sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Trilhos de Santa Teresa estão sendo substituídos


11/12/2013

O Governo do Estado do Rio de Janeiro iniciou em novembro a substituição dos trilhos do Sistema de Bondes de Santa Teresa. Nesta etapa, os trilhos estão sendo substituídos por modelos originais do sistema, os trilhos bilabiados, específicos para bondes, em 10 quilômetros de traçado. 

A reestruturação do Bonde de Santa Teresa engloba a aquisição de 14 novos bondes - que estão sendo fabricados pela T´Trans - , instalação de trilhos novo, reforma de subestação,  rede aérea de energia, oficina e paradas. Além disso, serão revitalizados dois trechos desativados que somam 3,3 quilômetros: Carioca-Francisco Muratori e Dois Irmãos-Silvestre.

Algumas fases das obras já foram concluídas ao longo dos últimos meses, como a retirada completa dos trilhos, dormentes, lastro, fixações e rede aérea nos Arcos da Lapa e região da Carioca. O governo do Rio investirá cerca de R$ 110 milhões no projeto todo.
A revitalização do sistema deve ser concluída no primeiro semestre de 2014. O trecho entre os Arcos até a Praça Odylo Costa Neto será concluído até março. O trecho entre a Praça Odylo Costa Neto e o Dois Irmãos ficará pronto até junho. Enquanto o restabelecimento do trecho desativado até Silvestre deve ficar pronto no segundo semestre de 2014.

Projeto do VLT Santos será definido na justiça

04/12/2013 - G1 Santos
Após uma reunião entre Ministério Público e a EMTU sobre o traçado do Veículo Leve sobre Trilho (VLT), aconteceu na tarde desta quarta-feira (4) em Santos, no litoral de São Paulo, ficou decidido que o projeto do VLT será decidido na Justiça. O Ministério Público entendeu que há falhas nos estudos da EMTU e irá abrir uma ação civil para parar a obra.

Os promotores do Meio Ambiente apontaram falta de informações no estudo apresentado pela EMTU. Para eles, faltam respostas em vários aspectos que justifiquem porque o melhor traçado do VLT na Francisco Glicério, entre o Canal 1 e o Canal 3, é no canteiro central da avenida. O promotor do meio ambiente Daury de Paula Junior explicou quais são os problemas. "Os nossos técnicos avaliaram o estudo e concluiram que o traçado do VLT pelo canteiro lateral, pela antiga linha férrea, é o melhor traçado do ponto de vista urbanístico, em relação ao impactos que trazem para aquela comunidade vizinha", disse ele.

O diretor presidente da EMTU, Joaquim Lopes, não se opõe em esclarecer as dúvidas. Mas, explica porque não pode esperar para retomar as obras. Algumas intervenções já começaram no jardim lateral da avenida Francisco Glicério. "Julho está aí.Nós temos um compromisso de entrega desse empreendimento, sabemos o quanto ele é importante para quase 170 mil cidadãos que usam o transporte coletivo aqui na região", falou Joaquim Lopes.

Os representantes da EMTU e da Prefeitura de Santos se comprometeram em encaminhar todas as respostas ao Ministério Público mas não quiseram estender o prazo. Diante disso, os promotores do Ministério Público decidiram que vão mover uma ação civil pública. "A ação, se tiver por objeto a anulação da licença ambiental, ela pode atingir a obra como um todo. Não é o objetivo do Ministério Público questionar outros trechos da obra mas, infelizmente, a judicialização leva a essa consequência", disse o promotor.

Passageiro é vítima da corrupção

Autor(es): Alan Rodrigues e Pedro Marcondes de Moura
Isto é - 09/12/2013

Usuário do Metrô em São Paulo paga um preço alto pelas fraudes. Não bastassem os serviços precários, ainda há o risco de acidentes

