sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Estado de São Paulo tem cinco passeios turísticos de trem em operação

O Estado de São Paulo tem cinco trechos ferroviários turísticos em operação. Outras três composições chegaram a percorrer trilhos paulistas nos últimos anos, mas estão paradas sem verba para manutenção ou precisam cumprir exigências para voltar.
Um deles é o Trem Moita Bonita, de Paraguaçu Paulista, administrado pela prefeitura de lá e que percorria 24 km. Ele está com as atividades suspensas desde janeiro, para passar por adequações.
Além de uma necessidade de adaptação para cadeirantes, precisará de um sistema de freio a ar, exigência da concessionária que compartilha o trecho. Isso não ocorreu até agora por causa da falta de recursos financeiros.
“Não dá para ter perspectiva de quando voltarão a operar”, disse o diretor do departamento de turismo da cidade, Luis Carlos Pedrozo.
O projeto surgiu em 2005, mas as operações iniciaram quatro anos depois entre o centro da cidade e o distrito de Sapezal, num trajeto de três horas que levou 22 mil passageiros de 2010 a 2015.
O trem dos Ingleses, em Paranapiacaba, operado pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), também está interrompido.
De caráter histórico, está paralisado há um ano, segundo a entidade, pois a locomotiva aguarda manutenção. O Museu Ferroviário que engloba o passeio segue aberto à visitação, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.
Já o Trem Caipira, de São José do Rio Preto, um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que já consumiu mais de R$ 1 milhão em investimento, precisa atender exigências da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
O projeto prevê viagem de 10,5 km entre as estações de São José do Rio Preto e Engenheiro Schmitt. Nos últimos oito anos, só foi utilizado em caráter experimental.
Há ainda um projeto em Sertãozinho, com percurso de 10 km que passe por lavouras de cana-de-açúcar.
04/09/2016 – Folha de S.Paulo


Tempo de deslocamento para ir e vir do trabalho faz Rio perder R$ 24 bi

01/09/2016 - O Globo
O tempo que as pessoas perdem para ir e vir do trabalho na Região Metropolitana do Rio de Janeiro gera um prejuízo de R$ 24,3 bilhões, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira pela Firjan. O levantamento considera como o custo do deslocamento de três milhões de moradores que levam mais de 30 minutos no trajeto de ida e volta para o trabalho afeta a produção. Em média, cada um gasta 2 horas e 21 minutos por dia. O estudo utiliza dados de 19 cidades de 2013 — os mais recentes disponíveis.

O tempo gasto de casa para o trabalho e de volta para casa tem crescido. Na comparação com 2011, houve um aumento de 11 minutos. Além disso, mais 135 mil pessoas passaram a gastar mais de 30 minutos nesse trajeto: uma alta de 4,7% no mesmo período. Esse total é superior à população de Resende, que tem 123.400 habitantes.

A capital do Estado do Rio de Janeiro é o município responsável pela maior parte da perda: 68,3%. Um total de R$ 16 bilhões deixam de ser produzidos no Rio, que concentra 53,1% dos trabalhadores que gastam mais de 30 minutos para se deslocar e tem o maior PIB per capita. Em média, o trabalhador passa 2h14 no trajeto de ida e volta para o trabalho.

Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, é a segunda cidade com maior impacto da chamada produção perdida sobre o PIB, de 6,6% ou R$ 1,62 bilhão. Quem mora na cidade gasta 2h29 de deslocamento. Em seguida aparece Niterói, com 4,6% ou R$ 1,119 bilhão, com tempo de deslocamento de 2h11.

O maior tempo de deslocamento até o trabalho foi registrado em Japeri: 3h06. O maior impacto sobre o PIB municipal, de 9,8%, também foi registrado na cidade. Em seguida, aparece Queimados, com o tempo médio de 2h54 e o impacto de 8,4% sobre o PIB.
Itaguaí é o município pesquisado com menor tempo de deslocamento até o trabalho: 2h03. Já Guapimirim, Paracambi e Tanguá são as cidades com menor participação na perda sobre o PIB, de apenas 0,1%.

