sexta-feira, 24 de julho de 2015

Barcas: estado cria grupo para rever contrato

17/07/2015 07:39
O Globo| O Globo

Um dia após a colisão da barca Boa Viagem no cais da Praça Quinze, que deixou 13 passageiros feridos, o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, afirmou ontem que o contrato de concessão do serviço está sendo reavaliado por técnicos do governo. Ele disse que o acordo, assinado em 1998, está em "desequilíbrio”, mas não deu detalhes sobre o que isso seria. Em 2012, o Grupo CCR comprou a Barcas S. A. e assumiu a operação das barcas, cujo contrato expira em 2023. Técnicos da secretaria começaram a trabalhar no início de junho e têm 90 dias para apresentar o relatório.
— É um contrato antigo, que tem dificuldades. Estamos analisando a prestação de serviço e a relação contratual com o estado. A gente está avaliando se esse contrato dá ao estado os mecanismos necessários para promover a melhoria do serviço — disse Osorio. — É uma avaliação técnica, que será apreciada pelo governador.
Perguntado se o governo vai romper o contrato, o secretário afirmou:
— Qualquer contrato tem cláusulas que preveem o rompimento, mas ainda é prematuro falar numa medida como essa.
Osorio se reuniu com representantes da concessionária, com o defensor- geral do Estado, André Castro, e o defensor público Eduardo Chow. No encontro, foi elaborado um termo que facilitará a busca por indenização pelas vítimas do acidente. Não foram decididos valores, e a expectativa é que o acordo seja assinado semana que vem.
O secretário disse ainda que o Grupo CCR não informou ao governo sobre qualquer interesse da empresa de colocar à venda a concessão do serviço de barcas, como informou a coluna de Ancelmo Gois, no GLOBO. De acordo com Osorio, a empresa precisa ter autorização do estado para isso e até mesmo para efetuar qualquer mudança na composição acionária. Ainda segundo o secretário, os representantes da concessionária negaram a intenção durante a reunião de ontem:
— A lei permite a venda do controle acionário, mas é preciso haver autorização do estado. Se isso vier a acontecer, o governo avaliará a empresa, se ela tem capacidade financeira e expertise. Uma vez decidido se o poder concedente tem interesse ou não na venda, o caso é enviado para a Procuradoria Geral do estado.
CCR NEGA VENDA DE CONCESSÃO
Em nota, o grupo CCR negou a possibilidade de venda. "Como integrante do Novo Mercado da BM& FBovespa, a companhia cumpre rigorosamente a regra de informar todas as suas decisões ao mercado com a publicação de fatos relevantes ou comunicados ao mercado por intermédio da Comissão de Valores Mobiliários ( CVM)”.
Osorio acrescentou que o acidente de anteontem com a Boa Viagem é "inaceitável”. Ele informou que a barca foi retirada de operação e que o mesmo acontecerá com outras três até o final do ano. Segundo o secretário, uma nova barca, Corcovado — com dois mil lugares —, já está no Rio e deverá entrar em circulação no próximo mês.
Ontem, após falha nos trens da SuperVia, Osorio disse que o fato não ficará impune e que a concessionária poderá ser multada:

— Não está no padrão adequado ( o serviço dos trens). Não vamos eximir a SuperVia de responsabilidade. A maneira de corrigir é punir os culpados.

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