O usuário do metrô de São Paulo se depara rotineiramente com as consequências dos esquemas de corrupção que infestaram o setor de transportes sobre trilhos nos últimos anos. A ineficiência, a deterioração e a má qualidade dos serviços chegam a colocar vidas em risco. Nos últimos meses, uma sucessão de falhas vem acontecendo em boa parte dos 150 trens que circulam por 64 estações, infernizando os cerca de 4,6 milhões de pessoas que todos os dias se utilizam dos 74 quilômetros da malha metroviária de São Paulo. São centenas de incidentes, como a abertura das portas dos trens em pleno movimento e erros no sistema de frenagem das locomotivas. O relatório de Falhas produzido pelo próprio Metrô aponta mais de mil ocorrências mensais. Só este ano, segundo o documento, aconteceram 111 incidentes considerados graves. Desde 2012, já houve um choque entre trens, o descarrilamento de outro e até uma locomotiva andou sozinha sobre os trilhos. Os três episódios, segundo o Ministério Público, foram protagonizados por trens que passaram pelo processo de reforma da frota, com um custo estimado pelo Ministério Público em cerca de R$ 2,5 bilhões e com "evidências de superfaturamento" de aproximadamente R$ 875 milhões. São veículos que estão em funcionamento há quatro décadas e que, em qualquer lugar do mundo, "já seriam sucata", como diz o promotor Marcelo Milani, de Defesa do Patrimônio Público. Na última semana, Milani exigiu, diante da série de irregularidades constatadas, que a reforma da frota seja paralisada pelo Metrô de São Paulo.
A maior parte das ocorrências aconteceu na frota K, uma linha de 23 quilômetros que cruza a capital paulista de leste a oeste. Esta é considerada a rota mais perigosa e mais movimentada da cidade. Seus 25 vagões fazem parte do total de 98 trens que estão sendo reformados nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha. O Ministério Público estadual afirma que os contratos da frota K são superfaturados e pede a suspensão deles. "Isso é um escândalo, um prejuízo total aos cofres públicos. Não existe fora de São Paulo outro lugar em que trens sejam reformados", lamentou o promotor Milani. Segundo ele, dos 98 trens licitados para reforma, um terço pode permanecer parado sem transportar um único usuário até o ano que vem. Atualmente, de acordo com o MP, 11 trens já se encontram paralisados por serem incompatíveis com o sistema do Metrô. "Esse é um problema recorrente nestes trens reformados", diz o promotor. "Quem hoje está responsável pelas adaptações não são as empresas que receberam pela reforma, mas sim os funcionários do Metrô", diz.
Os defeitos nas composições da frota K, construídas na década de 1980, são recorrentes. Relatório dos funcionários do Metrô encaminhado ao sindicato dos metroviários aponta, por exemplo, que o trem K07, o mesmo que descarrilou, apresenta várias falhas, inclusive de tração. Uma das mais graves ocorrências – e que acontece de forma sistemática, segundo os funcionários da Comissão Interna para Prevenção de Acidentes (Cipa) da empresa – é a abertura acidental das portas dos trens. Ela acontece em todos os vagões, de ambos os lados – inclusive do lado oposto da plataforma, onde se encontra o trilho energizado. "É um perigo tremendo. Basta que os vagões estejam lotados, como costuma ocorrer, que certamente as pessoas despencarão nos trilhos", diz um maquinista, que pede para não ser identificado para evitar retaliações. "Ainda não morreu ninguém por muita sorte", diz ele. "O índice notável (anotações oficiais que registram as paralisações dos trens acima de seis minutos) chegou a 111. Isso é sinal de que a segurança dos funcionários e passageiros está em perigo", acrescentou.
O levantamento informal feito pelos funcionários do Metrô mostra ainda que, entre os dias 10 de outubro e 9 de novembro passados, aconteceram 696 ocorrências na frota K contra 276 nas Linhas C e D, os trens que não foram modernizados. "Nossos números afirmam que acontecem quase três vezes mais falhas nos trens reformados", atesta o relatório em poder do sindicato da categoria. O rendimento das locomotivas modernizadas também é muito inferior ao dos outros. De acordo com as estimativas do sindicato dos metroviários, "as locomotivas da frota K rodam, em média, 230 quilômetros por dia e passam aproximadamente oito horas diárias fora de circulação, por causa das sucessivas falhas." Ainda de acordo com os funcionários, antes das reformas os trens possuíam um desempenho melhor. "O trem fica cerca de quatro horas em manutenção e circula 550 quilômetros por dia. É um desempenho 130% maior, em números aproximados", garantem os sindicalistas.
O diretor de Operações do Metrô de São Paulo, Mario Fioratti, tem minimizado a gravidade dos incidentes. Ele afirma que as composições reformadas estão em fase de adaptação e, por isso, acabam tendo mais problemas. Essa é uma versão rósea da realidade, garantem os funcionários da empresa. Para eles, a raiz do problema é falta de transferência de tecnologia das empresas que reformam os trens, como a Alstom. Elas não repassariam o conhecimento dos softwares aos funcionários do Metrô. "A gravidade nos incidentes pode ser aferida pelo tempo de espera do trem. Se demorar mais de seis minutos é porque é grave", atesta.
No dia 5 de agosto, um trem da Linha 3-Vermelha descarrilou entre as estações Marechal Deodoro e Barra Funda. A composição teve um de seus truques (termo técnico que designa o sistema composto por rodas, tração, frenagem e rolamentos) danificado devido a um superaquecimento que, por sua vez, fora provocado pela ausência de graxa nas engrenagens da peça. Após sair dos trilhos, o vagão se arrastou por 800 metros e danificou a linha de alimentação elétrica do trem. Houve estouros, curto-circuitos e fumaça. Os passageiros saíram pelas rotas de fuga. Ninguém se feriu. Procurado, o Metrô de São Paulo declarou, por meio de nota, que o seu "serviço é reconhecido internacionalmente como um dos melhores do mundo". Disse também que "não há relação entre os trens modernizados e os incidentes citados". Não é o que pensa o Ministério Público de São Paulo. Nem o próprio usuário acredita nessa versão. Nas últimas semanas, os passageiros colaram nas paredes dos trens placas com mensagem em protesto contra a formação de cartel para o superfaturamento de licitações. Como se fosse um aviso aos usuários, a placa traz a seguinte frase: "Este trem foi superfaturado em uma licitação fraudulenta". A autoria é desconhecida. O ato ganhou destaque nas redes sociais.