Na pesquisa, a Firjan concluiu que as obras de mobilidade urbana realizadas recentemente no Rio de Janeiro não serão capazes de fazer frente ao prejuízo causado pelo tempo de deslocamento dos trabalhadores. Para a entidade, é preciso melhorar o sistema de transportes, assim como fazer um reordenamento territorial.

Os principais problemas, indica o estudo, é a ausência de um adequado planejamento urbano. Ainda segundo a Firjan, a falta de infraestrutura dificulta a atração de empresas e a oferta de postos de trabalho. Por isso, boa parte população precisa fazer longos e demorados deslocamentos para o trabalho.


Dívida com fábrica ameaça deixar VLT sem manutenção


13/09/2016 - O Globo
O sinal amarelo acendeu nos trilhos do VLT. Na próxima sexta-feira, vence o prazo de 30 dias que a concessionária VLT-Rio tem para pagar à empresa francesa Alstom, fabricante dos bondes, as parcelas atrasadas referentes à compra de composições e à manutenção delas.

Procurada, a concessionária não quis se manifestar sobre o assunto, alegando que não trata publicamente sobre questões comerciais. Em nota, a Asltom confirmou que notificou a concessionária sobre a dívida, sem entrar em detalhes.

O GLOBO confirmou com fontes que o débito estaria em quase R$ 100 milhões. A fabricante forneceu 32 composições à VLT-Rio. A existência da dívida foi revelada pelo jornalista Ancelmo Gois, em sua coluna no GLOBO.

A prefeitura, que escolheu a concessionária, preferiu não se manifestar sobre o risco de o sistema ficar sem manutenção, alegando que o serviço está operando normalmente.

O secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, disse que o município está em dia com o repasse para a concessionária das verbas relativas à contrapartida para as obras.

Serviço do Teleférico do Complexo do Alemão é paralisado temporariamente

Durante a manutenção, foi identificado o desgaste de um dos cabos de tração. Previsão é que o funcionamento seja retomado em seis meses, devido ao prazo de fabricação, entrega e instalação
15/09/2016 21:04:12
O DIA
Rio - A Secretaria de Estado de Transportes informa que o serviço do Teleférico do Complexo do Alemão está suspenso. Durante a manutenção diária, realizada nesta quarta-feira, foi identificada a evolução atípica do desgaste de um dos cabos de tração, sendo necessária a paralisação preventiva do sistema, obedecendo às normas internacionais de segurança.
A recomendação técnica é que seja realizada a troca do cabo, e a Secretaria de Transportes já determinou ao consórcio Rio Teleféricos que sejam tomadas as providências para a sua substituição. A previsão é que o serviço seja retomado em seis meses, devido ao prazo de fabricação, entrega e instalação do cabo, que é fabricado sob medida no exterior.

O contrato com o prestador de serviço está regular e a manutenção do teleférico, em dia. A troca do cabo ficará a cargo do operador e do fabricante e não acarretará custo adicional para o Governo do Estado.

