sábado, 4 de fevereiro de 2017

Gasto com manutenção cai, e falhas no metrô do DF disparam em 2016

Levantamento exclusivo do G1 mostra que problemas em vagões aumentaram 14,86% entre 2015 e 2016. Verba caiu quase pela metade no período; 'mudanças de contrato', diz diretor.



Por G1 DF
04/02/2017 06h00  Atualizado há 1 hora

Com a passagem mais cara de todo o país, o metrô do Distrito Federal teve os serviços interrompidos por pelo menos 54 vezes em 2016. Relatório obtido com exclusividade pelo G1 revela que o número de "incidentes notáveis" – quando os vagões param por mais de 15 minutos em horário de pico, ou 20 minutos em horário normal – aumentou 14,89% em relação a 2015.

Ao mesmo tempo, o investimento em manutenção foi reduzido quase pela metade. Em 2015, foram 47 incidentes notáveis, e o Metrô empregou R$ 99 milhões na manutenção. Em 2016, o valor usado para o mesmo tipo de serviço foi de "apenas" R$ 45 milhões.

Em entrevista ao G1, o diretor de Operação e Manutenção do Metrô-DF, Carlos Alexandre da Cunha, admitiu o aumento de falhas significativas. Apesar disso, segundo ele, a diminuição do valor gasto em manutenção não quer dizer "que o investimento foi menor”. Questionado, ele não informou onde estaria o restante da verba que poderia compensar essa diferença.

“Passamos por três transições de contrato. Quando se tira um grupo de empresas e coloca outras para gerenciar isso traz realmente um prejuízo. Além disso, nosso sistema é obsleto.”

Cunha diz ter "esperança" de que a situação melhore em 2017. Segundo ele, o Metrô do DF assinou um contrato de R$ 20 milhões para investir na modernização dos trens e trilhos – o que deverá, segundo ele, melhorar o sistema.

Apesar da previsão de Cunha, o metrô já apresentou falhas de longa duração em 2017. Na última quinta-feira (2), um problema deixou o serviço interrompido por 40 minutos. Segundo a direção, uma falha no sistema de transmissão de dados impediu o funcionamento regular nas estações Asa Sul e na região da Estrada Parque. Fora da área afetada, a estação Central teve o embarque suspenso.

Em janeiro, o sistema também apresentou problemas. Na manhã do dia 11, uma falha de sinalização provocou atraso no embarque de passageiros. Segundo a companhia, a situação ocorreu entre as estações Arniqueiras e Águas Claras, atrapalhando o fluxo de trens entre 7h e 8h.

Aumento da passagem
Desde 2 de janeiro deste ano, a passagem do metrô custa R$ 5 no DF. A tarifa subiu R$ 1 no primeiro dia útil de 2017, valor que corresponde a uma alta de 25%. O governo diz que o reajuste foi necessário para continuar custeando a gratuidade de estudantes e pessoas com deficiência. A mudança causou protestos de passageiros e de deputados.

Questionado se uma viagem de metrô "valeria" os R$ 5 pagos no DF, frente ao alto índice de problemas, o diretor disse que o preço do tíquete ajuda a diminuir o subsídio pago pelo governo. Segundo ele, o valor é decidido com base em uma “planilha de custos”.

Com 24 trens, o Metrô funciona entre 6h e 23h30 de segunda a sábado e 7h e 19h aos domingos e feriados. A média é de 170 mil passageiros por dia. O sistema tem 42,3 km de extensão e liga Ceilândia e Samambaia ao Plano Piloto. A estação com maior fluxo é a da Rodoviária do Plano Piloto, por onde passam 30 mil pessoas por dia.
·         DISTRITO FEDERAL


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