na forma de parcerias entre poder público e privado.

No nível metropolitano, a solução depende muito do perfil dos deslocamentos, ocorrendo com frequência por motivo trabalho e estudo, como no caso das empresas do Vale do Paraíba e dos fretados que atendem a USP.

Também é necessário verificar as origens e destinos e a quantidade de passageiros transportados para verificar se a escolha de deslocamentos por ônibus onera ou não o sistema viário das cidades e as rodovias que ligam as regiões. No caso do Vale do Paraíba, tudo aponta para que se adote uma solução ferroviária, que só seria adequada se complementada por ônibus que fizessem a transição da Ferrovia para os principais pontos a serem acessados, dispersos na malha urbana. Isso porque os fretados têm a vantagem de oferecer um serviço praticamente porta a porta, enquanto que o ferroviário fica limitado a certo traçado, podendo comprometer o desenvolvido das cidades ao criar cicatrizes.

Além disso, uma vez verificada a predominância de deslocamentos pendulares com horários de pico bem definidos, das cidades satélites para as cidades pólo pela manhã e o inverso no final do dia, seria muito relevante que o traçado dessa Ferrovia buscasse atender outros perfis de viagem que não só as pendulares, favorecendo o desenvolvimento das áreas onde hoje há poucos empregos.

Por fim, no nível regional, em que se observa o aumento da frequência de deslocamentos, não há dúvidas de que um trem regional seria o mais adequado, desde que haja demanda comprovada. A regionalização do mercado de trabalho é fato consumado que não pode ser ignorado. Por isso, governo do Estado e Municípios devem estar alinhados para a construção de uma política de transporte regional que considere as questões aqui abordadas e o efeito de suas decisões na formação e crescimento das cidades. Para os casos em que a demanda atendida por transporte fretado poderia ser atendida por trem regional, deve-se fazer um estudo que defina as variáveis que comporão as tarifas do transporte público, de forma a torná-lo atrativo, o que também só ocorrerá se houver integração das diversas escalas de transporte público ? municipal, metropolitano e estadual.

Conclui-se que o transporte fretado não deve ser um modo de transporte vetado de toda e qualquer forma. Ao contrário, sua função nas cidades deve ser compreendida e disciplinada para que se tomem as decisões técnicas mais adequadas a cada perfil de demanda de deslocamentos, de acordo com os efeitos positivos e negativos para o transporte público coletivo e para a qualidade de vida dos cidadãos. Ainda, não se pode ignorar a influência de tal modo no planejamento e no futuro das cidades devido às condições de mobilidade que oferece, possibilitando novas formas de morar e novos modelos de urbanização.

Maria Ligia Nakamura Guillen Vianna - Arquiteta e Urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) com pós-graduação em Gerente de Cidade pela FAAP ( maliarquiteta@gmail.com ).

Dilma visita ferrovia já inaugurada, mas parada

Folha de São Paulo – 13/08/2014
Trecho entre Anápolis (GO) e Palmas ainda não recebeu nenhum trem
Diretor do Porto Seco de Anápolis diz que a Vale já pediu para operar o novo trecho, mas pleito ainda está sob análise

A presidente Dilma Rousseff visitou ontem a Ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO), obra que ela e Lula já inauguraram, mas que até agora não entrou em operação.

O trecho em que a presidente visitou teve sua construção iniciada em 2008. Em 2010, o ex-presidente Lula foi duas vezes entregar obras concluídas e neste ano a presidente Dilma já fez o mesmo.

No entanto, nenhum trem com carga jamais circulou pelo trecho que liga Anápolis a Palmas (TO). Isso porque, depois de pronto, não foi escolhida uma empresa para cuidar da segurança e da manutenção dos trilhos e oferecer trens para o transporte.

Sem manutenção e segurança, os trilhos já começam a ser roubados. O mesmo ocorreu em 2011, quando a Ferrovia também foi abandonada e sofreu deterioração.

