quarta-feira, 22 de junho de 2016

Obras de duas estações do VLT em Maceió estão atrasadas há meses

Estação Central do Sistema de Trens de Maceió da CBTU

18/06/2016 - G1 Alagoas

As ruas de Maceió já não suportam mais a quantidade de carros e motos, o que provoca um congestionamento insustentável para quem precisa circular pela cidade. Especialistas indicam que a saída para o problema é investir em transporte alternativo ou transporte público de qualidade.

Na capital alagoana, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é um dos transportes públicos que podem amenizar esse problema e tem obras de expansão e melhoramento do sistema em andamento, mas algumas estão atrasadas há meses.

Duas estações novas deveriam ter sido entregues no dia 9 de março deste ano, mas nem sequer estão prontas. Uma delas será no bairro da Levada, e está orçada em R$ 6,7 milhões. A outra, no bairro do Bom Parto, está avaliada R$ 7,2 milhões. Além disso, os projetos preveem revitalização da área e substituição de dormentes e trilhos.

Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão responsável pelas obras, o valor global das construções mais os serviços de melhoramento devem custar em torno de R$ 23 milhões, mas ajustes nos projetos de ambas as estações, além de dificuldades no orçamento, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), provocaram uma paralisação nos serviços.

Na Levada, ao lado do Pavilhão do Artesanato, onde a estação deve ser feita, há poucos resquícios do preparo da obra, que não foi sequer iniciada. O que se vê por lá são só alguns materiais de construção, mas nada que dê a ideia de que uma estação vai passar a funcionar. A CBTU afirma que as obras devem começar ainda este mês.

Vendedores que trabalham próximo ao local dizem que têm esperança de, quando a estação for entregue, o movimento aumente no local, fazendo crescer também as vendas. "Vai melhorar um bocado. Tem gente vendendo em todos os lugares, mas as pessoas que estiverem na estação vão poder comprar aqui porque fica perto", disse Lamartin Bezerra da Silva.

No Bom Parto, a situação está um pouco mais adiantada, mas longe de estar pronta. As obras já começaram, mas enquanto isso, os passageiros precisam aguardar o trem em cima de uma estrutura improvisada feita com ferros e madeira envelhecida, o que os deixa com medo de sofrer algum acidente.

Um vendedor que preferiu não se identificar à reportagem conta que se as obras já estivessem terminadas, a espera pelo transporte seria bem melhor. "A estrutura foi improvisada e as madeiras estão podres, e aí jogaram cimento em cima para 'tapiar'. Não fizeram a estrutura para proteger as pessoas das chuvas", disse.

Expansão VLT

O projeto de expansão do percurso do VLT também busca melhorar a vida de quem depende deste meio de transporte. A ideia é expandir e revitalizar os trilhos do trem, fazendo com que fiquem adequados para seguirem até o bairro de Jaraguá. Atualmente, o VLT vai da estação Lourenço, em Rio Largo, até o centro de Maceió.

A expansão pretende acrescentar mais 2,5 km do percurso, com ponto de chegada na estação do próprio bairro, onde atualmente abriga o galpão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e está tomado pelo mato e lixo. O lugar cheira e urina e moradores de rua se abrigam lá com barracas improvisadas.

No total, a obra está orçada em R$ 4,5 milhões. Deste valor, R$ 1,4 milhão é para a construção da estação. Parte das obras, que inclui limpar os trilhos e colocar manilhas, foi inciada em outubro do ano passado. No entanto, os trabalhos que devem ser feitos para a expansão do percurso ainda não começaram.

A princípio, a CBTU estipulou o valor de R$ 1,5 para a obra, e ainda tinha como intenção entregá-la em maio, mas por motivos burocráticos isso não aconteceu.

O projeto que prevê a extensão só foi aprovado em 5 de maio deste ano. Além disso, a CBTU informa que as obras devem ser iniciadas no próximo mês de julho, já que o edital de licitação foi publicado no começo de junho. Com isso, só falta uma empresa ganhar a licitação para os trablhos serem postos em prática.

A contabilista Raphaelle Nunes sai todos os dias de casa bem cedo para pegar o trem às 6h05 na estação de Rio Largo. Ela conta que com a expansão, muitos passageiros não precisariam pegar outro transporte para chegar ao destino final.


"Eu desço na estação do centro de Maceió, pego ônibus ou lotação, que são cheios devidos aos passageiros do VLT. Só que a passagem de ônibus é R$ 3,50, enquanto que a do VLT é R$ 0,50. Vai melhorar muito com a expansão porque aí as pessoas que trabalham na Pajuçara ou em outro bairro próximo ao Jaraguá vão precisar só de uma passagem, e não precisam depender de outros transportes", disse Raphaelle.

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