12/06/2019
person O Globo
As obras necessárias à estação do metrô da Gávea - cuja construção está
parada desde 2015, oferecendo riscos estruturais a prédios próximos - vão
levar, no mínimo, um ano. A informação consta de documento que a Riotrilhos
entregou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). A intervenção no canteiro, que
foi inundado por 36 milhões de litros de água há um ano e quatro meses para
estabilizar a estrutura, é obrigatória. O estado terá de fazer os ajustes por
conta do perigo para o entorno.
A Riotrilhos alerta que o canteiro terá que ser totalmente esvaziado,
gradativamente, numa operação cuidadosa, e não poderá mais ser alagado. Com
base na análise da empresa, o TCE deu, na segunda-feira, prazo de cinco dias
para o governador Wilson Witzel e o secretário estadual de Transportes, Delmo
Pinho, apresentarem um relatório indicando as medidas que vão tomar sobre a
estação da Gávea.
Moradores preocupados
Segundo a Riotrilhos, que não estimou os custos, há duas alternativas
viáveis. Para seguir com a obra, é preciso terminar as escavações em mais 15
metros de rocha e concretar toda a estação. Se não for dar continuidade, a
saída é escorar as estruturas existentes e cobrir de terra o buraco até que, um
dia, as obras sejam retomadas.
A previsão é que o serviço será lento. Só para retirar a água do local
serão necessários três meses de trabalho. O prazo total das intervenções
poderia chegar a dois anos. Os riscos se concentram na chamada alça oeste, onde
está a futura estação. Não foram identificados problemas maiores na alça sul,
onde as obras pararam quando ainda faltavam escavar 1.256 metros de túneis.
Procurado, Witzel não se manifestou ontem porque ainda vai se reunir com
o secretário de Transportes. No início do ano, o governador prometeu, em seu
plano de metas, que um grupo de trabalho apresentaria uma solução para a
estação Gávea em cem dias. O prazo venceu em 10 de abril.
Em meio à indefinição, a situação preocupa moradores e a PUC. A
universidade fez estudos por conta própria atestando os perigos da paralisação
da obra. Professores da instituição estão à disposição para ajudar o poder
público e vão participar de uma audiência pública na Alerj, no próximo dia 26,
convocada pelo deputado Carlo Caiado (DEM). Ele pretende propor um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) entre governo e judiciário para a retomada da
construção.
- Segundo nosso estudo, há presença de água alcalina que pode corroer a
estrutura - explicou Sergio Bruni, vice-reitor da PUC. - Por ora, não há
preocupação com danos aos nossos prédios, mas, se essa situação continuar por
mais oito, nove anos, poderemos ter problemas graves.
A Associação de Moradores da Gávea diz ter sido informada de que a obra
não será retomada em menos de dez anos porque haveria falhas técnicas no
projeto da Linha 4.
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