Dilma minimizou os atrasos que a obra tem enfrentado. De acordo com ela, essa será uma das grandes realizações de projetos de infraestrutura, porque funcionará como uma espinha de peixe , ligando os principais pontos de produção do país.

Ela será uma das grandes realizações porque funciona como uma espinha de peixe. Irá integrar todo os sistema de transporte brasileiro , afirmou Dilma em uma coletiva.

Como não há cargueiros funcionando, Dilma embarcou em uma locomotiva com seis comboios, utilizados no transporte de material para a construção da Ferrovia. Ela percorreu cerca de 4 km.

Segundo Edson Tavares, diretor do Porto Seco de Anápolis, já há várias empresas interessadas em fazer transporte de carga pela estrada.

Segundo ele, a Vale, que opera o trecho entre Palmas (TO) e Itaqui (MA), já pediu para operar o trecho até Anápolis, e o pleito está em análise pelo governo. Segundo ele, esta solução seria a mais rápida para que a linha efetivamente pudesse funcionar.

Alguns cargas teriam um custo de transporte reduzido em 30% , afirmou Tavares.

Mesmo realizando a vistoria na condição de presidente, ela aproveitou a oportunidade para gravar imagens para o programa eleitoral. Ela destacou a decisão de investir mais em ferrovias para ampliar o sistema de transportes no país: Saímos do modal somente de rodovias para os diversos modais: Ferrovia, hidrovia e todo esse sistema de porto , disse.

Mas o plano do governo está atrasado: o programa de concessão à iniciativa privada de 12 mil km de novas estradas de ferro, lançado em 2012, empacou e nenhum trecho foi concedido até hoje.

(MARIANA HAUBERT E DIMMI AMORA)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Publicada seleção do Trem Pé-Vermelho como obra do PAC

24/06/2014 - Folha de Londrina
Foi publicada ontem no Diário Oficial a portaria 338, do Ministério das Cidades, tornando pública a proposta do Trem Pé-Vermelho, a "ser apoiada com recursos do Orçamento da União". O trem de passageiros vai ligar as cidades de Londrina e Maringá. A portaria diz que o projeto foi aprovado pelo Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 27 de fevereiro.

O documento publicado no Diário Oficial não estabelece prazos, nem dá detalhes do projeto. Mas, segundo Alexandre Faria, da Agência de Desenvolvimento Terra Roxa, trata-se de uma autorização para o governo contratar o projeto executivo da obra, estimado em R$ 10 milhões. A obra propriamente dita deve custar R$ 700 milhões.

"É uma formalidade que a gente estava aguardando. É uma um passo para a concretização do projeto", afirma o executivo. O solicitante da obra é o governo do Estado. "As próximas etapas serão definidas entre os governos do Estado e o federal", conta. A execução depende de convênio entre os dois entes federativos e de licitação.

O estudo de viabilidade do Trem Pé Vemelho foi feito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e seria submetido a uma audiência pública marcada para Apucarana, em junho do ano passado. Mas, o evento foi suspenso pelo Ministério dos Transportes e ainda não foi remarcado.

Inicialmente, o traçado do Ferrovia ia de Maringá a Londrina, mas, durante o estudo, foram incluídas no extremo oeste a cidade de Paiçandu e, no lado contrário, Ibiporã. São 152,6 km de trilhos, servindo a 13 cidades que concentram juntas 1,8 milhão de pessoas.

O trem faz parte do Programa de Resgate do Transporte Ferroviário de Passageiros, do governo federal. Foram estudados 68 trechos no País e 14 selecionados como viáveis. A proposta é que a composição saia de Paiçandu, passe por Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã.

Contrariando estimativa inicial, o estudo de viabilidade concluiu que não será possível aproveitar os trilhos hoje existentes no trecho. Segundo apurou a FOLHA junto à UFSC em junho do ano passado, o programa prevê o tráfego mútuo de cargas e passageiros, desde que um não prejudique o outro. E o estudo concluiu que a Ferrovia hoje existente já está com sua capacidade esgotada. Ou seja, será necessário construir uma outra ao lada da atual.
Os técnicos da universidade fizeram uma viagem entre Londrina e Apucarana e só este trecho demorou nove horas. Entre os 14 projetos selecionados no País, o trem Pé-Vermelho é o segundo com processo mais adiantado.

