sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Trens reformados do metrô de SP são mais caros que os novos e apresentam mais problemas

SEXTA, 10/02/2017, 06:33
A informação é do Ministério Público, que acompanha a situação da 'frota K' desde 2013, quando uma reportagem da CBN apontou que estes trens tiveram 700 falhas técnicas no período de um mês. Para o órgão, a 'frota K' está fadada ao fracasso.

Trem da 'frota K' descarrilou na estação Itaquera do metrô
Crédito: Emerson Santos / Fotoarena / Agência O Globo
Por Larissa Calderari
O Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social Marcelo Milani é categórico: a chamada 'frota K', formada a partir de trens reformados é cara e ineficiente.
'Ela não vai funcionar nunca, porque vão acontecer outras falhas. Os trens estão fadados ao fracasso', explica o promotor.
O Ministério Público acompanha desde 2013 a situação desses trens. Na época, um levantamento obtido com exclusividade pela CBN mostrou que os trens dessa frota, que circulam pela linha 3-Vermelha, apresentaram quase 700 falhas técnicas em um mês.
Em 2014, foi aberto um inquérito questionando o valor das reformas dos trens da linha 1-Azul e 3-Vermelha do metrô. O MP ainda trabalha nos valores gastos pelo metrô, mas segundo o promotor, já é possível afirmar que os trens reformados acabaram custando mais caro do que é gasto na compra de novos. Ao Ministério Público, o governo e o metrô entenderam que ao invés de comprar trens novos, reformar os já existentes teria um custo muito inferior.
Além disso, as frotas reformadas têm outros problemas: alguns dos trens têm mais de 40 anos e foram fabricados por empresas que nem existem mais. Isso tudo encarece a manutenção deles e impede que eles sejam modernizados. No fim, segundo Marcelo Milani, a ausência das plantas originais dos trens inviabiliza uma reforma com baixo custo.
'Essa frota foi pulverizada por consórcios de reforma. Mas as plantas originais dos trens têm 40 anos. Então as empresas responsáveis pelo projeto não estão mais no mercado. Estamos reformando um trem que não têm as plantas de sua construção. É preciso abrir todo o trem e reformá-lo inteiro. Isso gera um custo enorme e problemas', explica Milani.
O sindicato dos metroviários afirmou que já fez diversas denúncias ao Ministério Público relatando, inclusive com documentos, as falhas da 'frota K' e os riscos que ela pode representar à segurança do Sistema.
Em nota, o metrô disse que os 25 trens da 'frota K' passam pelos mesmos processos de manutenção de todas as composições e apresentam desempenho semelhante às demais frotas.
A reportagem da CBN pediu um posicionamento ao metrô e até o fechamento da matéria não obteve resposta.


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