quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Poços de Caldas assina parceria com empresa alemã para estudar viabilidade do monotrilho



  04/07/2019
A Prefeitura de Poços de Caldas (MG) assinou nesta quarta-feira (3) uma parceria com uma empresa alemã para estudar a viabilidade do monotrilho, que está desativado desde 2003. A tentativa é colocar o sistema em funcionamento em 2020.
Segundo a administração, o interesse da empresa europeia surgiu após a prefeitura retomar a posse do sistema em janeiro deste ano.
A empresa dona da concessão do monotrilho abriu mão do contrato depois de uma disputa judicial com o município. Depois da análise de viabilidade, o projeto poderá contar com o investimento do governo alemão.
"Esse monotrilho até então estava sendo visto como um problema, para nós soou como uma oportunidade. Portanto a gente tem uma solução, vemos muito potencial, já conhecia a cidade, desta vez que eu vim conheci ainda mais, vi o potencial turístico que a gente tem aqui, então acreditamos muito que a gente encontre uma viabilidade para isso, por isso que a gente está investindo neste projeto", disse o diretor da empresa, Phellipe Barcelos.
Segundo a Prefeitura, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) fará o laudo de segurança da estrutura. A expectativa é que o estudo de viabilidade seja entregue até o final do ano e que no início de 2020 a estrutura do monotrilho tenha um destino definido.
"O nosso sonho é que ele possa funcionar, mas acima de tudo que possa funcionar com segurança, num sistema que participe do nosso transporte coletivo, da nossa mobilidade urbana. Acho que nós estamos bem acompanhados nesse grande problema que virou o monotrilho para Poços, mas de problema que sabe ele possa virar uma grande solução", disse o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB).
O monotrilho
O contrato de concessão do monotrilho foi assinado em 1981 e permitia que a empresa escolhida explorasse os serviços por cinco décadas após a inauguração. A ideia inicial era que o sistema atendesse o transporte público com cerca de 30 quilômetros de extensão, mas só cinco foram erguidos.
O primeiro trecho começou a funcionar em 2000, mas três anos depois parte da estrutura desabou e o monotrilho nunca mais funcionou. Agora, a proposta é avaliar a estrutura e as tecnologias.
Veja a linha do tempo do monotrilho:
agosto de 1981: câmara aprova a construção e a abertura de licitação para o monotrilho.
outubro de 1981: prefeitura assina o contrato com a empresa J. Ferreira Ltda. A ideia era que ela bancasse toda a obra e, depois de 50 anos de funcionamento, devolvesse o monotrilho para a prefeitura. A construção começa no mesmo ano.
janeiro de 1989: as obras ficaram paradas e a prefeitura faz estudos nos contratos com a concessionária para determinar quais medidas tomar para o reinício do serviço.
junho de 1990: testes experimentais são realizados, mas após uma falha grave, são suspensos.
25 de setembro de 2000: após a inauguração oficial, o trem descarrila em uma curva e 19 pessoas têm que ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. O monotrilho funciona poucas vezes até 2003, quando é suspenso definitivamente.
14 de novembro de 2003: duas pilastras, que ficam ao longo da Avenida João Pinheiro, caem e derrubam cerca de 50 metros da estrutura.
9 de março de 2005: um laudo aponta que a culpa foi de obras realizadas pela prefeitura para desassoreamento do Ribeirão Poços de Caldas, que corta a cidade.
30 de setembro de 2014: Ministério Público trabalha para que o monotrilho volte a funcionar, mas um impasse entre a prefeitura e a empresa mantém o serviço suspenso.
17 de dezembro de 2014: concessionária e prefeitura não entram em um acordo referente ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do monotrilho proposto pelo MP. O trem segue sem funcionar.
22 de julho de 2015: a EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, mostra que moradores de rua usam o monotrilho como abrigo e se recusam a ir para centros de recolhimento da cidade.
22 de março de 2016: uma liminar da 3ª Vara Cível de Poços de Caldas determina que a prefeitura faça reparos no monotrilho para evitar que parte da estrutura desabe.
26 de março de 2016: prefeitura questiona a liminar e pede que a empresa que tem a licitação seja intimada.
20 de março de 2017: um abaixo-assinado pede a demolição da estrutura do monotrilho. O grupo alega que o empreendimento deixou um legado de agressão à natureza, além do risco à segurança dos moradores e visitantes da cidade.
5 de dezembro de 2018: parte da estrutura do monotrilho é isolada para manutenção. A medida é tomada pela empresa responsável pela construção inicial do trem.
29 de janeiro de 2019: a empresa J. Ferreira Ltda desiste de contrato de concessão do monotrilho e entrega a obra à Prefeitura de Poços de Caldas.


quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Linha Sul do metrô de Fortaleza só transporta 9,7% do total projetado de passageiros



  05/08/2019
person G1
Há sete anos a Linha Sul do Metrô de Fortaleza (Metrofor) entrou em funcionamento. Isto, após quase 13 anos de obras. Hoje, a linha que liga a capital a Maracanaú, na Região Metropolitana, é a maior via de transporte de passageiros sobre trilhos em operação no Ceará, tanto em extensão como em quantidade de usuários. Entre 2015 e 2018, o aumento dos embarques foi de 84%, passando de 4,6 milhões para 8,6 milhões. A situação da linha reflete justamente os dilemas do transporte metroferroviário em Fortaleza, que, apesar de bem avaliado por quem usa, ainda padece com o ritmo lento de expansão e oferta integral dos serviços.
Apesar da expansão de 84% no número de usuários, a linha transporta por mês 34 mil passageiros, o equivalente a 9,7% do projetado em 2012, quando o metrô entrou em operação. A estimativa era de que 350 mil passageiros fossem transportados por mês caso o sistema metroferroviário estivesse operando totalmente, com a Linha Oeste e o VLT, e integrado a outros modais, como ônibus.
O presidente do Metrofor, Eduardo Hotz, considera essa quantidade "um avanço significativo" e reitera que o número estimado de transporte de 350 mil pessoas por dia seria possível se, além da Linha Sul completamente estruturada, as linhas Oeste, Leste e o VLT já estivessem em funcionamento pleno.
"Eu não avalio como um problema, embora a primeira vista seja 10% do que havia sido citado, porque na realidade o nosso sistema está operando com marcha à vista, isto é, sem sistemas automatizados, porque eles não acabaram de ser implantados. A nossa previsão era conseguir fazer essa implantação até o fim do ano e ainda continuamos com essa pauta. Se isso acontecer nós estaremos em condição de dobrar a frota e reduzir pela metade o intervalo entre os trens, portanto estarei oferecendo um serviço de muito melhor qualidade", afirma.
Eduardo também garante que não "há decepção com esse processo", porque ele depende da liberação de recursos. "Nós sabemos que o metrô de Fortaleza tem sofrido com a liberação de recursos sendo feita de maneira não sistemática e abaixo do que estava previsto nos contratos originais por conta da dificuldades financeiras que passou o governo federal, e os próprios cuidados que eram necessários o governo estadual ter pra fazer as suas despesas".
Ele avalia que, embora a operação tenha déficits, ainda é bastante consistente em relação aos outros projetos. "A nossa demanda hoje é de 34 mil. Quando começamos esse processo, não tínhamos 5 mil ou 6 mil passageiros por dia. Isso é positivo porque traz não apenas uma receita adicional como também oferece às pessoas uma confiança de que o metrô está andando".
Intervalo entre as viagens gera queixas
Entre os usuários as queixas referem-se, sobretudo, ao intervalo de tempo entre as composições. Os 20 minutos de espera na Estação da Parangaba poderiam ser reduzidos, projeta a técnica de enfermagem Amanda da Silva, mas ela reconhece que de forma gradual o intervalo entre um metrô e outro tem diminuído. Há mais de dis anos, a Linha Sul é prioridade em seu deslocamento entre Maracanaú e Fortaleza.
