quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Governo anuncia suspensão de negociação para retomada do VLT após operação


Vagões do VLT estão parados em Várzea Grande desde 2014; obra, que foi iniciada em 2012, segue sem prazo para ser concluída (Foto: Edson Rodrigues/Secopa)

Operação da Polícia Federal apura suposto esquema de pagamento de propina em obra orçada em mais de R$ 1 bilhão. Obra está parada desde dezembro de 2014.

Por Lislaine dos Anjos, G1 MT
09/08/2017 14h41  Atualizado há 1 hora

O governo estadual anunciou, nesta quarta-feira (9), a suspensão do diálogo que mantinha com o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande para a retomada da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que estão paradas por força de decisão judicial desde dezembro de 2014. A medida foi anunciada após a Polícia Federal deflagrar a Operação Descarrilho, contra fraudes na obra que já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos.
A operação investiga um suposto esquema de propina envolvendo representantes de empresas responsáveis pela obra e o desvio de verba por meio de empresas contratadas pelo Consórcio VLT.
Ao todo, são cumpridos 19 mandados, sendo um de condução coercitiva contra o ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo (Secopa), Maurício Guimarães, e 18 de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Segundo o governo do estado, a decisão pela suspensão das negociações com o consórcio foi tomada acatando posicionamento da Secretaria de Cidades (Secid), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Controladoria Geral do Estado (CGE).
De acordo com a PF, a operação apura crimes de fraude em procedimentos licitatórios, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais que teriam ocorrido durante a escolha do modal VLT e a execução da obra na capital mato-grossense, visando à Copa do Mundo de 2014.
A obra
Com R$ 1 bilhão já investido, a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que deveria ter ficado pronta até junho de 2014, completou dois anos e sete meses parada.
Conforme o governo, o maior impasse é em relação ao custo para concluir o projeto. O estado diz já ter repassado R$ 1.066 bilhão às empresas e que o consórcio chegou a pedir mais R$ 1,2 bilhão para terminá-la. Inicialmente, esse projeto estava orçado em R$ 1,4 bilhão. Ou seja, a obra sairia pelo dobro do orçamento inicial.
No mês passado, o governo do estado e o Consórcio VLT pediram à Justiça Federal mais 30 dias para apresentarem uma nova proposta de acordo para a retomada das obras do VLT em Cuiabá e Várzea Grande. Os ministérios públicos Estadual e Federal já se manifestaram, por duas vezes, contrários ao acordo selado pelo governo e o consórcio construtor em março deste ano.
Entre os pontos de discordância também está o valor para a retomada das obras. De acordo com um estudo de uma empresa contratada pelo governo, seriam necessários R$ 922,7 milhões para a retomada da implantação.
O acordo para a retomada das obras do VLT precisa do parecer favorável dos MPs e da homologação da Justiça para ser colocado em prática. As obras estão paradas desde dezembro de 2014, por força de decisão judicial.


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