Política, falta de dinheiro e incapacidade técnica travam mobilidade no Brasil

05/09/2016 09:00 - Gazeta do Povo
A pressão dos preços dos imóveis nas grandes cidades brasileiras espraiou seus moradores para regiões periféricas longe dos polos concentradores de renda e trabalho. A solução para contornar essa dinâmica, dizem especialistas, passa por um transporte coletivo eficiente. Mas os projetos para priorizá-lo que ficaram negligenciados durante as duas últimas décadas agora correm o risco de ficar apenas nas pranchetas de urbanistas por conta da falta de verbas.
Até 1990, a função de estabelecer a política nacional do Transporte Urbano era da Empresa Brasileira dos Transportes Urbanos (EBTU) e da Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes (GEIPOT). A decisão do então presidente Fernando Collor de Melo de extinguir essas estatais acabou deixando um vácuo na formulação de políticas públicas para o setor até 2003, quando foi criado o Ministério das Cidades.
Foi somente a partir de 2009, entretanto, que os recursos para infraestrutura voltada ao transporte coletivo ficaram mais abundantes. Mas a partir daí os municípios esbarraram em um novo obstáculo: falta de capacidade técnica para apresentar os projetos.
“Essa descontinuidade explica um pouco sobre a baixa qualidade de parte dos projetos técnicos apresentados nos últimos anos”, explica Otávio Cunha, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU). Mas o problema não é só esse. Faltam recursos também. A gestão do presidente Michel Temer sustenta que as gestões passadas assumiram compromissos além da capacidade orçamentária.
Dados compilados pela NTU mostram que de uma lista de 464 projetos de priorização para ônibus financiados pelos três Programas de Aceleração do Crescimento (PAC), 235 sequer saíram do papel. “Estamos enfrentando grandes desafios. Em todas as áreas de mobilidade, somando todos os contratos que foram firmados com prefeitos e governadores, o volume de contratos assinados prometidos à sociedade equivale a 71 anos orçamento da área”, afirmou o ministro durante o Seminário Nacional NTU 2016.
Perspectivas
Nem tudo, porém, pode ser jogado fora. Após quase 20 anos sem grandes investimentos, o PAC conseguiu colocar em operação 166 projetos de priorização ao transporte coletivo e outros 62 estão em obras. É sobre esses, inclusive, que o Ministério das Cidades agora deverá se debruçar.
“Estamos analisando toda a carteira de investimentos em mobilidade urbana. Serão priorizados empreendimentos em que estados e municípios já firmaram termo de compromisso com a União e desenvolveram os projetos das obras. A prioridade é terminar as obras já iniciadas”, disse a pasta em nota, onde também destacou que a “limitada capacidade institucional dos governos locais e a complexa legislação brasileira para contratação de obras por parte do poder público” também são entraves para a retomada desses projetos.
RISCO
Após duas decadas sem investimentos, projetos de priorização ao ônibus agora correm o risco de ficar sem recursos



*Algumas cidades são contempladas com com sistemas BRT, Corredores e Faixas Exclusivas simultâneamente
Investimentos em intervenções que entraram em operação
Em R$