Maior quilometragem proporcional de trilhos

Com a conclusão das obras da Linha Sul do Metrô de Fortaleza, a modernização e eletrificação da Linha Oeste e a construção da Linha Leste, a Capital cearense será uma das cidades brasileiras com maior quilometragem proporcional de trilhos de metrô implantados, em funcionamento, do Brasil. O destaque foi dado ontem pela presidente Dilma Rousseff, após a assinatura da ordem de serviço para a Linha Leste, esta que constituiu o maior contrato público já assinado no Ceará.

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, assinou a ordem de serviço para a Linha Leste do metrô. Foi firmado ainda, entre Estado e Ministério dos Transportes, o Termo de Compromisso para o repasse de recursos para a obra fotos: bruno gomes

A presidente, ao chegar no local da cerimônia, recebeu das mãos do governador uma réplica em miniatura de uma tuneladora, equipamento (também conhecido como "tatuzão") que fará os túneis da Linha Leste do metrô, que ligará o Centro ao bairro Edson Queiroz em estações subterrâneas. Em seu discurso, ela elogiou a iniciativa de fazer a nova linha por meio destas máquinas, informando que sempre a divulga a outros prefeitos do Brasil com os quais assina compromisso de construção de metrôs. "Eu sempre estou dizendo que uma das grandes iniciativas aqui foi não só fazer o metrô, mas procurar fazer o metrô de forma rápida e mais barata".

Duas das quatro tuneladoras adquiridas pelo Estado para as obras da Linha Leste já se encontram em Fortaleza desde agosto e estão em fase de montagem, em área próxima à estação Chico da Silva, no Centro. As restantes já estão prontas e testadas na fábrica da The Robbins Company -vencedora da Licitação -, em Shangai, na China.

"Esse é um fato que demonstra a vontade política e, portanto, governador Cid Gomes, o senhor pode ter certeza que eu tenho é orgulho de participar dessa parceria", reforçou Dilma.

Ontem, além da ordem de serviço, foi assinado um Termo de Compromisso entre o Governo do Estado e o Ministério dos Transportes para o repasse de recursos à Linha Leste, em valor calculado em R$ 3,034 bilhões. Destes, R$ 1 bilhão virá do Orçamento Geral da União, R$ 1 bilhão por meio de financiamento do BNDES e R$ 1,034 bilhão do Tesouro estadual.

