quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Carro Elétrico


Carro elétrico é mesmo alternativa para reduzir emissões?
02/08/2016 09:11 - Deutsche Welle
Emissão zero de CO2 e dos nocivos óxidos de nitrogênio, nenhum ruído, extrema facilidade de manuseio: as vantagens dos carros elétricos, comparados aos movidos a gasolina ou diesel, parecem indiscutíveis.
Esses veículos são também parte da estratégia do governo alemão para alcançar sua meta climática de reduzir em 40% as emissões de gases do efeito estufa, em relação a 1990. Para tal, até 2020 deveriam estar circulando pelas ruas da Alemanha 1 milhão de veículos movidos a eletricidade.
Só que a meta parece cada vez mais inalcançável. A quatro anos do fim do prazo estipulado, foram licenciados na Alemanha não mais do que 50 mil carros elétricos – cujo impacto positivo sobre o volume do CO2 é praticamente nulo.
Impacto ambiental das ruas para as usinas
No total, o balanço climático dos automóveis movidos a bateria, sob as condições atuais, é "semelhante ao dos veículos com motor a combustão, independentemente do tamanho", concluiu o Instituto de Pesquisa de Energia e Meio Ambiente (Ifeu), de Heidelberg, num estudo de 2011.
O principal motivo para isso é a transferência do impacto ambiental das ruas para as usinas, pois mais da metade da eletricidade consumida na Alemanha continua sendo gerada a partir de fontes fósseis e poluidoras, como carvão mineral e gás natural.
Pesquisas mostram que quem abastece seu carro elétrico com o mix de energia normal da Alemanha tem que percorrer 100 mil quilômetros até ser menos nocivo ao clima do que um automóvel convencional. Por sua vez, quem trafega exclusivamente com eletricidade de fontes renováveis já apresenta impacto climático zero após 30 mil quilômetros.
Baterias e metais antiecológicos
A fabricação de um veículo movido a eletricidade tampouco é um modelo de respeito ao meio ambiente, gerando o dobro de emissões de gases do efeito estufa que a produção de um com motor a combustão, segundo constatou o Instituto Fraunhofer de Física de Construção.
A principal responsável por isso é a bateria: o Ifeu calcula que cada quilowatt/hora de capacidade elétrica corresponde à emissão de 125 quilos de CO2. Assim, uma bateria de 22 kW/h, como a utilizada pelo BMW i3, por exemplo, implica emissões de quase três toneladas de dióxido de carbono.
Metais e terras raras, como cobre, cobalto e neodímio, estão entre os principais componentes das baterias automotivas. A extração dessas riquezas naturais em países como a China ou a República Democrática do Congo leva a um dano ambiental sistemático, com florestas tropicais desmatadas, rios poluídos e solos contaminados.
Acrescente-se a isso o fato de grande parte das carrocerias dos carros elétricos ser manufaturada com alumínio, metal leve cuja produção a partir do minério bauxita exige enorme consumo de energia.
Carros de "emissão zero" são álibi para as montadoras
O Instituto de Meio Ambiente e Prognósticos da Alemanha (UPI) adverte, ainda, que mais automóveis elétricos podem resultar em mais tráfego. Como exemplo é citada a Noruega, país com o maior número de veículos movidos a bateria em proporção ao número de habitantes. Segundo o UPI, a grande demanda por carros elétricos resultou numa queda de mais de 80% do uso de transportes públicos para a ida e volta do trabalho.
Nesse sentido, a ONG ambientalista Greenpeace recomenda que o transporte urbano seja feito com ônibus elétricos, em vez de subvencionar a compra de veículos elétricos pessoais. Em entrevista ao jornal alemão Die Welt, o especialista em mobilidade da organização ambientalista Daniel Moser afirmou que "10 mil ônibus elétricos rendem tanto quanto 1 milhão de carros".
Apesar dessas reservas, o governo e as montadoras da Alemanha continuam apostando no transporte individual, como prova a recente introdução de um bônus para a compra de veículos elétricos.
Do ponto de vista jurídico, apesar de suas emissões indiretas de CO2, os carros elétricos continuam sendo considerados "veículos de emissão zero". As consequências dessa forma de classificação são amplas. Como os novos valores-limite de CO2 impostos pela União Europeia se referem ao total da frota de um fabricante, ao construir carros elétricos teoricamente livres de CO2, as montadoras podem ultrapassar impunes os limites da UE com SUVs e outros utilitários pesados.
Esforços para reduzir a pegada ecológica
Cientistas e ambientalistas concordam que a eletromobilidade só será um modelo de sucesso se os valores-limite forem levados a sério e se, paralelamente, a substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis seguir adiante. A meta de Berlim é que, até 2035, entre 55% e 60% da eletricidade alemã provenha de fontes renováveis, como vento, sol, água e biomassa.
Os automóveis movidos a eletricidade podem assumir um papel-chave para que essa meta seja alcançada. Um sistema inteligente de carregamento poderia reconhecer quando a incidência forte de sol ou vento gera excedentes de energia, e então abastecer o veículo com esse excedente. Se o carro não for movimentado em seguida, a bateria serviria como armazenador e poderia devolver a energia à rede em horas de calmaria ou após o pôr do sol.
E a tecnologia segue evoluindo. A cada nova geração, as baterias dos veículos ganham mais capacidade e precisam ser substituídas com menor frequência. Cientistas de diferentes universidades também desenvolvem métodos para reciclar baterias usadas. No futuro, todas essas iniciativas podem reduzir a pegada ecológica dos automóveis elétricos, transformando-os numa alternativa verdadeira.
Produção de veículo elétrico no Brasil ainda está distante, diz Anfavea
12/06/2016 10:02 - Folha de SP