O que breca o Brasil
Veja as causas e os desdobramentos de ações de mobilidade que não foram concluídas no tempo previsto, estão sendo inauguradas incompletas ou sequer saíram do papel
MOBI (BRT) São José dos Campos – Disputa política
Era para ser um VLT de 15 quilômetros. Virou um BRT quatro vezes mais extenso. Pelo mesmo preço: R$ 800 milhões. O novo projeto foi anunciado em 2013. Os concorrentes pré-qualificados seriam conhecidos mês passado, mas o Tribunal de Contas suspendeu a licitação. Agora, o Ministério Público investiga supostas irregularidades no projeto após denuncias apresentadas pela oposição ao prefeito, a mesma que antes queria o VLT. A prefeitura afirma que, além de mais extenso, o projeto do BRT trará uma tarifa menor à população e que agora ela está reexaminando o edital para lançá-lo novamente. Não há novo prazo para conclusão da obra
VLT Cuiabá – Preço super (sub) estimado
Prometido para a Copa do Mundo, essa obra viveu caminho inverso ao de São José dos Campos. Originalmente, seria um BRT ao custo de cerca de R$ 500 milhões. Mas a escolha foi pelo Veículo Leve Sobre Trilhos, ao preço de R$ 1,447 bilhão – R$ 1,066 já foi pago ao consórcio responsável pela obra. Após denúncias de irregularidades, a obra foi paralisada. Envolvido em denúncias de fraude fiscal (não necessariamente sobre o VLT), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) está preso. A nova gestão contratou um estudo para ver quanto gastaria a mais no projeto e chegou a conclusão que precisa desembolsar R$ 602 milhões. Como o consórcio quer mais R$ 1,2 bilhão, o caso foi para na Justiça, onde está tramitando há mais de um ano. Os bondes e sete quilômetros de trilhos já estão em Cuiabá. Mas não há novo prazo para conclusão do projeto
BRT Palmas – Judicialização da licitação
Com mais de 227 milhões já garantidos, o Bus Rapid Transit de Palmas é considerado fundamental para o adensamento dos vazios urbanos da capital do Tocantins. A licitação já teve seu vencedor conhecido, mas uma liminar judicial obtida pelo Ministério Público Federal em outubro de 2015 paralisou o processo às vésperas do início da obra. A prefeitura informou que vai apresentar seu recurso de apelação ao Tribunal Regional Federal comprovando que a cidade merece os recursos para o projeto. O MPF sustenta que o município teria superestimado a demanda do projeto. Não há novo prazo para conclusão da obra.
BRT Porto Alegre – falhas técnicas
Também prometido para a Copa, o BRT de Porto Alegre já teve dois lotes de corredores pavimentados e tem um terceiro com 60% da pavimentação já concluída. Por eles, já trafegam algumas linhas. Mas não há prazo para que o BRT, de fato, comece a operar. Isso porque a prefeitura ainda não licitou os terminais e pontos de parada, o que a impede de estabelecer qualquer prognóstico. Além disso, a imprensa local publicou notícias de que o piso implantado (asfalto) está sofrendo com fissuras antes mesmo da chegada dos biarticulados mais pesados, o que estaria obrigando as construtoras a refazer as obras implantando concreto nessas vias.
Metrô Curitiba – Falta de dinheiro
Após mais de dez anos de estudo, o metrô de Curitiba chegou próximo de ser licitado. Mas em agosto de 2014, na antevéspera da abertura dos envelopes dos concorrentes, o Tribunal de Contas do Estado suspendeu a concorrência para que a prefeitura refizesse trechos do edital. Os ajustes foram realizados, mas seis meses depois, com a inflação nas alturas, o município passou a questionar quem iria arcar com os custos da correção. Orçado em pouco mais de R$ 4,6 bilhões à época, agora o projeto já supera os R$ 5,5 bilhões. A União havia reservado R$ 2,1 bilhões para a obra e diz que não tem condições de garantir novos aportes. Sem dinheiro, esse projeto agora corre o risco de ficar definitivamente para a história.


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Expresso Leste volta a funcionar em outubro


30/08/2016 - Diário de Mogi
Com problemas técnicos na linha 11-Coral, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) suspendeu as viagens do Expresso Leste com ligação direta entre as estações Luz, em São Paulo, e Estudantes, em Mogi das Cruzes. Desta forma, os passageiros, que antes tinham a possibilidade de fazer o percurso sem baldeação, têm de descer na zona leste da Capital para vir rumo ao Alto Tietê ou seguir para a região central paulistana.

Geraldo Rodrigues do Nascimento, de 64 anos, é diretor cultural em Suzano, mas mora em Mogi das Cruzes. Ele faz a viagem entre as duas cidades todos os dias. Sai de casa por volta das 6 horas e tem de enfrentar trem lotado e velho. “Antes eu saía de casa uma hora antes de entrar no trabalho, agora tenho que sair duas horas antes porque os trens, de manhã, estão parando toda hora. Nas composições, eles repetem sempre: ‘Estamos parados aguardando a movimentação do trem à frente’. O governador (Geraldo Alckmin/PSDB) disse que teríamos mais trens, mas, ao que parece, eles estão tirando. Antes, com os trens diretos, era tudo mais rápido”, afirmou à reportagem.