O faturista Michel Platini, morador da Região Metropolitana, compartilha da percepção. Dos sete anos de abertura da Linha Sul, há seis ele usufrui do modal para chegar ao trabalho no Bairro Parangaba, em Fortaleza. Sai de casa às 6h e retorna às 17h. Trajeto rápido, que caso fosse de ônibus levaria cerca de duas horas. "É um transporte muito bom, mas se tivesse menos intervalo seria melhor. Tem vezes que está tão lotado que não tem nem como a gente subir", desabafa.
O presidente do Metrofor ressalta que a perspectiva é garantir recursos para que até março de 2020 o metrô esteja automatizado. O que poderá reduzir o intervalo das viagens e aumentar a frota uma vez que haverá mais segurança da sinalização. "Isto é, eu posso reduzir o intervalo para a metade. Com isso, posso dobrar a minha frota, porque terei mais segurança para colocar mais trens operando. Hoje opero com cinco trens e passarei a operar com dez quando tiver o sistema de sinalização. A oferta de lugares será não apenas maior do ponto de vista de quantidade como muito maior do ponto de vista da qualidade. Hoje tenho de 16 a 17 minutos, terei algo em torno de sete minutos e meio a oito minutos, que facilita muito a vida das pessoas".
Integração necessária
Uma das premissas para otimizar a expansão do transporte sobre trilhos é não vê-lo como "concorrente de algum outro sistema, sobretudo transporte público por ônibus", alerta o professor de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Bruno Vieira Bertoncini. De acordo com ele, a não integração da rede metroferroviária com os ônibus e bicicletas é um elemento que prejudica o desempenho do sistema, bem como a mobilidade urbana. Um dos exemplos é a ausência de políticas para transporte de bicicletas nos vagões ou mesmo de bicicletários nas estações.
Além disso, o traçado da linha passando por áreas pouco adensadas de população, ou de comércio, pode comprometer a atração do modal e provocar um efeito de concentração de viagens em momentos bem definidos do dia e gerar ociosidade em outros períodos. "Uma quantidade de passageiros transportada por dia muito abaixo da capacidade do sistema pode ser ruim, não apenas para o equilíbrio financeiro do mesmo, mas também para outros aspectos, como manutenção do nível de serviço do sistema. Contudo, a demanda dependerá da existência de atividades ao longo do corredor, bem como da possibilidade de integração com os demais componentes da oferta de transportes".
Tarifas não pagam operação
Na Linha Sul, as tarifas são R$ 3,60 a inteira e R$ 1,80 a meia. Mas os valores pagos pelos usuários não custeiam nem as operações e nem a manutenção da linha. Essa situação, explica o conselheiro da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Conrado Grava de Souza, é comum nas operações do transporte público sobre trilhos. Conforme o professor Bruno Bertoncini, "seria inviável repassar tais custos para o valor da tarifa, pois ficaria muito cara".
O representante da ANPTrilhos também destaca que poucos sistemas pesados de metrô público do mundo são autossuficientes. Um exemplo é o sistema de São Paulo, que paga o próprio custo operacional. "Se você tiver um bom planejamento e diminuir a ineficiência do sistema, consegue manter. Mas sequer tem condições de ampliar", pondera Souza.
O G1 solicitou ao Metrofor os custos mensais de cada linha em operação, mas até a publicação desta matéria não teve resposta. Uma das alternativas avaliadas pelo Metrofor, segundo o presidente do órgão, Eduardo Hotz, é a exploração de receitas não tarifárias, como o aluguel de boxes nas estações. Isto pode acrescer entre 15% e 20% da cobertura de custeio das linhas.

