quarta-feira, 21 de maio de 2014

Lula: metrô é luxo desnecessário


CORREIO BRAZILIENSE 17/05/2014

Ex-presidente classifica de "babaquice" a cobrança pela expansão das linhas até os estádios que serão palco de jogos da Copa do Mundo

"Que babaquice é essa?", questionou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de expansão da rede de metrô até os estádios de futebol que receberão jogos da Copa do Mundo. "Nós nunca tivemos problemas em andar a pé", emendou. "Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. A gente está preocupado que tem que ter metrô, tem que ir até dentro do estádio? Nós temos é que dar garantias para essa gente assistir aos jogos, comer a nossa comida. Disso que temos que ter orgulho."

Ao defender que o metrô seria um luxo desnecessário, o petista disse ainda que a Copa é um momento em que o Brasil deve "mostrar sua cara", e que "esconder pobre está fora de cogitação". As polêmicas declarações foram feitas durante o 4º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, em São Paulo, em que também compareceram o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o pré-candidato ao governo estadual, Alexandre Padilha, e parlamentares petistas.

Lula não parou as polêmicas na "babaquice". O ex-presidente também anunciou ter descoberto o motivo para "tanta truculência e ataques contra o governo". "Estão com medo de Dilma", resumiu. E defendeu Haddad das críticas à gestão na prefeitura paulistana. "Não conheço ninguém que no primeiro ano (de mandato) tomou a quantidade de porrada que você tomou."

O petista disse ainda que não há motivos para o partido temer comparações com o PSDB "em nenhuma área, inclusive na questão da corrupção". "Esse governo certamente tem defeitos, como o meu governo teve defeitos, mas o que nós temos que comparar somos nós com eles", disse o ex-presidente, em referência a PT e PSDB. A única forma de "não ter corrupção neste país", continuou o ex-metalúrgico, é "contratar alguém para levantar o tapete e jogar coisa para debaixo". "Criamos um partido político para ser diferente, para fazer uma política que desse orgulho nas pessoas. Não fizemos para entrar na vala da mesmice", afirmou.

Entre blogueiros, Lula se sentiu à vontade ainda para defender a regulação da mídia. "Que não venham dizer que isso é censura, que estamos tentando controlar os meios de comunicação, porque quem tem que controlar os meios de comunicação é o telespectador, é o ouvinte, é o leitor. O que todos nós exigimos é que haja neutralidade e seriedade nas informações nesse país."

Vaias
Durante visita ao Nordeste, Dilma Rousseff participou da colação de grau de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) em João Pessoa (PB) e em Teresina (PI). Em ambas cidades, ela foi recebida com vaias e protestos, principalmente, de professores e servidores das universidades. Mantendo a agenda de pré-campanha, Dilma entrega hoje 982 casas do Minha Casa, Minha Vida em Parnaíba, também no Piauí.

Uma peça  "exótica"
A propaganda publicitária produzida pelo PT continua repercutindo entre opositores. Ontem, ela foi caracterizada como "uma apresentação exótica" pelo presidenciável do PSDB, Aécio Neves, e como um "desserviço" pela pré-candidata à Vice-Presidência na chapa PSB-Rede, Marina Silva. Com uma mensagem que evoca o discurso do medo e afirma que os eleitores devem evitar a volta ao passado, o vídeo começou a ser veiculado na última terça-feira. A propaganda petista faz referência aos dois maiores opositores, chamando Eduardo Campos (PSB) de "salto no escuro para o futuro" e o tucano de "passo para o passado". 

O presidente do PSDB falou sobre o assunto em São Paulo. "O programa do PT brindou os brasileiros com uma apresentação exótica. Colocou o partido do mensalão como aquele que mais combate a corrupção, apresentou um governo que realizou inúmeras obras de mobilidade, mas grande parte delas está no meio do caminho em razão da incapacidade gerencial. É um governo que tenta embutir na sociedade o medo, disfarçando que quem tem medo hoje é o PT, de perder as eleições, perder o governo", enumerou. 

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