Gabriela Mendes, 22, estudante universitária, mora em São Paulo, porém, vem à Cidade todos os dias para ter aulas e diz enfrentar dificuldades em alguns momentos. “Tem dias que as viagens parecem intermináveis. Demoro mais de uma hora para sair de Itaquera e vir até Mogi em dias com problemas. A baldeação é outra coisa que irrita. Sempre enche a plataforma e é uma dificuldade ímpar para entrar no trem para Mogi. Com o Expresso ficava um pouco mais fácil”, relatou.

De fato, as viagens estão mais demoradas. O percurso entre Luz e Estudantes com o Expresso é feito em pouco mais de uma hora. Com a baldeação, o tempo ultrapassa uma hora e meia. Com os trens velhos, o ramal entre Guaianazes e Estudantes atinge os 45 minutos.

Os problemas técnicos ocorreram há três meses nas subestações de Itaquera e Calmon Viana, que alimentam com energia as composições. Sem contar com esses pontos vitais para abastecimento, os trens do Expresso restringem-se a circular entre Luz e Guaianazes e alguns novos fazem algumas viagens entre Guaianazes e Estudantes sendo necessária a baldeação.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, Sônia Marques, explica que os problemas refletem uma espécie de “sucateamento” do transporte sobre trilhos nas regiões periféricas. “Para nós, esses problemas refletem um sucateamento do serviço ferroviário prestado pela CPTM. Isso, em resumo, antecede um processo de privatização. A gente sabe que o Governo usa desta artimanha quando deseja negociar alguma empresa. Tenta piorar a imagem dela diante da opinião pública. A verdade é que a CPTM passa por problemas e os passageiros sofrem grandes transtornos por causa deles”, disse a O Diário.

A versão de “sucateamento” é rebatida pela estatal em nota enviada ao jornal: “As obras de recuperação da subestação Calmon Viana, que sofreu curto-circuito após furto de cabos em abril deste ano, estão em andamento dentro do cronograma previsto. A conclusão está prevista para o final de outubro. Por conta dessa ocorrência, a CPTM adotou estratégia operacional diferenciada para continuar atendendo os usuários da Linha 11-Coral no trecho Guaianases-Estudantes com a mesma oferta de lugares. A operação está sendo realizada por quatro trens de seis carros (vagões) e quatro trens de oito carros (vagões), totalizando 56 carros (vagões). Antes da ocorrência na subestação, o atendimento era realizado por 9 trens de seis carros (vagões) no pico de manhã e 10 trens no vale e pico da tarde. Há suspensão temporária das viagens diretas do Expresso Leste, da Luz a Estudantes (sem necessidade de transferência entre trens em Guaianases). A Operação no trecho será normalizada e as viagens diretas do Expresso Leste serão restabelecidas em outubro, com a finalização da obra de recuperação da subestação de Calmon Viana”, informa.

Ainda segundo a CPTM, serão contratados estudos para viabilizar a extensão da Linha 12-Safira até Suzano, com cronograma a ser definido. “Já o serviço Expresso Leste será levado para Suzano após a execução das intervenções no plano de vias e das adequações necessárias para sua operação, obras que serão contratadas futuramente. A CPTM abriu licitação para contratação de projetos executivos visando à adequação de acessibilidade das estações das Linhas 11-Coral, incluindo Jundiapeba, Mogi, Braz Cubas e Estudantes; e 12-Safira. A CPTM também está recebendo 65 novas composições encomendadas. Neste ano, já colocou mais dois trens em operação na Linha 11-Coral Expresso Leste”, trouxe a nota.

Relato
Moro na zona leste de São Paulo, numa área vizinha ao Grande ABC, e faço o percurso pela linha férrea até Mogi das Cruzes há seis anos, desde que comecei a trabalhar em O Diário.

