terça-feira, 28 de julho de 2015

Volta dos bondes de Santa Teresa registra longas filas e espera de mais de uma hora para embarque



Primeiro dia de operação contou com apenas três bondes, o que gerou reclamação dos passageiros ao longo desta segunda-feira
por Paulo Roberto Junior
27/07/2015 14:32 / Atualizado 27/07/2015 20:27

RIO - Os bondinhos de Santa Teresa voltaram aos trilhos nesta segunda-feira, ainda em fase de testes. Dos quatro veículos aptos a operar nesta etapa de pré-operação, três foram colocados em circulação, transportando mais de 1.600 passageiros. As viagens, que duram entre 10 e 15 minutos, serão realizadas gratuitamente, de segunda a sábado, das 11h às 16h, com saídas a cada 20 minutos. Devido à grande procura, houve filas nas estações e o tempo de espera para embarcar chegou a ultrapassar uma hora. Moradores do bairro e turistas reclamaram da demora para iniciar o percurso de 1,7 quilômetros, entre as estações do Largo da Carioca e do Largo do Curvelo.

Inicialmente, apenas dois bondes fariam o trajeto nesta segunda-feira. No fim da manhã, após identificar o grandde fluxo de passageiros, o secretário estadual de Transporte, Carlos Roberto Osorio, determinou a entrada de um terceiro veículo em circulação. Segundo ele, a partir desta terça-feira o sistema passará a operar com os três carros durante todo o dia.

— Os bondes estão se adaptando à realidade do bairro. Esperamos reduzir o intervalo de cada viagem a partir desta terça. Na próxima semana, vamos avaliar a necessidade de botar um quarto veículo em operação, e a possibilidade de circulação aos domingos — explicou Osorio.

No fim da manhã desta segunda, um grupo de 70 pessoas, a maioria turistas, aguardava há 40 minutos pelo embarque, na estação do Largo do Curvelo. O gerente de logística Ifraim Rosa, de São Paulo, que estava com a mulher e quatro filhas, achou precária a estrutura montada, mesmo para uma etapa de testes:

— Está demorando muito. Também senti falta de informações de segurança mais detalhadas. Para o turista, não está legal.

Moradora de Santa Teresa há quatro anos, a musicista Flávia Belchior, de 33 anos, disse que falta preocupação do governo com o objetivo principal do bonde, que é servir como meio de locomoção para quem vive no bairro:

— De dez quilômetros no total, estão entregando menos de dois. É uma tentativa de dizer que as obras estão andando, sendo que os moradores acompanham diariamente o descaso com a região
.
BONDE DEVE CHEGAR AO LARGO DOS GUIMARÃES ATÉ SETEMBRO
O retorno do tradicional bondinho acontece quatro anos depois do acidente que deixou seis mortos e mais de 50 pessoas feridas, paralisando totalmente a operação do transporte. Há meses o bairro foi transformado em um canteiro de obras, causando transtornos aos moradores devido a atrasos e erros no planejamento da obra.


— Foram anos de abandono. Apenas esse trechinho de quase dois quilômetros não resolve nada, é mais uma viagem para turistas. Queremos o bonde em todo o bairro, como sempre foi. Vamos acreditar que tudo vai dar certo, pois de promessas estamos cheios — desabafou Marli Soares, moradora de Santa Teresa há 40 anos.

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