A reportagem tentou contato ontem à tarde com os ministérios do Transporte e das Cidades, mas não conseguiu entrevistas devido ao jogo do Brasil na Copa do Mundo. Também não foi possível localizar o prefeito Alexandre Kireeff para repercutir a divulgação da portaria.

João Pessoa ganha primeira locomotiva climatizada, mas chegada do VLT é adiada


PORTAL CORREIO - São Paulo/SP - HOME - 04/08/2014 - 11:47:00
Nova Locomotiva Climatizada da CBTU
Começou a trafegar, em fase de teste operacional, a locomotiva 6014, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, equipamento que passou por um processo de modernização. Os serviços foram concluídos em meados deste mês e agora está recebendo os ajustes finais. A modernização foi feita na cidade de Hortolândia, em São Paulo, e representa um investimento da ordem de R$ 1,9 milhão da CBTU em João Pessoa.
A locomotiva é um veículo ferroviário que fornece a energia necessária para a colocação de um comboio ou trem em movimento. O equipamento recebeu uma série de itens jamais acrescentados no material rodante da CBTU em João Pessoa.
De acordo com informações da área operacional, a cabine da locomotiva foi climatizada, o sistema de farol funciona com iluminação econômica e o novo sistema de proteção dos motores de tração evita a queima do mesmo.
Esse dispositivo ao detectar falha de funcionamento em um dos quatro motores de tração o desligará automaticamente evitando a perda do equipamento. Atualmente, quando um motor apresenta defeito, ele continua funcionando e muitas vezes chega a queimar, causando prejuízos. Além dessas alterações, a locomotiva 6014 recebeu baterias, geradores de ar e carcaça de turbina totalmente novas.
Entrega VLT fica para novembro
Ainda neste ano, a CBTU disse que vai colocar em funcionamento os Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT). Segundo a assessoria de imprensa, o prazo de entrega dos novos trens previsto para maio precisou ser adiado devido a um atraso na montagem do conjunto de rodas dos equipamentos. A montagem dos VLTs de João Pessoa e Natal (RN), é feita no Ceará e a nova previsão de início da operação é para o mês de novembro.
Novo projeto para sistema de trens
Ainda segundo à assessoria de comunicação, a CBTU está contratando, através de licitação lançada no dia 30 de julho, uma empresa que fará a elaboração total do sistema de trens de João Pessoa e área metropolitana.
No projeto deverão ser incluídas novas estações, ponto de oficina e garagem para os VLTs e novos pontos de cruzamento que darão mais flexibilidade e redução do tempo de espera, que vai passar de 50 para 15 minutos.

Rio: especialistas criticam trânsito e cobram investimentos em mobilidade

Pesquisa estimou que prejuízos, em 2014, devem chegar a R$ 25 bilhões
Jornal do Brasil Louise Rodrigues*

Especialistas comentaram pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), divulgada segunda-feira (28), que estima o custo dos congestionamentos na Região Metropolitana do Rio em R$ 29 bilhões em 2013, o que equivale a 8,2% do PIB metropolitano. Entre outros aspectos, economistas e engenheiros destacaram que a quantidade de obras no Rio contribui para essa perda, e que o problema de mobilidade reduz a produtividade, já que o trabalhador chega cansado no trabalho.

De acordo com a pesquisa da Firjan, em 2014 o prejuízo deve cair para R$ 25 bilhões e esse valor deve ser mantido em 2015, mesmo com a previsão de um aumento estimado em 0,9% dos engarrafamentos. Contudo, ainda segundo a pesquisa, caso não haja novos investimentos na ampliação do transporte de massa e no uso da Baía de Guanabara, pode haver um aumento do prejuízo em 2016 e, em 2022, alcançar R$ 40 bilhões. A Firjan considerou o tempo em que as pessoas economicamente ativas ficam paradas no trânsito e o gasto extra com combustível.

