sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Metrô-SP contrata consórcio para obra do monotrilho parada desde janeiro


30/08/2016 - G1
O Metrô de São Paulo contratou um novo consórcio para tocar obras do monotrilho que vai ligar o aeroporto de Congonhas à Marginal Pinheiros e que estavam paradas pelo menos desde janeiro. Trata-se da construção de um pátio de manobras na Avenida Jornalista Roberto Marinho, nas proximidades da Avenida Washington Luís, e que é essencial para que a linha possa funcionar.

As responsáveis pela obra serão as construtoras Tiisa, Triunfo e DP Barros, que receberão R$ 162 milhões para tocar a obra. O Metrô prevê emitir a ordem de serviço ainda nesta semana. Com isso, o consórcio terá um prazo de até 30 dias para começar os trabalhos. O prazo de vigência do contrato é de 24 meses.

A previsão atual do Metrô é colocar o monotrilho em funcionamento em 2018, quatro anos após a previsão inicial do governo de São Paulo de inaugurar o serviço em 2014.

Diversos atrasos dificultaram o andamento das obras do monotrilho, e as frentes de trabalho foram totalmente paralisadas nos últimos 12 meses por problemas na execução dos contratos. A construção de estações já havia sido retomada em junho e, agora, o Metrô faz um novo contrato para a retomada da construção do pátio de manobras. A assinatura foi na última quinta-feira (25).

O Metrô tenta ainda retomar a construção dos pilares e da via em si, já que o contrato está em renegociação judicial.

A Linha 17-Ouro terá 7,7 km e 7 estações. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) congelou a construção dos outros trechos previstos para a linha e que atenderia regiões da periferia. Um deles iria da Estação Morumbi da CPTM e passaria por Paraisópolis e pelo estádio do Morumbi. A outra ligação começaria na Vila Santa Catarina, perto do aeroporto de Congonhas, e chegaria à Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul.

Atrasos
Em janeiro, a companhia do metropolitano anunciou o rompimento do contrato com o Consórcio Pátio Monotrilho, responsável pelo pátio de manobras, e trocou acusações com a empresa Andrade Gutierrez, alegando abandono dos canteiros. Já o consórcio afirmou que o Metrô era o responsável pelos atrasos e que não fornecia, por exemplo, projetos executivos necessários à obra. O Metrô negou.

Uma das dificuldades para retomar a construção do pátio de manobras foi a declaração de inidoneidade da empresa Mendes Júnior pelo governo federal nas investigações da Operação Lava Jato. Assim, a Mendes Júnior, que tinha sido a segunda colocada na licitação para a construção do pátio de manobras, não pôde assumir a obra. O consórcio contratado agora, formado por Tiisa, Triunfo e DP Barros, tinha ficado em terceiro.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, prevê que o monotrilho deverá funcionar apenas com operação assistida em 2018. Isso significa que os trens deverão operar inicialmente apenas em parte do dia, possivelmente em intervalos de menor fluxo.

"Em 2018 ainda a gente quer ter trens sendo testado, pelo menos trens sendo testados, pelo menos operação assistida, com as obras já concluídas", afirmou Clodoaldo Pelissioni ao SPTV. A operação comercial, ou seja, durante todo o dia, é uma "possibilidade", segundo o secretário. "Vamos trabalhar para isso".


A operação assistida também foi adotada no trecho já inaugurado do monotrilho da Zona Leste, a Linha 15-Prata. A linha funcionou em horário reduzido por cerca de um ano, entre 2014 e 2015, no trecho entre as estações Oratório e Vila Prudente.

Obra da Copa, monotrilho vira abrigo para usuários de droga em São Paulo
09/09/2016 08:00 - Folha de SP
Usuários de drogas ocupam hoje o que um dia foi a obra de mobilidade urbana mais esperada de São Paulo.
No canteiro central da avenida Roberto Marinho, na zona sul da capital paulista, usuários de drogas improvisam abrigos sob as vigas abandonadas do monotrilho da linha 17-ouro.
Para moradores e comerciantes locais, o atraso da obra ajudou a degradar a região, que nos últimos anos teve uma valorização imobiliária.
A maior concentração de usuários de droga é próxima ao cruzamento da avenida Vereador José Diniz.
Por ali, é possível ver lixo revirado, entulhos e materiais da obra do Metrô, além das pequenas barracas improvisadas por usuários de droga. A maioria delas é construída com lonas, cobertores e não chega a ter um metro de altura.
"Quem é de fora do bairro, quando chega aqui, tem medo. Principalmente à noite, quando para nos cruzamentos", conta o morador Marcos Caetano, 54.
Para um gari, que trabalha na região e não quis se identificar, no último ano, a concentração de usuários de droga aumentou, já que seguranças dos condomínios de Campo Belo começaram a expulsá-los do bairro.
Jorge (nome fictício), um dos moradores de rua sob as vigas do monotrilho explica: "Eu sou nascido e criado nas Águas Espraiadas [nome da região ao longo do córrego de mesmo nome]. Isso era favela, depois virou avenida, e agora a gente está aqui porque é tranquilo, ninguém mexe nas nossas coisas", conta.
"Se tivesse uma opção de moradia quando tiraram a favela, talvez eu não estivesse aqui", diz ele.
OBRA DA COPA
Em junho deste ano, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse à TV Globo que o Metrô, responsável pela obra, cuida do canteiro da linha e pediu à polícia que retirasse os usuários de droga do local.
O caso, porém, nunca foi totalmente solucionado.
A obra do monotrilho da linha 17-ouro, foi prometida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para ficar pronta até a Copa de 2014.
A linha ligaria o aeroporto de Congonhas ao estádio do Morumbi, na zona sul.
Mas, após seguidos atrasos e o abandono da obra, um novo consórcio foi contratado em junho para terminar a linha, que agora irá apenas até a estação Morumbi da CPTM.
OUTRO LADO
O Metrô e a Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos afirmaram à Folha que preparam um relatório sobre a presença de pessoas em situação de risco no local.
O relatório deve ser encaminhado para a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo e deverá pedir atenção especial para essa população.
O consórcio da obra deverá ainda reforçar as rondas pelo canteiro de obras, segundo informou o órgão. 

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