Pego o trem em Guaianazes com destino à estação central de Mogi. É um percurso de pouco mais de 27 quilômetros que, em tese, respeitando todas as oito paradas neste trecho, não passaria de 40 minutos. Aos sábados, dias de plantão no jornal, as viagens podem ultrapassar a uma hora. Mais dificuldades para trabalhar aos finais de semana.
Para os passageiros, o Expresso Leste faz toda a diferença. É perceptível a diferença de tempo entre os modelos antigos e os mais novos de composições.

Outra verdade é que as estações desta linha 11 – Coral também precisam se formatar conforme os novos tempos. Trens mais novos, às vezes, rodam neste ramal Guaianazes/Estudantes e há promessa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de que o Expresso Leste faça todos os horários nos próximos anos. É verdade que algumas estações, como Ferraz de Vasconcelos, Calmon Viana e Suzano foram reconstruídas, mas são evidentes as discrepâncias entre os modelos mais recentes de trens e as antigas estações no quesito espaço entre composições e plataformas. A altura é grande para que idosos e pessoas com mobilidade reduzida superem e desçam em Braz Cubas, por exemplo, o que demanda atenção especial da CPTM para as reformas das estações antigas de Mogi.

Como usuário do transporte ferroviário, acho que o serviço deixa a desejar, sobretudo, na questão do planejamento das partidas (totalmente desorganizadas quando falamos em baldeação – às vezes chegam três trens vindos da Luz em Guaianazes para um partindo rumo Estudantes resultando, claro, em superlotação), respeito aos horários e às manutenções sempre ressaltadas pela estatal, mas nunca observadas de fato por nós, passageiros. Passageiros que precisam conviver todos os dias com um sistema imprevisível.


Metrô-SP contrata consórcio para obra do monotrilho parada desde janeiro


30/08/2016 - G1
O Metrô de São Paulo contratou um novo consórcio para tocar obras do monotrilho que vai ligar o aeroporto de Congonhas à Marginal Pinheiros e que estavam paradas pelo menos desde janeiro. Trata-se da construção de um pátio de manobras na Avenida Jornalista Roberto Marinho, nas proximidades da Avenida Washington Luís, e que é essencial para que a linha possa funcionar.

As responsáveis pela obra serão as construtoras Tiisa, Triunfo e DP Barros, que receberão R$ 162 milhões para tocar a obra. O Metrô prevê emitir a ordem de serviço ainda nesta semana. Com isso, o consórcio terá um prazo de até 30 dias para começar os trabalhos. O prazo de vigência do contrato é de 24 meses.

A previsão atual do Metrô é colocar o monotrilho em funcionamento em 2018, quatro anos após a previsão inicial do governo de São Paulo de inaugurar o serviço em 2014.

Diversos atrasos dificultaram o andamento das obras do monotrilho, e as frentes de trabalho foram totalmente paralisadas nos últimos 12 meses por problemas na execução dos contratos. A construção de estações já havia sido retomada em junho e, agora, o Metrô faz um novo contrato para a retomada da construção do pátio de manobras. A assinatura foi na última quinta-feira (25).

O Metrô tenta ainda retomar a construção dos pilares e da via em si, já que o contrato está em renegociação judicial.

A Linha 17-Ouro terá 7,7 km e 7 estações. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) congelou a construção dos outros trechos previstos para a linha e que atenderia regiões da periferia. Um deles iria da Estação Morumbi da CPTM e passaria por Paraisópolis e pelo estádio do Morumbi. A outra ligação começaria na Vila Santa Catarina, perto do aeroporto de Congonhas, e chegaria à Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul.

Atrasos
Em janeiro, a companhia do metropolitano anunciou o rompimento do contrato com o Consórcio Pátio Monotrilho, responsável pelo pátio de manobras, e trocou acusações com a empresa Andrade Gutierrez, alegando abandono dos canteiros. Já o consórcio afirmou que o Metrô era o responsável pelos atrasos e que não fornecia, por exemplo, projetos executivos necessários à obra. O Metrô negou.