Metrofor fecha 2018 com prejuízo de R$ 180,9 milhões


  

22/04/2019
person O Povo
O prejuízo da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) somou R$ 180,90 milhões em 2018, 8,1% maior que o registrado em 2017, quando o déficit foi de R$ 167,34 milhões. De acordo com balanço financeiro divulgado pelo Governo do Estado, desde que o Sistema Metroviário do Ceará começou a operar comercialmente com a Linha Sul de Fortaleza, em outubro de 2014, a empresa acumula prejuízo de R$ 880,84 milhões. Também entram na conta o VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) da Linha Oeste, que liga a Capital cearense à Caucaia, e os metrôs do Cariri e Sobral.
Apesar de o lucro bruto do Metrofor, obtido pelas tarifas pagas pelos passageiros, ainda estar longe de cobrir as despesas operacionais do equipamento, a companhia comemora o aumento da movimentação de pessoas que utilizam o sistema. Em 2018, por exemplo, a Linha Sul, que interliga Fortaleza às cidades de Maracanaú e Pacatuba, na Região Metropolitana, recebeu 8,64 milhões de passageiros, número 32% maior que os 6,53 milhões contabilizados no ano anterior. Considerando todos os ramais, foram mais de 13 milhões de passageiros transportados. Nesse total, também está incluída a movimentação de mais de 591 mil pessoas do VLT Parangaba-Mucuripe, em operação assistida desde julho de 2017.
Mesmo com o sistema deficitário, a receita operacional do Metrofor, que corresponde ao valor que a empresa recebe pela venda de seus produtos, cresceu 43,4% em razão da maior demanda de passageiros. Passou de R$ 18,52 milhões em 2017 para R$ 26,56 milhões em 2018. Por outro lado, ao longo desses 12 meses, a valorização do Metrofor recuou 0,5%. O total geral do ativo da companhia, que representa o conjunto de bens e direitos de uma organização, foi de R$ 1,89 bilhão para R$ 1,88 bilhão.
Em relação à Linha Sul, o Governo destaca que, no ano passado, foi implantado um sistema de telecomunicações ao longo da ramal e nos trens. Também observa o início do funcionamento de negócios não operacionais no equipamento, por meio do fornecimento de diversos serviços, como lojas, exploração de mídia e máquinas de vendas automáticas, com expansão prevista para 2019.
Além disso, aponta o projeto de envelopamento nas áreas externas dos trens com informes publicitários. "Ainda na Linha Sul, foi inaugurada em maio de 2018 uma área de lazer, com 127 metros quadrados, ao lado da Estação Juscelino Kubitschek, com diversos brinquedos e equipamentos de ginástica, na avenida João Pessoa", acrescenta.
Em março do ano passado, o Governo lançou edital da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) que antecede a Parceria Público-Privada (PPP) para a concessão do Sistema Metroviário do Ceará à iniciativa privada, que terá o direito de operar e explorar as linhas, além de cumprir, a longo prazo, uma agenda de manutenções e ampliações em todos os ramais. A expectativa era que o edital para a PPP fosse publicado ainda em 2018. Mas, agora, a atual gestão trabalha com prazo que pode se estender até 2020. O Governo ainda tenta destravar a obra da Linha Leste, que ligará o Centro de Fortaleza ao Papicu.


terça-feira, 23 de julho de 2019

Metrô do Rio superfaturado e inacabado



 02/07/2019
person O Dia
A força-tarefa da Lava Jato no Rio prendeu, ontem, o procurador Renan Saad, por suspeita de receber R$ 1,265 milhão em propina da Odebrecht, para mudar o traçado da Linha 4 do metrô. A obra, com denúncia de desvio de recursos e paralisada há quatro anos, tira o sono dos moradores da Gávea e frequentadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ). Eles temem que o terreno do canteiro de obras desabe e abale as estruturas dos prédios do entorno.
O procurador do Estado é acusado de emitir pareceres para justificar as mudanças de traçado no projeto original da obra, aumentando abusivamente seu valor inicial. Em 1998, o projeto foi orçado em R$ 880 milhões, mas a expansão acabou inaugurada ao custo de R$ 9,6 bilhões.
A licitação de 1998 da Linha 4 previa traçado por Botafogo, Humaitá e Gávea, até São Conrado e Barra. Hoje, o trajeto sai de Ipanema, passando por Leblon e São Conrado até a Barra. Procurado pelo DIA, o advogado de Saad, Paulo Ribeiro, não retornou.
Imbróglio das obras
As obras da estação da Gávea começaram em 2013 e deveriam ter sido entregues, junto com as demais estações da Linha 4, em 2016. No entanto, o imbróglio está longe do fim. Segundo o subsecretário de Logística da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), José Eduardo Castello Branco, o governo estadual precisa de R$ 900 milhões para a conclusão do trecho da Gávea. Desse total, R$ 300 milhões iriam assegurar a estabilidade das escavações e das fundações, a conclusão da chamada 'obra bruta'.
Durante audiência pública realizada, semana passada, pela Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio, o subsecretário informou que o governador Wilson Witzel vai solicitar ao governo federal uma parceria para o término da obra. Ele alegou que o estado não possui orçamento suficiente e que empréstimos desse tipo não estão permitidos pelo Regime de Recuperação Fiscal.A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) fez um alerta sobre um possível desabamento nas obras da estação. Após a paralisação, foi necessário inundar o terreno para que a estrutura não cedesse. Engenheiros da universidade afirmam que há grande risco de desabamento, uma vez que a estrutura instalada é provisória.
O vice-reitor de Desenvolvimento da PUC, Sérgio Bruni, afirmou que a instituição está disposta a fazer o estudo de forma gratuita. Em um grupo do Whatsapp, alunos da universidade compartilham um abaixo-assinado pedindo a retomada da construção.
Para o estudante Gustavo Amaral, 20, a retomada das obras põe fim a possíveis riscos para quem frequenta a região e faria com que os usuários precisassem de menos tempo para chegar à Gávea. As obras da estação foram paralisadas por uma liminar da Justiça, que impede que novos aportes financeiros sejam feitos. A decisão foi baseada em ação do Ministério Público do Rio, que apontou superfaturamento e possíveis desvios financeiros pelas empresas envolvidas. Castello Branco afirma que a Procuradoria-Geral do Estado está analisando as possibilidades jurídicas para reverter a decisão.
O presidente da Associação de Moradores da Gávea, René Hasenclever, sugeriu que a iniciativa privada arque com parte do investimento restante: "Se o estado não tem mais financiamento, temos que chamar as indústrias e o comércio para colocar o dinheiro na mesa", declarou.