Recorde
Em seu discurso na cerimônia, Cid Gomes destacou que as obras da Linha Leste o permitiram quebrar, pela segunda vez somente neste ano, o recorde de maior contrato público já assinado pelo Estado. Em junho passado, o havia batido com o contrato do Cinturão das Águas, no valor de R$ 1,2 bilhão. Em outubro, o da linha do metrô somou outros R$ 2,25 bilhões.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Dilma anuncia pela 2ª vez recurso para mesma obra

Autor(es): Pedro Venceslau
O Estado de S. Paulo - 30/10/2013

Em Curitiba, presidente põe petistas e tucanos no mesmo palanque e "recicla" a verba federal para o metrô, que fora prometida em 2011
Em sua quarta viagem ao Paraná neste ano, a presidente Dilma Rousseff reuniu ontem tucanos e petistas no mesmo palanque para anunciar, em Curitiba, investimentos em obras do metrô que já tinham sido prometidos em 2011, mas nunca saíram do papel.
Em outubro daquele ano, a presidente organizou um grande evento no Parque Barigui, na região norte da capital, para dizer que o governo federal liberaria R$ 1 bilhão a fundo perdido (sem necessidade de devolução). A obra estava orçada em R$ 2,25 bilhões e o então prefeito, Luciano Ducci (PSB) era aliado do governador tucano Beto Richa. Na ocasião, o ato foi interpretado no meio político paranaense como o lançamento informal da candidatura de Gleisi Hoffmann (PT), ministra-chefe da Casa Civil, ao governo do Estado.
Apesar do anúncio público, a presidente decidiu esperar até o fim das eleições municipais de 2012 para liberar os recursos. Ocorre , que o novo prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que era tucano, mas agora se aliou à presidente, recalculou o custo da obra e concluiu que seria preciso quase dobrar o orçamento, que saltou para R$ 4,6 bilhões.
Segundo a assessoria do Ministério das Cidades, a verba não foi liberada justamente porque houve um "redimensionamento" do projeto que exigiu uma "complementação" de recursos de todas as partes. A fatia do governo na obra saltou de R$ 1 bilhão para R$ 2 bilhões. O aumento justificaria o novo anúncio, diz o governo.
"Quando o governo fez o anúncio em 2011 o projeto era um, mas agora é outro. Naquela vez, ele foi feito de maneira apressada pela prefeitura e pelo governo estadual", explicou ao Estado o deputado paranaense André Vargas (PT),vice-presidente da Câmara e aliado de Gleisi. Segundo ele, não houve liberação de verbas em 2012 porque não havia projeto".
A assessoria de imprensa do Planalto acrescenta que o novo projeto é bem mais ousado que o primeiro. A versão anterior tinha trilhos subterrâneos e aéreos (BRTs) e teria 14 km. A atual será subterrânea e terá 17 km.
A cerimônia de ontem foi marcada pelo tom ecumênico entre petistas e tucanos. "A sra. foi responsável pelo maior investimento em 20 anos (na capital)", disse Fruet a Dilma. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, ressaltou que o anúncio representava "o exercício da boa política". Richa celebrou "a consolidação de uma grande união".

Mudança em traçado do VLT de Santos já era prevista

25/10/2013
Nesta quinta-feira (24/10), foi realizada uma reunião entre o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, um grupo de vereadores, o engenheiro da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e gestor da obra, Carlos Romão Martins, e o presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Antônio Carlos Silva Gonçalves, e outros técnicos.

O assunto foi a obra do VLT da Baixada Santista, que prevê toda a remodelação da Avenida Francisco Glicério. As calçadas passarão dos atuais 3,37 metros para 3,50 m, a ciclovia de 2 m para 2,50 m e a pista de veículos de 7 m para 9 m, além da redução do estágio semafórico (aumento do tempo verde e a redução do vermelho e amarelo).

O VLT não será em linha férrea. O prefeito Paulo Alexandre explicou que o traçado já estava previsto no EIA-RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do empreendimento, em 2008, e mostrou os resultados de estudos que apontam os prejuízos ao trânsito com a passagem pela antiga linha férrea.