A produção de carros elétricos no Brasil ainda é uma realidade distante, segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
"Hoje, não temos um programa sustentável de produção e vendas no país. O governo, para estimular o uso do carro elétrico, teria que conceder subsídios para diminuir o preço. Ainda é uma tecnologia muito cara", afirma.
Megale ressalta que, no mundo, há países com programas já consolidados para o uso do carro elétrico. "Por isso, acredito que em cinco ou sete anos a produção em escala desses veículos seja viável."
De acordo com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), desde 2014 foram vendidos no país cerca de 200 veículos puramente elétricos. Os carros híbridos —que combinam motor elétrico com outro a combustão— chegam a 1.800. Todos os modelos são importados.
Mas o preço deste tipo de carro ainda é alto, acima de R$ 100 mil. "Há a necessidade de reduzir o custo para o padrão nacional, de até R$ 90 mil, para que o veículo elétrico se torne acessível", afirma Ricardo Guggisberg, presidente executivo da ABVE.
"A indústria do veículo elétrico vem crescendo rapidamente no mundo inteiro, mas ainda tem uma participação pequena na indústria automotiva. As exigências governamentais para redução da emissão de poluentes têm estimulado o desenvolvimento desses veículos", afirma Henrique Canto, gerente da BMW.
"A bateria representa cerca de 50% do valor do veículo, mas à medida que são desenvolvidas novas tecnologias, as baterias vão se tornando mais eficientes sem aumentar seu tamanho, ao mesmo tempo em que diminui o tempo de recarga", diz Canto.
INCENTIVOS
Sobre o incentivo governamental aos carros elétricos, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços destaca que, em março deste ano, Brasil e Alemanha firmaram um acordo de cooperação técnica para aprimorar o desenvolvimento e implantação da chamada eletromobilidade no Brasil.
A parceria prevê um projeto de cooperação técnica que terá quatro anos de duração, com investimentos de 5 milhões de euros do Ministério de Cooperação Internacional e Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ).
Em outubro do ano passado, a alíquota do Imposto de Importação caiu de 35% para zero para carros elétricos e movidos a células de combustível (que produzem eletricidade por meio da reação do hidrogênio com o ar).
Veículos híbridos também tiveram redução do imposto de 35% para alíquotas que variam de 0%, 2%, 4%, 5% e 7%.
Segundo o ministério, o governo aprovou a redução do Imposto de Importação como forma de demonstrar o interesse em incentivar o uso de veículos mais eficientes no Brasil.

Recarga de elétricos? Tem no posto Ipiranga
BMW firma parceria com a distribuidora de combustíveis para a instalação de pontos de recarga para veículos elétricos

Um posto da rede Ipiranga na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), será o primeiro da rede a contar com um ponto de recarga elétrica para os automóveis da BMW. A iniciativa faz parte de uma parceria firmada entre a distribuidora de combustíveis e a montadora alemã, que prevê a instalação de 50 pontos em postos de todo o Brasil.

Projetado para a recarga rápida dos elétricos e híbridos plug-in da BMW i, o BMW i Wallbox Pro permite carregar completamente — e de maneira gratuita — 100% da bateria de um BMW i8 em 2h30, enquanto a recarga das baterias do i3 leva 3h45.


O equipamento pode também ser instalado na residência do proprietário do automóvel. Com preço sugerido de R$ 8.638, o equipamento funciona como um carregador e também pode ser configurado como um gerenciador de energia do imóvel, trabalhando em conjunto com geradores de energia solar e com sistemas de automação residencial.

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