quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sondagem para novas linhas do metrô de BH ocorre há dois meses

Há dois meses, em diferentes pontos da capital, homens e máquinas fazem sondagens para saber das condições do subsolo por onde devem passar duas novas linhas do metrô de BH

Publicação: 22/11/2012 06:41 Atualização: 22/11/2012 06:45

O solo de alguns dos pontos mais movimentados de Belo Horizonte vem sendo sondado desde setembro. Para descobrir por onde podem passar as duas novas linhas do metrô da capital, cujas obras devem começar em 2014, operários usam grandes máquinas para perfurar a terra para saber a estrutura do subsolo. Essas sondagens iniciam o longo caminho a ser percorrido até que os novos trilhos passem a funcionar. As perfurações podem ser mecanizadas ou manuais. Os furos são pequenos, têm aproximadamente 10 centímetros de diâmetro, mas a profundidade varia de 30m a 50m, dependendo do túnel a ser escavado. O objetivo do trabalho é obter amostras do solos, rochas e outras informações geofísicas, como a presença de água e a resistência das camadas do terreno. É possível observar se há obstáculos à passagem do metrô.

No Barreiro, as sondagens estão sendo realizadas em dois pontos: nas avenidas Olinto Meireles, próximo à Avenida Tereza Cristina, e Afonso Vaz de Melo, perto do Shopping Barreiro. Essas sondagens integram o projeto de instalação da linha 2, que será totalmente subterrânea. Ela prevê a criação de sete estações e, ao longo de 10,5 quilômetros, ligará o Barreiro ao Bairro Nova Suíça, na Região Oeste da capital. O trabalho é desenvolvido na Região Centro-Sul, onde a Linha 3 terá 4,5 quilômetros, se estendendo por cinco estações e ligando a Savassi ao Complexo Viário da Lagoinha. Há sondagens sendo feitas na Rua Pernambuco – nas esquinas com a Rua Bernardo Guimarães e as avenidas Brasil e Cristóvão Colombo – e na região da rodoviária – próximo à Avenida Antônio Carlos e às ruas Além Paraíba e Itapecerica. Entre os locais onde já foram realizadas sondagens estão o pátio inferior da rodoviária e a Praça Sete, no Centro. A linha 1, que conta com 18 estações, será ampliada em 1,7 quilômetro e ganhará outra estação, a de Novo Eldorado, em Contagem, região metropolitana da capital. Porém, as sondagens para essa linha ainda não começaram.

As perfurações foram iniciaradas em 3 de setembro, após negociações com concessionária de energia, água e telecomunicações, fosse aberto o chão em locais indevidos. As investigações do subsolo devem ser concluídas em março de 2013, de acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). No total, as perfurações vão custar R$ 6,4 milhões e buscam dar subsídios ao projeto de engenharia, que vai desenhar o trajeto exato dos novos trilhos do metrô.

O processo de licitação para contratação da empresa responsável pelo projeto foi aberto em 31 de outubro. A empresa vencedora será anunciada ainda neste mês, segundo a Setop, e terá 12 meses para terminar o projeto. Em seguida, abre-se nova licitação, dessa vez para contratar a construtora responsável para executar as obras, que, na melhor das hipóteses, só começam em 2014. “O início das obras depende da liberação de recursos do governo federal”, informa nota oficial da secretaria, que evita fixar datas para as novas estações entrarem em atividade.

CRÍTICAS
Em audiência pública realizada na Câmara Municipal em julho, os itinerários das novas linhas apresentados pela Trem Metropolitano S.A. (Metrominas), sobretudo o da Linha 2, foram criticados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e pelo Sindicato dos Metroviários (Sindimetro). O representante da operadora federal dos trens da capital, Adão Guimarães Silva, afirma que os passageiros do Barreiro, embora tenha o Centro como principal destino, terão que descer na estação Nova Suíca e ingressar nos já abarrotados vagões da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho). “O estudo da CBTU concluiu que o melhor itinerário seria Barreiro–Santa Tereza (na Região Leste, perto da área hospitalar, passando pela Praça Sete)”, diz. O Sindimetro concorda: “O certo é ir direto do Barreiro à Praça Sete e Santa Tereza. Nem que seja preciso deixar a Linha 3 (Savassi–Lagoinha) para depois”, disse o vice-presidente do sindicato, Romeu José Machado Neto.

O coordenador do projeto do metrô pela Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Duarte, admitiu que o planta, como está, cria um gargalo na Estação Calafate. “Será uma questão operacional. Estamos fazendo estudos e simulações, em busca de soluções. Uma das respostas pode ser o trem da Linha 2 ingressar nos trilhos da Linha 1 e cumprir o restante de seu itinerário até o Centro”, afirma. Especialista em transportes e trânsito, Frederico Rodrigues concorda que “o ideal seria a linha 2 sair do Barreiro direto para o Centro”. Se isso não for feito e o usuário dessa linha tiver que tomar outro trem na Linha 1, “será preciso ampliar a capacidade de funcionamento” da linha 2, constata Rodrigues, doutor em engenharia de transportes. Mas ele considera que o projeto atual “já representa um ganho significativo” e elogia o traçado da Linha 3 (Savassi/Lagoinha). “Atualmente, o trem metropolitano não passa exatamente nos centros de demanda, os locais mais movimentados da cidade, como Praça Sete e Savassi. A Linha 3 corrige esse problema”, analisa. De acordo com a Setop, a capacidade do metrô será ampliada de 200 mil passageiros por dia para 980 mil, após a abertura das novas estações, enquanto o número de vagões aumentará de 100 para 240.

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