O relatório de 2008 mostrava que, caso o VLT seguisse na mesma área da linha férrea, os veículos que trafegam no sentido praia-Centro pelas avenidas Bernardino de Campos (canal 2), Ana Costa e Washington Luís (canal 3) não poderiam fazer a conversão na Francisco Glicério durante as passagens das composições. E os veículos que trafegam pela Francisco Glicério em direção ao canal 1 também não conseguiriam fazer a conversão para estas vias (Ana Costa e canais 2 e 3) em direção à região central, com prejuízos aos tráfego na avenida e aumento do tempo de viagem das pessoas no trânsito.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Moradores da Barra se mobilizam contra projeto do metrô

Associação está organizando protesto na Avenida das Américas
Jornal do BrasilGabriella Azevedo*

Os moradores da Barra da Tijuca seguem reclamando contra o atual projeto da linha 4 do metrô, que liga o bairro à Zona Sul da cidade. Com estação terminal localizada no Jardim Oceânico, os moradores pedem por uma extensão até o Terminal Alvorada, localizado no centro do bairro. Ainda sem data prevista, os moradores estão organizando um protesto na Avenida das Américas, principal via da Barra da Tijuca, contra o projeto que não atende às necessidade da área. 

Atualmente, a proposta da Prefeitura e do Governo do Estado prevê integração entre o metrô e o Terminal Alvorada através de Bus Rapid Transport (BRT), que terá um corredor exclusivo junto com uma rodoviária, localizada no Jardim Oceânico. Para os moradores, a região entrará em colapso, com o intenso fluxo de veículos no local.

A preocupação dos moradores da área é que a estação receberá um enorme número de ônibus, vans e carros. Além disso, o estacionamento de carros nos arredores será intenso, por conta dos motoristas que seguirão viagem no novo metrô. O local, que faz conexão com o Joá, o Itanhangá e a Zona Sul e já apresenta trânsito caótico, ficará saturado. Além de todos esses problemas, os moradores também reclamam da falta de transparência por parte da Prefeitura, o que resulta em uma insatisfação ainda maior.

O presidente da Associação de Moradores da Tijucamar e do Jardim Oceânico (AMAR), Luiz Igrejas, afirma que as reivindicações são antigas e já duram seis anos. Com a justificativa de que não há recursos, a Prefeitura se recusa a estender o metrô até a Alvorada. Apesar disso, Igrejas afirma que há verba, o que falta é projeto. A presidente Dilma Rousseff disponibilizou R$ 60 bilhões para mobilidade urbana, e no Rio, o único projeto levado ao governo federal foi o de construção da Linha 3, em São Gonçalo. 

“Estamos fazendo um movimento para colocar faixas na Avenida das Américas para protestar contra isso. O governo fala que falta de verba, mas o que falta é projeto que se enquadre nas nossas reivindicações. O estado que faça um projeto. Inclusive mandei documento ao governador, através do cartório, para não dizer que não recebeu, pedindo projeto até a Alvorada. A Dilma afirma que tem recursos, que é só apresentar projetos, mas o estado cobrou apenas o traçado de São Gonçalo, porque esse tinha projeto.

Estamos lutando por isso há seis anos e não tinha projeto? É um absurdo”, revolta-se Igrejas.

O vereador Carlo Caiado, a frente política mais envolvida no movimento contra a execução do atual traçado da linha, afirma que tentou implantar um projeto de lei que proíbe a construção de terminais na região do Jardim Oceânico, mas não teve apoio na Câmara dos Vereadores. O vereador também relembra que o trânsito complicado no local ficará ainda pior, com a chegada dos ônibus particulares de condomínios da Barra.

“O trajeto, que já é ruim, ficaria ainda pior. Os condomínios [da Barra] são contrários, falaram que não vão pegar o BRT para chegar ao metrô, porque o que acontece é que diversos condomínio utilizam transporte próprio para chegar até o centro da cidade, e vão passar a fazer seu trajeto do condomínio até o metro com esse transporte. Quer dizer, se já ta ruim, imagina com todos os ônibus indo para lá. Sem contar os moradores que deixarão seus carros no local para seguir de metrô. Vamos ter um problema sério de mobilidade urbana na região”, prevê.

Sobre a decisão dos moradores de colocar faixas na principal via da Barra da Tijuca, em repúdio ao atual projeto, Caiado afirma que a insatisfação dos moradores ficou ainda mais intensa depois que a licitação de extensão do BRT foi finalmente realizada pela Prefeitura, vencida pela empresa Sanerio, a mesma empresa que realizou a obra do trecho já existente BRT Transoeste. Em outubro deste ano, a licitação havia sido adiada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), fazendo com que os moradores acreditassem que o projeto da obra seria revisto.