Uma das dificuldades para retomar a construção do pátio de manobras foi a declaração de inidoneidade da empresa Mendes Júnior pelo governo federal nas investigações da Operação Lava Jato. Assim, a Mendes Júnior, que tinha sido a segunda colocada na licitação para a construção do pátio de manobras, não pôde assumir a obra. O consórcio contratado agora, formado por Tiisa, Triunfo e DP Barros, tinha ficado em terceiro.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, prevê que o monotrilho deverá funcionar apenas com operação assistida em 2018. Isso significa que os trens deverão operar inicialmente apenas em parte do dia, possivelmente em intervalos de menor fluxo.

"Em 2018 ainda a gente quer ter trens sendo testado, pelo menos trens sendo testados, pelo menos operação assistida, com as obras já concluídas", afirmou Clodoaldo Pelissioni ao SPTV. A operação comercial, ou seja, durante todo o dia, é uma "possibilidade", segundo o secretário. "Vamos trabalhar para isso".


A operação assistida também foi adotada no trecho já inaugurado do monotrilho da Zona Leste, a Linha 15-Prata. A linha funcionou em horário reduzido por cerca de um ano, entre 2014 e 2015, no trecho entre as estações Oratório e Vila Prudente.

Obra da Copa, monotrilho vira abrigo para usuários de droga em São Paulo
09/09/2016 08:00 - Folha de SP
Usuários de drogas ocupam hoje o que um dia foi a obra de mobilidade urbana mais esperada de São Paulo.
No canteiro central da avenida Roberto Marinho, na zona sul da capital paulista, usuários de drogas improvisam abrigos sob as vigas abandonadas do monotrilho da linha 17-ouro.
Para moradores e comerciantes locais, o atraso da obra ajudou a degradar a região, que nos últimos anos teve uma valorização imobiliária.
A maior concentração de usuários de droga é próxima ao cruzamento da avenida Vereador José Diniz.
Por ali, é possível ver lixo revirado, entulhos e materiais da obra do Metrô, além das pequenas barracas improvisadas por usuários de droga. A maioria delas é construída com lonas, cobertores e não chega a ter um metro de altura.
"Quem é de fora do bairro, quando chega aqui, tem medo. Principalmente à noite, quando para nos cruzamentos", conta o morador Marcos Caetano, 54.
Para um gari, que trabalha na região e não quis se identificar, no último ano, a concentração de usuários de droga aumentou, já que seguranças dos condomínios de Campo Belo começaram a expulsá-los do bairro.
Jorge (nome fictício), um dos moradores de rua sob as vigas do monotrilho explica: "Eu sou nascido e criado nas Águas Espraiadas [nome da região ao longo do córrego de mesmo nome]. Isso era favela, depois virou avenida, e agora a gente está aqui porque é tranquilo, ninguém mexe nas nossas coisas", conta.
"Se tivesse uma opção de moradia quando tiraram a favela, talvez eu não estivesse aqui", diz ele.
OBRA DA COPA
Em junho deste ano, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse à TV Globo que o Metrô, responsável pela obra, cuida do canteiro da linha e pediu à polícia que retirasse os usuários de droga do local.
O caso, porém, nunca foi totalmente solucionado.
A obra do monotrilho da linha 17-ouro, foi prometida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para ficar pronta até a Copa de 2014.
A linha ligaria o aeroporto de Congonhas ao estádio do Morumbi, na zona sul.
Mas, após seguidos atrasos e o abandono da obra, um novo consórcio foi contratado em junho para terminar a linha, que agora irá apenas até a estação Morumbi da CPTM.
OUTRO LADO
O Metrô e a Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos afirmaram à Folha que preparam um relatório sobre a presença de pessoas em situação de risco no local.
O relatório deve ser encaminhado para a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo e deverá pedir atenção especial para essa população.
O consórcio da obra deverá ainda reforçar as rondas pelo canteiro de obras, segundo informou o órgão.