Obra na Gávea para evitar possível desastre nas obras da Linha 4 do metrô levaria um ano


  
12/06/2019
person O Globo
As obras necessárias à estação do metrô da Gávea - cuja construção está parada desde 2015, oferecendo riscos estruturais a prédios próximos - vão levar, no mínimo, um ano. A informação consta de documento que a Riotrilhos entregou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). A intervenção no canteiro, que foi inundado por 36 milhões de litros de água há um ano e quatro meses para estabilizar a estrutura, é obrigatória. O estado terá de fazer os ajustes por conta do perigo para o entorno.
A Riotrilhos alerta que o canteiro terá que ser totalmente esvaziado, gradativamente, numa operação cuidadosa, e não poderá mais ser alagado. Com base na análise da empresa, o TCE deu, na segunda-feira, prazo de cinco dias para o governador Wilson Witzel e o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, apresentarem um relatório indicando as medidas que vão tomar sobre a estação da Gávea.
Moradores preocupados
Segundo a Riotrilhos, que não estimou os custos, há duas alternativas viáveis. Para seguir com a obra, é preciso terminar as escavações em mais 15 metros de rocha e concretar toda a estação. Se não for dar continuidade, a saída é escorar as estruturas existentes e cobrir de terra o buraco até que, um dia, as obras sejam retomadas.
A previsão é que o serviço será lento. Só para retirar a água do local serão necessários três meses de trabalho. O prazo total das intervenções poderia chegar a dois anos. Os riscos se concentram na chamada alça oeste, onde está a futura estação. Não foram identificados problemas maiores na alça sul, onde as obras pararam quando ainda faltavam escavar 1.256 metros de túneis.
Procurado, Witzel não se manifestou ontem porque ainda vai se reunir com o secretário de Transportes. No início do ano, o governador prometeu, em seu plano de metas, que um grupo de trabalho apresentaria uma solução para a estação Gávea em cem dias. O prazo venceu em 10 de abril.
Em meio à indefinição, a situação preocupa moradores e a PUC. A universidade fez estudos por conta própria atestando os perigos da paralisação da obra. Professores da instituição estão à disposição para ajudar o poder público e vão participar de uma audiência pública na Alerj, no próximo dia 26, convocada pelo deputado Carlo Caiado (DEM). Ele pretende propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre governo e judiciário para a retomada da construção.
- Segundo nosso estudo, há presença de água alcalina que pode corroer a estrutura - explicou Sergio Bruni, vice-reitor da PUC. - Por ora, não há preocupação com danos aos nossos prédios, mas, se essa situação continuar por mais oito, nove anos, poderemos ter problemas graves.
A Associação de Moradores da Gávea diz ter sido informada de que a obra não será retomada em menos de dez anos porque haveria falhas técnicas no projeto da Linha 4.


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Odebrecht finaliza venda da Supervia para consórcio japonês