“Aproximando-se da intenção da Prefeitura realizar as obras, todas as associações se mobilizam em relação ao nosso movimento de levar o metrô até o Terminal Alvorada, em defesa da linha 4 do metrô. Na minha opinião, criou-se uma expectativa com o adiamento feito pelo Tribunal de Contas, e achávamos que o prefeito teria se sensibilizado, mas como agora está sendo nítido que o papel dele não está sendo feito, isso acabou intensificando o movimento”, arrisca Caiado.

O Tribunal apontou irregularidades à Secretaria Municipal de Obras (SMO) referentes ao projeto, incluindo a ausência de estudo prévio de impacto ambiental, falta de audiência pública para debater o plano com a população e a inexistência de especificações orçamentárias e técnicas de partes do projeto. Após diversas restrições, a Prefeitura teria cumprido com as metas estipuladas pelo TCM e decidiu realizar a licitação da obra de extensão do BRT.  

Agora, o último recurso dos moradores e do vereador Carlo Caiado está nas mãos do Ministério Público (MP), que vai analisar a questão de mobilidade da obra e a divergência sobre a realização de audiência pública, questionada por Caiado. “A gente ainda está com esperança porque o Ministério Público está analisando e pode interditar a obra, mesmo com a licitação, em virtude de duas denúncias nossas. Uma é a questão da mobilidade e a outra é a questão da audiência pública, envolvendo a população como um todo, e que não foi realizada. A Prefeitura está alegando que fez audiência pública em Pedra de Guaratiba, na qual eu estava presente, mas essa audiência, realizada em 2010, foi destinada para o trecho que já existe [BRT Transoeste]. A gente está com essa expectativa [em relação à decisão do MP]”, torce o vereador.

Caiado ainda ressalta que a Sanerio, vencedora da licitação, já tem relação conturbada com a Prefeitura do Rio. A obra do BRT Transoeste foi questionada por conta dos inúmeros problemas gerados após a inauguração do trecho, como buracos no asfalto e desnível no pavimento da pista. No jogo de empurra-empurra entre a Prefeitura e a empresa, a Sanerio acusou a administração de Eduardo Paes de ter acelerado a entrega da obra, realizada às pressas para que ficasse pronta dentro do prazo permitido para inaugurações antes da eleição.

Já a Prefeitura acusa a empresa de não ter cumprido com as exigências da Secretaria Municipal de Obras, e de não ter realizado as alterações impostas pelos fiscais do órgão. O corredor Transoeste foi inaugurado em junho de 2012, um mês antes do prazo legal de inaugurações terminar e a quatro da eleição. Com quase um ano e meio de uso, o corredor já apresenta inúmeros problemas estruturais e de conservação. Caiado lamenta pela realização da licitação e pela empresa que executará a obra. “A empresa que ganhou é uma empresa que tem relação de dificuldades com a Prefeitura, é a mesma que fez o lote
do outro trecho já existente do BRT, e não sei como vai ficar isso”.

Técnicos do Estado afirmam que a melhor opção é extensão da linha

Em setembro, o Jornal do Brasil publicou matéria sobre a elaboração de um documento por técnicos do próprio estado, que fazem parte da equipe de revisão do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), no qual afirmam que a extensão da linha até o terminal é a opção de mobilidade ideal. No documento, os técnicos afirmam que “é unânime, entre os técnicos (...) a opinião de que a melhor solução de transporte é o prolongamento da linha 4 do Metrô até o terminal Alvorada”.

O documento afirma que a ampliação do BRT até o Jardim Oceânico se tornaria dispensável, já que será um recurso temporário, e os R$ 92,4 milhões da obra seriam desperdiçados. No documento emitido, os técnicos ressaltam que efetuar a extensão da linha 4 após a obra do BRT faz com que a estação construída perca sua utilidade. Além disso, os impactos no trânsito, com a sobrecarga do entorno do Jardim Oceânico, são questionados pelos moradores da Barra da Tijuca, que também se posicionam de maneira contrária à manutenção do projeto. 

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil