terça-feira, 2 de outubro de 2012

Governo anuncia primeiro cancelamento de obra para a Copa de 2014: VLT de Brasília não sai

Vinicius Konchinski*
Do UOL, no Rio de Janeiro
28/09/201209h54

O governo federal anunciou oficialmente o primeiro cancelamento de uma obra para a Copa do Mundo de 2014. A construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Brasília não será mais feita para o Mundial, diferentemente do que havia sido prometido pelo governo do Distrito Federal e do que previa o contrato firmado pelo Metro-DF em 2010.

A obra foi retirada nesta sexta-feira da Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo, documento que lista todas medidas necessárias para a preparação do Brasil para o Mundial. Uma resolução publicada no Diário Oficial da União informa a exclusão do VLT da matriz.

Essa é a primeira obra licitada, contratada e iniciada para preparar uma das 12 cidades-sede para a Copa do Mundo que oficialmente não ficará pronta para o torneio.

"Vamos criar uma pista para ônibus", diz vice-governador do DF após cancelar VLT
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro

O vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli (PMDB), afirmou nesta sexta-feira que uma pista para tráfego de ônibus será a alternativa de mobilidade urbana de Brasília para a Copa do Mundo 2014. Após o governo federal excluir a construção de uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da lista de preparativos do Brasil para o Mundial, Filippelli disse a reforma da rodovia DF 047 criará uma faixa expressa para uso exclusivo do transporte coletivo.

“A retirada do VLT da lista de obras da Copa foi um pedido nosso. Já estamos planejando fazer a readequação do projeto de reforma da rodovia DF 047”, explicou o vice-governador, em entrevista ao UOL Esporte. “Nessa obra, vamos criar uma grande via expressa entre o aeroporto e o centro da cidade. Ali haverá uma faixa exclusiva para ônibus.”

VLT de Brasília é retirado da matriz
Prazo curto para licitar e concluir a obra antes do início da competição motivou a retirada da obra, o que representa redução do legado da Copa


RODRIGO VARGAS
Da Reportagem
Com um traçado equivalente a 30% do previsto para Cuiabá e Várzea Grande, o VLT de Brasília foi oficialmente excluído da matriz de responsabilidade para a Copa de 2014. O motivo: o prazo curto para licitar e concluir a obra antes do início da competição.

A desistência foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União e marcou a primeira grande baixa no prometido legado da competição, cujo orçamento total (incluindo arenas, centros de treinamento e obras de mobilidade urbana) é estimado em R$ 27,3 bilhões.

O projeto do VLT de Brasília prevê três trechos totalizando 22,6 quilômetros. Apenas o primeiro segmento, de 6,5 quilômetros (ligando o Aeroporto Juscelino Kubitschek ao terminal da Asa Sul), estava incluído na matriz de responsabilidades, com orçamento previsto de R$ 276 milhões.

A exclusão foi feita a pedido do governo do Distrito Federal, que desde 2009 tenta contratar a obra, sem sucesso. Naquele ano, chegou a ser lançada e concluída a primeira licitação, tendo como vencedor o consórcio formado pelas empresas Daclon, Altran/TCBR e Veja Engenharia.

No ano passada, a 7ª Vara da Fazenda Pública aceitou uma denúncia formulada pelo Ministério Público do DF, que apontou a existência de fraudes e direcionamento na licitação. O contrato foi anulado e o governo do DF não recorreu.

A maior parte dos recursos para a primeira etapa do VLT candango viria do Programa Pró-Transporte Copa, do Ministério das Cidades. Ao portal de notícias G1, a assessoria do Metrô-DF disse que o projeto será mantido, mas enquadrado em outro programa.

RETOMADA - Na lista da matriz de responsabilidades, o projeto do VLT de Cuiabá e Várzea Grande prevê extensão de 22,5 quilômetros, o equivalente a três vezes o segmento excluído em Brasília. O cronograma assegura a conclusão de todo o trecho até março de 2014.

O DIÁRIO procurou a Secopa para tratar das principais diferenças na execução das duas obras, mas até o término desta edição, ninguém respondeu.

Ontem, pela manhã, o secretário Maurício Guimarães acompanhou, em Várzea Grande, o reinício das obras de implantação do modal. A retomada foi possível após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que cassou liminar que determinava a paralisação da obra.

“Daqui pra frente acreditamos que teremos tranquilidade e segurança jurídica”, disse Guimarães.

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