30/05/2019
person Diário do Transporte
  
A Odebrecht finalizou a operação de venda da Supervia, concessionária de transporte ferroviário do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 28 de maio de 2019. A Rota das Bandeiras, concessionária do corredor Dom Pedro, no interior de São Paulo, também foi negociada pela empresa, após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Com as duas vendas, a Odebrecht, que sofreu enormes perdas com os escândalos investigados pela operação Lava Jato, poderá aliviar sua situação com os R$ 2,45 bilhões que receberá de pagamento. A empresa sofreu intensa pressão para vender ativos para reduzir suas dívidas.
No negócio da Supervia, a GUMI passou a deter quase 90% do controle da concessionária (88,7% das ações), restando 11,33% à Odebrecht Transport (OTP), braço de transportes e mobilidade urbana do grupo. A GUMI - Guarana Urban Mobility Incorporated, subsidiária controlada pela trading japonesa Mitsui, assinou em fevereiro deste ano o contrato de compra e venda com a OTP para transferência de controle na SuperVia.
Já a concessionária Rota das Bandeiras passará a ser controlada pela gestora Farallon e pela companhia de investimentos Mubadala, de Abu Dhabi, que integrarão o Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia. A Odebrecht Transport (OTP), vai ficar com 15% do negócio, e os 85% restantes passarão para o controle do Fundo de Multiestratégia.
SUPERVIA
Com venda consumada, o consórcio japonês liderado pela Mitsui assume a quase a totalidade das ações da Supervia, tomando o lugar da OTP, até então a maior acionista da empresa.
As negociações, que vinham se desenrolando há alguns meses, estavam sendo vistas com otimismo pelo setor ferroviário, que aposta na abertura de novos investimentos. O consórcio, além da Mitsui, engloba participantes como a JRW (West Japan Railway), maior operadora de trens do Japão.
O negócio para vender a concessionária foi liderado por credores brasileiros da Odebrecht. O grupo sofreu enormes perdas com os escândalos investigados pela operação Lava Jato, o que a levou a sofrer intensa pressão para vender ativos para reduzir suas dívidas.
A Supervia, com 201 trens, opera 270 quilômetros de malha ferroviária dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações. Atua desde 1998 e transporta cerca de 600 mil passageiros em dias úteis.


CCR Metrô Bahia vê lucro chegar a quase 2.000% no ano passado


  12/04/2019
  



CCR Metrô Bahia - concessionária responsável pela construção, manutenção e operação do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (SMSL) - fechou 2018 com um lucro líquido de R$ 40,292 milhões, o que representa um salto de 1.987% em relação ao ano anterior (R$ 1,931 milhão). A informação é do site Bahia de Valor.
O resultado é decorrente, principalmente, do incremento de receita com a ampliação da malha metroviária, da entrada em operação dos novos terminais de integração e da estação metroviária Aeroporto. A receita operacional da empresa, por sua vez, na mesma base de comparação, teve queda de 53%, passando de pouco mais de R$ 2,159 bilhões para R$ 1,006 bilhão.
Ainda de acordo com o balanço, divulgado nesta quarta-feira, a receita metroviária em 2018 totalizou R$ 217,148 milhões, 139% superior à 2017 e representou 86% do total da receita (excluindo receita de construção e receita de remuneração dos ativos). Segundo a empresa, o incremento da receita metroviária é consequência da inauguração da estação Aeroporto e dos novos Terminais de Integração com os ônibus, ocorridos no decorrer do ano. Já a receita de construção apresentou redução de 72% (de R$1.781.345 para R$ 504.901) devido o menor volume de investimentos em 2018 com a finalização de implantação do projeto.
No ano passado, a concessionária investiu um total de R$ 500 milhões. Os destaque do ano foram:
1 - Inauguração do Terminal de Integração de Ônibus Rodoviária Norte, pertencente à Linha Inauguração do Terminal de Integração de Ônibus Pituaçu, pertencente à Linha 2
2 - Inauguração da Estação Aeroporto, pertencente à Linha 2, bem como o serviço de "shuttle", composto por um sistema de coletivos integrados para levar passageiros até o Aeroporto Internacional de Salvador
a ccr metrô bahia opera duas linhas, com 33 km de extensão, 20 estações, 8 terminais de integração com ônibus
3 - Inauguração do Terminal de Integração de Ônibus Aeroporto, pertencente à Linha 2
4 - Conclusão e entrega de 14 passarelas ao longo da linha 2 (Estações Pernambués, Rodoviária, Imbuí, CAB, Pituaçú, Flamboyant, Tamburugy, Bairro da Paz, Mussurunga, Aeroporto, Stella Maris, Hospital Sarah, Madeireira Brotas e Salvador Shopping)
5 - Conclusão e entrega da ciclovia e pista de caminhada da Linha 2, com 12 km de extensão e a Conclusão e entrega de 2 novos viadutos (Viaduto 2 de Julho e Viaduto Rua das Locadoras).