Para Adriano Pires, economista e especialista em infraestrutura da Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), “o estudo da Firjan mostra um obstáculo a um maior crescimento e eficiência do Rio de Janeiro”. Ele explica que “esse dinheiro que está sendo perdido, poderia ser investido em outras necessidades. Além disso, há o gasto de gasolina e as pessoas perdem horas de trabalho”. Para Adriano, “a quantidade de obras no Rio de Janeiro contribui para essa perda e a saída é investir em transporte coletivo e em diversos modais”.

João Sicsu, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que “o problema de mobilidade no Rio é grave porque reduz a produtividade. O trabalhador chega cansado no trabalho, depois horas no engarrafamento, e, quando vai voltar para casa, demora novamente e tem menos tempo de descanso”. Ele acrescenta que “além da perda de combustível, os congestionamentos trazem a poluição do ar e a poluição sonora”. Para Sicsu, a alternativa seria “investir em transporte de massa sobre trilhos, ampliando o metrô e modernizando os trens da SuperVia”. Perguntado sobre os impactos desse prejuízo para o bolso do carioca, o economista respondeu: “quando falamos em perdas, existem custos. Então, os preços tendem a subir”.


Fechamento da Avenida Rodrigues Alves gera longos congestionamentos na Zona Portuária
De acordo com engenheiro de transporte Alexandre Rojas, é difícil mensurar valores para a perda em produtividade que uma pessoa tem ao ficar parada no engarrafamento.

Contudo, ele confirma que “os números pela perda de mobilidade são bastante grandes”. Rojas acredita que “as políticas de transporte vão atender razoavelmente às Olimpíadas”. Ele explica: “Regiões que têm uma demanda significativa, como São Gonçalo e Niterói, estão sendo jogadas para segundo plano. O projeto da Linha 3 do metrô, que ia melhorar a mobilidade São Gonçalo – Rio de Janeiro, parou. Estamos falando de 600 mil viagens por dia. Isso iria desafogar o trânsito em vias como a Ponte Rio – Niterói e a Avenida Brasil.

Fora isso, a Baia de Guanabara é poluída. Se uma barca colide com algum objeto maior, como um móvel, ela quebra a proa e pode naufragar. Para investir em barcas Rio - São Gonçalo é preciso despoluir a Baía de Guanabara. Além disso, as barcas estão saturadas e sem investimentos e quem é responsável por isso é o Estado e não a iniciativa privada”.
Sobre Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), Rojas esclarece que ele “aponta pontos críticos e, se o Estado atender as diretrizes desse plano, vai melhorar a mobilidade do Rio”, mas acrescenta: “O discurso está impecável. Só que apenas nos discursos, os planos são insuficientes”. O engenheiro também reforçou a necessidade de investimento nas linhas férreas do metrô. “Existem vários planos para o metrô e muitos deles, se implantados, serão bons. É preciso finalizar a Linha 4, por exemplo. Mas uma lacuna é a Linha 3, que é extremamente necessária”, apontou.

A pesquisa da Firjan estimou também que o Arco Metropolitano, os BRTs e a Transbaixada serão importantes para reduzir os congestionamentos, mas ressalta que novas obras precisam ser feitas a fim de atender a demanda de infra estrutura de transporte. Para a engenheira de transporte da COPPE/UFRJ, Eva Vider, não se pode descartar uma visão pessimista para o futuro. “É preciso terminar as linhas de metrô e investir pesado em infra estrutura. Como o próprio estudo aponta, vai sair mais caro se isso não for feito. A Linha 4 de metrô precisa ser concluída, o projeto da Linha 3 precisa ser retomado. É preciso investir também na Baía de Guanabara e em novas ligações aquaviárias”. Eva também acredita que “as obras vão atender a população, mas chegaram por causa das Olimpíadas. O PDTU já indicava há décadas o que devia ser feito em termos de mobilidade urbana no Rio, mas os investimentos só chegaram agora, por causa da Copa e das Olimpíadas”. 

* Do Programa de Estágio do JB